Lições Bíblicas Jovens e Adultos – 1° trimestre
de 2003, CPAD. Comentarista: Pr. Claudionor de Andrade | 5 de janeiro de 2003
Texto
Áureo
“Observaste
tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem sincero,
e reto, e temente a Deus, e desviando-se do mal” (Jó 1.8).
VERDADE
PRÁTICA
Para
quem ama e serve fielmente a Deus, o sofrimento não é propriamente um problema;
é uma solução: leva-nos a uma comunhão mais perfeita com o Todo-Poderoso.
Leitura Bíblia em
Classe
Livro de
Jó 1.1-5
LEITURA
DIÁRIA
Segunda
- Jó 1.1:
O homem que se destacou por sua piedade
Terça
- Ez 14.14:
Um dos homens mais santos de todos os tempos
Quarta
- Ez 14.20:
Um homem justo
Quinta
- Tg 5.11:
Um homem paciente
Sexta
- Jó 42.9:
Um homem aceitável diante de Deus
Sábado
- Jó 48.10:
Um homem de oração
INTRODUÇÃO
Através
das experiências de Jó, estaremos enfocando, neste trimestre, a problemática do
sofrimento do justo. Trata-se de um tema aparentemente difícil em decorrência
de suas implicações teológicas e filosóficas. No entanto, haveremos de
constatar que o crente fiel, até mesmo no cadinho da provação, reúne forças
para regozijar-se em Deus. No ardor de sua angústia, professa Jó: “Porque eu
sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra” (Jó
19.25).
Se
você está passando pelo crisol divino, não se desespere. Desta crise, sairá um
ouro mais refinado e precioso. Deus sabe como trabalhai as aflições de seus
filhos. Por meio destas, vai Ele nos apurando, enquanto, de maneira
inexplicável, demonstra-nos todo o seu amor Sim, o Amoroso Pai quer cinzelar cada
um dos nossos sentimentos para adequar-nos aos seus planos e propósitos.
Acompanhe,
passo a passo, as angústias e regozijos do homem que foi testado além da
resistência meramente humana. Que o crente fiel terá provações e lutas nesta
vida não o podemos negar; é fato declarado e constatado nas Escrituras. Crente
sem cruz não é discípulo de Jesus.
I. QUEM
ERA JÓ
Jó
foi considerado pelo próprio Deus como um dos três homens mais piedosos de
todos os tempos (Ez 14.14). Não é sem razão que, em hebraico, encerre o seu
nome um significado tão amoroso: Voltado para Deus!
1.
A historicidade de Jó.
Dois
autores sagrados comprovam-lhe a historicidade: Ezequiel e Tiago (Ez 14.20; Tg
5.11). Laboram em grave erro, portanto, os teólogos liberais que dizem não
passar o patriarca de uma mera ficção literária. As evidências bíblicas e
históricas atestam ter existido, de fato, o homem que se tornou conhecido,
universalmente, como o mais perfeito sinônimo de paciência.
Além
das passagens supracitadas, que afiançam o fato de ser Jó um personagem
histórico e real, temos o testemunho do próprio Deus. Testemunho este, aliás,
dado em primeira mão ao mesmo demônio (Jó 1.8). Por outro lado, não podemos
confundir os personagens do Livro de Jó com os homônimos que aparecem em
algumas genealogias bíblicas. Há também os que supõem ter sido Jó procedente da
tribo de Issacar (Gn 46.13).
2.
Sua terra natal.
Localizada
no Norte da Arábia, a terra de Uz ficava na confluência de várias rotas
importantes. E isso facilitou tanto as incursões dos sabeus e caldeus às
propriedades de Jó, como o rápido deslocamento de seus amigos quando “combinaram
ir juntamente condoer-se dele e consolá-lo” (Jó 2.11). Embora proviessem Zofar,
Bildade e Elifaz de diferentes lugares, não tiveram dificuldades em chegar a
Uz.
3.
A época em que viveu.
Jó
viveu num tempo em que a longevidade humana era ainda prevalecente. Depois de
todas as suas tribulações, teve o patriarca uma sobrevida de 140 anos (Jó
42.16). Infere-se, pois, haja sido de aproximadamente 200 anos a sua idade ao
falecer.
Como
o livro não faz qualquer menção aos pais da nação israelita nem à destruição de
Sodoma e Gomorra, depreende-se tenha Jó vivido numa época anterior à do
patriarca Abraão, entre os séculos XXV a XXIII antes de Cristo. Por
conseguinte, Jó nasceu depois do dilúvio, do qual faz referência (Jó 22.16), e
antes dos primeiros ancestrais do povo judeu.
4.
A teologia de Jó.
A
teologia de Jó é de uma singular e impressionante sublimidade. O patriarca
acreditava firmemente em:
a)
O Deus Único e Verdadeiro a quem, por 31 vezes, chama de Todo-Poderoso (Jó
5.17).
b)
A soberania divina (Jó 1.21; 42.2).
c)
O glorioso advento do Cristo: “Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por
fim se levantará sobre a terra” (Jó 19.25).
d)
Justificação pela fé. Este postulado acha-se implícito na pergunta: “Como se
justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9.2).
Profundamente
reflexivo, Jó foi um teólogo de raríssimos pendores; buscava sempre
aprofundar-se no conhecimento divino. O seu livro traz ensinos dos mais
profundos sobre a vida cristã em geral.
