A alma é a vida do corpo e
quando a alma se retira o corpo morre. A alma é aquele princípio inteligente e
vivificante que anima o corpo humano, usando os sentidos físicos como seus
agentes na exploração das coisas materiais e os órgãos do corpo para se
expressar e comunicar-se com o mundo exterior.
Originalmente a alma veio a
existir em resultado do sopro sobrenatural de Deus. Podemos descrevê-la como
espiritual e vivente, porque opera por meio do corpo. No entanto, não devemos
crer que a alma seja parte de Deus, pois a alma peca. É mais correto dizer que
é dom e obra de Deus. (Zac. 12:1.)
Veja também:
- A
natureza do Ser Humano – Corpo, Alma e espírito - Aqui
Antropologia
Bíblica - A Doutrina do Homem à Luz da Bíblia – Aqui
- A
Doutrina de Jesus Cristo – Cristologia - Aqui
- Subsídios
Bíblicos para as lições do 1° trimestre de 2020 – Adultos, Aqui
I - QUATRO DISTINÇÕES DA ALMA
1. A
alma distingue a vida humana e a vida dos irracionais das coisas inanimadas e
também da vida inconsciente como a vegetal.
Tanto os homens como os
irracionais possuem almas (em Gên. 1:20, a palavra "vida" é
"alma" no original). Poderíamos dizer que as plantas têm alma (no
sentido de um princípio de vida), mas não é uma alma consciente.
2. A
alma do homem o distingue dos irracionais.
Estes possuem alma, mas é
alma terrena que vive somente enquanto durar o corpo. (Ecl. 3:21.) A alma do
homem é de qualidade diferente sendo vivificada pelo espírito humano. Como
"toda carne não é a mesma carne", assim sucede com a alma; existe
alma humana e existe alma dos irracionais. Evidentemente, os homens fazem o que
os irracionais não podem fazer, por muito inteligentes que sejam; a sua
inteligência é de instinto e não proveniente de razão.
Tanto os homens como os
irracionais constroem casas. Mas o homem progrediu, vindo a construir
catedrais, escolas e arranha-céus, enquanto os animais inferiores constroem
suas casas hoje da mesma maneira como as construíam quando Deus os criou. Os
irracionais podem guinchar (como o macaco), cantar (como o pássaro), falar
(como o papagaio); mas somente o homem produz a arte, a literatura, a música e
as invenções cientificas.
O instinto dos animais pode
manifestar a sabedoria do seu Criador, mas somente o homem pode conhecer e
adorar a seu Criador. Para melhor ainda ilustrar o lugar elevado que ocupa o
homem na escala da vida, vamos observar os quatro degraus da vida, que se
elevam em dignidade um sobre o outro, conforme a independência sobre a matéria.
PRIMEIRO, a
vida vegetal, que necessita de órgãos materiais para assimilar o alimento;
SEGUNDO, a
vida sensível, que usa os órgãos para perceber as coisas materiais e ter
contato com elas;
TERCEIRO, a
vida intelectual, que percebe o significado das coisas pela lógica, e não
meramente pelos sentidos;
QUARTO, a
vida moral, que concerne à lei e à conduta. Os animais são dotados de vida
vegetativa e sensível; o homem é dotado de vida vegetativa, sensível,
intelectual e moral.
3. A
alma distingue um homem de outro e dessa maneira forma a base da individualidade.
A palavra "alma" é,
portanto, usada freqüentemente no sentido de "pessoa". Em Êxo. 1:5
"setenta almas" significa "setenta pessoas". Em Rom.13:1
"cada alma" significa "cada pessoa". Atualmente dizemos,
" não havia nem uma alma presente", referindo-nos às pessoas.
4. A
alma distingue o homem não somente das ordens inferiores, mas também das ordens
superiores dos anjos, porque estes não têm corpos semelhantes aos dos homens.
O homem tomou-se um "ser
vivente", quer dizer, a alma enche um corpo terreno sujeito às condições
terrenas. Os anjos se descrevem como espíritos (Heb. 1:14), porque não estão
sujeitos às condições ou limitações materiais. Por essa mesma razão se descreve
Deus como "Espírito". Mas os anjos são espíritos criados e finitos,
enquanto Deus é o Espírito eterno e infinito.
