Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 -
CPAD | Classe: Adultos | Comentarista: Pr. Douglas Baptista | Data da Aula: 3
de Maio de 2020
Texto Áureo
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo
seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas,
nos vivificou juntamente com Cristo [...].” (Ef 2.4,5)
Veja Também:
Lição 1 - Carta aos Efésios - Saudação aos
Destinatários – Acesse
Aqui
Lição 2 - A Sublimidade das Bençãos Espirituais
em Cristo – Acesse
Aqui
VERDADE PRÁTICA
Por meio da maravilhosa graça divina fomos libertos
do pecado, perdoados e salvos da condenação e, ainda, recebemos o direito à
vida eterna.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Rm 3.21-23
Todos pecaram e encontravam-se
longe de Deus
Terça - Is 59.1,2
Os pecados nos afastam de Deus e
impedem as nossas orações
Quarta - Tg 1.15
A consequência do pecado é a morte
Quinta - Rm 11.30-32
A compaixão divina alcança toda a
humanidade
Sexta - Rm 3.24-26
Fomos alcançados pelo favor
imerecido de nosso Deus
Sábado - Mt 5.13-16
Resgatados por Cristo, devemos ser
sal da terra e luz do mundo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios 2.1-10
1 - E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas
e pecados,
2 - em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora,
opera nos filhos da desobediência;
3 - entre os quais todos nós também, antes,
andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos
pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também.
4 - Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia,
pelo seu muito amor com que nos amou,
5 - estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos
vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
6 - e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez
assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus;
7 - para mostrar nos séculos vindouros as
abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo
Jesus.
8 - Porque pela graça sois salvos, por meio da fé;
e isso não vem de vós; é dom de Deus.
9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie.
10 - Porque somos feitura sua, criados em Cristo
Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
HINOS SUGERIDOS: 117, 291, 351 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Revelar que a graça salvadora de Cristo nos garante a
vida eterna.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I - Refletir sobre nossa natureza
pecaminosa;
II - Explicar que fomos
vivificados pela graça de Deus;
III - Informar que nossa
salvação vem de Deus e não das obras.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
A Palavra de Deus revela que formos
libertos do pecado por meio da maravilhosa graça divina. Por ela, fomos
perdoados e salvos da condenação eterna. Assim, em Cristo Jesus, recebemos o
direito à vida eterna. Na presente lição, você deve mostrar os relevantes
aspectos doutrinários que estão revelados em Efésios 2.1-10. Nessa seção da
epístola, o apóstolo Paulo amplia o conceito de libertação do pecado
descrevendo-o como um favor imerecido dado por Deus aos salvos a fim de que a
nova criatura em Jesus desfrute de uma nova vida com o Salvador.
INTRODUÇÃO
A presente seção da Epístola aos Efésios apresenta
relevantes aspectos doutrinários da salvação (2.1-10). Nela, o apóstolo
descreve a libertação dos pecados como um favor imerecido dado por Deus aos
salvos, a fim de que eles desfrutassem de uma nova vida em Cristo.
PONTO CENTRAL
A graça salvadora de Cristo nos garante a vida
eterna.
I – A ANTIGA NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
No início da Epístola, o apóstolo Paulo lembra que
antes da regeneração estávamos mortos em ofensas, pecados e éramos por natureza
“filhos da ira” (2.1-3).
1. Nossa condição anterior.
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e
pecados” diz o primeiro versículo. A palavra “ofensa”, do grego paraptoma, tem
o sentido de “passo em falso de forma deliberada”. O termo para pecado é
“hamartia”, o qual descreve como “aquele que erra o alvo”. Em vista disso, o
homem em sua natureza decaída é diagnosticado como “morto” (2.1), ou seja, uma
declaração da real condição das pessoas sem Deus. O conceito é de morte moral e
espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus
(Is 59.2; Tg 1.15). Tal qual um corpo inerte, a natureza pecaminosa impede o
homem de ouvir e obedecer à voz de Deus. Quem assim vive está morto enquanto
“vive” (1 Tm 5.6).
2. Nossas ofensas e pecados.
A má conduta “em que, noutro tempo, andastes” é
descrita por Paulo por meio da metáfora do ato de “andar” (2.2a). Refere-se às
atitudes erradas adotadas na vida passada do salvo antes da regeneração:
2.1. “Andastes, segundo o curso
deste mundo” (2.2b).
Os costumes eram praticados conforme o sistema
mundano da época, tais como: a imoralidade, o furto e a mentira (4.22-32). Uma
constatação de que o salvo não deve tomar a forma do mundo, relativizar o
pecado e muito menos ajustar-se à maneira de viver de seu tempo (Rm 12.2).
