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Os registros bíblicos de Lucas 7, Mateus 26, Marcos 14 e João 12
falam da mesma mulher?
Em
Mateus 26.6-13, Marcos 14.3-9 e João 12.1-3, a protagonista é Maria, a “que
escolheu a boa parte”, irmã de Marta e Lázaro, da aldeia de Betânia.
Mateus
e Marcos situam a história em Betânia, na casa de Simão, o leproso.
João diz que foi em Betânia, fala da presença de Marta e Lázaro, e declina o
nome da ofertante: “Então Maria, tomando uma libra de bálsamo...” (v.23). E no
capítulo 11, enfatiza: “Esta Maria, cujo irmão Lázaro estava enfermo, era a
mesma que ungiu com bálsamo o Senhor...” (v.2).
Os
três evangelistas falam da murmuração dos que julgaram desperdício
a oferenda, bem como da defesa de Jesus a Maria. Tanto Mateus quanto Marcos
mencionam a promessa de que o gesto será contado onde o Evangelho for pregado.
Conquanto
as semelhanças sejam abundantes, percebemos duas variegações nas três
narrativas sobre Maria: Em Mateus e Marcos, o perfume é derramado sobre a
cabeça de Jesus; em João, sobre os pés. Em Marcos, o alabastro é quebrado; nos
outros dois evangelhos, a mulher apenas despeja-lhe o conteúdo. Tais diferenças
têm levado alguns a imaginar que Maria ungiu o Senhor duas vezes. O mais
provável, porém, é que essas variações sejam o resultado de haverem os
evangelistas se baseado em fontes diversas para os seus registros. Longe de ser
um problema, isto comprova que não houve tentativa de se forjar uma história.
Cada um buscou apenas transmitir o Evangelho de Cristo.
Em
Lucas 7.36-50, outra mulher traz seu perfume em vaso de alabastro e
despeja-o nos pés do Senhor, enquanto ele está à mesa, na casa de certo Simão.
As semelhanças param aí.
Esse
Simão é distinguido pelo adjetivo “fariseu”, em vez de “leproso”. As
murmurações que se levantam ao gesto dessa adoradora não têm a ver com o valor
material da oferta, mas com o seu estilo de vida. Não são expressas, mas
percebidas por Jesus no coração do dono da casa. A mulher fora, possivelmente,
uma prostituta; e o anfitrião, desconhecendo-lhe a conversão, duvidou de que
Jesus fosse um profeta, ou saberia que espécie de mulher era aquela. Nesse
episódio, Jesus não se ocupou de defender o gesto da mulher, mas de
confirmar-lhe o perdão, a fé e a salvação.
Não
há como confundir as mulheres. Até a adoração, expressa de modo semelhante,
teve motivação diversa. Jesus, que sonda os corações, fez a distinção. De Maria,
afirmou; “Antecipou-se a ungir o meu corpo para a sepultura”. Sempre ao pé do
Mestre, ela percebera a crise enfrentada por ele. A iminência da cruz, o lado
humano de Cristo clamava por consolo. Tal compreensão moveu a discípula ao
gesto de amor.
Da
pecadora, o Senhor esclareceu: “Perdoado lhe são os seus muitos pecados [...]
Aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.” A mulher transbordava de amor por
Aquele que lhe perdoara a dívida para com Deus e purificara-a de todo pecado. O
amor levou-a a ungir-lhe os pés.
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Artigo: Marta
Doreto | Reverberação: Subsídios Dominical
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