Lições Bíblicas Dominical Adultos 1° Trimestre 2025 CPAD Título da Revista Dominical: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ : Combatendo as Antigas Heresias que se Apresentam com Nova Aparência Comentarista: Esequias Soares | Classe: Adultos TEMAS DAS LIÇÕES Lição 1 – Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja Lição 2 – Somos Cristãos Lição 3 – A Encarnação do Verbo Lição 4 – Deus É Triúno Lição 5 – Jesus é Deus Lição 6 – O Filho É igual com o Pai Lição 7 – As Naturezas Humana e Divina de Jesus Lição 8 – Jesus Viveu a Experiência Humana Lição 9 – Quem É o Espírito Santo Lição 10 – O Pecado Corrompeu a Natureza Humana Lição 11 – A Salvação não É Obra Humana Lição 12 – A Igreja Tem uma Natureza Organizacional Lição 13 – Perseverando na Fé em Cristo
Lição 7 - Cristo é a nossa Reconciliação com Deus
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Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 -
CPAD | Classe: Adultos | Comentarista: Pr. Douglas Baptista | Data da Aula: 17
de Maio de 2020
Texto Áureo
“Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos
fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio.” (Ef 2.14)
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Ef 2.14
Cristo derrubou a parede de
separação entre Deus e o homem
Terça - At 21.28-30
Cristo desfez a separação entre o
povo judeu e os gentios
Quarta - Mt 5.17
Cristo se fez carne e cumpriu a Lei
na sua integralidade
Quinta - Cl 2.11
Deus ama a todos de igual modo e,
por isso, não faz acepção de pessoas
Sexta - Gl 3.13; 1 Pe
2.24
Cristo se fez maldição em nosso lugar,
acabando com toda inimizade
Sábado - 2 Co 5.18-20
O ministério de reconciliação foi
efetivado por meio do sacrifício da cruz
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.14-19
14 - Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os
povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio,
15 - na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a
lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos
dois um novo homem, fazendo a paz,
16 - e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um
corpo, matando com ela as inimizades.
17 - E, vindo, ele evangelizou a paz a vós que
estáveis longe e aos que estavam perto;
18 - porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em
um mesmo Espírito.
19 - Assim que já não sois estrangeiros, nem
forasteiros, mas concidadãos dos Santos e da família de Deus.
HINOS SUGERIDOS: 114, 128, 432 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Conscientizar que por meio do sacrifício vicário,
Cristo desfez a inimizade e, entre dois povos, criou um - a Igreja.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I - Pontuar sobre a inimizade que
existia entre Deus e os homens;
II - Explicar que pela paz,
Cristo fez um "Novo Homem";
III - Evidenciar que pela cruz
fomos reconciliados com Deus.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Deus estava em Cristo reconciliando o
mundo consigo mesmo. Essa é a boa nova do Evangelho que tem sua consumação no
Calvário por meio da obra de Cristo. Essa verdade nos mostra que, se outrora o
pecador estava numa situação caótica, desoladora e perdida; agora sua condição
mudou por causa da obra de Cristo no Calvário. Nele, somos instados a propagar
o ministério da reconciliação a todos os homens. Somos embaixadores da parte de
Cristo e precisamos conclamar aos seres humanos que se arrependam de seus
pecados e sejam reconciliados com Deus. Eis a boa nova de salvação. Como
educadores cristãos, é o nosso desafio incutir nos alunos tal necessidade.
INTRODUÇÃO
Se na lição anterior, analisamos o antigo quadro
desolador acerca dos gentios, em que o apóstolo Paulo descreveu (2.11,12),
nesta veremos que houve uma significativa mudança na sequência do capítulo
dois. No versículo 13 Paulo usa a expressão adversativa “mas agora” para
indicar que algo aconteceu e alterou a situação dos gentios. Ele explica que
essa mudança repousa na Obra que Cristo realizou: “vós, que antes estáveis longe,
já pelo sangue de Cristo chegastes perto” (2.13). Na presente lição estudaremos
os desdobramentos dessa mudança.
PONTO CENTRAL
Foi na cruz que Cristo desfez a inimizade entre Deus
e os homens.
I – CRISTO DESFEZ A INIMIZADE ENTRE OS HOMENS
O exclusivismo religioso criou inimizade entre
judeus e gentios. Nesse ponto veremos o que Cristo fez para dar fim a esse
litígio entre os homens (2.14,15).
