Trimestre: 4° trimestre de 2020 -CPAD
22 de Novembro de 2020
Obs.
Os textos destacados na cor vermelha são subsídios para os professores da Escola Dominical.
TEXTO ÁUREO
“E terás confiança, porque haverá esperança;
olharás em volta e repousarás seguro.” (Jó 11.18)
VERDADE PRÁTICA
Segundo as Escrituras, até mesmo o justo passa por
tribulação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 11.4
É possível autojustificar-se diante de Deus?
Terça - Jó 11.5,6
Quem pode conhecer a verdadeira sabedoria de Deus?
Quarta - Jó 11.7,8
Quem pode desvendar o mistério de Deus?
Quinta - Jó 11.9,10
Quem poderá impedir os planos de Deus?
Sexta - Jó 20.4,5
O júbilo dos ímpios é breve e a alegria dos maus é
momentânea?
Sábado - Jó 20.6,7
O ímpio, por ventura, desaparecerá?
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 11.1-10; 20.1-10
Jó 11
1 - Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:
2 - Porventura, não se dará resposta à multidão de
palavras? E o homem falador será justificado?
3 - Às tuas mentiras se hão de calar os homens? E
zombarás tu sem que ninguém te envergonhe?
4- Pois tu disseste: A minha doutrina é pura; limpo
sou aos teus olhos.
5 - Mas, na verdade, prouvera Deus que ele falasse
e abrisse os seus lábios contra ti,
6- e te fizesse saber os segredos da sabedoria, que
é multíplice em eficácia; pelo que sabe que Deus exige de ti menos do que
merece a tua iniquidade.
7 - Porventura, alcançarás os caminhos de Deus ou
chegarás à perfeição do Todo-Poderoso?
8 - Como as alturas dos céus é a sua sabedoria; que
poderás tu fazer? Mais profunda é ela do que o inferno; que poderás tu saber?
9- Mais comprida é a sua medida do que a terra; e
mais larga do que o mar.
10 - Se ele destruir, e encerrar, ou juntar, quem o
impedirá?
Jó 20
1 - Então, respondeu Zofar, o naamatita, e disse:
2 - Visto que os meus pensamentos me fazem
responder, eu me apresso.
3 - Eu ouvi a repreensão, que me envergonha, mas o
espírito do meu entendimento responderá por mim.
4- Porventura, não sabes tu que desde a
antiguidade, desde que o homem foi posto sobre a terra,
5 - o júbilo dos ímpios é breve, e a alegria dos
hipócritas, apenas de um momento?
6- Ainda que a sua altura suba até ao céu, e a sua
cabeça chegue até às nuvens,
7 - como o seu próprio esterco perecerá para
sempre; e os que o viam dirão: Onde está?
8 - Como um sonho, voa, e não será achado, e será
afugentado como uma visão da noite.
9- O olho que o viu jamais o verá, nem olhará mais
para ele o seu lugar.
10 - Os seus filhos procurarão agradar aos pobres,
e as suas mãos restaurarão a sua fazenda.
HINOS SUGERIDOS: 524,
539, 562 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Zofar, assim como seus
amigos, defende que os ímpios sempre serão punidos e os justos recompensados.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Destacar no entendimento de Zofar que o sofrimento de Jó fazia parte de um
sábio julgamento divino;
Explicitar que a conversão defendida por Zofar era de natureza legalista;
Esclarecer que a teologia de Zofar limita a soberania Deus na sua capacidade
de julgar.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta lição estudaremos o discurso do
terceiro amigo de Jó, Zofar. A tese que este último defende é a de que o justo
não passa por tribulação. Ou seja, para ele, se houver tribulação é porque não
há justiça na vida da vítima. Essa teologia já esteve muito presente em nosso
país. A ideia de que o sofrimento, as tribulações da vida e outros dilemas
humanos não são para o cristão, não é de todo nova. Entretanto, as Escrituras
nos mostram claramente que quem está em Cristo, não significa que tenha
ausência de problemas e provações, mas que há uma grande diferença na forma de
passar por eles: uma firme convicção de que Cristo passa junto.
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos o discurso de Zofar, o último
amigo de Jó a falar na série de debates (Jó 11; 20). Ele insistirá na tese de
que o justo não passa por tribulação, à semelhança do que pensavam seus amigos
Elifaz e Bildade. Todavia, Zofar é mais duro e impiedoso na acusação contra Jó.
