A história de José
já é por si só um grande exemplo para os nossos dias. Sua trajetória, bem como
as intempéries que vivenciou ao longo de sua vida são a prova cabal de que
todos nós estamos sujeitos a passar por momentos difíceis, mas também, se
permanecermos fiéis a Deus, desfrutaremos de um relaciona mento saudável com o
Criador.
Saiba
mais: Deus,
nosso Celestial nos Induz à Tentação?
Algumas peculiaridades
merecem nossa atenção na vida de José. Uma delas é o exemplo de fidelidade a
Deus em meio à sedução e tentação da mulher de Potifar. Nesse evento a Bíblia
já deixa muito claro a formosura de aparência de José (Gn 39.6), o que já lhe
fazia despertar a atenção das mulheres. Notavelmente, a mulher de seu senhor,
por vezes, vinha em busca de uma oportunidade para persuadi-lo, mas sem nenhum
sucesso. Entretanto, frustrada por não conseguir seu intento, arquiteta um
plano para denegrir a imagem de José perante Potifar.
Em vista das
tentativas, observa-se um extremo: "Ela lhe pegou pela sua veste, dizendo
deita-te comigo. E ele deixou a sua veste na mão dela, e fugiu” (Gn 39.12).
1.
A recusa ao pecado mediante o temor a Deus
“Porém ele recusou” (v
8). “A ideia básica dessa palavra é uma recusa ou rejeição a uma oferta”.
Quando o assunto diz respeito ao mesmo tipo de oferta feita a José, a recusa só
é possível por alguém que esteja cheio do Espírito Santo. Não há outra forma de
rejeitar ao pecado a não ser por meio da presença de Deus. Se José estivesse
desprovido de um relacionamento próximo com Deus, certamente não teria forças
para recusar o convite da mulher de Potifar. Um dos problemas atuais no meio do
povo de Deus é justamente a ausência de um relacionamento com o Senhor, pois
estamos tão envolvidos com as coisas do mundo que sequer temos forças para
recusar suas ofertas.
Noutras palavras, José
recusou deita-se com a mulher não apenas pelo fato de trair a Potifar, mas,
antes de tudo, pelo relacionamento que tinha com Deus, o que ele deixa claro
quando diz: “como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?” (v.
9). O caráter de José não lhe permitiu desonrar a Deus e, muito menos, trair a
confiança de seu senhor a quem servia como mordomo.
Saiba
mais:
✔ Tentação
- A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes
✔ A
Tentação de Jesus
A falta desse temor a
Deus tem sido a oportunidade para o Inimigo trabalhar em destruir os lares. Nas
palavras de John MacArthur, para José o adultério “seria uma grave violação das
suas convicções éticas, as quais exigiam:
1) total respeito pela
esposa de seu senhor, e
2) uma vida santificada
diante de seu Deus”.
Esse temor a Deus, que
é muito bem descrito pelo dicionário Wiclyffe como “um temor santo [...]
significa ter grande temor ou respeito pela majestade e santidade de Deus, uma
reverência piedosa. Esse temor é dado por Deus, e permite que o homem respeite
a autoridade de Deus, obedeça aos seus mandamentos e se desvie do mal”. Repare
que o texto bíblico faz menção de não “pecar contra Deus”. É exatamente desse
temor que precisamos na vida de tantos homens e mulheres que estão cedendo às
tentações. É exatamente essa virtude que nos possibilita dizer não ao pecado.
Como bem explicou
Jesus: “a candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os olhos forem bons,
todo o seu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo
será tenebroso” (Mt 6.22, 23). Correlacionando esse ensino de Cristo, há muitos
se detendo em programações, entretenimentos perigosos, seja em bate papos no
WhatsApp, canais ilícitos no Youtube ou mesmo conversas impróprias através de
tantos canais da mídia atual. Se nossos olhos estiverem constantemente em
contato com esses entretenimentos virtuais, não demorará muito a oportunidade
de infidelidade chegar e ser aceita. Dizer “não” é preciso diante do pecado,
assim como disse José, também precisamos dizer perante as tentações.
2.
José tinha moralidade
“Como, pois, faria eu
este tamanho mal” (v. 9). O caráter moral de José era outro fator preponderante
para fuga da tentação. O servo sabia que deveria respeito à Potifar, a sua
consciência o alertava que fazer aquilo era um mal muito grande contra o seu
senhor. O único capaz de resgatar o caráter moral do ser humano é a preciosa
graça de Deus. Se porventura você que está lendo este artigo cedeu à tentação,
saiba que Deus pode restaurar sua moralidade. O Inimigo pode até ter manchado
sua imagem, porém o Senhor tem recursos suficientes para restaurar o caráter
decaído.
3.
José não deu ouvidos à voz da tentação
“...falando ela cada
dia José, e não lhe dando ele ouvidos...” (v.10). Não sabemos quantas vezes a
mulher de Potifar tentou seduzir a José, porém em todas elas o servo manteve-se
firme em sua decisão. Não dar ouvidos ou atenção ao convite à infidelidade é
crucial. Se na primeira tentativa da mulher, José tivesse demonstrado algum
interesse, ele teria sido seduzido. Infelizmente, alguns pensam que uma simples
“cantada” não tem nenhuma maldade e levados pelos elogios acabam cedendo às
seduções e, é exatamente aí em que consiste o problema. Perceba que o texto em
apreço apenas ressalta que a infidelidade não acontece do dia para noite, ela é
planejada, ou seja, antes mesmo de se concretizar, muitos sinais de infidelidade
já aconteceram. Por isso, saber dizer não desde a primeira tentativa é
primordial. Não pense que uma simples conversar não pode chegar ao ato de
traição, pensar dessa maneira é um engano. Faça como José, não dê ouvidos à voz
da tentação.
Artigo: Auricléssio da
Silva Lima |Reverberação: www.subsidiosdominical.com|
Mensageiro da Paz, junho de 2019