Dos
homens que ouvi quando jovem, recordo-me com especial prazer de um velho e
cultíssimo professor. Eu o ouvi apenas uma vez, mas foi o suficiente para
encantar-me com suas palavras. Que conferencista! Que tribuno magistral! Suas
palavras fluíam inspiradas por um perfeito domínio pedagógico.
SUGESTÃO DE LEITURA:
O
nome daquele tribuno ainda me recordo: Sólon Borges dos Reis. Não sei se ele
ainda está vivo. De qualquer maneira, aquelas suas palavras não morreram dentro
de mim.
Hoje,
depois de dirigir várias escolas dominicais, fico a imaginar como seria bom se
todos os superintendentes fossem especializados na área pedagógica como o
professor Sólon. Não seria maravilhoso para o Reino de Deus?! Bastariam poucos
anos, e milhões de brasileiros estariam a frequentar a Escola Dominical.
Neste
capítulo, mostraremos a importância de o superintendente especializar-se em
educação. Afinal, estará ele a lidar com professores, pedagogos e mestres.
Através da pedagogia, o superintendente tem a sublime missão de promover, de
forma eficiente, a Palavra de Deus.
1.
Quem é o técnico em Educação Cristã
É
o obreiro que, sentindo-se vocacionado para o ensino, busca preparar-se de
maneira específica e especializada a fim de divulgar, relevante e
didaticamente, a Palavra de Deus.
Veja também:
2)
O Superintendente e a dinâmica da Escola Dominical –
Acesse
Aqui
2.
Preparo específico
Chamamos
de preparo específico em Educação Cristã, um curso especialmente voltado a essa
área. No Brasil, poucos são os seminários e institutos bíblicos que ministram o
curso de Educação Cristã. Creio, porém, haver chegado o momento de os nossos
educadores olharem com mais carinho as carências educacionais de nossas igrejas
e elaborarem um curso de Educação Cristã que contemple nossas realidades, visão
cultural e vocações específicas.
É
claro que este preparo específico deve ser precedido por um curso teológico. O
superintendente de Escola Dominical tem de ser, antes de mais nada, um
consumado mestre na Palavra de Deus.
3.
Preparo especializado
O
preparo especializado está contido no preparo específico. Como o
superintendente estará dirigindo uma escola, nada mais lógico que se
especialize em Escola Dominical. De nada lhe adianta ter um cabal conhecimento
em Educação Cristã e desconhecer a origem, a natureza, o funcionamento e a
estrutura da Escola Dominical.
Você
não precisa saber tudo sobre a Escola Dominical, mas precisa conhecê-la bem. Via
de regra, quem sabe tudo, tudo sabe sem profundida- de. Mas quem conhece
bem, conhece especializada e especificamente.
O
técnico em Educação Cristã, por conseguinte, é o obreiro especializado que tem
por tarefa supervisionar o ensino relevante da Palavra de Deus, visando o
cumprimento pleno da Grande Comissão que confiou o Senhor Jesus à sua Igreja.
4.
Os requisitos básicos de um técnico em Educação Cristã
Além
da experiência cristã, que deve ser comum a todos os obreiros, o técnico em
Educação Cristã precisa possuir os seguintes requisitos.
Amor
ao ensino. Sem o amor ao ensino, como terá ele o suficiente estímulo para levar
adiante o projeto educacional de sua igreja? Howard Hendricks afirmou ser o
amor a lei fundamental do ensino. Sem o amor, acrescenta, todas as outras leis
perdem a sua validade.
Você ama o ensino? Ou age de forma meramente
profissional? Lembre-se:
a excelência de seu ministério reside justamente no amor que você santifica a
Deus, à sua igreja e à Escola Dominical.
Dedicação
ao ensino. Certa vez um diretor de escola foi obrigado a chamar a atenção de um
de seus professores, por haver este perdido toda a perspectiva de sua vocação.
Exaltado, replicou o professor: "Não admito que me chamem a atenção, pois
já tenho 20 anos de experiência". Em sua sabedoria, respondeu-lhe o diretor:
"O senhor não tem 20 anos de experiência, mas um ano de experiência
repetido vinte vezes".
Infelizmente,
é o que vem ocorrendo com não poucos professores e superintendentes de Escola
Dominical. Sua experiência já caiu num círculo tão vicioso que se repete
periodicamente. Jamais se renova.
O
que falta a tais mestres? Esmero e dedicação ao ensino. A recomendação é
de Paulo: "De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é
dada: se é ensinar, haja dedicação ao ensino", Rm 12.6-7.
SAIBA MAIS:
1)
O professor da Escola Dominical como difusor do
pensamento cristão – Acesse
Aqui
2)
Sou Professor (a) da Escola Dominical, por onde
eu começo? Acesse
Aqui
3)
Disposição para Ensinar é chave na Construção do
Caráter Cristão – Acesse
Aqui
Dedicar-se
ao ensino implica não apenas em ministrar com eficiência, mas renovar-se para
educar com eficácia. O bom superintendente contenta-se em ser eficiente, mas o
que persegue a excelência mostra-se cada vez mais eficaz. Isso requer uma
reciclagem contínua e um aperfeiçoamento diário.
