💡 Ouvi dizer que as mãos não aguentariam o peso. Isso contradiz o
texto bíblico ou não?
O
relato dos Evangelhos não descreve com precisão o local dos cravos nas mãos ou
nos punhos de Jesus. Isso acontece porque o termo usado para “mão”, yad,
no Antigo Testamento hebraico e cheir, grego, que na Septuaginta e no
Novo Testamento tem significado amplo, além de “mão” e “braço” (Êx 4.2; Jr
38.12; Jo 20.25).
A FORMA DA CRUZ
Primeiro
é necessário identificar a forma da cruz em que o Senhor Jesus foi crucificado.
O termo grego stauros, usado no Novo Testamento para “cruz” pode ser uma
viga transversal apenas ou uma estaca, ou ainda os dois juntos, levando em
conta data, local e governo.
Nos
dias de Cristo existiam três tipos de cruz, a saber:
👉 cruz de Santo André, do
formato de um “X”;
👉 cruz
comissa, ou de Santo Antônio, da forma de um “T”, e
👉 a cruz immissa,
a mais familiar no simbolismo cristão.
O
livro De Cruce Libri Tres, escrito em latim por Justo Lipsio, publicado em
Antuérpia, em 1629, apresenta cerca de 15 ilustrações para mostrar as várias
formas de crucificação na antiguidade.
Plauto,
teatrólogo romano (254-184 a.C.), foi quem mais escreveu sobre a cruz e a
crucificação em Roma. Em sua peça, Miles Gloriosus, “O Soldado
Fanfarrão”, descreve o processo de crucificação aplicado pelos romanos. Ele faz
menção a duas peças de madeira, o stipes, tronco, estaca vertical,
fincada no solo e o patibulum, a viga transversal: “a ti, que hás de
morrer fora da porta, de mão estendida, depois de trazeres o patibulum”
(359, 360).
Essa
descrição de Plauto é confirmada, mais tarde, pelo apologista Justino, o Mártir
(100-165 d.C.). Ele compara a cruz com o cordeiro assado na instituição da
páscoa, Êxodo 12 (Diálogo com Trifão 40.3)., com a posição de Moisés de braços
estendidos, na guerra contra os amalequitas, Êxodo 17 (90.4) e, finalmente,
descreve a forma da cruz de Cristo: “Com efeito, uma haste da cruz se ergue
verticalmente e dela surge a parte superior, quando se ajustou a haste
transversal”.
Um
pesquisador francês, Rohault de Fleury, ajudou a esclarecer muita coisa sobre a
cruz em que Jesus foi crucificado. Ele fez viagens e consultas em obras
antigas, descrições e iconografias, o resultado de sua pesquisa foi publicado
em Paris, em 1870.
MADEIRA E MEDIDAS DA CRUZ
Segundo
ele, a madeira da cruz era uma espécie de pinheiro oriental e consistia numa
haste vertical e outra transversal. Sua altura era de 4,80m e a viga
transversal de 2,30m e as duas partes juntas pesavam cerca de 100 quilos (Mémoire
sur les Instruments de la Passion de N.-S. J.-C., p. 73). É considerado o
estudo mais completo sobre o assunto.
💢 A estaca, como querem as testemunhas de Jeová,
está completamente descartada. Resta agora saber como os cravos nas mãos podem
suportar peso do corpo.
Há
diversas explicações na obra de Justo Lipsio. Mas, uma tese recente apresentada
por um pesquisador de Israel é que os braços do Senhor Jesus teriam sido
colocados por trás da viga transversal. Nesse caso, o peso estaria apoiado nos
seus braços e não necessariamente nos punhos ou na palma das mãos. É uma
possibilidade, mas não é possível saber como exatamente tudo isso aconteceu,
contudo, nenhum cristão deve questionar o fato de que se trata de algo
perfeitamente exequível.
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Artigo:
Pr. Esequias Soares | Reverberação: Subsídios EBD
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