Classe: Jovens |
Trimestre: 1° de 2020 | Revista: Professor | Lições Bíblicas de Jovens, CPAD –
Aula: 09/02/2020
TEXTO DO
DIA
"Disse-lhes
Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu
sou." (Jo 8.58)
SÍNTESE
A
convicção de Jesus quanto a seu chamado, ministério e vocação, fica bastante
explícita nas declarações contundentes e impactantes que Ele fez e os
escritores sagrados registraram ao longo dos quatro Evangelhos.
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Mc 14.62
Ele assume publicamente ser o filho de Deus
TERÇA - Jo 4.26
Ele é o Messias que havia de vir
QUARTA - Jo 6.35
Ele é o pão da vida
QUINTA - Jo 11.25
Ele é a ressurreição e a vida
SEXTA - Jo 15.1
Ele é a videira verdadeira
SÁBADO - Jo 18.5
Mesmo nas horas mais difíceis Ele não se acovarda de
assumir sua identidade
Objetivos
RELACIONAR a
afirmação de Jesus, "Eu sou a Luz do Mundo", com a celebração da
Festa dos Tabernáculos;
PRESENTAR
a
superioridade da liderança de Jesus como "Bom Pastor";
REFLETIR sobre
a responsabilidade de servir ao único Salvador do mundo.
VEJA TAMBÉM:
Interação
O desafio de ser educador hoje em dia é enorme, ser educador Cristão
então, não é nada fácil. Em algumas ED's temos uma segmentação excelente,
classe subdivididas dentro da melhor disposição para cada igreja local (faixa
etária, gênero, função/vocação ministerial etc.), mas já em outras igrejas,
temos apenas uma ED em classe única. Existem igrejas onde a lição é ministrada
em sala preparadas especialmente para a ED, na grande maioria das AD's no
Brasil, a aula acontece no interior do templo, com classes diversas funcionando
simultaneamente. Em algumas comunidades, temos um considerável nível de
erudição secular, formação teológica, já em outras, o educador tem o desafio de
ministrar a aula para alunos que - muitas vezes - vivem o milagre de terem sido
letrados através da leitura devocional da Bíblia. Não importa em qual condição
você vive: se nas melhores estruturas físicas, com os mais incríveis alunos ou
não, o diferencial da ED sempre será você, caríssimo Educador Cristão, MUITO
OBRIGADO.
Orientação
Pedagógica
Antecipadamente,
prepare folhas de papel coloridas e escreva em cada uma delas, três vezes, a
expressão:
"Eu
sou ________". Distribua as folhas
preparadas e caneta; depois solicite a seus alunos que preencham o complemento
para cada uma das três lacunas. O momento central da dinâmica será a reflexão
sobre as respostas de cada educando. É necessário ter consciência que para
algumas pessoas será muito desafiador definir-se, por isso, tenha paciência e
sensibilidade para escutá-los, já em outros casos é possível que o educando
necessite de sua mediação como professor - cheio de palavra de ciência e
sabedoria - para refletir sobre a auto-identificação escolhida por ele. Após as
falas e reflexões, ore, agradecendo ao Pai, por aquilo que Ele nos faz ser.
Texto bíblico
João
8.49-58
49 Jesus respondeu: Eu não tenho demônio;
antes honro a meu Pai, e vós me desonrais.
50 Eu não busco a minha glória; há quem a
busque, e julgue.
51 Em verdade, em verdade vos digo que, se
alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.
52 Disseram-lhe, pois, os judeus: Agora,
conhecemos que tens demônio. Morreu Abraão e os profetas; e tu dizes: Se alguém
guardar a minha palavra, nunca provará a morte.
53 És tu maior do que o nosso pai Abraão, o
nosso pai, que morreu? E também os profetas morreram; quem te fazes tu ser?
54 Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim
mesmo, a minha glória não é nada; quem me glorifica é meu Pai, o qual dizeis
que é vosso Deus.
55 E vós não o conheceis, mas eu conheço-o;
e, se disser que o não conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e
guardo a sua palavra.
56 Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu
dia, e viu-o, e alegrou-se.
57 Disseram-lhe, pois, os judeus: Ainda não
tens cinquenta anos e viste Abraão?
58 Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade
vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou.
INTRODUÇÃO
Há
nos Evangelhos um conjunto de afirmações de Jesus que causaram muita
repercussão entre os religiosos de sua época; são declarações que Ele inicia
com a expressão "Eu sou" (Jo 6.35; 8.12; 10.7,9,11,14; 11.25; 12.46;
14.6; 15.1). Um dos momentos mais tensos é em João 8.58,59, quando em virtude
de suas declarações Jesus é quase apedrejado. O que justificaria reações tão
violentas da parte dos judeus?