5.
O que faz um técnico em Educação Cristã
Já
que o superintendente de Escola Dominical é um técnico de ensino, precisamos
saber quais as suas principais funções. Além das obrigações inerentes ao cargo,
ele deve conscientizar-se de que sua primacial missão é educar o povo de Deus
através das Sagradas Escrituras, levar os santos a serem mais santos e os que
ainda não receberam a Cristo a fazê-lo com urgência. Agindo assim, estará
cumprindo a função essencial da educação que é modificar comportamentos,
objetivando conduzir a criatura a se parecer com o Criador.
a)
Reciclar os educadores.
Sendo
você um técnico em educação, não se esqueça de que suas obrigações não se acham
circunscritas aos alunos. E também sua tarefa cuidar da reciclagem dos
professores. Não permita que estes, por se acharem envolvidos com o cotidiano
da matéria, venham a menosprezar a importância da atualização pedagógica.
Você
pode reciclar seus professores de duas formas:
1)
ministrando-lhes cursos periódicos na própria igreja;
2)
subsidiando-os a fim de que possam frequentar cursos especializados. Lembre-se
de que investir na reciclagem dos professores é garantir uma Escola Dominical
com qualidade total.
Supervisionar
a qualidade do ensino. Os seus professores ensinam com qualidade? Ou estão se
repetindo diante da classe? Preparam devidamente a lição, ou já se acostumaram
aos improvisos?
Que
os seus professores não se contentem com o preparo já conseguido. Incentive-os
a ler, a estudar, a pesquisar, a descobrir novas metodologias, a se tornarem
especialistas não apenas no currículo e na aula a ser ministrada, como também
na pedagogia e na didática.
Lutar
por fazer da Escola Dominical um educandário de qualidade total. Não se
contente com os resultados já obtidos. Se bem conduzida, pode esta lograr
resultados cada vez melhores até alcançar plena qualidade. Se você não ligar
importância à sua Escola Dominical estará minguando até cair numa insuportável
rotina.
Qualidade
total deve ser sua meta. Não aceite menos que isso. Afinal, está você dirigindo
um departamento que, se levarmos em conta o período bíblico, tem mais de quatro
mil anos de existência.
b)
O superintendente como assessor de Educação Cristã
Já
que você foi chamado para ser superintendente de Escola Dominical, inteire-se
de sua missão. É você também o assessor de educação de seu pastor. Dê-lhe,
pois, a necessária assessoria nesse campo. Ele conta tanto com você quanto
conta com o tesoureiro ou o vice-presidente da igreja. Você faz parte de sua
equipe.
Mantenha-o
devidamente informado com respeito aos problemas, metas e progressos da Escola
Dominical. Você não foi chamado para ser concorrente nem opositor do anjo da
igreja. Porte-se como seu auxiliar; aja como seu adjunto.
6.
Jesus como o técnico de ensino por excelência
Por
que o Senhor Jesus é conhecido como o Mestre dos mestres? Até mesmo seus
adversários mais ferrenhos, não lhe podem negar esta qualidade. Como mestre,
veio Ele revolucionando não somente o ensino de seu tempo, mas o de todas as
épocas. De repente, os mais ilustres rabinos de Israel veem-se surpreendidos
por um jovem que, apesar de não haver frequentado qualquer universidade ou
seminário, catalisa a atenção de todo um povo.
Era
o Senhor Jesus, revolucionário não somente em suas palavras, como também em
seus atos. Todos admiravam-se Dele pois ensinava a todos como quem tem
autoridade e não como os escribas e fariseus.
Seus
métodos eram os mais variados. Se como Demóstenes discursava à multidão;
interrogava, como Sócrates, ao solitário Nicodemos. Se tinha o Templo como
auditório, o campo era-lhe um perfeito anfiteatro. Se num instante de
arrebatamento olhou para o alto, num momento de enlevo volve-se ao lírio do
campo.
Ele
falava por meio de parábolas. Usava a dicção profética. Lamentava-se à vista da
impenitente Jerusalém. Salmodiava quando seus discípulos lhe pediam que os
ensinasse a orar. Como professor era profeta, salmista e pregador. E cada
ensino seu era confirmado por sinais e maravilhas.
Como
já o demonstramos, um superintendente de Escola Dominical tem de ser
necessariamente um técnico em educação, pois estará lidando com a formação
espiritual, moral e social do povo de Deus.
Se
você foi chamado a exercer tão importante ofício, esmere-se em sua tarefa.
Jamais se esqueça da missão educadora da Igreja de Cristo. O Senhor Jesus foi o
educador por excelência, seu ensino tinha qualidade total.
Artigo:
Pr. Claudionor de Andrade | Fonte: Ensinador Cristo, Ano 02 – N ° 5
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.