Trimestre: 4° de 2020 |Lições Bíblicas de Jovens, CPAD Compre
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TEXTO DO DIA:
"E enviou, e chamou a Baraque [...] e
disse-lhe: Porventura o SENHOR, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo: Vai, e
atrai gente ao monte de Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de
Naftali e dos filhos de Zebulom?" (Jz 4.6)
SÍNTESE:
Para o povo de Israel, a liberdade algumas
vezes veio por meio de oração, passos de fé, apoio mútuo e coragem.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Jz 4.1: Quando
o povo de Deus se esquece dEle
TERÇA - Jz 4.2: A
consequência do pecado dos hebreus
QUARTA - Jz 4.3: Na
aflição, o povo clama ao Senhor
QUINTA - Jz 4.15:
Deus cumpre com o que prometeu
SEXTA - Jz 4.9: Deus
pode usar quem Ele quiser
SÁBADO - Jz 5.3: Celebrando
a vitória
OBJETIVOS:
REFLETIR a
respeito da rebeldia de Israel no tempo dos juízes;
MOSTRAR que
Débora era uma mulher com dons e valores;
EXPLICAR a vitória
que Deus trouxe a Israel mediante o trabalho de Débora.
INTERAÇÃO
Prezado (a) professor (a), na lição deste domingo estudaremos a
respeito de Débora, uma mulher juíza e profetisa que fez a diferença em seu
tempo. Essa serva de Deus atuou em um
período difícil na história de Israel, pois depois da morte de Josué se levantou
uma outra geração que não conhecia ao Senhor (Jz 2.10). A falta do conhecimento
de Deus da nova geração levou o povo ao declínio moral e espiritual. Débora fez
a diferença em seu tempo e foi posteriormente lembrada como aquela que
reagrupou as tribos dispersas, levando o povo novamente para perto de Deus.
Texto bíblico
Juízes 4.
4-9
4 E
Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.
5 E
habitava debaixo das palmeiras de Débora, entre Ramá e Betel, nas montanhas de
Efraim; e os filhos de Israel subiam a ela a juízo.
6 E
enviou, e chamou a Baraque, filho de Abinoão, de Quedes de Naftali, e
disse-lhe: Porventura o SENHOR, Deus de Israel, não deu ordem, dizendo:Vai, e
atrai gente ao monte de Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de
Naftali e dos filhos de Zebulom?
7 E
atrairei a ti para o ribeiro de Quisom a Sísera, capitão do exército de Jabim,
com os seus carros e com a sua multidão, e o darei na tua mão.
8
Então, lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores
comigo, não irei.
9 E
disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra pelo caminho que
levas; pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera. E Débora se levantou
e partiu com Baraque para Quedes.
INTRODUÇÃO
Nessa lição, estudaremos os acontecimentos
narrados em Juízes 4, tendo como protagonistas a juíza e profetisa Débora, e um
homem chamado Baraque. Em seu tempo, eles presenciaram a opressão canaanita, e
foram desafiados a obedecer a Deus e libertarem Israel. É uma história que
trata de fé, dúvida, limitações, companheirismo e vitória. Lembremo-nos de que
tais fatos não se distanciam do nosso cotidiano, pois somos constantemente
desafiados a obedecer a Deus ajudando uns aos outros.
I - ISRAEL E A
VELHA REBELDIA EM UMA NOVA TERRA
1. Israel na Terra Prometida.
O livro dos Juízes é precedido de um contexto
histórico. Os filhos de Israel, que há algumas décadas sofriam no Egito como
escravos, viram a mão poderosa de Deus trazendo liberdade e a promessa de dias
melhores em uma terra que lhes seria dada. Receberam de Deus cidades que não
construíram, moravam em casas cheias de bens, bebiam água de poços que não
cavaram e usufruíram de plantações que sequer tinham semeado. Deus lhes daria
tudo, com a observação de que não poderiam se esquecer de dEle, do Senhor que
os tirou da terra do Egito (Dt 6.10-15).
