TEXTO ÁUREO
“Ao aflito livra da sua aflição e, na opressão, se
revela aos seus ouvidos.” (Jó 36.15)
VERDADE
PRÁTICA
O sofrimento não deve ser visto apenas sob o
aspecto punitivo, mas principalmente, educativo.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda - Jó 32.21
É possível tratar o homem com imparcialidade?
Terça - Jó 33.4
O Espírito de Deus é criador
Quarta - Jó 34.3
O cultivo da plena atenção
Quinta - Jó 35.5
O que revela o esplendor do céu?
Sexta - Jó 36.5
Deus é grande e não despreza ninguém
Sábado - Jó 36.26
O limite do ser humano para compreender Deus
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Jó 32.1-4;
33.1-4; 34.1-6; 36.1-5
Jó 32
1 - Então, aqueles três homens cessaram de
responder a Jó; porque era justo aos seus próprios olhos.
2 - E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel,
o buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava
a si mesmo, mais do que a Deus.
3 - Também a sua ira se acendeu contra os seus três
amigos; porque, não achando que responder, todavia, condenavam a Jó.
4 - Eliú, porém, esperou para falar a Jó, porquanto
tinham mais idade do que ele.
Jó 33
1 - Assim, na verdade, ó Jó, ouve as minhas razões
e dá ouvidos a todas as minhas palavras.
2 - Eis que já abri a minha boca; já falou a minha
língua debaixo do meu paladar.
3 - As minhas razões sairão da sinceridade do meu
coração; e a pura ciência, dos meus lábios.
4 - O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do
Todo-Poderoso me deu vida.
Jó 34
1 - Respondeu mais Eliú e disse:
2 - Ouvi vós, sábios, as minhas razões; e vós,
instruídos, inclinai os ouvidos para mim.
3 - Porque o ouvido prova as palavras como o
paladar prova a comida.
4 - O que é direito escolhamos para nós; e
conheçamos entre nós o que é bom.
5 - Porque Jó disse: Sou justo, e Deus tirou o meu
direito.
6 - Apesar do meu direito, sou considerado
mentiroso; a minha ferida é incurável, embora eu esteja sem transgressão.
Jó 36.1-5
1 - Prosseguiu ainda Eliú e disse:
2 - Espera-me um pouco, e mostrar-te-ei que ainda há
razões a favor de Deus.
3- Desde longe repetirei a minha opinião; e ao meu
Criador atribuirei a justiça.
4 - Porque, na verdade, as minhas palavras não
serão falsas; contigo está um que é sincero na sua opinião
5 - Eis que Deus é mui grande; contudo, a ninguém
despreza; grande é em força de coração.
HINOS SUGERIDOS: 363, 380, 434 da Harpa Cristã
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que o sofrimento pode ser usado
por Deus com fim pedagógico.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
EXPLICITAR que Deus, como soberano, pode se revelar e falar por meio do
sofrimento;
DESTACAR que a soberania de Deus não se sobrepõe ao seu amor;
AFIRMAR que Deus não tem prazer no sofrimento, mas pode usar as
adversidades para nos educar.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
O sofrimento na vida do cristão deve ser
um meio pedagógico. Ele serve para esmagar a soberba humana, polir o caráter do
crente, prover crescimento e desenvolvimento ao cristão. Este o não é o mesmo
depois que passa pela "escola do sofrimento". Não por acaso o
apóstolo Paulo pôde dizer: "Sei estar abatido e sei também ter abundância;
em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura
como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas
as coisas naquele que me fortalece" (Fp 4.12,13). Esse é o caminho que o
Senhor nosso Deus quer que atinjamos: ser experimentados, amadurecidos e
crescidos. Que ouçamos a voz de Deus no sofrimento! Então, poderemos dizer com
convicção: "Posso tudo naquEle que me fortalece".
INTRODUÇÃO
Veremos a teologia de Eliú exposta em quatro
grandes discursos teológicos (Jó 32 – 37). Esses discursos se contrapõem ao que
Jó e seus amigos proferiram. Para Eliú, os amigos de Jó falharam na exposição
de suas ideias ao patriarca. Este, por outro lado, se equivocar ao apresentar o
seu conceito de Deus para fundamentar sua defesa. Assim, mostraremos que Eliú
revela um Deus soberano que age segundo o seu conselho e não está obrigado a
dar respostas ao homem, além de não haver qualquer injustiça em suas ações,
pois, segundo o jovem amigo de Jó, o sofrimento é uma ação pedagógica de Deus
para corrigir o homem.