Ao contrário de seus amigos, ele faz dois discursos suficientes para derramar
seu ressentimento contra o patriarca. Ele o acusa de se levantar contra
sabedoria divina e aconselha Jó a voltar-se para Deus.
PONTO CENTRAL
O justo passa por
tribulação.
I – DEUS SE MOSTRA SÁBIO QUANDO
AFLIGE O PECADOR
1. Deus grande e sábio.
Zofar defende que o sofrimento de Jó fazia parte de
um sábio julgamento divino, pois, para ele, Deus demonstra grande sabedoria em
reprimir os maus. Por outro lado, os bons jamais passam por tribulação. Para
Zofar, se alguém deve algo tem de pagar. Com dureza, o terceiro amigo de Jó não
demonstra a mínima compaixão pelo sofrimento do patriarca de Uz ao acusá-lo de
que se comporta como um animal irracional, um jumento que não tem entendimento
(11.12) ao não perceber a sabedoria divina na condução das coisas. Para Zofar, Jó valeu-se na sua defesa de
palavras exageradas (11.2), desrespeitosas (11.3), cheias de justiça própria
(11.4) e ignorantes sobre as coisas de Deus (11.5,6).
2. Deus não é indiferente à ação do
ímpio.
O terceiro amigo de Jó acreditava que ele havia se
autodeclarado “puro” e “sem culpa” (Jó 11.4; cf 9.21; 10.7). Cria também que
Deus não é indiferente à ação do ímpio como Jó parecia ter sugerido. Assim,
para Zofar, se Deus debatesse com Jó, como era desejo deste, então não haveria
dúvidas de que Ele ficaria contra o patriarca e não ao seu favor. Nesse embate,
Deus revelaria a Jó os segredos de sua sabedoria e o homem de Uz veria que Ele
estava sendo sábio em tratá-lo como merecia. Logo, Jó seria condenado.
3. Tolos se passando por sábios.
Jó reage com ironia à “sabedoria” defendida
anteriormente por seus amigos (“vós”, Jó 12.2) e agora por Zofar. Este,
juntamente com seus amigos, havia se levantado como legítimo representante do verdadeiro saber.
Zofar, pois, pretende representar o próprio Deus em seu discurso (Jó 13).
Todavia, Jó está convencido de que isso não passava de charlatanismo: “Vós,
porém, sois inventores de mentiras e vós todos, médicos que não valem nada” (Jó
13.4). Ele, portanto, está resoluto em deixar os amigos e ir à procura de Deus:
“Mas eu falarei ao Todo-Poderoso; e quero defender-me perante Deus.” (Jó 13.3).
O patriarca estava certo de que havia uma sabedoria do alto, que seus amigos
desconheciam por completo, e, quando revelada, ficaria ao seu lado (cf.
cap.28).
No lugar dos julgamentos dos homens, há uma
sabedoria do alto que sonda os corações dos que são chamados pelo nome do
Senhor, pois Este não vê como os homens veem (1 Sm 16.7).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Deus é grande e sábio; os amigos de Jó
tentam se passar como representantes dessa sabedoria.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie a aula de hoje indagando aos
alunos: Os bons não passam por tribulações? Só os maus sofrem? Deixe que eles
respondam as perguntas livremente e os ouça com atenção. Perceba que as
questões trazem consigo desconforto, pois elas nos afetam sinceramente.
A ideia com esse exercício é mostrar que,
conforme exposto no tópico, muitos podem cometer as mesmas injustiças de Zofar
se não atentar para o seguinte fato: a relação da soberania divina com a realidade
humana nos escapa totalmente. Por isso, olhemos com mais carinho para o que se
passa com o outro e, no lugar de julgá-lo precipitadamente, atentemos para
resolver de que forma podemos ajudá-lo
II – A CONVERSÃO COMO RESPOSTA À
AFLIÇÃO
1. Purificação moral.
Nos versículos 13-20 do capítulo 11, Zofar conclui
seu discurso sobre a situação de Jó. Ele não tem dúvidas de que o patriarca
está em pecado e, por isso, a única forma de ele se restabelecer é por meio de
uma purificação moral. Zofar, portanto, conclama Jó ao arrependimento e
conversão. Ele enumera três passos para que isso aconteça: conduta correta
(v.13); oração (v.13) e renúncia ao pecado (11.14).
