Segundo
o professor William Burton, “o ensino não é coisa fácil; não pode ser feito com
qualquer margem de sucesso por indivíduos indiferentes, mal informados e sem
habilitação, portadores de uma personalidade inexpressiva e de limitada
experiência vital. O ensino exige amplo conhecimento e sutil perspicácia,
aptidões definidas e uma personalidade que se caracterize por sua estabilidade,
firmeza e dinamismo.
O
trabalho de ensinar é bem mais complexo do que qualquer outra atividade
profissional. Na verdade, para ser executado com perfeição, é, dentre todas as
atividades humanas, uma das mais difíceis”.
Há
pessoas que demonstram autêntica vocação para o magistério, mas não reúnem as
aptidões específicas necessárias para esse mister.
1. Que são
aptidões específicas?
Veja também:
-
Práticas Pedagógicas para Professores EBD, Acesse
Aqui
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Curso de Capacitação de Professores (as) da Escola Dominical, Acesse
Aqui
As
aptidões são atributos ou qualidades pessoais que exprimem certa disposição
natural ou potencial para um determinado tipo de atividade ou de trabalho. São
atributos específicos da personalidade que geralmente completam o quadro com a
vocação e que, quando cultivadas, asseguram a capacidade profissional do
indivíduo.
As
aptidões específicas tendem a se agrupar em consonância com a vocação; mas, nem
sempre. Não raro, apresentam-se indivíduos com uma determinada vocação bem
acentuada, mas destituídos das aptidões essenciais que a deveriam complementar.
E comum este tipo de comentário: “ele tem muita vontade e gosto, mas não tem
jeito, não dá para isso”, é a expressão que o povo usa para designar essas
carências.
Para
o exercício do magistério, o professor Luiz Alves de Mattos considera as
aptidões relacionadas abaixo imprescindíveis.
Antes
de apreciá-las no âmbito do magistério cristão, é importante levarmos em conta
que, apesar de tais aptidões caracterizarem o professor “ideal”, isto não
significa que todos os mestres, para serem considerados idôneos e úteis para a
função, devam ter obrigatoriamente todas estas aptidões.
a)
Saúde e equilíbrio mental.
Como
desempenharia satisfatoriamente suas funções professorais, alguém com a saúde
comprometida, uma vez que o educador utiliza-se de todos os sentidos físicos no
exercício docente? Que tipo de ensino daria um professor desestruturado
mentalmente? Estaria ele apto para ensinar as doutrinas e os princípios
bíblicos às nossas crianças e adolescentes? Confiaríamos a ele a cátedra do
ensino cristão?
b)
Boa apresentação.
Embora
alguns não deem importância, a boa apresentação do professor é fundamental para
a assimilação do conteúdo de ensino. Como cativar a atenção de um aluno que não
consegue deixar de reparar a negligente aparência de seu professor? Roupas
amarrotadas, gravatas tortas, cabelos despenteados, unhas sujas e compridas,
maus odores e outros desleixamentos costumam chamar mais a atenção que qualquer
assunto intrigante ou interessante.
c)
Órgãos de fonação, visão e audição em boas condições.
Não
estamos querendo afirmar que o professor que tenha problemas visuais, fonéticos
ou auditivos não possa lecionar na Escola Dominical. Conhecemos pessoalmente
professores brilhantes que possuem tais deficiências. Entretanto, é óbvio que o
mestre, portador dessas carências, terá maior dificuldade no desempenho de suas
funções.
d)
Boa voz: firme, agradável, convincente.
A
voz do educador deve expressar sua convicção sobre tudo o que ensina. O
professor que fala demasiadamente baixo, vacilante e “pelos cantos da boca” via
de regra está inseguro acerca do que sabe. Isto logo será percebido por seus
alunos.
e)
Linguagem fluente, clara e simples.
A
educadora Graziella Zóboli em seu livro Práticas de Ensino sugere os seguintes
cuidados com a linguagem:
• O tom de voz do professor deve ser
igual ao da conversa e a forma de expressão deve ser o diálogo.
• A voz deve ser inflexionada num tom alto, mas suave,
ou seja, não gritado.
• A linguagem didática deve ser acessível aos
alunos, ou seja, deve ser adequada ao seu nível cultural, ajustando-se à
capacidade de compreensão dos alunos para ajudá-los a compreender o significado
dos fatos que estão sendo comunicados.
• A linguagem deve ser simples: não há necessidade de se
usar frases rebuscadas.
• Deve ser direta, ou seja, ir diretamente ao
assunto que está sendo tratado.
• Linguagem gramaticalmente correta. Não se deve falar errado.
• Deve-se ter cuidado com os termos ou
expressões,
evitando o uso de gíria e palavras vulgares.
• A linguagem deve ser expressiva, usar o bom humor.
• Nas passagens mais difíceis ou mais
importantes, o professor deve dar inflexão mais vigorosa à voz e ressaltá-las,
sendo recomendável escrevê-las na lousa.
f)
Confiança em si mesmo e presença de espírito, com perfeito controle emocional.
g)
Naturalidade e desembaraço.
h)
Firmeza e perseverança.
i)
Imaginação, iniciativa e liderança.
j)
Habilidade de criar e manter boas relações humanas com seus alunos.
Conclusão
O
professor vocacionado para o magistério cristão é aquele que exerce suas
funções por prazer e contentamento, nunca por obrigação. A esse trabalho,
independente das circunstâncias que o cercam, dedica com denodo, zelo e
resignação toda a sua vida. Ele reconhece que seu ministério é um sacerdócio
santo, preparado e ungido especialmente pelo Senhor.
Artigo:
Pr. Marcos Tuler
✍SUGESTÃO DE LEITURA:
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.