II. A
PROSPERIDADE DE JÓ
De
uma feita, afirmou o Senhor Jesus ser mais fácil a um camelo passar pelo buraco
de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus (Mt 19.24). Por este
orifício, contudo, passou Jó com todos os seus rebanhos, manadas e cáfilas; sua
confiança não se encontrava nos bens materiais; centrava-se no Deus que criou
tanto o material quanto o imaterial (Jó 31.24).
O
patriarca desfrutava ainda de um status digno de um príncipe. Não obstante,
perseverava em sua integridade; jamais se deixou seduzir quer pela riqueza,
quer pela fama, quer pelo poder; era um homem comprovadamente fiel a Deus.
1.
Sua proverbial riqueza.
Assim
a Bíblia sumaria as riquezas de Jó: “E era o seu gado sete mil ovelhas, e três
mil camelos, e quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também
muitíssima a gente ao seu serviço, de maneira que este homem era maior do que
todos os do Oriente” (Jó 1.3).
2.
Seu status social.
O
ilibado caráter de Jó, aliado à sua proverbial riqueza, guindaram-no a uma alta
posição social. Embora não fosse rei, era ele tratado como nobre (Jó 29.8). Seu
elevado padrão de vida espiritual era conhecido em toda aquela região.
III. O
TESTEMUNHO DE DEUS A RESPEITO DE JÓ
Jó
certamente não era perfeito. Deus, porém, via-o como o mais singular dos
mortais: “Ninguém há na terra semelhante a ele” (Jó 1.8). A quem presta o
Senhor semelhante testemunho? Ao adversário que tudo faz por caluniar-nos e nos
comprometer a reputação (Ap 12.10). O depoimento divino, contudo, é
incontestável. Se Deus é por nós, quem será contra nós (Rm 8.31). Jó tinha um
caráter notabilíssimo; sobressaía entre todos os seus contemporâneos.
1.
Um homem sincero.
Este
é o significado etimológico da palavra sincero: sem cera. Remete-nos este
vocábulo à Antiga Roma, onde os atores entravam em cena trazendo máscaras de
cera.
O
homem sincero, por conseguinte, não é dissimulado nem vive a representai algo
que não é. Jó não era um mero ator; era um autêntico homem de Deus (1 Tm 6.11).
2.
Reto.
Era
o patriarca um homem justo, imparcial e direito. Não se deixava comprar pelos
poderosos, nem se vendia aos ricos. Sua justiça era notória tanto diante de
Deus quanto diante- dos homens (Gn 6.9).
3.
Temente a Deus.
A
sinceridade e a retidão de Jó advinham do fato de ele temer ao Senhor. Não
somente acreditava na existência de Deus, como tremia ante a sua verdade e
santidade. Sabia o patriarca estar o Todo-Poderoso atento a todas as ações dos
filhos de Adão (Ne 7.2).
4.
Que se desvia do mal.
Jó
não se limitava a fugir do pecado; fugia da tentação, pois esta induz o homem à
iniquidade e à morte (Tg 1.13,14). Embora não houvesse ainda qualquer
mandamento escrito, tinha o patriarca em seu coração as leis, os mandamentos e
os estatutos do Senhor (Rm 2.14).
Você
é uma pessoa sincera, reta, temente a Deus e desvia-se do mal? Ou já se
conformou com este mundo? (Rm 12.1,2).
IV. UM PAI
DE FAMÍLIA EXEMPLAR
Jó
era um homem que se preocupava com o bem-estar espiritual de seu lar. Todas as
vezes que seus filhos reuniam-se para se banquetearem, levantava-se ele, de
madrugava, para interceder e fazer sacrifícios por eles diante de Deus. Temia
que seus sete filhos e três filhas, seduzidos já pelo vinho, ou já embaídos
pela euforia dos festins, viessem a blasfemar do Todo-Poderoso (Jó 1.5).
Desgraçadamente,
muitos são os pais cristãos que já não se preocupam com os seus filhos. Alguns
até fingem ignorar o comportamento abominável, infame e criminoso destes (1 Sm
2.22).
Como
estão os seus filhos? Sabe você onde eles se encontram neste momento?
Prostituindo-se? Optando pelo homossexualismo? Drogando-se? Ou roubando para
sustentar os vícios que eles pouco a pouco vão adquirindo com a sua conivência?
E as festas que fazem? Você lhes impõe limites? (1 Tm 5.8). Interceda por eles.
Não espere mais. Levante-se de madrugada; rogue a Deus por todos os seus
filhos, nominalmente. Ainda há esperança! (Lm 2.19).
CONCLUSÃO
Todos
davam um excelente testemunho de Jó. Até o próprio Deus tinha-o na conta de um
homem singular e único em toda aquela geração. Mas, de nós, que estarão dizendo
nossos contemporâneos? E os pósteros? Que dirão de nós? Somos, de fato, um
modelo de fé? Um paradigma de piedade? Um exemplo de boas obras? Ou já não podemos
ser considerados uma referência moral para este mundo que jaz no maligno?
Exige
Deus sejam todos os seus filhos um exemplo único de piedade. Caso contrário:
não poderemos ser contados entre os seguidores de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Portanto, que todos nos vejam o testemunho, e glorifiquem ao Pai Celeste. Menos
que isto é inaceitável.
Questionário
da lição
1. Quem era Jó?
2. Em que período ele viveu?
3. Como era o seu testemunho pessoal?
4. O que disse o Senhor Deus de Jó?
5. De que maneira agia ele em relação a seus
filhos?
***