I - EU SOU
A LUZ DO MUNDO
1.
O SENHOR é a luz das nações.
Há
no Antigo Testamento um conjunto de referências e associações do SENHOR à luz.
O primeiro elemento da criação divina é a luz (Gn 1.3).
Desde o início das
Escrituras a imagem da luz está em contraposição às trevas, servindo como uma
metáfora da oposição entre bem e mal (Is 59.9). Em vários dos registros sobre a
manifestação do Senhor, luz, brilho e fulgor, sempre estão presentes (Êx 19.16;
2 Sm 22.13; Sl 18.12). Em Salmo 27.1 a bênção da salvação está associada à luz,
como sendo a orientação divina para uma vida boa. O fiel Simeão, em sua
velhice, teve o privilégio de testemunhar o aparecimento do Messias (Lc
2.25-32); em seu louvor ele ora ao Altíssimo declarando que o redentor Jesus é
aquEle que veio ao mundo para iluminar as nações, ou seja, para ser o único
capaz de libertar a humanidade das trevas da ignorância e conduzir-nos ao
caminho do bom Salvador.
2.
A afirmação de Jesus e sua relação com a Festa dos Tabernáculos.
Em
meio a um contexto celebrativo da Festa dos Tabernáculos ou das Tendas (Lv
23.33-36; Dt 16.16; Jo 7.2,37), Jesus apresenta-se como "Luz do
mundo". Tal afirmação, que para nós manifesta a deidade de Cristo e sua
associação direta com a imagem do glorioso Senhor Jeová do Antigo Testamento,
tinha outros significados que a audiência de Jesus conseguia captar com
facilidade. A Festa das Tendas, celebrada durante sete dias mais um, era
popularmente conhecida como a celebração da alegria, e isto por um conjunto de
fatores específicos: Ela acontecia quatro dias após o dia do perdão, Yom
Kippur, (Lv 23.27). Logo o povo estava livre para festejar com alegria, uma vez
que a culpa por seus pecados foi retirada de sobre cada indivíduo. Já o
objetivo litúrgico-cultural era lembrar ao povo o tempo de sua peregrinação e
como, de modo milagroso, o Senhor sustentou-lhes no deserto enquanto moravam em
tendas. Há, no entanto, um aspecto desta celebração que está diretamente associado
à declaração de Jesus sobre ser a luz: O texto sagrado lido nesta cerimônia era
Zacarias 14. Ora, para além da relação com a questão da "água viva"
(Zc 14.8) que Jesus também já havia feito referência (Jo 7.38), o texto do
profeta Zacarias também anuncia profeticamente que quando vier o Senhor haverá
luz (Zc 14.7). Feita toda esta contextualização, as palavras de Jesus em João
8.12 ganham forte caráter de cumprimento profético. A alegria que Jerusalém
esperou por séculos havia chegado, personificada em um homem simples, mas
poderoso em obras e palavras (Lc 24.19).
3.
Precisamos da Luz!
A
Bíblia Sagrada, mais especificamente o Novo Testamento, é rico na exortação de
que devemos andar na luz (1 Jo 1.7), viver como filhos da luz e não das trevas
(Jo 12.36; Ef 5.8), protegermo-nos com as armas da luz (Rm 13.12). O Inimigo do
Reino de Deus tem roubado a luz de muitas pessoas e por isso elas tem
tornado-se incapazes de entender a beleza do Evangelho (2 Co 4.4). Quem ama as
trevas não está em Deus, pois deseja esconder quem é e o que fez (1 Co 4.5),
por isso nós os filhos de Deus, não podemos associarmo-nos às trevas e sim
denunciá-las (Ef 5.11).
SUGESTÃO DE LEITURA:
II - O BOM
PASTOR
1.
A expressão "Bom Pastor" como uma rememoração de uma imagem do Antigo
Testamento.
Não
podemos perder de vista o fato de Jesus ter vivido num contexto da cultura e
religião judaica; assim, sempre que possível devemos levar em consideração, nas
falas do Salvador, prováveis releituras, alusões ou referências a textos ou
eventos do Antigo Testamento. Partindo desta hipótese interpretativa João
1.1-21, mais especificamente a figura do "Bom Pastor", seria à
necessidade de estabelecimento de um novo modelo de liderança, tendo como base
as críticas de Profetas como Jeremias (Jr 23.1-4) e Ezequiel (Ez 34.1-16).
