Quando
lemos os Evangelhos ficamos extasiados com as passagens que retratam sobre a
virgem Maria, escolhida dentre tantas outras para ser a mãe do Salvador Jesus.
Ora, ao receber a visita do anjo Gabriel dizendo-lhe “Maria, não temas, porque
achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz
um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus” (Lc 1.30,31), ela achou impossível isso
acontecer por ser virgem e recebeu a revelação de como aconteceria o milagre da
encarnação (Lc 1.34,35).
Após esse
acontecimento, foi fazer uma visita à sua prima Isabel, que morava na região
montanhosa de Judá (Lc 1.39) e, ao adentrar a casa saudando sua prima, ouviu a
exclamação: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre.
E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor? Pois
eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou
de alegria no meu ventre. Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as
coisas que da parte do Senhor lhe foram ditas” (Lc 1.42-45). Diante disso,
Maria professa seu único cântico, conhecido como Magnificat, registrado em
Lucas 1.46-55.
🎯 A primeira declaração
de Maria acerca de Deus: ela conhecia a Deus como seu Senhor:
“Disse então Maria: A
minha alma engrandece ao Senhor” (Lc 1.46). A jovem Maria tinha Deus como seu
Senhor. Era Ele que dirigia seus passos. Era Ele o Dono da sua vida. Era Ele
que sabia o que era melhor para ela. E aqui vale perguntar: Temos esta mesma
ideia de Maria?
Como boa judia, ela
conhecia os Salmos e muitas vezes ouviu sua leitura, deparando-se com as
seguintes afirmativas sobre o senhorio de Deus: conhece o caminho dos justos
(Sl 1.6), deve ser servido com temor (Sl 2.11), sustenta (Sl 3.5), separou para
si aquele que é piedoso (Sl 4.3), faz habitar em segurança (SI 4.8), aborrece o
homem sanguinário e fraudulento (Sl 5.6), abençoa o justo (Sl 5.12), julgará os
povos (SI 7.8), é louvado (Sl 7.17), é um alto refúgio para o oprimido (Sl 9.9),
nunca desampara os que O buscam (Sl 9.10), conhecido pelo juízo que faz (SI
9.16), prova o justo, odeia o ímpio e o que ama a violência (Sl 11.5), é justo
e ama a justiça (Sl 11.7), e corta os lábios lisonjeiros e a língua que fala
soberba (Sl 12.3).
🎯
A segunda declaração diz que ela reconhecia Deus, como seu Salvador:
“E o meu espírito se
alegra em Deus meu Salvador” (Lc 1.47) Não é muito difícil entender que uma
coisa é reconhecer Deus como Senhor e outra como Salvador. Maria pronunciou que
Deus era seu Salvador, reconhecendo sua carência de salvação, pois em Romanos
3.23 e 5.12 respectivamente vemos: “Porque todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus” e “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que
todos pecaram”.
Infelizmente, há
pessoas que chegam a seguir o caminho dos israelitas, como diz Salmos 106.21:
“Esqueceram-se de Deus, seu Salvador”. O salmista certa vez pediu a Deus:
“Torna a dar-me a alegria da tua salvação” (Sl 51.12). Ora, o próprio Deus
disse: “Eu sou o SENHOR teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador” (Is 43.3)
e que “fora de mim não há Salvador” (Is 43.11). A salvação é um precioso dom
que Deus desde a eternidade projetou e consumou no Calvário com a morte do de
Jesus. Jesus bradou: “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se
havia perdido” (Lc 19.10).
A salvação só se
encontra em Jesus. Disse Pedro em Atos 4.12: “E em nenhum outro há salvação,
porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo
qual devamos ser salvos”. A pregação da salvação pode ser impedida como diz 1
Tessalonicenses 2.16: “E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da
salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus
caiu sobre eles até ao fim”. A salvação é adquirida, conforme 1 Tessalonicenses
5.9: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da
salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
🎯
A terceira declaração de Maria diz que Deus atenta para a humildade:
“Porque atentou na
baixeza de sua serva” (Lc 1.48). Observemos que Maria em seu cântico apresenta
Deus como um exímio observador do seu interior. Ela nem mesmo ao ouvir que
seria a mãe do Salvador deixou a exaltação e o orgulho invadirem seu coração.
Maria reconhecia que “diante da honra vai a humildade” (Pv 18.12), pois Deus atenta
para o humilde (Sl 138.6), e que “melhor é ser humilde de espírito” (Pv 16.19).
Jesus disse: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.29).
Com isso, vamos para um
entendimento ampliado de que ninguém conhece nosso interior, a não ser Deus.
“Senhor, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu
levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu
deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na
minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces” (Sl 139.1-4).
Maria sabia que o jovem
pode ser puro ao observar e guardar a Palavra de Deus: “Como
purificará o jovem o seu caminho? Observando-o conforme a tua palavra. Escondi
a tua palavra no meu coração, para eu não pecar contra ti” (Sl 119.9,11). Sem
sombra de dúvidas, Maria era uma jovem diferenciada por sua conduta moral na
sociedade hebraica daqueles tempos. O legado deixado pela mãe do Salvador é um
exemplo para as jovens da atualidade, cumprindo-se a passagem bíblica de
Malaquias 3.18: “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio;
entre o que serve a Deus, e o que não o serve”.
Referência:
MARTINS, Sílvio Vinícius. As três declarações de Maria Sobre Deus.
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.