Observação: Subsídio Bíblico para a lição 3 – Classe: Jovens. 1° Trimestre de 2020.
Além do ministério
terreno, o Senhor Jesus Cristo exerceu o chamado munus triplex, ou seja,
“o tríplice ofício”, de profeta, sacerdote e rei. Esses três ofícios eram os
mais importantes em Israel nos tempos do Antigo Testamento e constituem o
ministério messiânico de Cristo.
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1. JESUS E O OFÍCIO DE PROFETA
Vejamos o conceito
apresentado pelo Dicionário Vine para profeta (prophetes):
“aquele que fala
antecipadamente ou abertamente, proclamador da mensagem divina”, denotava entre
os gregos um intérprete dos oráculos dos deuses.
Na Septuaginta, é a
tradução da palavra rôeh, “vidente” (1 Sm 9.9), indicando que o
“profeta” era aquele que tinha intercurso imediato com Deus. Também traduz a
palavra nãbhî, que significa “qualquer um em
quem a mensagem de Deus emana” ou “aquele a quem qualquer coisa é comunicada secretamente”.
Por conseguinte, em geral, o “profeta” era a pessoa em quem o Espírito de Deus
descansava (Nm 11.17-29), alguém, a quem e por quem Deus fala (Nm 12.2; Am 3.7,
8).
No caso dos profetas
do Antigo Testamento, suas mensagens eram em grande parte a proclamação dos
propósitos divinos de salvação e glória a serem realizados no futuro; o
“profetizar” dos “profetas” do Novo Testamento era uma pregação das deliberações
divinas da graça já realizadas e a predição dos propósitos de Deus no futuro.
O ministério profético
em Israel começou com Moisés e Arão, que tinham a função de falar em nome de
Deus (Êx 7.1).
A promessa de que Deus
levantaria um Profeta “semelhante a Moisés” (Deuteronômio 18.15-22) teve
cumprimento em Cristo. Foi o apóstolo Pedro que, em seu discurso, apresenta a
descrição de Cristo no Antigo Testamento, comprovando que aqueles acontecimentos
que eles estavam vivendo eram cumprimento das Escrituras: “Porque Moisés disse:
O Senhor, vosso Deus, levantará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a
mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser” (At 3.22).
2. JESUS E O OFÍCIO DE SACERDOTE
O Dicionário Bíblico
Wycliffe explica bem a importância do sacerdócio na
religião e na vida do Antigo Testamento, O sacerdócio hebraico constitui uma
das características dominantes da religião e da vida do AT. Isso pode ser constatado
não só através das múltiplas referências feitas nas Escrituras, mas na própria
construção da religião do AT com sua classe especial de sacerdotes
representativos, e pela importância das relações e das funções religiosas
durante a vida toda.
A visão hebraica do
mundo, e da vida no mundo, era completamente controlada pelo sobrenatural e
impregnada dele. A necessidade de manter relações aceitáveis com Deus, que não
eram naturais ao homem, concedia ao sacerdote e aos seus ensinos a mais elevada
prioridade.
Todos os sacerdotes,
anteriores a Jesus, morreram e foram substituídos, como diz as Escrituras: “E,
na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque, pela
morte, foram impedidos de permanecer” (Hb 7.23). No entanto, o sacerdócio de
Cristo, estabelecido pelo Pai, é singular, imutável e eterno “Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17,21,24).
Jesus não era da
linhagem de Arão, pois não descendia da tribo de Levi (Nm18.27; 1 Cr 23.13),
mas de Judá (Hb 7.13,14). Por este motivo Jesus é chamado sacerdote segundo a
ordem de Melquisedeque, evidenciando que o seu sacerdócio não era da Lei, mas
sim de uma nova dispensação.
O sacerdócio de
Cristo, estabelecido pelo Pai, é singular, imutável e eterno “Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.17,21,24).
Quando Jesus, o nosso
Sumo Sacerdote, ascendeu aos céus após ter consumado a redenção na cruz, Ele
continua seu sacerdócio intercedendo por nós (Hb 7.25).
3. JESUS E O OFÍCIO DE REI
Jesus não nasceu
príncipe. Ele nasceu Rei: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?” (Mt
2.2); e como tal foi adorado pelos sábios do Oriente, que guiados pela estrela,
o adoraram e ofertaram-lhe dádivas dignas de um verdadeiro rei: ouro, incenso e
mirra (Mt 2.11). Certamente eles acreditavam que Jesus era digno de adoração.
Jesus chamou-se a si
mesmo “Rei” (cf. Jo 18.37), e disse que o Pai havia-lhe destinado o reino (cf.
Lc 22.29). Os profetas haviam profetizado que Jesus viria como Rei (cf. Sl
2.6-8; 8.6; 110.6; Is 9.7; Jr 23.5). Quando Ele nasceu, foi adorado como Rei (cf.
Mt 2.2,11). Antes de subir ao Gólgota, Ele entrou triunfante em Jerusalém,
conforme as profecias (cf. Zc 9.9,10; Mt 21.1-11), e foi então aclamado como
Rei (cf. Lc 19.38). Voltando ao céu, após a sua ressurreição, foi aclamado como
o Rei da Glória (cf. Sl 24.8-10).
Após a ressurreição de
Jesus, Deus exaltou-o soberanamente (cf. Fp 2.9), e coroou-o de honra e de
glória (cf. Hb 2.7), glorificando-o com “aquela
glória que tinha” antes que o mundo existisse (cf. Jo 17.5) e que Ele havia
deixado para ser homem (cf. Fp 2.6-8). Ele foi agora feito Senhor e Cristo (cf.
At 2.36), Príncipe e Salvador (cf. At 5.31), Juiz dos vivos e dos mortos (cf.
At 10.42), e assentou-se à direita de Deus nos céus (cf. Ef 1.20). Deus
entregou tudo nas suas mãos (cf. Jo 3.35), e Ele tem agora todo o poder no céu
e na terra (cf. Mt 28.18).
Conclusão
O Dicionário Bíblico
Wycliffe salienta que “essas eram as três funções (profeta,
sacerdote e rei) entre os israelitas do Antigo Testamento cujos ocupantes recebiam
investidura pela unção com óleo (profeta, 1 Rs 19.16; sacerdote, Êx 29.7;
30.25,30; rei, 1 Sm 9.16; 16.1,13).” Quando o Espírito Santo veio sobre Jesus,
na ocasião do seu batismo no Rio Jordão, em forma corpórea de uma pomba, pela
unção divina Ele foi investido no seu tríplice ministério (Lc 4.18).
Entretanto, o fato de
exercer tais ofícios não diminuiu em nada a humildade de Jesus, pelo contrário,
fez do nosso Senhor o nosso modelo para a humildade que se torna essencial para
servir aos outros.
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Adaptação de: Jesus Cristo: Filho do Homem, Filho de Deus. Artigo: Marcelo
Oliveira de Oliveira | Editora: CPAD | Reverberação: SITE : Escola Bíblica
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