Dentre as denúncias proféticas estão o egoísmo de alguns pastores que ao invés
de dedicaram-se às ovelhas, preocupavam-se apenas com as futilidades da própria
vida (Ez 34.2-10) e a reprovação do trato perverso com as pessoas (Jr 23.1,2).
Na imagem de Ezequiel, assim como em João, Deus levantaria um pastor para
cuidar e buscar todas as ovelhas de Israel que estavam em sofrimento (Ez
34.11-16).
2.
O caráter sacrificial do Bom Pastor.
A
postura mais destacável da liderança de Jesus é sua capacidade de se sacrificar
pelos seus amigos (vv.17,18). Esta atitude do Mestre inverte completamente a
lógica de manipulação e exploração de pessoas que desde a Queda adâmica
instaurou-se na humanidade. Jesus não é apenas um teórico da fé e nem uma
pessoa que cobra dos outros o que nunca foi capaz de fazer. Para demonstrar seu
amor por nós, Ele anuncia seu empenho pessoal em fazer-nos felizes (Jo
10.18,28). No Reino estabelecido por Jesus, os pequenos e frágeis têm
protagonismo (Mt 10.42; Lc 12.32; 17.2). Os menores serão aqueles reconhecidos
como os mais importantes (Lc 22.22-26); os preteridos são tratados com
prioridade.
3.
O relacionamento dedicado do Bom Pastor.
Além
da doação integral aos liderados, a liderança conforme o modelo de Jesus
instaura um outro fundamento revolucionário: O cuidado com o próximo. Jesus
deixa explícito que o "Bom Pastor" jamais agiria com covardia ou
traição (Jo 10.12, 28). A relação de Jesus com suas ovelhas não obedece um
estilo hierarquizado, no qual Ele faria questão de afastar-se de seus liderados
e demonstrar sua superioridade com relação aos outros. Pelo contrário, o Senhor
conhece aqueles que estão sob sua liderança e eles também sabem quem Ele é, de
modo chegado (Jo 10.14,15). A liderança de Jesus não é movida pelo princípio da
exclusão/eliminação do outro, e sim, pelo acolhimento e cuidado (Jo 10.16).
III - EU
SOU A PORTA
1.
A singularidade de Jesus.
Ao
declarar-se a porta das ovelhas o Senhor Jesus, utilizando-se desta imagem
rural, ressalta o caráter singular de sua vida e ministério. No frágil modelo
de pecuária daquela época, o único modo de garantir o controle dos animais do
rebanho - que ao amanhecer iriam alimentar-se livremente no campo - era
controlar o acesso e a saída deles através de uma única porta. Desta forma, o
Senhor Jesus declara-se à humanidade como ÚNICO caminho para conduzir as
pessoas até a presença do Salvador (Jo 14.6).
Nunca
houve ninguém como Jesus, nem jamais haverá (Mc 12.29; Jo 17.3; Rm 16.27; 1 Tm
1.17; Jd 4, 25). Por quê? Porque seu amor é inigualável (Jo 3.16). Declarar
Jesus como incomparável não é, em hipótese alguma, defender algum tipo de
discurso de ódio ou intolerância religiosa; trata-se exclusivamente de um
princípio inegociável de nossa fé cristã. Por isso, no cotidiano das nossas
relações sociais, devemos anunciar o Evangelho apresentando Jesus e suas
características excepcionais, deste modo, não há nenhuma necessidade de
criticar ou ridicularizar a religiosidade alheia. Por uma exigência da
sociabilidade, devemos respeitar a todos, inclusive os que creem diferentes de
nós; por uma imposição de fé, devemos amar a todos, mesmo os que não acreditam
na Palavra como nós (Lc 6.35).
2.
A superioridade de Jesus.
Em
João 10.8 o Mestre rotula como ladrões e salteadores (numa acepção moderna,
mercenários, piratas, saqueadores, em resumo, um homem que vai à guerra por
dinheiro e não por honra ou justiça) todos os que vieram antes dEle. Mas contra
quem são essas palavras? É evidente que o Salvador não está falando sobre os
patriarcas, profetas e santos do Antigo Testamento que o antecederam, esta é
uma das declarações mais contundentes de Jesus sobre os pseudolíderes de sua
época. Neste aspecto Jesus está defendendo que qualquer tipo de liderança
religiosa que não aponta para a cruz e o sacrifício vicário é inútil e falsa.
Qualquer espiritualidade que aponte apenas para o lucro, poder e glória humana
pode ter muito espaço entre os homens, mas na verdade, não passará de entretenimento
para bodes, ou seja, manipulação de emoções para pessoas que vivem apenas de
aparência, sem uma transformação espiritual verdadeira.
