Texto Áureo
“Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em
união!” (SI 133.1)
VERDADE PRÁTICA
A união é uma força indispensável para a Igreja. É
um testemunho diante do mundo e um estímulo para o crescimento da obra de Deus.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - SI 133: A
desunião expulsa as bênçãos da Igreja
Terça - Ef 4.15,16:
A desunião impede o crescimento
Quarta - Jo
17.20-26: União, o caminho para a comunhão e o amor
Quinta - At 5.13-16:
A união engrandece a Igreja
Sexta - Ne 4.19-23:
A união é uma grande força
Sábado - Ef 4.1-16:
O Espírito Santo opera a união perfeita
🔍 Veja essas lições:
Lição 5
– Zorobabel recomeça a construção do Templo
Lição 6 – Neemias reconstrói
os muros de Jerusalém
Lição 7 – O povo de Deus deve
separar-se do Mal
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Neemias
5.1,6-12
1 - Foi, porém, grande o clamor do povo e de suas
mulheres contra os judeus, seus irmãos.
6 - Ouvindo eu, pois, o seu clamor e essas
palavras, muito me enfadei.
7 - E considerei comigo mesmo no meu coração;
depois, pelejei com os nobres e com os magistrados e disse-lhes: Usura tomais
cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles um grande ajuntamento.
8 - E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos
irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez
venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós? Então, se calaram e não
acharam que responder.
9 - Disse mais: Não é bom o que fazeis: Porventura,
não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos gentios, os
nossos inimigos?
10 - Também eu, meus irmãos e meus moços, a juro,
lhes temos dado dinheiro e trigo. Deixemos este ganho.
11 - Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras,
as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também o centésimo do
dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.
12 - Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada
procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os
fiz jurar que fariam conforme esta palavra.
HINOS SUGERIDOS: 50, 145, 426 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Destacar que a união é indispensável para o
crescimento e sustentabilidade da obra de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I - Explicar que a união caracterizada no período pós-exílio serve de referência para
a Igreja;
II - Expor a injustiça social que ameaçava a união dos judeus nos tempos de
Neemias;
III - Mostrar as medidas adotadas por Neemias para manter o povo unido em só
propósito.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Egressos do exílio babilônico os judeus pensavam
que encontrariam uma terra que manava leite e mel. Entretanto, eis que se
depararam com uma terra prestes a devorá-los. Como se não bastasse as
dificuldades decorrentes da relação complexa com os povos vizinhos, havia
também muitas injustiças sociais e desordens que levavam o povo a um nível de
desunião e hostilidade. Neemias foi usado por Deus para levar os judeus a
manterem-se unidos em um só propósito. Semelhantemente, a Igreja nestes últimos
dias precisa de ministros que conduzam o rebanho do Senhor à união e
uniformidade para que a obra de Deus seja edificada e muitas vidas possam ser
salvas.
INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição um conflito que surgiu entre
diferentes classes sociais, e como o problema foi solucionado.
PONTO CENTRAL
Cristo derrubou o muro da separação que havia entre gentios e
judeus, tornando-os uma verdadeira “Família de Deus”.
I – A UNIÃO CARACTERIZAVA OS JUDEUS LIBERTOS DO
CATIVEIRO
1. Qual era a base desta união?
a. Todos eram do mesmo povo, e confessavam a sua fé
no único Deus verdadeiro. O altar havia sido renovado, o Templo levantado, e o
culto a Deus restaurado, conforme os ritos da lei.
b. Todos haviam experimentado o despertamento que
se havia iniciado pelo rei Ciro. Todos haviam cooperado ativamente para a
restauração da cidade de Jerusalém.
2. Esta união entre os judeus simboliza a união que
deve haver na Igreja de Deus (Gl 6.16).
Também na Igreja há muitas coisas unificantes.
Todos experimentaram o novo nascimento. Todos que nasceram de novo amam aos que
são nascidos por Ele – Jesus. Todos na Igreja são aproximados uns dos outros,
porque Cristo derrubou o muro da separação que havia entre gentios e judeus,
tornando-os uma verdadeira “Família de Deus” (Ef 2.12-19). Esta união não se
baseia em nacionalidade, nível social ou cultural, mas todos são UM EM CRISTO
(GI 3.28). No meio da Igreja opera o Espírito Santo, o qual faz com que todos
se tornem um coração e uma alma (At 4.32). Quando a Igreja vive cheia do
Espírito Santo, a união funciona em sua plenitude, e, então, ela se torna uma
antessala do céu. Consideremos algumas bênçãos decorrentes da união:
a. Os crentes sentem apoio espiritual para a sua
vida.
