Classe: Adultos
Revista: Do professor - CPAD
Trimestre: 4° trimestre de 2020 |
Data da Aula: 11 de Outubro de 2020
TEXTO ÁUREO
“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e
este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.”(Jó 1.1)
VERDADE PRÁTICA
Quem zela por um caráter irrepreensível obtém
testemunho acerca de sua integridade.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jó 1.1
Um homem sincero, reto, temente a
Deus e desviava-se do mal
Terça - Jó 1.2
Um homem com uma família sólida
Quarta - Jó 1.3
Um homem materialmente próspero
Quinta - Jó 1.4
Um homem com uma família festiva
Sexta - Jó 1.5
Um homem de vida piedosa
Sábado - Jó 1.8
Um homem de caráter irrepreensível,
testemunhado pelo próprio Deus
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Jó 1.1-5
1 - Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era
Jó; e este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal.
2 - E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 - E era o seu gado sete mil ovelhas, e três mil
camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também
muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que
todos os do Oriente.
4 - E iam seus filhos e faziam banquetes em casa
de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas três irmãs a comerem e
beberem com eles.
5 - Sucedia, pois, que, tendo decorrido o turno de
dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de
madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia
Jó: Porventura, pecaram meus filhos e blasfemaram de Deus no seu coração. Assim
o fazia Jó continuamente.
HINOS SUGERIDOS: 61, 133, 236 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Demonstrar que Jó foi um homem rico, mas que,
diferente dos demais, tinha um caráter íntegro.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I- Mencionar que Jó procurou viver de forma íntegra e
justa;
II - Citar a prosperidade de Jó como consequência
do favor de Deus;
III- Destacar a piedade pessoal de Jó como modelo para os crentes.
INTERAGINDO COM O
PROFESSOR
É possível ser próspero e, ao mesmo
tempo, ter um caráter íntegro e piedoso? Esta pergunta faz sentido porque não é
pouco comum correlacionar o defeito de caráter de uma pessoa com o advento de
seu sucesso. O leitor da Bíblia Sagrada sabe do cuidado que as Escrituras
apontam para a relação humana com o dinheiro. Sim, a Palavra de Deus diz que o
"amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de males" (1 Tm 6.10).
Isso ocorre por causa do "apego", da "ambição" que o homem
desperta diante do dinheiro ou de algum bem material. Essa disposição pode
aniquilar a nossa integridade e piedade. Mas ao longo da lição, veremos um
modelo de integridade, prosperidade e piedade conjugado com o temor do Senhor.
Que o exemplo de Jó fale aos nossos corações.
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INTRODUÇÃO
O autor sagrado não elabora uma biografia de Jó,
mas traça um perfil que diz muito sobre esse gigante da fé. Jó foi um homem
diferente, não em natureza, pois ele era igual aos demais de sua época.
Todavia, foi, sem dúvida, distinto na espiritualidade. Ele foi um homem que não
apenas possuía bens materiais e uma família sólida, mas mantinha profunda
comunhão com Deus. Assim, nesta lição destacaremos alguns traços da vida e
espiritualidade de Jó.
PONTO CENTRAL
O temor do Senhor é a base de uma vida
reta e íntegra.
I – UM HOMEM DE CARÁTER
IRRETOCÁVEL
1. Íntegro (sincero) (v.1).
O caráter define o que uma pessoa é de verdade. Ela
é vista a partir dos valores que governam a sua vida interior. O “mau-caráter”
define uma pessoa que não merece confiança, que é desonesta e que, portanto,
não possui valores nobres. Jó não era um homem sem pecado, mas tinha um caráter
irretocável. Nesse sentido, os primeiros versículos do livro possuem vários
adjetivos que descrevem o seu caráter. No primeiro, o autor o apresenta como um
homem íntegro. A palavra “íntegro”, que traduz o hebraico tām, possui o sentido
de inocente, sem culpa. No grego, segundo a Septuaginta, a palavra alethinós
remete ao que é verdadeiro. Assim, podemos afirmar que Jó era sincero nas
intenções, afeições e diligente nos esforços para cumprir seus deveres para com
Deus e os homens.
2. Reto (v.1).
Ele também era um homem reto que, no hebraico
yāšār, tem um sentido de alguém justo, direito. Na Septuaginta, de acordo com o
grego amemptos, possui o sentido de irrepreensível. Portanto, o homem de Uz era
justo, reto, direito e se comportava de maneira irrepreensível.
3. Temente a Deus e desviava-se do mal (v.1).
Jó é descrito como alguém temente a Deus, que
desviava-se do mal. Estas palavras, de acordo com os termos relativos ao
hebraico, sur e yare, traduzem a ideia de alguém que prestava reverência a Deus
e evitava o mal. Já na Sepetuaginta, os termos relativos ao grego, theosebés e
apecho, trazem o sentido de alguém devotado ao culto e à adoração a Deus e que,
por isso, mantinha o mal sempre à distância.
