Subsídios Bíblicos: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ - Nova Edição

Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ   Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja   Subsídios Lição 2: Somos Cristãos     Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno       Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana    Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo?     Subsídios...

A evidência inicial do batismo no Espírito Santo

💡 As Línguas são a evidência inicial externa do batismo no Espírito Santo!

 Os teólogos que se opõem à doutrina das línguas como evidencia inicial do batismo pentecostal justificam sua posição apoiando-se basicamente em dois pontos. Vamos analisá-los a seguir.

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1) As Escrituras devem ser examinadas em sua porção didática e jamais em sua porção histórica.

Isso quer dizer que o livro histórico de Atos dos Apóstolos não serve como prova de que todos os crentes devem ser batizados no Espírito Santo à semelhança dos primeiros crentes, isto é, com a evidência inicial de falar em outras línguas, pois os textos em Atos que falam das línguas seriam apenas narrativas históricas, não tendo nenhum valor didático.


É com justiça que William W. Menzes, em seu livro No poder do Espírito, acusou teólogos que pensam assim de “criar um cânon dentro de um outro cânon”. Dizendo isso de outra forma: Não dá para diferenciar totalmente o narrativo do normativo na Bíblia. Como saber onde o narrativo deve servir de normativo e quando ele não o serve? E como ficam as passagens bíblicas que dizem que o narrativo foi tomado como normativo?


Por exemplo: em Romanos 15.4, Paulo diz: “Pois tudo quanto outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito”.

🛑texto não é claro em mostrar que o apóstolo tomou as narrativas do Velho Testamento para usá-las como normas na primeira igreja?

🛑Por que, então, o livro de Atos não pode ser tomado como norma para a doutrina pentecostal?

🛑Como separar textos que devem servir simplesmente como narrativas de textos que devem servir de normas quando a Escritura é taxativa em afirmar que “Toda Escritura é inspirada por Deus” (2Tm 3.16)?

Na verdade, quando se tenta afirmar que as narrativas de Lucas em Atos não servem de norma para os cristãos, o que se está fazendo claramente é tentar golpear a teologia pentecostal.

 

As críticas feitas a essa interpretação, proposta pelos teólogos John Stott e Gordon Fee, levaram estes autores posteriormente a fazerem emendas em suas teologias. William W Menzies, em seu excelente trabalho, observa que as posições hermenêuticas de Stott e Fee vêm sendo abandonadas dentro da teologia evangélica. No seu livro já citado, Menzies cita as obras de autores renomados como William Klein, Craig Blomberg, Robert Hubbard e Grant Osborne como exemplos.

 

No seu livro Introdução à Interpretação Bíblica, Hubbard diz: “Já afirmamos que a narrativa quase sempre ensina mais indiretamente do que a literatura didática sem se tornar menos normativa. Por isso, rejeitamos a máxima de Fee e Stuart de que a menos que as Escrituras explicitamente nos digam que devemos fazer algo, o que é meramente narrado ou descrito nunca pode funcionar como norma”.

 

Grant Osborne expressa posições semelhantes em seu livro sobre hermenêutica. Numa seção intitulada “Narrativa”, ele escreve: “Além disso, eu também me oponho à tendência atual de negar a dimensão teológica com base em que a narrativa é indireta e não direta. Isso ignora as consequências da crítica da redação, que demonstrou que a narrativa bíblica é de fato teológica no seu cerne e procura guiar o leitor a reviver a verdade encapsulada na história. A narrativa não é tão direta quanto o material didático, mas tem um ponto teológico e pretende que o leitor interaja com essa mensagem. Minha tese é que a narrativa bíblica é em algumas formas até melhor do que o ensino aplicado a situações semelhantes na vida dos indivíduos”.

 

2) Há uma diferença entre os termos “batismo no Espírito Santo” e “plenitude do Espírito Santo”.

 

Em outras palavras, segundo esse argumento, todos os crentes são batizados no Espírito Santo, quer falem em línguas ou não, quando recebem a Cristo como Salvador. Essa é uma experiência única e que não se repete. Por outro lado, a plenitude do Espírito é uma experiência que pode acontecer depois e é renovável.