As instruções eram diretas e simples. Eles
deveriam seguir os mandamentos do Senhor, praticarem a justiça uns para com os
outros e ensinar às gerações futuras o que Deus lhes fez presenciar. Mas entre
a perspectiva e a realidade existem diferenças. Em sua onisciência, Deus sabia
que os filhos de Israel se esqueceriam dos seus mandamentos; eles adorariam
outros deuses e fariam o que havia sido condenado pelo Senhor na lei de Moisés.
O povo de Israel entrou na Terra Prometida, mas não se guardou da influência
daquele ambiente, se deixando levar pelas mesmas práticas dos seus antigos
habitantes.
2. Os juízes de Israel.
A Palavra de Deus nos mostra que houve, na
história de Israel, pessoas que lideraram o povo com funções diferentes. Moisés
foi chamado por Deus para ser um libertador e legislador. Josué entrou como
povo na terra e lhes serviu como um general para as conquistas que se
seguiriam. Com a morte de Josué, Deus levantou juízes, pessoas responsáveis por
resolverem questões litigiosas. Somente após o período dos juízes veio a
monarquia, quando o povo de Israel pediu um rei, e Deus lhes concedeu que
fossem governados por monarcas.
No período que antecede a monarquia, como
vemos, havia os juízes. Estes agiam como magistrados, analisando os problemas e
julgando as questões que lhes eram trazidas. No livro dos juízes, eles também
foram responsáveis por livrarem Israel dos seus inimigos.
O profeta Samuel também foi um juiz: "E
Samuel julgou a Israel todos os dias da sua vida. E ia de ano em ano e rodeava
a Betel, e a Gilgal, e a Mispa; e julgava a Israel em todos aqueles lugares.
Porém voltava a Ramá, porque estava ali a sua casa, e ali julgava a Israel
[...]" (1Sm 7.15-17). Os juízes passaram a também trazer livramentos ao
povo de Israel.
3. Os dias de Débora.
Após a morte de Josué e de seus
contemporâneos, "outra geração após eles se levantou, que não conhecia ao
SENHOR, nem tampouco a obra que fizera a Israel" (Jz 2.10). Percebe-se que
não foi de um momento para outro a mudança que ocorreu no pensamento e nas
atitudes dos hebreus em relação às coisas de Deus. Cada geração precisa ter sua
própria experiência com Deus. A geração de Josué presenciou diversos milagres,
e mesmo assim teve atitudes de rebeldia para com o Eterno e com Moisés, o líder
que Deus escolheu. Se aquela geração agiu dessa forma, imagine o que deveria se
esperar da geração que se seguiria? Eles se esqueceriam de Deus, mesmo tendo
sido lembrados da Lei do Senhor e terem visto a promessa de Deus se cumprindo
em suas vidas. Milhares de pessoas morreram no deserto por desacreditarem da
fidelidade de Deus. E na geração após, Josué, o povo se esqueceu de Deus (Jz
2.12).
II - UMA MULHER
COM DONS E VALORES
1. Débora, a profetisa.
A Palavra de Deus descreve Débora como uma
mulher que profetizava e julgava a Israel. Mathew Henry comenta que o nome
"Lapidote", do esposo de Débora, significa lâmpada, e que rabinos
ensinam que Débora fabricava pavios para as lâmpadas do tabernáculo. O texto
não entra em detalhes a respeito do ministério de Débora como alguém que trazia
os oráculos de Deus para os israelitas, nem fala quantas profecias foram dadas
ao povo por ela. Entretanto, deixa claro que havia da parte de Deus uma
mensagem a Baraque, pessoa escolhida pelo Senhor para libertar a Israel.
Deus enviaria livramento aos filhos de
Israel, pois estes "clamaram ao SENHOR, porquanto Jabim tinha novecentos
carros de ferro e por vinte anos oprimia os filhos de Israel
violentamente" (Jz 4.3). Jabim era o rei de Canaã, e tinha ao seu serviço
um homem chamado Sísera. Pelo teor do texto, Jabim exercia sua opressão de
forma violenta contra os hebreus, e estes clamaram ao Senhor. É triste quando
uma pessoa se lembra de Deus somente nos momentos de aperto e dificuldades.