1. A parede de separação entre os homens.
Trata-se de uma analogia com as muralhas do templo
em Jerusalém. A estrutura da construção revela o exclusivismo religioso do
Judaísmo. Entre o santuário e o átrio dos gentios havia um muro de pedra com a
proibição de acesso aos estrangeiros. O extremismo judaico quanto a esse
aspecto levou Paulo à prisão quando ele foi acusado de permitir um grego
ultrapassar essa barreira (At 21.28-30).
2. A derrubada da parede da separação.
O apóstolo declara que em Cristo foi derrubada “a
parede de separação que estava no meio” (2.14b). Essa barreira era tanto
literal como espiritual, mas por mérito da cruz de Cristo a divisória foi
rompida. Assim, não somos mais forasteiros, mas somos da família de Deus, temos
acesso à presença do Pai (2.18) e, pelo sangue de Cristo, temos livre entrada
no santuário de Deus (Hb 10.19).
3. O conceito da lei dos mandamentos.
A compreensão desse conceito repousa na visão
tripartida da lei mosaica: a moral, a cerimonial e a civil, que na verdade são
três esferas da mesma lei. A lei civil diz respeito ao israelita como cidadão.
A lei moral permanece em vigor como padrão de conduta, mas não como meio de
salvação (2.8,9). A lei cerimonial é citada como sendo a “circuncisão”,
“sacrifícios”, “comida e bebida”, “dias de festas, lua nova e sábados” (Cl
2.11,16). Esses ritos identificavam a posição do povo judeu diante de Deus e
demonstrava a hostilidade deles para com os gentios.
4. A revogação da lei dos mandamentos.
A eliminação das barreiras que dividiam judeus e
gentios se deu pela revogação da “lei dos mandamentos, que consistia em
ordenanças” (2.15b). Essa revelação não contradiz o que Jesus disse: “não vim
para revogar, mas cumprir a lei” (Mt 5.17 – NAA). Visto que, ao entregar seu corpo
para ser crucificado, Cristo cumpriu a Lei oferecendo-se como sacrifício em
favor de ambos os povos (Hb 7.27). Desse modo, a revogação aqui aludida é a da
lei cerimonial, que resultava em separação entre judeus e gentios. O ato de
Cristo, oferecido a Deus em cheiro suave, aboliu a necessidade dessas
ordenanças ritualísticas e assim a inimizade foi desfeita (5.2).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A obra expiatória da cruz de Cristo
retirou a barreira que existia entre os povos e aboliu as ordenanças que eram
agentes da inimizade entre judeus e gentios.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Introduza a presente lição mostrando o
quanto é difícil a existência de um “muro” numa via pública. A liberdade de ir
e vir é negada. Tome exemplos como a questão humanitária da Coreia do Sul e
Coreia do Norte em que parentes não podem conviver juntos por causa do muro. O
quanto tudo isso traz sofrimento, dor e angústia para as pessoas.
Mostre aos alunos que a obra do Calvário,
em primeiro lugar, derrubou o muro que separava Deus dos homens e,
consequentemente, dividia judeus e gentios. Em Cristo, fomos feitos herdeiros
das mesmas bênçãos espirituais destinadas aos judeus por meio da promessa de
Abraão: “Em ti todas as famílias da terra serão benditas”. Cristo derrubou o
muro que separava os povos. É uma grande oportunidade relembrar essa verdade e
vivê-la.
II – PELA PAZ, CRISTO FEZ UM “NOVO HOMEM”
A partir da expiação na cruz, a paz foi proclamada
e de ambos os povos, judeus e gentios, Cristo fez uma nova humanidade
(2.14-17).
1. O conceito bíblico de paz.
De forma geral, a paz é a descrição de boas
relações (At 24.2,3), do fim de um conflito (Lc 14.32), do estado de
tranquilidade (1 Rs 4.24) e de uma qualidade espiritual (Gl 5.22). Na passagem
em apreço, o apóstolo ressalta a paz conferida por meio de Cristo. Sua morte na
cruz desfez a nossa inimizade com Deus e como os homens, tornando possível a
reconciliação entre ambos e, promovendo assim, a paz (Cl 1.20).
2. Cristo é o motivo da nossa paz.
Paulo declara que Cristo “é a nossa paz” (2.14b).