 

John Stótt fez um grande esforço intelectual e um malabarismo exegético sem precedentes para defender a tese acima: “Quando nos arrependemos e cremos, Jesus não somente tira os nossos pecados, mas semelhantemente nos batiza com o Espírito Santo. (...) É difícil resistir à conclusão que o batismo do Espírito não é uma experiência secundária e subsequente, desfrutada por apenas alguns crentes, mas é antes a experiência inicial desfrutada por todos eles”.

 

Por todo o seu livro, Stott irá argumentar que não existe um batismo no Espírito Santo subsequente à conversão. Esse argumento de Stott não resiste ao contexto de Atos dos Apóstolos. Isso veremos mais adiante. O que deve ser dito aqui é que nem mesmo escritores históricos concordam com Stott. R. A. Torrey, não pentecostal e ex-diretor do Instituto Moody, assim se expressou em seu livro O Batismo com o Espírito Santo: “O batismo no Espírito Santo é uma operação do Espírito Santo, separada e distinta da sua obra regeneradora. Ser regenerado pelo Espírito Santo é uma coisa, e ser batizado com o Espírito Santo é algo totalmente diferente, é uma outra coisa. (...) Uma pessoa pode ser regenerada e ainda não ser batizada com o Espírito Santo”.

 

Por outro lado, o erudito em grego H. E. Dana, não pentecostal e autor de um dos mais conceituados manuais de língua grega, comenta em seu texto intitulado O Espírito Santo no livro de Atos-. “De qualquer maneira, cremos que este registro (o livro de Atos) torna meridianamente claro que a plenitude do Espírito veio a esses discípulos como uma bênção distinta, da salvação, e que esses crentes não eram considerados como tendo atingido uma experiência normal e correta até que esta bênção tivesse sido recebida. Eles haviam sido regenerados, porém não eram consagrados. (...) Um ponto de vista a respeito da atividade do Espírito Santo, que tem sido promovido tenaz e sinceramente por um grande grupo de mestres cristãos da atualidade, é que o batismo do Espírito Santo é a mesma experiência que a obra da regeneração; isto é, ser batizado com o Espírito e ser nascido do Espírito é a mesma operação descrita em fraseologia diferente. (...) É difícil ver como, em face destas evidências (Jo 1.12; Mt 16.7; Jo 5.1) claras e positivas, alguém possa manter que os discípulos de Jesus não fossem convertidos até o Pentecostes. E afirmar que ser batizado com o Espírito ou ser cheio do Espírito é o mesmo que ser regenerado é difícil de harmonizar com certas evidências encontradas em Atos. (...) A evidência do Novo Testamento leva-nos certamente a concluir que a plenitude do Espírito ou ser cheio do Espírito não se deve confundir com a regeneração”.

 

Já foi dito que Stott, para sustentar a sua tese, faz uma diferença abismal entre “batismo” e “plenitude do Espírito”. O Dr. H. E. Dana esclarece mais uma vez a questão: “Um assunto muito debatido tem sido se há qualquer diferença entre as experiências descritas como ‘ser batizado no Espírito’ e ‘ser cheio do Espírito’. (...)

 


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💡Mas um simples exame superficial do texto mostrará que a conclusão não é correta. No primeiro capítulo de Atos, Jesus declara que os discípulos seriam batizados com o Espírito Santo ‘dentro de poucos dias’. Não há dúvida de que o cumprimento desta promessa se acha registrado em Atos 2.1-4, onde Lucas declara: ‘E todos ficaram cheios do Espírito Santo’. Não há razão exegética segura para se não considerarem os termos batizado e cheio como se referindo essencialmente à mesma experiência. (...)

 

Qualquer outra diferenciação se acha mais no reino da teoria, e se alguém considera a teoria como suficientemente plausível para ser aceita, tenha-se em mente que a mesma é um resultado da especulação e não da interpretação, Até onde a exegese pode ajudar, ‘ser batizado com o Espírito’ e ‘ser cheio do Espírito (plenitude)’ são representações figurativas da mesma experiência essencial, contemplada de diferentes pontos de vista”.


Artigo: Pr. José Gonçalves | Reverberação: Subsídios Dominical (www.subsidiosdominical.com)

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