Israel, seguindo os padrões de Deus, tinha
garantida uma vida protegida pelo próprio Deus, mas preferiu seguir ciclos onde
era oprimido por suas desobediências.
2. Débora julgava a Israel.
Débora é descrita não apenas exercendo o
ministério profético em Israel, mas também julgando questões trazidas pelo
povo. É importante que haja pessoas com conhecimento e sabedoria para exercer
atividades como essa. Em uma coletividade, pessoas costumam ter desavenças, e
em muitos desses casos, é necessária a intervenção de uma pessoa com
autoridade, sabedoria, conhecimento e temor de Deus para fazer com que haja
ordem e que os desentendimentos não se tornem um fator que desestruture a paz
social. Observe o exemplo de Salomão que precisou julgar a causa de duas
mulheres que tiveram filhos. Em uma noite, uma das crianças morreu, e a mãe que
perdeu o filho trocou o corpo da criança morta pela criança viva. Ambas as
mulheres levaram o caso ao Rei, e esse julgou com sabedoria aquele problema. A
importância de se ter pessoas sábias tratando de dirimir conflitos é tão grande
que a Bíblia diz que "todo o Israel ouviu a sentença que dera o rei e
temeu ao rei, porque viram que havia nele a sabedoria de Deus, para fazer
justiça" (1 Rs 3.28).
Se por um lado temos o exemplo de um
julgamento bem feito, por outro lado, temos também na Bíblia um exemplo de um
grupo de pessoas que, mesmo estando na igreja, não conseguia se acertar em suas
relações sociais. A Primeira Carta de Paulo aos Coríntios mostra que alguns
irmãos daquela igreja chegaram a mover ações judiciais contra outros irmãos, e
isso, por si só, já é questionável, mas ainda tinha algo pior destacado por
Paulo: não haver na igreja pessoas que pudessem exercer juízo entre seus
irmãos. Paulo chegou a perguntar: "Não sabeis vós que havemos de julgar os
anjos?" (1 Co 6.3). A falta de pessoas com sabedoria e discernimento pode
custar caro para a igreja.
3. A mensagem a Baraque.
Deus havia escolhido Baraque para que o seu
povo fosse livre das mãos de Jabim. Mas ao que parece, Baraque sentiu-se aquém
da chamada de Deus. Lembremo-nos de que nos últimos vinte anos os hebreus eram
oprimidos, e os opressores tinham uma frota de 900 carros de combate, uma
estrutura bélica com que Israel não contava. Não há registros de que Baraque
fosse um combatente ou que tivesse experiência militar. De repente, esse homem
ouve uma profetisa orientando-o a que reúna homens de duas tribos e se dirijam
ao ribeiro de Quison, onde Sísera viria contra eles. Era uma situação que
provavelmente deixaria algumas pessoas assustadas. Mas Deus sempre sabe o que
faz.
III – A VITÓRIA
QUE DEUS TROUXE
1. Débora encoraja Baraque.
Diante da dúvida que Baraque teve, Débora se
prontificou a acompanhá-lo na batalha. A ressalva que a juíza fez se deu pelo
fato de que a vitória seria dada por Deus, mas que o homem que poderia ter sido
entregue nas mãos de Baraque seria morto por uma mulher. Talvez pelo fato de
tantos anos sendo dominados pelos cananeus, Baraque tivesse dúvidas sobre Deus
ir com ele naquela empreitada. Mesmo pedindo uma garantia de que Deus seria com
ele, Baraque reuniu os homens e obedeceu.
Pelo texto sagrado, entendemos que Baraque se
sentiu inseguro diante do desafio lançado por Deus. Apesar dessa insegurança,
ele foi ajudado a atender o chamado do Eterno para livrar Israel. E aqui cabe
mencionar o papel de Débora nesse processo de encorajamento. De certa forma,
ela pagou o preço de sua palavra profética, e creu tanto na palavra que Deus
deu a Baraque que foi com ele para a guerra. Ela estava disposta a ser usada
por Deus, trazendo as palavras dEle e ajudando pessoas a cumprir o que Deus
falou por seu intermédio. Que possamos motivar pessoas não apenas com nossas
palavras, mas também com nossas ações.