Essa expressão aponta para uma conotação mais profunda, pois Cristo não é
apenas o “autor da paz”, mas literalmente “a nossa paz”. Isso implica o
conceito de “comunhão espiritual”, ou seja, Cristo habita em nós sendo Ele
mesmo a nossa paz (Jo 14.23-27). Desse modo, essa paz repousa na igreja, entre
o crente e Deus e entre judeus e gentios, agora um único povo em Cristo Jesus
(2.14.b).
3. A nova humanidade formada pela paz.
Cristo uniu os povos que outrora se hostilizavam,
para criar “em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz” (2.15c). Essa
unidade não foi o resultado de algum acordo firmado entre os homens. Ela foi
realizada “em si mesmo”, ou seja, o único modo possível era “em Cristo” e “por
meio de Cristo”. A partir desse ato surge uma nova humanidade: a Igreja, “onde
não há circuncisão e nem incircuncisão” (Cl 3.11). Foi Cristo quem criou esse
novo povo “fazendo a paz” (2.15c). Nele, as desigualdades foram eliminadas, a
acepção de pessoas desfeita, a etnia e a classe social desapareceram (Rm 2.11;
Gl 3.28).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A paz conquistada por Cristo possibilitou a
comunhão com Deus e a união entre os povos. Essa nova humanidade tem paz com
Deus e uns com os outros.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A RESTAURAÇÃO DA PAZ.
Embora o resultado da queda fosse a
destruição da paz e do bem-estar para a raça humana, e até mesmo para a
totalidade do mundo criado, Deus planejou a restauração do shalom; logo, a
história da reconquista da paz é a história da redenção em Cristo.
(1) Tendo em vista que Satanás deu início
à destruição da paz no mundo, o restabelecimento da paz deve envolver a
destruição de Satanás e do seu poder. Por isso, muitas promessas do AT a
respeito da vinda do Messias era promessas da vitória e paz vindouras. Davi
profetizou que o Filho de Deus governaria as nações (Sl 2.8,9; cf. Ap 2.26,27;
19.15). Isaías vaticinou que o Messias reinaria como o Príncipe da Paz (Is
9.6). Ezequiel predisse que o novo concerto que Deus se propôs estabelecer
através do Messias seria um concerto de paz (Ez 34.25; 37.26). E Miqueias, ao
profetizar o nascimento em Belém do rei vindouro, declarou: ‘E este será a
nossa paz’ (Mq 5.5).
(2) Por ocasião do nascimento de Jesus,
os anjos proclamaram que a paz de Deus acabara de chegar à terra (Lc 2.14). O
próprio Jesus veio para destruir as obras do diabo (1 Jo 3.8) e para romper
todas as barreiras de conflito que tomasse parte da vida a fim de fazer a paz
(Ef 2.12-17). Jesus deu aos discípulos a sua paz como herança perpétua antes de
ir à cruz (Jo 4.27; 16.33). Mediante a sua morte e ressurreição, Jesus desarmou
os principados e potestades hostis, e assim possibilitou a paz (Cl 1.20;
2.14,15; cf. Is 53.4,5). Por isso, quando se crê em Jesus Cristo, se é
justificado mediante a fé e se tem paz com Deus (Rm 5.1). A mensagem que os
cristãos proclamam são as boas-novas da paz (At 10.36; cf. Is 52.7)” (STAMPS,
Donald (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2002,
pp.1120-21).
CONHEÇA MAIS
*Sobre a Paz
“Eirene, paz. Ocorre em cada um dos
livros do Novo Testamento, salvo em 1 João. O termo descreve paz como: relações
harmoniosas entre homens, entre nações; amizade; as relações harmonizadas entre
Deus e os homens, satisfeitas pelo Evangelho; sensação de descanso e satisfação
que lhe é consequente.” (Texto adaptado) Para saber mais leia: Dicionário Vine,
CPAD, pp.856-57.
III – PELA CRUZ, RECONCILIADOS COM DEUS NUM CORPO
O ministério da reconciliação desfez a inimizade
entre o homem e Deus, bem como entre os homens. Essas dádivas foram possíveis
por causa da cruz de Cristo.
1. Cristo se fez maldição por nós.
Ser condenado à morte de cruz era um sinal de
maldição e de profunda humilhação (Hb 12.2). O réu era açoitado por um chicote
de várias tiras de couro, acompanhado de chumbo ou ossos nas pontas (Mc 15.15).