PONTO CENTRAL
O sofrimento deve ser visto sob o aspecto pedagógico.
I
– O SOFRIMENTO COMO UMA FORMA DE REVELAR DEUS
1. Deus é soberano (33.14,15).
Nesse primeiro discurso, Eliú destaca a queixa de
Jó porque Deus não lhe respondera. Para o jovem amigo do patriarca, este não
leva em conta a majestade divina que distingue o Criador de suas criaturas.
Nesse sentido, Jó havia ignorado que Deus é infinitamente maior do que o homem
e não precisa explicá-lo acerca suas ações nem de seu silêncio.
2. O orgulho do homem priva-o de
ouvir Deus.
Todavia, mesmo sendo um ser transcendente, Deus não
deixa de se revelar ao homem quando julga necessário. Por isso, Eliú não aceita
o argumento de Jó sobre o silêncio de Deus, pois Ele fala ao homem de várias
maneiras, incluindo sonhos e visões (Jó 33.14,15). De acordo com Eliú, o
problema não é o silêncio do Altíssimo, mas o orgulho humano que não lhe
permite escutá-lo. O jovem acredita que mesmo o patriarca considerando-se
moralmente puro, padece do pecado de orgulho (Jó 33.17). Na visão de Eliú, a
revelação de Deus tem o propósito de livrar o homem da soberba que o conduziria
à morte (Jó 33.17,18).
3. O mistério da redenção.
Além de sonhos e visões, Eliú também destaca que
Deus usa a enfermidade como um dos canais de comunicação entre Deus e o homem
(Jó 33.19-22). Por causa dela, Ele pode enviar um anjo para anunciar a Jó o seu
dever (Jó 33.23), dizer o que ele deve fazer e, também, interceder em favor da
saúde do patriarca. Dessa forma, esse mensageiro anuncia o que é justo e bom a
fim de recuperar o estado de justiça que Jó desfrutava antes da enfermidade.
As funções que são atribuídas a esse
mensageiro-mediador fazem com que os intérpretes bíblicos vejam nesse ser
celeste uma referência ao anjo do Senhor, uma teofania do Senhor Jesus Cristo
(Gn 16.9; 22.11; Êx 3.2; Jz 6.11). Não há dúvidas de que esse mediador é a
mesma testemunha celestial que Jó pedia que defendesse a sua causa (Jó 16.19) e
o redentor que o justificasse depois de sua morte (Jó 19.25). Nesse sentido,
conforme podemos atestar no livro, o ministério desse mensageiro é um ato
decorrente inteiramente da graça de Deus em favor de Jó para mediar sua causa e
resgatá-lo (33.24).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Para Eliú, o sofrimento revela um Deus soberano que ataca a soberba
do ser humano.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie a aula de hoje fazendo uma
reflexão sobre a soberania de Deus e o orgulho humano. Uma das questões mais
difíceis para o ser humano é aceitar algo que saia do seu domínio. Muito
sofrimento hoje tem como causa a não aceitação de determinada realidade. Diante
dela, o desespero passa a dominar, o medo passa a ser constante, o grau de
ansiedade e estresse aumenta. Entretanto, quando olhamos para a Bíblia
percebemos que homens e mulheres puderam reconhecer a voz de Deus de dentro do
sofrimento. É por isso que estamos estudando o Livro de Jó, pois esse patriarca
experimentou a Deus na “escola do sofrimento”. Deixe claro para a classe que
quando isso acontece, crescemos em maturidade e espiritualidade. Portanto,
estimule os alunos a perguntarem o que Deus quer falar conosco na “escola do
sofrimento”.
II
– O SOFRIMENTO COMO MEIO DE REVELAR A JUSTIÇA E A SOBERANIA DE DEUS
1. A justiça de Deus demonstrada.
Quando defende a justiça de Deus, Eliú faz coro com
seus amigos na acusação contra Jó. Em sua perspectiva, os argumentos de Jó não
passavam de insolência. Como pode o Todo-Poderoso agir com injustiça conforme
Jó deixou subtender? Deus jamais age injustamente, pois isso contrariaria sua
própria natureza (Jó 34.10,12).