As Escrituras mostram que, muito antes de Salomão,
Jó praticava o que o homem mais sábio do mundo, posteriormente, ensinaria:
“Teme ao SENHOR e aparta-te do mal” (Pv 3.7).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Jó era um homem íntegro, reto, temente a
Deus e desviava-se do mal.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Inicie o tópico fazendo uma reflexão
acerca do “temor do Senhor” e sua relação com uma vida sabiamente vivida. Fale
aos alunos que os livros de sabedoria do Antigo Testamento, como Provérbios, e
o próprio Livro de Jó, colocam o “temor do Senhor” como princípio primeiro para
uma vida de sabedoria. Para auxiliá-lo nessa reflexão, leve em conta o seguinte
fragmento textual: “Sabedoria e o temor do Senhor. [...] ‘O temor do Senhor’ é
central à literatura sapiencial, ocorrendo 14 vezes em Provérbios e várias
vezes em Jó. [...] Além de ser o ponto de partida ou início da sabedoria, o
temor do Senhor também é ‘o princípio primeiro e controlador’, ou ‘a essência e
o coração’ da sabedoria” (ZUCK, Roy B. Teologia do Antigo Testamento. Rio de
Janeiro: CPAD, 2018, p.287).
II – UM HOMEM SÁBIO E
PRÓSPERO
1. Um conselheiro sábio.
Há pessoas ricas que nem são sábias nem tampouco
prósperas. Possuem conhecimento, mas não entendimento; riquezas, mas não
prosperidade. Jó distingue-se nesse aspecto.
Ele foi um homem sábio, rico e próspero. A Bíblia
afirma que Jó era “maior do que todos os do Oriente” (Jó 1.3). “Maior” aqui não
pode ser entendido apenas como uma referência a bens materiais, mas também à
sua sabedoria. Estudiosos destacam que Jó era mais importante em sabedoria,
riqueza e piedade do que qualquer outra pessoa daquela região e ressaltam o
reconhecimento da sabedoria de Jó conforme se destacava a sabedoria dos
orientais expressa em provérbios, canções e histórias. Isso fazia dele um homem
proeminente, a quem as pessoas recorriam com frequência em busca de conselho e
orientação (Jó 29.21,22).
2. Um homem próspero.
O homem de Uz não era apenas rico, mas, sobretudo,
próspero. O texto sagrado destaca que, além de sua esposa, ele tinha sete
filhos e três filhas (v.2). Para os padrões da época, possuía uma família com o
formato ideal. Ele também era um fazendeiro bem sucedido. Em sua fazenda havia
sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, e quinhentas
jumentas; e tinha também muitíssima gente a seu serviço (v.3).
3. Uma prosperidade baseada no “ser”.
Jó, portanto, possuía um grande patrimônio e uma
bela família. Sua prosperidade se refletia na relação harmoniosa entre ele, sua
família, seus negócios e, sobretudo, Deus. Não era uma prosperidade
estabelecida somente no “ter”, mas, principalmente, no “ser”.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Jó era um homem conhecido por sua sabedoria e
prosperidade.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“As posses de Jó, incluindo seus filhos
[...] e filhas, são registradas para provar a retidão desse homem (2-3). O
ponto principal de discussão entre Jó e seus amigos vai ser o significado da
prosperidade material. Acreditava-se naquela época que a família e os rebanhos
eram bênçãos de Deus para uma pessoa reta. A riqueza de Jó significava que ele
desfrutava do favor de Deus de uma maneira excepcional. Os números usados
(sete, três e cinco), enumerando os filhos de Jó e seus rebanhos, são
expressões adicionais da sua integridade.
Cada filho tinha sua própria casa. As
filhas provavelmente moravam na casa do pai. Cada filho realizava uma festa, em
casa de cada um no seu dia (4). Não está claro aqui se esses banquetes eram
realizados no dia do aniversário de um deles ou, visto que havia sete filhos, o
autor estaria descrevendo uma vida tão ideal que os filhos de Jó estavam
frequentemente celebrando e se entretendo mutuamente em uma comunhão
harmoniosa. Em cada evento, a piedade de Jó é ilustrada pelo fato de que ele
sempre oferecia holocaustos (5) pelos seus filhos, se caso um deles pudesse ter
pecado inadvertida ou secretamente. Essa frase, e os santificava, ilustra um
uso comum no Antigo Testamento de santificação como um cerimonial de
consagração ou separação” (CHAPMAN, Milo L.; PURKISER, W. T.; WOLF, Earl C. (et
al). Comentário Bíblico Beacon: Jó a Cantares de Salomão. Rio de Janeiro: CPAD,
2014, p.25).