Em seguida, era obrigado a carregar publicamente sua cruz até ao local da
execução (Jo 19.7). Por essas razões a cruz era escândalo para os judeus e
loucura para os gentios (1 Co 1.23). Apesar disso, Cristo suportou a afronta,
levou a nossa culpa, entregou seu corpo para a crucificação e se fez maldição
em nosso lugar (Gl 3.13).
2. Reconciliados pela cruz de Cristo.
Foi o sacrifício vicário de Cristo na cruz e sua
consequente vitória sobre a morte que possibilitaram nossa reconciliação com
Deus e com os homens (Cl 1.20). Nessa perspectiva que Cristo “é a nossa paz”
(2.14), que pela sua carne um novo homem foi criado “fazendo a paz” (2.15) e
que também “evangelizou a paz a vós”, proclamando ao mundo as boas novas da
cruz (2.17). A mensagem da cruz apregoa a paz entre Deus e os homens, isto é, o
ministério da reconciliação (2 Co 5.18-20).
3. Reconciliados na cruz em um corpo.
O apóstolo Paulo reforça que o propósito de Cristo
foi o de “reconciliar ambos [judeus e gentios] com Deus em um corpo” (2.16b). A
ênfase aqui recai sobre a inimizade existente na vertical, isto é, entre os
homens e Deus. No versículo 14, o destaque era a inimizade horizontal, quer
dizer, entre os judeus e os gentios. De forma que a reconciliação deve ser
duplamente compreendida. As duas inimizades foram desfeitas quando Cristo levou
nossos pecados no madeiro (1 Pe 2.24). A ira de Deus, que por causa dos pecados
estava sobre nós, foi cravada na cruz (Cl 2.13,14). Assim, a reconciliação foi
concretizada pela cruz, gerando um novo povo, num único corpo: a “família de
Deus”; a “Igreja de Cristo” (2.19; 3.6; 4.4; 5.23,30).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O ministério da reconciliação ao restaurar a
comunhão estabeleceu a Igreja, a nova família de Deus.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“A paz e a unidade entre
judeus e gentios exigia que ambos fossem reconciliados ‘pela cruz... com Deus
em um corpo (2.16). Isso pressupõe que tanto judeus como gentios eram pecadores
separados de Deus (2.3) e necessitavam da morte expiatória de Cristo a fim de
serem reconciliados com Deus (2.17,18). Sua ‘inimizade (2.16), que foi
condenada à morte na cruz, era tanto horizontal como vertical - isto é, uma
hostilidade entre povos não regenerados e Deus (Rm 5.10), e entre grupos
hostis, tais como judeus e gentios. O milagre da reconciliação resultou em uma
nova entidade espiritual chamada ‘um corpo’ de Cristo (2.16). Esse assunto
tornar-se o foco de Paulo 2.19-22” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger
(Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro:
CPAD, 2017, pp.417-18).
CONCLUSÃO
Em obediência ao plano divino, Cristo cumpriu as
demandas da lei na cruz. Em seu sacrifício derrubou as barreiras e aboliu as
ordenanças cerimoniais que serviam de divisão. Por meio da paz conquistada no
madeiro desfez a inimizade, criou uma nova humanidade e a reconciliou com Deus.
A partir dela, formou um novo povo: a Igreja, o Corpo de Cristo.
PARA REFLETIR
A respeito de “Cristo é a nossa Reconciliação com
Deus”, responda:
• O que o extremismo judaico fez com Paulo?
O extremismo judaico levou Paulo à prisão quando
ele foi acusado de permitir um grego ultrapassar essa barreira (At 21.28-30).
• Cite as três esferas da lei mosaica.
A Lei Moral, a Lei Cerimonial e a Lei Civil.
• Qual é a conotação da expressão “Cristo é nossa
paz”?
Essa expressão aponta para uma conotação mais
profunda, pois Cristo não é apenas o “autor da paz”, mas literalmente “a nossa
paz”.
• O que a cruz era para judeus e gentios?
A cruz era escândalo para os judeus e loucura para
os gentios (1 Co 1.23).
• Qual foi o propósito de Cristo reforçado pelo
apóstolo Paulo?
O apóstolo Paulo reforça que o propósito de Cristo
foi o de “reconciliar ambos [judeus e gentios] com Deus em um corpo” (2.16b).