Este
ano de 2011 não está sendo bom para ti. Mas, em 2012, tudo melhorará cm sua
vida!”, disse um “profeta” a um novo convertido. “Como assim? Jesus me salvou
neste ano?”, retrucou o cristão novo. “Homem, não duvide! Eis que a bênção
reservada para ti é maior que a salvação!”, concluiu o pseudo-profeta.
O
diálogo acima ilustra como os dons espirituais, especialmente o de profecia,
têm sido banalizados em nossos dias. Há algum tempo, certo “profeta” foi
desmascarado quando fazia revelações fraudulentas. Ao ser convidado para
ministrar em uma igreja, o ludibriador memorizou informações dos membros da
igreja, constantes do site de relacionamentos, a fim de usá-las durante a
“pregação”. A farsa foi descoberta porque ele, além de se atrapalhar, citou os
nomes dos irmãos de modo abreviado! Avisado de que citara errado o nome de uma
irmã, ele respondeu: “Eu li assim”.
Grosso
modo, os dons de Deus são capacidades, dotações sobrenaturais, com o
propósito principal de edificar a igreja (1Co 14.3,4,5,12,26 e Ef 4.11-13).
Através deles, o Senhor nos revela poder e sabedoria. Eles se manifestam de
modo esporádico (1Co 12.6-11) ou como ministérios (1Co 12.28). Estes são
residentes, permanecem nos salvos e dependem, evidentemente, da chamada
soberana de Deus (Mc 3.13).
Já
os esporádicos estão à disposição de todo crente fiel, batizado com o Espírito
(At 2.39 e Rm 11.29). Cada servo do Senhor pode ser usado com o dom de
profecia, mas nem todos podem ser pastores, visto que o pastorado não é uma
manifestação momentânea, e sim um dom ministerial outorgado soberanamente por
Jesus Cristo (Ef 4.11 e Hb 5.4).
Se
todos os dons são dados à igreja para o que for útil (1Co 12.7 e 14.28), por
que ocorre a banalização dos dons espirituais?
Por
falta de conhecimento das doutrinas paracletológicas e, principalmente, por
ausência de genuína comunhão com o Espírito Santo.
É imprescindível o casamento entre os dons
espirituais e o fruto do Espírito, para que o culto a Deus seja equilibrado,
sem modismos e aberrações pseudopentecostais.
O
amadurecimento do fruto ocorre gradativamente, de acordo com a disposição do
coração do salvo. Trata-se de um aperfeiçoamento espiritual (2Tm 3.16,17 e Ef
4.11-15).
Os
dons espirituais são perfeitos.
Mas
muitas pessoas, por falta de verdadeira comunhão com o Espírito Santo, fazem
mau uso deles. Como os perfeitos dons do Espírito edificarão a igreja se não
houver mudança interior em cada salvo?
Se
dermos ênfase apenas aos dons, em detrimento do fruto do Espírito, males
ocorrerão na igreja, como: dissensão, carnalidade, egoísmo, desordem,
indecência e mau uso dos dons espirituais. Não é isso que temos visto?
A
banalização é tão grande que há pseudoprofetas trocando mensagens em línguas
estranhas nas redes sociais, como Twitter, Facebook...! E isso é um prato cheio
para os escarnecedores de plantão.
Fruto
do Espírito designa a ação do Espírito Santo na
vida do crente, a partir do primeiro momento de sua conversão (Ef 1.13,14), a
fim de moldar o seu caráter (Gl 5.22; Ef 5.9; Cl 3; lPd 5.5 e 2Pd 1.5-9).
Em
l Coríntios 14.32, vemos que os espíritos dos profetas devem estar sujeitos aos
próprios profetas. Ou seja, o crente controlado pelo Espírito tem equilíbrio,
domínio próprio e discernimento.
Ao
amadurecer dentro de nós, o aludido fruto nos impede de abraçar aberrações como
“cair no Espírito”, “unção do riso”, “unção do leão”, “unção da lagartixa”,
“unção dos quatro seres”, “unção da loucura”, “unção dos doze cântaros”
(invencionice pela qual se derrama doze jarras de óleo sobre a cabeça de
alguém) etc.
O QUE DIZ 1 CORÍNTIOS 14 A RESPEITO DOS
DONS ESPIRITUAIS?
Na
igreja de Corinto, boa parte dos crentes não priorizava o fruto do Espírito (1Co
3.1-3). Havia ali membros controlados pelo Espírito Santo (1Co 1.4-9), mas
muitos eram carnais (1Co 13.1). O que Paulo escreveu àquela igreja, em 1
Coríntios 14, visava ao combate da banalização dos dons espirituais.
Consideremos sete princípios contidos na aludida passagem neotestamentária.
CONSIDEREMOS SETE PRINCÍPIOS
Primeiro,
o propósito principal da manifestação do Espírito em um culto coletivo a Deus é
a edificação do seu povo (v 4,5, 12). Risos intermináveis e supostas quedas de
poder edificam em quê?
Segundo,
a faculdade do intelecto não pode ser desprezada no culto em que o Espírito
Santo age (v 15,20). Ninguém genuinamente usado pelo Espírito deixa de
raciocinar normalmente, em um culto coletivo a Deus.
Terceiro,
um culto a Deus não deve levar os incrédulos a pensarem que os crentes estão
loucos (v 23). O que pensam os não-crentes que assistem a certos vídeos
disponíveis no site YouTube, nos quais vemos pessoas caindo ao chão, rindo sem
parar, rosnando, latindo, mugindo, uivando, rugindo, rolando umas sobre as
outras ou derramando grande quantidade de óleo sobre as suas cabeças?
Quarto,
o culto coletivo deve ter ordem e decência; tudo deve ocorrer a seu tempo:
louvor, exposição da Palavra, manifestação do Espírito (v 26-28,40). Um culto
que não tem ordem e decência é dirigido pelo Espírito?
Quinto,
no culto genuinamente pentecostal deve haver julgamento, discernimento, a fim
de se evitar falsificações (v 29; Jo 7.24; 1Co 2.15 e ljo 4.1).
Sexto,
haja vista o espírito do profeta estar sujeito ao próprio profeta, é
inadmissível que aconteçam manifestações consideradas do Espírito Santo em que
pessoas fiquem fora de si (v 32).
Sétimo,
se alguém cuida ser profeta ou espiritual, deve reconhecer os mandamentos do
Senhor (v 37). Você está disposto a submeter-se aos mandamentos do Senhor? Ou é
um daqueles que dizem: “Não podemos pôr Deus em uma caixinha”? Ora, não é a
Bíblia a nossa fonte principal de autoridade? Ou perderam as Escrituras o
primado? Não é mais a Palavra do Senhor a nossa regra de fé, de prática e de viver?
O
verdadeiro avivamento só ocorre quando há submissão à Palavra de Deus e ao Deus
da Palavra, além de comunhão com o Espírito Santo, que age em perfeita harmonia
com as Escrituras.
Fonte:
Mensageiro da Paz, Dezembro de 2011, p.21
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