Muitos crentes vivem cercados de pessoas que são
contrárias à sua fé. São alvos de críticas e de isolamento, seja no trabalho,
na escola ou na família. Que riqueza então é chegar à igreja e encontrar o
ambiente fraternal e a união que predomina entre os irmãos! Ouçamos o que diz o
salmista: “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união...” (SI 133.1).
b. Na igreja levamos as cargas uns dos outros (GI
6.2).
Existem cargas que cada um tem de levar sozinho (GI
6.5). Mas existem também cargas em que podemos ajudar uns aos outros. Que
bênção na hora de aperto, saber que a igreja pode ajudar em oração!
c. A união nos faz fortes.
Uma ovelha sozinha é facilmente arrebatada, mas
quando está com o rebanho é protegida. Uma pedra sozinha, pode ser levada ou jogada, porém, quando estiver edificada
dentro do muro, é mais difícil tirá-la (1 Pe 2.4,5).
d. Uma igreja que vive em união, tem um testemunho
maravilhoso.
Jesus disse que através dessa união o mundo
conheceria que Ele foi enviado por Deus (Jo 17.21,23; 13.35). Pela união o
mundo conhecerá também os verdadeiros discípulos de Jesus (Jo 13.35).
3. Esta união é uma verdadeira força.
Foi por causa da união que os judeus, numericamente
inferiores aos seus inimigos, conseguiram construir o Templo, e também os muros
da cidade. Esta união é também o segredo da vitória da Igreja. O santo óleo
desce da cabeça do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e os crentes vivem em união (SI
133.1,2). Jesus disse: “Eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam
UM” (Jo 17.22). Sejamos, pois, UM; assim como o Pai, o Filho e o Espírito Santo
são UM (1 Jo 5.7). O autor de Eclesiastes já dizia: “O cordão de três dobras
não se quebra tão depressa” (Ec 4.12).
SÍNTESE DO TÓPICO I
O mistério da Igreja de Cristo formada pela união entre judeus e
gentios estivera em oculto desde a eternidade.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Para introduzir esta lição é importante
que você conceitue bem biblicamente a palavra “comunhão” e amplie o seu
conceito. Para lhe auxiliar nessa tarefa, juntamente com o conceito presente na
lição, leve em conta o seguinte fragmento textual:
“Koinõnia, tendo em comum (koinos),
sociedade, companheirismo’, denota:
a) a parte que alguém tem em algo,
participação, companheirismo reconhecido e desfrutado. É, assim, usado acerca: das experiências e interesses comuns
dos cristãos (At 2.42; Gl 2.9); da participação no conhecimento do Filho de
Deus (1 Co 1.9); do compartilhamento na realização dos efeitos do sangue (ou
seja, da morte) de Jesus e do corpo de Jesus, conforme é exposto pelos emblemas
da Ceia do Senhor (1 Co 10.16); da participação no que é derivado do Espírito
Santo (2 Co 13.13; Fp 2.1); da participação nos sofrimentos de Cristo (Fp
3.10); do compartilhamento na vida da ressurreição possuída em Cristo e, por
conseguinte, do companheirismo com o Pai e o Filho (1 Jo 1.3,6,7);
negativamente, da impossibilidade de ‘comunhão’ entre a luz e as trevas (2 Co
6.14);
b) companheirismo manifesto em atos, os
efeitos práticos do companheirismo com Deus, realizado pelo Espírito Santo na
vida dos crentes em resultado da fé (Fm 6), e encontrando expressão no ministério em comum com os necessitados (Rm 15.26; 2 Co
8.4; 9.13; Hb 13.16) e na proclamação do Evangelho pelos dons (Fp 1.5)” (Dicionário
Vine. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p.485).
II – A UNIÃO ENTRE OS JUDEUS ESTAVA AMEAÇADA
1. Qual era a ameaça?
Tratava-se de uma grande injustiça social.
