A idolatria é e sempre foi um instrumento
muito forte de Satanás para separar e afastar o ser humano de Deus. A idolatria
começou a ser praticada em um período muito remoto da história do homem. Ela
era praticada, por exemplo, pela parentela de Abraão (Js 24.2) e por Labão (Gn
31.30,32-35). Os egípcios fabricavam ídolos com figura de deuses para serem
adorados. O povo de Deus que conquistou a terra de Canaã foi proibido de adorar
ídolos (Ex 23.24). Israel recebeu ordem de Deus para destruí-los (Ex 34.13; Nm
33.52 e Dt 7.5).
1. O Conceito de Idolatria
O termo idolatria em grego é eidololatria
ou eidololatreia. A expressão é a junção das palavras eidolon,
ídolo, e latreia, serviço, que quer dizer “serviço a ídolos”, isto é,
prestação de serviços idólatras (1 Co 10.14; Gl 5.20 e Cl 3.5). Em 1 Coríntios
10.14, Paulo ordena aos crentes fugir da idolatria e esta é apresentada em
Gálatas 5.20 como obra da carne, e em Colossenses 3.5 como fruto da natureza
terrena.
É importante observar que a palavra grega
latreuo é usada no sentido de servir, prestar homenagem religiosa ou culta
religioso a Deus, sendo, portanto, uma forma de adoração. Sendo assim, o termo
eidololatria (serviço ao ídolo) é a pratica de adoração a ídolos. A
palavra grega proskuneo (adorar) é formada de (para) e kuneo
(beijar). Por isso que os idólatras desde os tempos primitivos se inclinam e
beijam os pés dos ídolos. Isso pode ser visto hoje, por exemplo, na idolatria
papal, na qual os fiéis da Igreja Católica Romana se dobram e beijam os pés ou
mãos do papa.
2. O que ensina o Novo Testamento sobre a
Idolatria?
No Novo Testamento, a palavra grega mataios
(vão ou nada) é um termo usado por Paulo em Atos 14.15 e traduzido por vaidade,
enfocando a prática idolátrica que não traz nenhum resultado. Essa palavra
corresponde à palavra hebraica e/z7 (ídolo, deuses, nada, vaidade). Em Levítico
26.1, o termo aparece no plural como elilím (deuses), que é parecido com
o termo elôhim (Deus, no plural - SI 96.5). O que fica claro é que a
idolatria está associada à adoração pagã. Os sacrifícios a ídolos são, na
verdade, oferecidos a demônios (1 Co 10.19-20).
👉Em resumo, o idólatra é
aquele que serve ou presta serviço ou culto a ídolo. Ídolo (fantasma ou
semelhança, derivado de eidos, significando “aparência”) é literalmente aquilo
que é visto. A imagem, nesse caso, representa um falso deus (At 7.41; 1Co 12.2
e Ap 9.20). É o falso deus adorado numa imagem (At 15.20; Rm. 2.22 e 1 Co
8.4,7).
A Bíblia diz que certa vez Arão fabricou
um bezerro de ouro e o povo adorou aquele ídolo. Isso dá a entender que o povo
precisava ver alguma coisa para crer, mesmo sendo um objeto inanimado. Isso
contrasta com os ensinos de Jesus à mulher samaritana de que “os verdadeiros
adoradores adoram o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.23-24).
Prestar serviço a ídolos era ato em vão, sem
proveito, vaidade, futilidade (Jr 14.22 e 18.15). Será que, de alguma forma,
alguns cristãos de hoje não estão enquadrados na idolatria, servindo ao nada, prestando
um serviço (latreia) a alguma coisa imaginária, fútil, e deitando de
prestar um serviço de adoração espiritual ao verdadeiro Deus, adorando a
criatura ao invés do Criador?
Percebemos que, nos tempos modernos, a idolatria
se sofisticou. Hoje, se adora pirâmides, cristais e até plantas. Já ouviram
falar do “Santo Daime”, no qual os adoradores tomam um chá e entram em transe?
Até o computador, a internet, através de seus muitos programas, se tomou
instrumento de adoração. Uma verdadeira idolatria.
O que percebemos é que a idolatria, desde os
tempos mais antigos até os nossos dias, tem sido uma arma de Satanás para
afastar o homem do verdadeiro Deus. O afastar-se de Deus se manifestou quando a
igreja, a partir do século quarto, se tomou vítima da influência pagã,
iniciando esse processo lamentável de paganização da igreja cristã. Daí veio a
mariolatria, a adoração ao papa e a imagens diversas. E por que não dizer da sutil idolatria dentro das
igrejas, onde se adora cantores, principalmente os roqueiros, com multidões
gritando histericamente. Também muitos pregadores acabam se tornando ídolos. É
a criatura tomando o lugar do Criador.
Vemos também isso com bastante tristeza em muitas
igrejas ditas evangélicas, principalmente as neopentecostais, que mercantilizam
o sagrado de uma forma tão banal que acabam substituindo o divino pela coisa. É
a coisificação do divino. É a repetição do bezerro de ouro de Arão, Arão fez
aquilo para agradar o povo. O povo queria e ele fez. E assim que funciona
nesses movimentos. Se vende pedaço da cruz de Cristo, areia e água do Rio
Jordão, óleo de Israel, pedaço do Monte Hermom, sal grosso, fio de escarlate,
pão ungido e muitas outras coisas. O que é isso, senão idolatria? Estamos
vivendo o tempo da moderna idolatria.
Tudo que substitui a adoração a Deus ou que
desvia o homem da adoração verdadeira, levando essa adoração para qualquer
coisa, objeto, pessoa ou coisa semelhante, pode ser visto como idolatria.
👉Disse Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, Jo 8.32.
Ensinar a verdade às pessoas é o dever do povo de Deus. Nossa tarefa é arrancar
as pessoas das trevas para a luz.
Precisamos também orar muito pelo nosso país,
pois é uma grande vítima da idolatria. Mais de 6 milhões de pessoas visitam a
cidade de Aparecida em São Paulo anualmente. Na Bahia, só a cidade de Bom Jesus
da Lapa recebe mais de 500 mil pessoas em romaria todos os anos. Na cidade de
Salvador, existe um sincretismo tremendo: é a mistura de orixás com “santos” da
Igreja Católica Romana etc. E o Sírio de Nazaré? E todos os focos de idolatria
espalhados pelo nosso país? Todas as cidades do Brasil têm um “padroeiro”. Este
representa a ação diabólica e maldição contra as nossas cidades. Por tudo isso,
oremos pelo nosso país.
Combatamos também com firmeza qualquer coisa que
tente infiltrar o princípio idolátrico em nosso meio. Toda idolatria no meio do
povo de Deus deve ser combatida, ensinando o povo a adorar somente a Deus. Que
os nossos cultos e nossas vidas sejam instrumentos de adoração ao nosso Deus.