3.
O poder de Jesus.
Apenas
em Jesus encontramos redenção para nossas almas. As palavras aqui em João ressoam
aquilo que Ele afirmou em Mateus 11.28. A salvação que Deus tem para nós não é
um processo dolorido, como se algum tipo de sofrimento nosso fosse o caminho
para a libertação de nossos pecados. Como bem afirma o profeta, nossas culpas
foram todas levadas por Ele (Is 53.5). Ao declarar-se a porta, Jesus revela-se
como aquEle que possui o poder de quebrar as maldições e fazer em nós novas
todas as coisas (2 Co 5.17). O escritor aos Hebreus, usando uma analogia
próxima a esta da porta, apresenta-nos Jesus e sua obra como um "novo e
vivo caminho" (Hb 10.20). A experiência da conversão é, como o próprio
Jesus afirmou em seu sermão da montanha (Mt 7.13,14), semelhante a decisão de
percorrer um extenuante e longo caminho, mas cujo final é um lugar de descanso
e paz. Seguir a Jesus não é nada fácil (Mt 16.24,25), mas sabemos que Ele vai a
frente, por isso, nós chegaremos lá.
SUBSÍDIO
8.57 Jesus não tinha afirmado ser um contemporâneo de Abraão, ou que
tivesse visto a Abraão; em vez disso, o Senhor disse que Abraão tinha previsto
a sua vinda. O comentário sobre Jesus ainda não ter cinquenta anos é um modo
indireto de dizer que Ele ainda não era um homem idoso.
8.58,59 Jesus os surpreendeu com sua resposta: "Em verdade, em
verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou!" Abraão, como
todos os seres humanos, passou a existirem um ponto no tempo. Mas Jesus nunca
teve um início - Ele sempre foi eterno, e, portanto, sempre foi Deus. Ele
estava inegavelmente proclamando a sua divindade. Nenhuma outra figura
religiosa em toda a história fez tais reivindicações. Ou Jesus era Deus, ou era
louco. A sua reivindicação de divindade exige uma resposta. Ela não pode ser
ignorada. Isto era demais para os judeus; estas palavras os inflamaram tanto
que eles pegaram em pedras para matá-lo por blasfêmia de acordo com a lei (Lv
24.16). Os líderes entenderam bem o que Jesus estava afirmando; e por não
crerem nele, eles o acusaram de blasfêmia. Na verdade, eles eram realmente os
blasfemadores, amaldiçoando e atacando o Deus a quem afirmavam servir! Mas
Jesus ocultou-se ou "foi ocultado"(talvez significando que Ele tenha
sido guardado por Deus)" (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal.
Vol 1. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010. p. 543).
CONCLUSÃO
Conhecer
o Senhor Jesus é fundamental para todo aquele que deseja ser um verdadeiro
discípulo do Salvador. Jamais poderemos ser amigos do Mestre se mantivermos com
Ele apenas um relacionamento burocrático-religioso. Entender cada um dos
discursos e declarações do nosso Redentor deve ser um ideal de vida para cada
um de nós. Por isso, para tanto, dediquemo-nos cada vez mais a um estudo
sistemático das Escrituras, lendo as palavras de Jesus de Nazaré como uma
Escritura viva.
ORA DA
REVISÃO
1.
Que relação a declaração de Jesus - "Eu sou a luz do mundo" - tem com
a celebração da Festa dos Tabernáculos?
A
afirmação de Jesus aponta para o cumprimento da profecia de Zc 14, este que era
o texto básico da celebração da Festa dos Tabernáculos.
2.
Que referências do Antigo Testamento podemos utilizar para falar de Jesus?
Textos
como os dos profetas Jeremias (Jr 23.1-4) e Ezequiel (Ez 34.1-16).
3.
"O bom pastor dá a vida pelas ovelhas", de que maneira esta afirmação
caracteriza a liderança de Jesus?
Jesus
não é um líder egoísta, pelo contrário, seu altruísmo manifesta-se em seu amor
e determinação em sacrificar-se por nossa salvação.
4.
Quais as duas características de Jesus que estão implícitas na declaração:
"Eu sou a porta."?
Singularidade
e superioridade.
5.
Que consequência a certeza de que Jesus é o único caminho deve produzir em
nossas vidas?
Um
senso de responsabilidade e comprometimento no anúncio do Evangelho àqueles que
ainda não foram alcançados.
SUGESTÃO DE LEITURA:
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