2. O caráter justo de Deus.
Para não haver dúvida, Eliú passa a descrever o
caráter justo de Deus:
(1) Ele age com justiça quando retribui ao homem o
que ele merece (Jó 34.11);
(2) Deus não precisa prestar contas de seus atos a
ninguém, visto que não recebeu autoridade de nenhum outro ser criado (Jó
34.13);
(3) como o provedor da vida humana, Ele tem todo o
poder de manter ou não a humanidade (Jó 34.14,15);
(4) o Todo-Poderoso não faz acepção de pessoas,
quer sejam reis, nobres ou pobres (Jó 34.16-20);
(5) Deus é onisciente e como tal conhece os passos
e as intenções de todos os homens sem precisar inquiri-los em juízo (Jó
34.21-25);
(6) Ele é justo para punir os maus (Jó 34.25-30).
3. A defesa da soberania de Deus.
Atente para a seguinte pergunta: “Será que Deus
deve recompensá-lo segundo o que você quer ou não quer?” (Jó 34.33 – NAA). Eliú
encerra o capítulo mostrando a Jó que Deus, em sua soberania e livre vontade,
não tem a obrigação de agir segundo o querer do homem. Sendo soberano, Ele não
está sujeito a qualquer julgamento humano. Por todo o livro de Jó o autor
destaca a soberania divina. Um exemplo disso está claro no uso da palavra
“Todo-poderoso” que ocorre 31 vezes. Para Eliú, portanto, por ser Soberano,
Deus jamais age com injustiça como Jó dera a entender.
Todavia, é preciso destacar duas coisas sobre fala
de Eliú. Primeiramente, ele, assim como seus amigos, erra por partir do
princípio de que Jó havia cometido pecado. Em segundo lugar, Eliú exalta apenas
a justiça de Deus e nada diz acerca de sua misericórdia. Para ele, o Altíssimo
havia posto sua justiça soberana acima do seu amor, o que é um erro crasso.
Deus, sem dúvida alguma, é justo; mas grandiosamente amoroso e misericordioso.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Para Eliú, o sofrimento revela o caráter justo e soberano de Deus.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
“A teologia da prova. Adiantando-se em
seu discurso, exclama Eliú: ‘Pai meu! Provado seja Jó até ao fim’ (Jó 34.36a).
Recorramos ao hebraico: Avi ybahen Yôb ad-netsah. O vocábulo ybahen comporta os
seguintes sinônimos: provar, refinar como ouro, fundir como metal. Por
conseguinte, deveria Jó, como o mais precioso dos metais, ser intensamente
provado até que todas as impurezas e imperfeições lhe fossem tiradas. Observe
que Eliú roga a Deus seja o patriarca provado até o fim. Se Jó tem de ser
acrisolado, que lhe seja completo o crisol; até ao fim: ad-netsah. A provação
haveria de perdurar enquanto fosse necessária. Não fora Jó suficientemente
provado? Entretanto, teria ele de suportar toda a ardência daquele cadinho até
que viesse a entender a soberania de Deus. Doutra forma, jamais chegaria à
estatura de perfeito varão (Jó 34.36b)” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema
do Sofrimento do Justo e o seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.168).
III
– O SOFRIMENTO COMO UM INSTRUMENTO PEDAGÓGICO DE DEUS
1. O caráter pedagógico do
sofrimento (36.7-15).
Há uma diferença entre o pensamento teológico de
Eliú e o de seus amigos. Elifaz, Bildade e Zofar acreditavam que o sofrimento
de Jó era por causa de um pecado cometido por ele e sua recusa em reconhecê-lo.
Eliú também crê dessa forma, mas vai além. Embora compreenda que, durante sua
provação, Jó se comportou de forma pecaminosa, Eliú introduz a ideia de que o
sofrimento tem um caráter pedagógico (Jó 36.15). O caráter pedagógico do
sofrimento está na capacidade de nos fazer refletir e voltar para Deus. Dessa
forma, os justos aprendem com o sofrimento.