II - A ORIGEM DA ALMA
Sabemos que a primeira alma
veio a existir como resultado de Deus ter soprado no homem o sopro de vida.
Mas
como chegaram a existir as almas desde esse tempo?
Os estudantes da Bíblia se
dividem em dois grupos de idéias diferentes:
1. Um grupo afirma que cada
alma individual não vem proveniente dos pais, mas sim pela criação Divina
imediata.
Citam as seguintes
escrituras: Isa. 57:16; Ecl. 12:7; Heb. 12:9; Zac. 12:1
2. Outros pensam que a alma é
transmitida pelos pais.
Apontam o fato de que a
transmissão da natureza pecaminosa de Adão à posteridade milita contra a
criação divina de cada alma; também o fato de que as características dos pais
se transmitem à descendência. Citam as seguintes passagens: João 1:13; 3:6;
Rom. 5:12; 1 Cor.15:22; Efés. 2:3; Heb. 7:10.
A origem da alma pode
explicar-se pela cooperação tanto do Criador como dos pais. No princípio duma
nova vida, a Divina criação e o uso criativo de meios agem em cooperação. O
homem gera o homem em cooperação com "o Pai dos espíritos". O poder
de Deus domina e permeia o mundo (Atos 17:28; Heb. 1:3) de maneira que todas as
criaturas venham a ter existência segundo as leis que ele ordenou. Portanto, os
processos normais da reprodução humana põem em execução as leis da vida fazendo
com que a alma nasça no mundo.
A origem de todas as formas
de vida está encoberta por um véu de mistérios (Ecl. 11:5; Sal. 139:13-16; Jo
10:8-12), e esse fato deve servir de aviso contra a especulação sobre as coisas
que estão além dos limites das declarações bíblicas.
III - ALMA E CORPO
A relação da alma com o corpo
pode ser descrita e ilustrada da seguinte maneira:
1. A
alma é a depositária da vida; ela figura em tudo que pertence ao sustento, ao
risco, e à perda da vida.
É por isso que em muitos
casos a palavra "alma" tem sido traduzida "vida". (Vide Gên.
9:5; 1 Reis 19:3; 2:23; Prov. 7:23; Êxo. 21:23,30; 30:12; Atos 15:26.) A vida é
o entrosamento do corpo com a alma. Quando a alma e o corpo se separam, o corpo
não existe mais; o que resta é apenas um grupo de partículas materiais num
estado de rápida decomposição.
2. A
alma permeia e habita todas as partes do corpo e afeta mais ou menos
diretamente todos os seus membros.
Este fato explica por que as
Escrituras atribuem sentimentos ao coração e aos rins (Sal. 73:21; Jo 16:13;
Lam. 3:13; Prov. 23:16; Sal. 16:7; Jer. 12:2; Jo. 38:36); às entranhas (File.
12; Jer. 4:19; Lam. 1:20; 2:11; Cânt. dos Cânt. 5:4; Isa. 16:11); e ao ventre
(Hab. 3:16; Jo 20:23; 15:35; João 7:38). Esta mesma verdade, de que a alma
permeia o corpo, explica porque em muitas passagens se descreve a alma
executando atos corporais. (Prov. 13:4; Isa. 32:6; Num. 21:4; Jer. 16:16;
Gên.44:30; Ezeq. 23:17, 22, 28.)
"As partes
internas" ou "entranhas" é a expressão que geralmente descreve o
entrosamento da alma com o corpo. (Isa. 16:11; Sal. 51:6; Zac. 12:1; Isa. 26:9;
1 Reis 3:28.) Essas passagens descrevem as partes internas como o centro dos
sentimentos, de experiência espiritual e de sabedoria. Mas notemos que não é o
tecido material que pensa e sente, e, sim a alma operando por meio dos tecidos.
Corretamente falando, não é o coração de carne, mas a alma, por meio do
coração, que sente.
3.
Por meio do corpo a alma recebe suas impressões do mundo exterior.