Então, segundo Zofar, se Jó cumprisse essas
condições, reconhecendo que estava em pecado, Deus o restauraria de sua
miséria. Entretanto, a ideia de arrependimento de Zofar é mais de natureza
externa do que interna. O que está em vista é uma teologia do moralismo
salvífico em vez da graça divina. Nesse aspecto, o arrependimento não passava
de um mero ritual. Na teologia de Zofar a simples prática desses ritos traziam
consigo o poder de conferir o favor divino. Na verdade, isso era o que se
conhece hoje como legalismo religioso.
2. É possível negociar com Deus?
Estudiosos destacam que Zofar tenta induzir Jó a
negociar com Deus a fim de se ver livre de suas dificuldades. Era exatamente
isso que Satanás desejava que Jó fizesse (Jó 1.9). O Diabo acusou Jó de ter uma
fé interesseira, com base nas promessas de prosperidade em troca de sua
obediência. Se Jó tivesse seguido o conselho de Zofar, teria feito exatamente o
que o Inimigo queria.
3. A angústia de Jó.
Diante das insistentes acusações dos amigos e do
silêncio de Deus, Jó dá sinais de desânimo (cap.12 – 13). Ele manifesta de vez
toda a sua condição humana. O justo sofre!
Se Jó seguisse o conselho de Zofar estaria
assinando um termo de confissão. Assumindo algo que não havia feito. Ele sabia
de sua integridade e, por isso, não se sujeita a esse capricho do amigo. Isso o
lança num dilema angustiante. No capítulo 14, ele demonstra que sua esperança
está desvanecendo, comparando-se a uma flor que é cortada, uma sombra que
desaparece e um empregado que trabalha, mas que logo é dispensado. Qual o
sentido da vida nessas circunstâncias? Haveria esperança? Jó parece estar
desiludido. Até mesmo uma árvore quando tem seu tronco cortado volta a ter
brotos novamente, mas isso não acontecia com o homem. Nesse aspecto, o homem se
assemelhava mais a água que evapora ou que se infiltra na terra. Diante desse
quadro, Jó se pergunta: “Morrendo o homem, porventura, tornará a viver?” (Jó
14.14). Era a pergunta de um homem crente e piedoso, porém, angustiado, que não
tem medo de expressar sua verdadeira condição humana.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Zofar tenta uma espécie de purificação
moral de Jó, conclamando-o ao arrependimento ritualístico.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Exortação à humildade e ao
arrependimento (11.13-20). Zofar foi insensível até aqui, a ponto de ser
ríspido em seu tratamento com Jó. Mas ele não entregou os pontos em relação ao
seu antigo amigo como se fosse um caso perdido. Ainda existe a oportunidade de
Jó recuperar-se da sua terrível condição. Visto que ele está certo de que algum
pecado cometido por Jó é a raiz da sua condição e que o sofrimento de Jó
resulta desse pecado, a resposta é simples. Jó deveria estar aberto e
humilhar-se em relação ao seu mau procedimento. Isso exige reparação, inclusive
uma preparação apropriada do seu coração (13) para colocá-lo num relacionamento
correto com Deus. Estende as tuas mãos para ele subentende súplica em oração
para remover a iniquidade da sua vida e do seu lar (13-14). Quando isso for
feito, Jó estará apto a levantar o seu rosto sem mácula (15). Sua vida será
mais radiante e alegre do que antes. Todas as causas do medo serão removidas, e
em seu lugar haverá segurança e esperança em sua vida (17-19). Zofar pede para
ele olhar em volta. Muitos acariciarão o teu rosto (19) significa: ‘Muitos
procurarão o seu favor’ (NVI)” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl
C. (et al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de
Janeiro: CPAD, 2014, p.50).
III – DEUS JULGA E CASTIGA OS
PECADORES
1. O castigo dos maus.
O capítulo 20 contém o segundo discurso de Zofar.
Nele, Zofar lembra a Jó que a aparente prosperidade dos ímpios não passa de
ilusão e dura apenas um instante. Na verdade ele repete o que os seus outros
amigos já há muito vinham dizendo (Jó 20.5).
Os versículos 12 a 14 desse mesmo capítulo são usados
por Zofar para comparar o deleite do ímpio à uma comida envenenada. Ela pode
saciar, mas proporcionará uma digestão trágica (Jó 20.14). Dessa forma, tudo o
que o ímpio adquiriu de forma desonesta e pecaminosa terá que devolver e
restituir (Jó 20.18). Esse ímpio terá como adversário o próprio Deus, que o
julgará e punirá (Jó 20.27-29).