2. Deus dá vitória a Israel.
A batalha aconteceu e Baraque obedeceu ao
mandado de Deus, e a vitória lhe foi dada. De acordo com Flávio Josefo, Deus
fez chover granizo, de tal forma que os cananeus tiveram seu poder de fogo
reduzido, e foram derrotados pelos israelitas. Os carros de ferro de Sísera em
nada puderam ajudar, pois a tempestade transformou em lama o solo daquele
local, deixando os carros inoperantes. No fim, Deus trouxe a vitória ao seu
povo, como havia prometido. Somente Ele poderia tornar intransitável o solo
para os carros de ferro, transformando objetos que eram, em tese, uma vantagem
competitiva, em um embaraço ao avanço na guerra contra os hebreus.
3. O preço de se crer ou não no que Deus
disse.
Nem sempre as pessoas estão dispostas a crer
imediatamente no que Deus disse. Baraque teve dificuldades para acreditar que
Deus estaria com ele naquela empreitada, e pagou o preço de não ser o
responsável por trazer uma vitória completa a Israel. A vitória veio de Deus,
por meio de Baraque e de Jael. O grande inimigo dos israelitas tombou numa
tenda particular, e não no campo de batalha.
Há formas adequadas de pedir a presença de
Deus em certas empreitadas. No caso de Baraque, houve um condicionamento na
obediência. Se a profetisa fosse com ele, então ele iria à guerra (Jz 4.8).
Ambos foram à guerra, e Deus lhes deu a vitória.
SUBSÍDIO
"Débora
Os líderes sábios são raros. Eles realizam grandes coisas, sem
envolvimento direto, porque sabem como operar por meio de outras pessoas. Eles
conseguem ver o quadro completo, que frequentemente escapa à observação dos que
estão diretamente envolvidos. Por isso são bons mediadores, conselheiros e
planejadores. Débora se encaixa completamente nesta descrição. Ela tinha todas
essas qualidades de líder, e tinha um relacionamento notável com Deus. O
discernimento e a confiança que Deus deu a esta mulher a colocaram em uma
posição singular no Antigo Testamento. Débora está entre as mulheres notáveis
da história. Sua vida mostra que ela não era sedenta por poder. Ela queria
servir a Deus. Sempre que o louvor vinha em seu caminho, ela atribuía o crédito
a Deus. Ela não negou nem resistiu sua posição na cultura, como mulher e
esposa, mas nunca permitiu que isso a atrapalhasse. Sua história mostra que
Deus pode realizar grandes coisas por intermédio de pessoas que estejam
dispostas a permitir que Ele as guie" (Bíblia de Estudo Cronológica
Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p. 389).
CONCLUSÃO
Ser usado por Deus em palavras é tão
importante quanto ser usado em ações. Débora se destacou no livro dos Juízes
por ser mais do que uma profetisa. Ela creu tanto no que Deus disse por seu
intermédio que foi à batalha com Baraque. Ela entendeu que a sua presença seria
um fator de incentivo ao homem que Deus havia escolhido para libertar Israel.
Não basta ter conosco somente a Palavra de Deus, é preciso dar mostras de que
confiamos em Deus para agir em seu nome com outras pessoas.
HORA DA REVISÃO
1. Quem eram os juízes levantados pelo
Senhor?
Pessoas responsáveis por resolver questões
litigiosas.
2. Depois dos juízes, qual período se iniciou
na história de Israel?
O período monárquico.
3. Qual o nome do esposo de Débora?
Lapidote.
4. Qual a função que Débora exerceu em
Israel?
Ela era juíza e profetisa.
5. Quem Deus escolheu para libertar o seu
povo das mãos de Jabim?
Baraque.
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
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