2. Adorando a Deus na tormenta.
No capítulo 36 e versículo 26, Eliú afirma que
“Deus é grande, e nós o não compreendemos”. Para ilustrar o argumento da
grandeza de Deus, ele faz uma explanação sobre a ação de Deus nas estações do
ano: Outono, Inverno, Primavera e Verão. O argumento de Eliú tem por objetivo
demonstrar a grandeza de Deus sobre a criação e como esse fato deve fazer com
que Jó o reconheça como grande e o louve como tal (Jó 36.24-25). A fala de Eliú
põe em destaque o argumento contraditório de Jó, que por um lado magnificava a
majestade de Deus, mas por outro murmurava contra Ele. Nesse aspecto, Eliú
acerta em mostrar que a adoração e a murmuração não podem coexistir, são
atitudes excludentes.
Jó 37.6-13 ilustra de forma poética o pensamento do
orador. É uma metáfora da situação do patriarca, que no meio da tormenta, em
todo o seu impacto e estrondo, pode contemplar o caráter pedagógico do amor de
Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Segundo Eliú, o sofrimento é um instrumento pedagógico para o
cristão.
SUBSÍDIO VIDA
CRISTÃ
“Depois de meditar longamente sobre o
propósito do sofrimento do justo, declara H. Dieterlen: ‘Tudo depende do modo
por que se sofre. Mas Deus sempre tem um pensamento de amor nas tristezas que
nos envia’. Afinal, como enfatiza o apóstolo, todas as coisas concorrem
juntamente para o bem daqueles que, sinceramente, amam a Deus.
A pedagogia da prova.
O Senhor conduzia a Jó através das mais
difíceis e inimagináveis provas, a fim de que ele viesse a tornar-se um
instrumento ainda mais valioso e útil para o seu Reino. Quão maravilhosa é a
pedagogia do sofrimento! Se incrédulos, ensina-nos a crer. Se intempestivos,
disciplina-nos em um amor paciente e temperante. Se indiferentes, leva-nos a
chorar com os que choram e a alegrar-se com os que se alegram. Sim, Deus
educava a Jó por intermédio do sofrimento. E o mesmo está Ele fazendo com neste
instante. Por isto, não se desespere! Este é o modo pelo qual o Senhor educa
seus filhos” (ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o
seu Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.168).
CONCLUSÃO
Vimos nessa lição três aspectos da teologia de
Eliú. Primeiramente, o jovem amigo defende o direito de Deus ficar em silêncio
mesmo quando achamos que ele deve falar. Acredita que Jó não consegue escutar a
Deus devido o seu orgulho. Entretanto, o equívoco de Eliú está no fato de
associar o sofrimento de Jó ao pecado. Segundo, ele destaca que Deus tem todo o
direito de ser soberano e como tal agir com justiça. Todavia, ele se equivoca
em colocar essa soberania acima de seu amor, pois, primeiramente, Deus é amor.
E, finalmente, Eliú vê no sofrimento um papel pedagógico
VOCABULÁRIO
Teofania:
Aparição ou revelação da divindade; manifestação de
Deus.
PARA
REFLETIR
A respeito de
“A Teologia de Eliú: O Sofrimento É uma Correção Divina?”, responda:
• O que Eliú destaca em seu
primeiro discurso?
Nesse primeiro discurso, Eliú destaca a
queixa de Jó porque Deus não lhe respondera.
• Segundo Eliú, qual o problema em
relação ao silêncio de Deus?
De acordo com Eliú, o problema não é o
silêncio do Altíssimo, mas o orgulho humano que não lhe permite escutá-lo.
• Cite pelo menos duas
características do caráter justo de Deus.
1) Ele age com justiça quando retribui ao
homem o que ele merece (Jó 34.11); (2) Deus não precisa prestar contas de seus
atos a ninguém, visto que não recebeu autoridade de nenhum outro ser criado (Jó
34.13).
• Quais são as duas coisas
destacadas acerca de Eliú pelo comentarista?
Primeiramente, ele, assim como seus
amigos, erra por partir do princípio de que Jó havia cometido pecado. Em
segundo lugar, Eliú exalta apenas a justiça de Deus e nada diz acerca de sua
misericórdia.
• Fale acerca do caráter pedagógico
do sofrimento.
O caráter pedagógico do sofrimento está
na capacidade de nos fazer refletir e voltar para Deus.
Informações:
Revista Lições Bíblicas Adultos, 4°
trimestre de 2020 – CPAD | Data
da Aula: 13 de Dezembro de 2020| Obs. Os textos
destacados na cor vermelha são
subsídios para os professores da Escola Dominical.
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