Financeiramente, a vida dos que voltaram da Babilônia era bem difícil. Muitos
eram obrigados a tomar dinheiro emprestado, não só para seu sustento, como
também para pagar o imposto do governo. Tomavam emprestado dos seus irmãos mais
ricos, os quais cobravam juros altos, até mesmo com usura. Quando os mais
pobres não conseguiam pagar os empréstimos tomados, os irmãos mais ricos
executavam as dívidas, tomando as casas, as terras, e até mesmo os filhos e as
filhas dos devedores (Ne 5.1-5). Isto foi causa de grande clamor entre os
Judeus. Este assunto chegou ao conhecimento de Neemias, o qual ficou muito
enfadado (Ne 5.6).
2. Como se explica esta grande injustiça?
a. Em primeiro lugar era uma expressão de FALTA DE AMOR dos mais ricos para com os mais
pobres. Desta forma os mais ricos pecavam contra seus irmãos mais pobres, não
lhes dando o devido valor. A Bíblia diz que cada um deve considerar “os outros
superiores a si mesmo” (Fp 2.3), e que devemos suportar “uns aos outros em
amor” (Ef 4.2). Por falta de amor, os ricos chegaram a cobrar juros com usura,
coisa proibida na lei (Lv 22.36; Êx 22.25). O assunto é muito sério, porque a
Bíblia diz que quem peca contra o irmão, peca contra Cristo (1 Co 8.12).
b. A atitude dos ricos era uma expressão de DUREZA CONTRA SEUS IRMÃOS. Eles queriam ficar
ainda mais ricos às custas da miséria de seus irmãos mais pobres. Não lhes
importava o choro de seus irmãos (Ne 5.1). “A opressão faz endoidecer até o
sábio” (Ec 7.7).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A injustiça social era uma expressão da falta de amor dos mais
ricos para com os mais pobres.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Pobrezas (5.1-4). Tanto as condições de
seca como altas taxas produziu um grande aperto na agricultura. A avareza dos
ricos, que emprestavam dinheiro às famílias desesperadas a juros altos e então
hipotecavam as suas propriedades, foi a principal causa da tremenda dificuldade
em que muitos se acharam. Hoje, há muitas razões para a pobreza. Porém, a
avareza permanece como causa mais comum.
Tributos (5.4). O rei persa cobrava cerca
de 20 milhões, em ouro, de dáricos (uma moeda persa), anualmente, em
taxas. O pagamento era exigido em moedas de ouro ou prata que eram derretidas e
armazenadas em lingotes. Quando Alexandre, o Grande tomou Susã, onde Neemias
havia servido Artaxerxes, encontrou cerca de 270 toneladas de ouro e 1.200
toneladas de prata! A política privou o reino do seu dinheiro, criou a
inflação, e foi, em parte, responsável pela aflição econômica da Judeia.
Usura (5.7). A palavra hebraica massa,
aparece somente em Neemias. Significa impor uma sobrecarga. O Antigo Testamento
proíbe cobrar juros em empréstimos aos vizinhos pobres (Êx 22.25-27; Lv
25.35-37; Dt 23.19,20; 24.10-13). Essas condições estavam sendo violadas” (RICHARDS,
Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.317).
III – NEEMIAS SOLUCIONOU O PROBLEMA
1. Neemias convocou um grande ajuntamento (Ne 5.8).
Reuniu o povo e lembrou a todos que os irmãos mais
pobres estavam sendo literalmente escravizados. Confrontou-os com sua
injustiça, perguntando-lhes: “Vender-se-iam a nós? Então se calaram e não
acharam o que responder” (Ne 5.8).
2. Neemias fez uma proposta conciliadora.
“Deixemos este ganho!” Restituí-lhes hoje!” (Ne
5.10,11). Neemias Inclui-se na proposta. Ele e seus auxiliares haviam
emprestado a juro (notem bem, a juro, mas não com usura!), e Neemias estava
disposto a não receber os juros (Ne 5.10).
3. A proposta de Neemias foi acatada.
“Restituir-lho-emos, e nada procuraremos deles; faremos
assim como dizes” (Ne 5.12). Neemias fez com que jurassem diante dos sacerdotes
que assim fariam (Ne 5.12). Um ato simbólico de Neemias confirmou aquele
juramento solene (Ne 5.13).