Essas impressões são percebidas
por estes sentidos: vista, audição, paladar, olfato e tato, e são transmitidas
ao cérebro por via do sistema nervoso. Por meio do cérebro a alma elabora essas
impressões pelos processos do intelecto, da razão, da memória e da imaginação.
A alma atua sobre essas impressões enviando ordens às várias partes do corpo
por via do cérebro e do sistema nervoso.
4. A
alma estabelece contato com o mundo por meio do corpo, que é o instrumento da
alma.
O sentir, o pensar, o exercer
vontade e outros atos, são todos eles atividades da alma ou do "eu".
É o "eu" que vê e não somente os olhos; é o "eu" que pensa
e não meramente o intelecto; é o "eu" que joga a bola e não meramente
o meu braço; é o "eu" que pede e não simplesmente a língua ou os
membros.
Quando um membro é ferido, a
alma não pode funcionar bem por meio dele; em caso de lesão cerebral pode
resultar a demência. A alma então passa a ser como um músico com um instrumento
danificado ou quebrado.
IV - A ALMA E O PECADO
A alma vive a sua vida
natural através dos instintos, termo que vamos empregar por falta de outro melhor.
Esses instintos são forças motrizes da personalidade, com as quais o Criador
dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terrena (assim como o dotou de
faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial).
Chamamo-los instintos porque são impulsos inatos, implantados na criatura a fim
de capacitá-la a fazer instintivamente o que é necessário para originar e
preservar a vida natural.
Assim escreve o Dr. Leander
Keyser:
"Se no início de sua
vida o infante humano não tivesse certos instintos, não poderia sobreviver,
mesmo com o melhor cuidado paterno e médico."
Vamos considerar os cinco
instintos mais importantes.
O PRIMEIRO É O INSTINTO DA AUTO-PRESERVAÇÃO que
nos avisa de perigo e nos capacita a cuidar de nós mesmos.
O SEGUNDO, É O INSTINTO DE
AQUISIÇÃO (CONSEGUIR), que nos conduz a adquirir as
provisões para o sustento próprio.
O TERCEIRO, É O INSTINTO DA
BUSCA DE ALIMENTO, o impulso que leva a satisfazer a fome
natural.
O QUARTO É O INSTINTO DA
REPRODUÇÃO que conduz à perpetuação da espécie.
O QUINTO, É O INSTINTO DE
DOMÍNIO que conduz a exercer certa iniciativa própria
necessária para o desempenho da vocação e das responsabilidades.
O registro desses dotes (ou
instintos) do homem concedidos pelo Criador acha-se nos primeiros dois
capítulos de Gênesis.
O instinto de
autopreservação implica a proibição e o
aviso: "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás
porque no dia em que dela comeres certamente morrerás."
O instinto de
aquisição aparece no fato de ter Adão
recebido da mão de Deus o lindo jardim do Éden.
O instinto da busca de alimento percebe-se nas palavras: "Eis que vos
tenho dado todas as ervas que dão sementes, as quais se acham sobre a face de
toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê semente ser-vos-á para
alimento."
Ao instinto de
reprodução referem-se estas declarações:
"Homem e mulher os criou." "Deus os abençoou e lhes disse:
frutificai, multiplicai-vos." Ao quinto instinto, domínio, refere-se o
mandamento: "Enchei a terra, e sujeitai-a; dominai.
Quando o homem deu ouvidos à
lei, teve a consciência esclarecida; quando desobedeceu a Deus, sofreu, pois a
consciência o acusava. No relato da tentação (Gên. 3) lemos como o homem cedeu
à concupiscência dos olhos, à cobiça da carne, e à vaidade da vida. (1 João
2:16), e usou os seus poderes de modo contrário à vontade de Deus. A alma consciente
e voluntariamente, usou o corpo para pecar contra Deus. Essa combinação de alma
pecaminosa e corpo humano constituem o que se conhece como "o corpo do
pecado" (Rom. 6:6), ou "a carne" (Gál. 5:24). A inclinação e
desejo da alma para usar o corpo dessa maneira se descreve como a "mente
carnal" (Rom. 8:7).
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