III – UM HOMEM DE
PROFUNDA PIEDADE PESSOAL
1. Um homem dedicado à família.
O primeiro capítulo de Jó diz: “Iam seus filhos e
faziam banquetes em casa de cada um no seu dia; e enviavam e convidavam as suas
três irmãs a comerem e beberem com eles” (1.4). O ambiente descrito aqui é de
uma família em harmonia que, de forma feliz, festejava a vida. De forma alguma
o texto sugere dissolução, bebedice ou licenciosidade nessas comemorações. Eram
confraternizações feitas no ambiente familiar.
2. Um homem de moral e piedade.
Jó foi um homem que possuia uma forte moralidade e
uma sólida espiritualidade. Além de seu caráter irretocável, o texto deixa
claro que ele tinha uma vida piedosa (Jó 1.5). Essa piedade está presente não
apenas nos primeiros capítulos, mas em todo o livro. Mesmo nos momentos de
desespero, como consequência de sua provação, ele sempre mantinha seus olhos em
Deus. Essa piedade era a causa da dedicação de Jó à família.
3. Um homem de vida consagrada.
A piedade de Jó está evidente no cuidado espiritual
que ele tinha com os filhos. Jó sempre orava por eles: “Sucedia, pois, que,
tendo decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os
santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o
número de todos eles; porque dizia Jó: Porventura, pecaram meus filhos e
blasfemaram de Deus no seu coração. Assim o fazia Jó continuamente.” (Jó 1.5).
Como sacerdote de seu lar, Jó cumpria o ritual do
culto em favor de sua família. O levantar cedo ou de madrugada, como expressão
idiomática do hebraico bíblico, é uma forma de enfatizar a piedade de Jó. Essa
devoção é demonstrada pela consagração vivida por ele. O texto diz que ele se
“santificava”. O vocábulo português “santificava” traduz o termo hebraico,
qadash, que possui o sentido de ser separado ou consagrado. Uma pessoa que é
consagrada é uma pessoa que ora, uma pessoa que ora é uma pessoa consagrada.
Portanto, à luz da vida de Jó, somos instados a viver uma vida consagrada
diante de Deus e dos homens.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Jó tinha uma vida dedicada à família e
devotada a Deus por meio de uma vida consagrada.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Jó não teve de isolar-se para tornar-se
piedoso. Foi justamente como pai de família, homem de negócios e membro de uma
sociedade politicamente organizada, que ele pontificou-se como o melhor ser
humano de seu tempo. Ninguém precisa isolar-se para tornar-se santo; santo nasce
exatamente em meios às tentações.
Todos os heróis da fé destacaram-se como
membros participativos da sociedade. O que dizer de Noé? Ou de Abraão, Isaque e
Jacó? Ou dos profetas? Isaías e Ezequiel eram casados. E o exemplo do próprio
Cristo? Ele não se afastou dos homens para redimi-los; Emanuel resgatou-nos
estando entre nós e fazendo-se como um de nós.
Enganam-se os que julgam ser a santidade
o produto de uma vida solitária. Santidade é serviço; é dedicação integral ao
Senhor Jesus; é desviar-se do mal e ter a parecença do Cordeiro de Deus”
(ANDRADE, Claudionor de. Jó: O Problema do Sofrimento do Justo e o seu
Propósito. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.37).
CONCLUSÃO
Destacamos três aspectos importantes acerca da vida
de Jó: caráter, prosperidade e piedade. Só compreenderemos devidamente a vida
desse gigante da fé do Antigo Testamento a partir dessa matriz.
É possível que alguém seja rico, mas não possua
caráter algum; da mesma forma é possível que alguém possua valores morais sem,
contudo, esboçar piedade alguma. Todavia, ninguém terá um caráter irretocável,
não apenas fragmentos ético-morais; prosperidade, não apenas posses; piedade,
não apenas religiosidade se não conhecer a Deus na intimidade. Jó era assim:
íntegro, reto, temente a Deus e se desviava do mal.
VOCABULÁRIO
Septuaginta: A primeira e mais
antiga tradução grega do texto hebraico do Antigo Testamento.
Afeições: Afeto, afeiçoamento.
PARA REFLETIR
A respeito de “Quem era Jó”, responda:
• O que podemos afirmar acerca de Jó?
Podemos afirmar que Jó era sincero nas intenções,
afeições e diligente nos esforços para cumprir seus deveres para com Deus e os
homens.
• Como Jó é descrito no primeiro versículo?
Jó é descrito como alguém temente a Deus, que
desviava-se do mal.
• O que fazia de Jó um homem proeminente a quem as
pessoas recorriam com frequência em busca de conselho e orientação?
O reconhecimento de sua sabedoria.
• Em que estava estabelecida a prosperidade de Jó?
A prosperidade de Jó não estava estabelecida
somente no “ter”, mas, principalmente, no “ser”.
• Do que o homem Jó foi possuidor?
Jó foi um homem possuidor de uma forte moralidade e
sólida espiritualidade.