2. Jó diante de um paradoxo.
O capítulo 21 traz a resposta de Jó ao argumento de
Zofar. Para o patriarca a tese de Zofar de que os ímpios são sempre punidos era
contraditada pela experiência. Os ímpios poderiam sim ser punidos, mas isso nem
sempre parecia acontecer, conforme descrito: “Por que razão vivem os ímpios,
envelhecem, e ainda se esforçam em poder?” (Jó 21.7). Jó havia constatado que
os ímpios pareciam gozar de longevidade e prosperidade (Jó 21.8). Além de terem
vida longa, eles passavam seus dias em total regalia e morriam em total
felicidade, como podemos constatar neste versículo: “Passam eles os seus dias
em prosperidade e em paz descem à sepultura” (Jó 21.13 – ARA).
3. A verdade vem à tona.
A lei da retribuição não se aplica a todas as
esferas da existência humana nem explica os caminhos soberanos do Altíssimo,
pois Deus também “faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva
desça sobre justos e injustos” (Mt 5.45).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Zofar diz que todos os maus são punidos,
mas Jó apresenta um paradoxo: a experiência mostra que muitos deles são bem
sucedidos.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Após sua grande declaração de fé em
19.25-27, Jó consegue alcançar um grau marcante de serenidade. Mesmo depois das
conclusões mordazes do discurso de Zofar, ele não reage com o mesmo tipo de
tensão emocional que caracterizam seus discursos anteriores. Neste capítulo ele
começa a pensar mais claramente acerca das questões levantadas em vez de gastar
suas energias em erupções emocionais que descrevem seu sofrimento e frustração.
No ciclo de discursos, a preocupação de Jó era com o fato de sentir que Deus
havia se tornado seu inimigo. Em seguida, ele foi esmagado ao perceber que seus
amigos o desertaram, a ponto de se colocarem contra ele. Mas agora o discurso
de Zofar faz com que Jó assuma uma posição positiva em relação aos argumentos
dos seus amigos. Ele contradiz esses argumentos com evidência prática. Ele constata
que prosperidade e retidão não andavam invariavelmente juntas. Também fica
evidente pela observação da vida que a maldade nem sempre é castigada”
(CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et al). Comentário Bíblico
Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, p.64).
CONCLUSÃO
Vimos como Jó continua sua defesa contra
os argumentos de seus amigos, que insistem em acusá-lo de pecado. Ele está
convencido de que é inocente e que não cometeu nada que justifique tamanho
sofrimento. Os amigos de Jó, por desconhecerem as razões de seu sofrimento, o
acusam de forma impiedosa; e patriarca, por desconhecer a ação de Deus nesse
episódio, chega ao limite do desespero e desesperança. Todavia, como das outras
vezes, mesmo angustiado e não sabendo como Deus permite tudo isso, Jó não diz
palavras blasfematórias contra o seu Criador.
PARA REFLETIR
A respeito de “A Teologia de Zofar: O
Justo não Passa por Pribulação?”, responda:
• O que Zofar defende?
Zofar defende que o sofrimento de Jó
fazia parte de um sábio julgamento divino, pois, para ele, Deus demonstra
grande sabedoria em reprimir os maus.
• De quê Jó estava certo?
O patriarca estava certo de que havia uma
sabedoria do alto, que seus amigos desconheciam por completo, e, quando
revelada, ficaria ao seu lado (cf. cap.28).
• Quais os três passos que Zofar
enumera para que Jó supostamente se arrependesse e convertesse?
Ele enumera três passos para que isso
aconteça: conduta correta (v.13); oração (v.13) e renúncia ao pecado (11.14).
• Que sinais o patriarca Jó dá
diante das acusações dos amigos e do silêncio de Deus?
Diante das insistentes acusações dos
amigos e do silêncio de Deus, Jó dá sinais de desânimo (cap.12–13).
• O que Jó havia constatado em
relação aos ímpios?
Jó havia constatado que os ímpios
pareciam gozar de longevidade e prosperidade (Jó 21.8).
CONSULTE
Revista Digital Cristão Alerta - Você encontrará SUBSÍDIOS BÍBLICOS
para enriquecer a lição. Clique
Aqui