SÍNTESE DO TÓPICO III
A convocação de Neemias para a conciliação.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Porque, assim como o corpo é um e tem
muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é
Cristo também (1 Co 12.12)’.
A frase ‘assim é... também (houtos
kai) nos alerta para o que é talvez a primeira metáfora do Novo
Testamento com a intenção de nos ajudar a entender a natureza da igreja. Em
Romanos, Paulo ensinou que pela fé o crente une-se a Jesus em uma união
indissolúvel. Agora, ele ensina que aqueles que estão unidos a Cristo também
estão unidos entre si, num relacionamento orgânico, como aquele que existe
entre os membros e órgãos do corpo.
Essa imagem transmite inúmeras
realidades. Não podemos ser cristãos isolados dos outros, devemos funcionar
junto com eles. Não podemos cumprir nossa missão na vida separados da igreja, e
devemos estar suficientemente próximos para exercer nossos dons através do amor
e do serviço. Não podemos permitir discussões e divisões em nossas
congregações, e devemos estar unidos por um compromisso comum, não só com
Jesus, mas também entre nós” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p.348).
IV – A PAZ VOLTOU A REINAR ENTRE OS JUDEUS
1. Surgindo um problema entre os irmãos, deve logo
ser tratado com muita diligência. Quando um
líder do povo for ignorante, desinteressado ou negligente, o resultado poderá
vir a ser uma contaminação grave.
Faz parte das atribuições do ministro manter a boa
ordem na igreja. Ele deve enfrentar os problemas com humildade, imparcialidade,
e com sabedoria de Deus.
Neemias foi neste sentido um exemplo para os que
estão à frente da obra do Senhor. Assim como Deus fez com Neemias, Ele quer
fazer com seus servos, hoje, isto é, Deus quer abençoar seus servos e confirmar
as obras das suas mãos (SI 90.17).
2. Problemas relacionais devem ser tratados
carinhosamente. “Bem aventurados os pacificadores” (Mt 5.9).
a. A desunião
representa uma obra da carne (Gl 5.19,20). Estas coisas entristecem o Espírito
Santo (Ef 4.30).
b. A desunião
destrói a comunhão e o amor entre os irmãos, coisa tão preciosa na Igreja.
“Andai em amor como também Cristo vos amou” (Ef 5.2). “Quem ama a Deus, ame
também a seu irmão” (1 Jo 4.21). Jesus orou: “Para que todos sejam um, como tu,
ó Pai, o és em mim, e eu, em ti” (Jo 17.21).
c. Finalmente
devemos cultivar nosso testemunho diante do mundo. A união entre os crentes é o
selo da estabilidade espiritual e da paz na Igreja (Jo 17.4).
SÍNTESE DO TÓPICO IV
A paz foi mantida porque Neemias enfrentou os problemas com
humildade, imparcialidade, e com sabedoria de Deus.
SUBSÍDIO DE VIDA CRISTÃ
“A
importância do trabalho em equipe
Neemias não era adepto do ‘ministério de
um homem só’. Ele sabia da importância de conseguir que todos se envolvessem no
trabalho e se sentissem parte da equipe. Ele conseguiria isso tendo o cuidado
de designar as pessoas para trabalhar juntas em áreas do muro que fossem perto
da casa delas. Observe a recorrência da expressão: ‘ao seu lado’ no capítulo 3
(Ne 3.7,17-25, 27,29-31). O trabalho em ‘equipe’ garante que ‘todos juntos
conseguem mais’ (veja também 1 Co 12)” (Guia Cristão de Leitura da Bíblia. Rio
de Janeiro: CPAD, 2013, p.198).
PARA REFLETIR
A respeito de “As Causas da Desunião
devem der Eliminadas”, responda:
• O que caracterizava os judeus libertos do
cativeiro?
A união.
• O que simbolizava a união entre os judeus que
retornaram do cativeiro e Deus?
A união que deve haver entre Jesus e a Igreja.
• O que estava ameaçando a união entre os judeus?
A injustiça social.
• O que representa a desunião?
A desunião representa a obra da carne.
• De acordo com a lição, o que representa a união
entre os crentes?
Representa o selo da estabilidade espiritual e da
paz na Igreja.
Fonte:
Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2020 - CPAD | Classe: Jovens/Adultos |
Comentarista: Eurico Bergstén