2.2. “Andastes, [...] segundo o
príncipe da potestade do ar” (2.2c). Uma alusão a Satanás
que exerce autoridade sobre os poderes do mal (Jo 12.31). Indica que os agentes
malignos têm a capacidade de influenciar os homens desobedientes e incrédulos
(2 Co 4.4). Mais adiante na Carta, Paulo alerta que a nossa luta é contra tais
seres do mal (6.12). Contudo, não é necessário temer, pois Deus exaltou Cristo
acima de todos eles (1.21).
Deus não se mostra apenas misericordioso, mas
“abundante em misericórdia”.
2.3. “Andávamos fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos” (2.3).
Refere-se à inclinação para fazer o mal, algo
inerente à natureza humana (Gn 6.5). Estão incluídos aqui os pensamentos
pervertidos e a prática de todos os desejos desordenados da carne. Como
resultado, éramos “filhos da ira”, isto é, condenados e desprovidos do favor
divino. Paulo sublinha que essa era a nossa condição (4.18). Entretanto,
aprouve ao Pai nos eleger e nos predestinar para “filhos de adoção” (1.5).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A nossa condição diante de Deus era
caótica, éramos escravos e estávamos condenados à perdição e morte eterna.
SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Ao expor este tópico, faça uma reflexão a
respeito da necessidade do novo nascimento como substituição à velha natureza.
Para isso, tome por base o seguinte fragmento textual: “O pecado não consiste
apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da
pessoa (ver Ef 2.3). O pecado, como natureza, indica a ‘sede’ ou a sua
‘localização’ no interior da pessoa, como a origem imediata dos pecados.
Inversamente, é visto na necessidade do novo nascimento, de uma nova natureza a
substituir a velha, pecaminosa (Jo 3.3-7; At 3.19; 1 Pe 1.23). Esse fato é
revelado na ideia de que regeneração só pode acontecer de fora para dentro da
pessoa (Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27; 37.1-14; 1 Pe 1.3)” (HORTON, Stanley (Ed.).
Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018,
p.286).
II – VIVIFICADOS PELA GRAÇA
Por ato de bondade e misericórdia, estando nós
ainda mortos em pecados, Deus imensamente nos amou e, por isso, nos vivificou
por meio de sua graça.
1. Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira
de Deus” (2.3), Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de
misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana. Começando com uma
conjunção adversativa, o apóstolo declara exultante: “Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou” (2.4). O ato
de misericórdia implica compaixão e simpatia para com os indignos (Rm
11.30-32). A Carta aos Efésios ensina que, ao prover à humanidade o meio de
escape da merecida ira (cf.1.7), Deus não se mostra apenas misericordioso, mas
“abundante em misericórdia”. E essa riquíssima misericórdia procede do “seu
muito amor com que nos amou”. A Bíblia enfatiza que foi a magnitude desse amor
que motivou a nossa salvação (Jo 3.16; 1 Jo 4.9).
2. Vivificados por sua graça.
Descrevendo as dádivas divinamente concedidas aos
salvos, o apóstolo enfatiza que o amor de Deus nos alcançou “estando nós ainda
mortos em nossas ofensas” (2.5a). Isso significa que não éramos merecedores
desse amor, mas que, mesmo assim, Deus “nos vivificou juntamente com Cristo”
(2.5b). Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais
mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez. Fomos vivificados sem mérito algum,
tudo foi efetivado por meio da sua graça, o favor imerecido (2.8,9).
3. Exaltados por sua graça.
O apóstolo dos gentios ainda destaca que o poder de
Deus “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais,
em Cristo” (2.6). Observe que a palavra “juntamente” indica que Deus concede ao
homem os mesmos benefícios alcançados por Cristo: a ressurreição, a vida eterna
e o galardão nos céus (1 Co 15.3-8,20-25). Assim, ao conceder tais bênçãos aos
homens, Deus mostrou as “abundantes riquezas da sua graça” (2.7). Desse modo,
ratificamos que a salvação e seus privilégios são conferidos pela imensurável
graça de Deus, o favor divino imerecido.
SÍNTESE DO TÓPICO II
O pecador passou da morte para a vida por meio da
graça divina, concedida por obra da misericórdia e do grande amor de Deus.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Somos salvos pela graça mediante a fé
(Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não
poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa
dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé
caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20).
Pode-se argumentar que a fé salvífica é
um dom de Deus, até mesmo dizer que a presença de anseios religiosos, inclusive
entre os pagãos, nada tem a ver com a presença ou exercício da fé. A maioria
dos evangélicos, no entanto, afirma semelhantes anseios, universalmente
presentes, constituem-se evidências favoráveis à existência de um Deus, a quem
se dirigem. Seriam tais anseios inválidos em si mesmos, à parte da atividade
divina direta?” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.370).
III – A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS
Em Efésios 2.8-10, Paulo revela que a salvação não
depende de obras humanas, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé”
(2.8a). Porém, uma vez salvo, o crente deve praticar as boas obras.
1. Graça como meio de salvação.
A “salvação” inclui a libertação da morte, da
escravidão do pecado e da ira vindoura; ao mesmo tempo permite ao salvo
desfrutar de todas as bênçãos espirituais descritas em Efésios 2.1-7. Portanto,
a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte; e a
restituição do homem à comunhão com Deus, uma bênção concedida a todos que
recebem Cristo como Salvador (Hb 2.15; 2 Co 5.19).
A palavra “graça” é a tradução do grego charis, que
significa “favor imerecido” (Rm 3.24). Ela mostra que a iniciativa para tornar
possível a salvação veio da parte Deus. É por meio da graça que Deus ativa o
livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado do
Evangelho (Rm 11.6). Todavia, ainda assim o ser humano é livre para escolher
entre dois caminhos (salvação e perdição); sua liberdade não foi eliminada e a
graça pode ser resistida (Jo 7.17).
A “fé” deve ser considerada como a aceitação da
obra realizada por Cristo em nosso favor. Ela é a resposta à graça de Deus
através da qual recebemos a salvação.
2. Obras como evidência de salvação.
Aqui Paulo usa duas negações para endossar a origem
da salvação: a primeira expressão “isso não vem de vós” (2.8b) trata da
salvação pela graça que provém de Deus; a segunda ratifica que a salvação “não
vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano.
Essas afirmações excluem a possibilidade de alguém ser salvo por esforço
pessoal.
Como a salvação é uma realização divina, agora
“somos feitura sua, criados em Cristo para as boas obras” (2.10). Uma
transformação ocorreu: Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas
velhas passaram (2 Co 5.17). Por isso, se antes o apóstolo usou a metáfora do
andar numa perspectiva negativa – “outrora andávamos fazendo obras más” (2.2-3)
– agora, por meio de uma perspectiva positiva, somos instados a “andar fazendo
boas obras”, não como meio para ser salvo, mas como a evidência da salvação
(2.10c).
SÍNTESE DO TÓPICO III
A salvação é graça divina por meio da fé. As obras
não são o meio, mas o resultado de nossa salvação.
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Nenhuma medida de esforço próprio ou de
devoção religiosa pode realizar o que está descrito acima. Pelo contrário,
‘pela graça sois salvos por meio da fé – e isso não vem de vós; é dom de Deus’
(2.8). A ação da graça de Deus está centrada em seu Filho – sua morte,
ressurreição e entronização no céu como Senhor. Em relação à demonstração de
sua graça, primeiramente vem o chamado ao arrependimento e à fé (At 2.38).
Através dessa convocação, o Espírito Santo torna a pessoa capaz de responder à
graça de Deus através da fé. Aqueles que por meio da fé respondem ao Senhor
Jesus Cristo ‘são vivificados juntamente com Cristo’ (2.5). São regenerados ou
nascidos de novo por obra do Espírito Santo (Jo 3.3-8). São ressuscitados e
assentados com Cristo no reino celestial
e continuam a receber a graça por sua união com Ele, que é a fonte do poder.
Isso os torna capazes de resistir ao pecado e de viver de acordo com o Espírito
Santo (Rm 8.13,14). Os crentes, então, passam a servir a Deus e praticar ‘boas
obras’ (Ef 2.10; cf. 2 Co 9.8) por causa da graça que opera em cada um (1 Co
15.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico
Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.413).
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CONCLUSÃO
Antes da regeneração éramos “filhos da ira” e
condenados à perdição eterna. Por ato do amor divino, por meio de sua
maravilhosa graça, nos tornamos “filhos por adoção”. Essa gloriosa salvação nos
foi concedida independente de nossas obras. A partir da salvação passamos a
praticar boas obras que glorificam a Deus nosso Pai (Mt 5.16).
PARA REFLETIR
A respeito de “Libertos do Pecado para uma Nova Vida
em Cristo”, responda:
• Segundo a lição, qual o conceito de morto em
Efésios 2.1?
O conceito é de morte moral e espiritual provocada
pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15).
• Cite as atitudes erradas adotadas na vida passada
antes da regeneração do salvo conforme a lição.
“Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b);
“andastes, [...] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c); “Andávamos
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
• Após constatar a situação da humanidade “sob a
ira de Deus” (2.3), o que Paulo passa a descrever?
Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e
de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana.
• Segundo a lição, o que significa a frase “nos
vivificou juntamente com Cristo” (2.5b)?
Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo
3.3). Não estamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez.
• Que transformação ocorreu nos salvos?
Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas
velhas passaram (2 Co 5.17).
SUGESTÃO DE LEITURA:
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