INTRODUÇÃO
A
Velhice é fase de maturidade e
transformações psicológicas e físicas que acompanham o processo da vida humana.
A velhice, também chamada terceira idade. A Bíblia, ao contrário do mundo,
ensina que os justos na “velhice ainda darão frutos; serão viçosos e
florescentes” (Sl 92. 12-15).
VEJA
TAMBÉM:
1)
Maçonaria:
Uma Religião Não Cristã –
Aqui
2)
Curso
para a Formação de Professores (as) da Escola Dominical – Aqui
3)
E-Book
Subsídios EBD - 1° Trim de 2020 - Aqui
MEIA-IDADE E VELHICE
No
curso de psicologia pastoral, promovido pela Convenção Geral das Assembleias de
Deus (CGADB) em parceria com a FAECAD - Faculdade de Tecnologia, Ciências e
Biotecnologia da CGADB, o pastor e psicólogo Jamiel de Oliveira Lopes, nos
ministrou na aula 2, a psicologia no desenvolvimento humano, onde abordou
também acerca da velhice e a meia-idade. Esse assunto é de grande relevância
para nós todos, pois quem ainda não é velho, se não morrer, um dia ainda vai
envelhecer!
1.
A meia-idade.
A
meia-idade é um período da vida que vai dos 40 aos 60 anos. Alguns teóricos
consideram essa época da vida como a idade da maturidade. Durante essa fase,
especialmente se atentarmos para o sentido psicológico do termo “maturidade”, observamos
que o indivíduo geralmente desenvolve uma visão realista de si mesmo, uma
imagem ideal e de como os outros o percebem.
A
maturidade do indivíduo vai além do aspecto físico. Significa assumir uma
atitude realista diante das mudanças que ocorrem interiormente, bem como a
respeito dos ideais e objetivos da vida.
1.1.
Características da meia-idade.
Muitos
fatores caracterizam a meia-idade. Comumente, após os 40 anos, a pessoa deixa
de encarar a vida em termos da data em que nasceu, passando a preocupar-se com
o tempo que lhe resta para viver. Para alguns, essa fase é bastante apavorante,
principalmente por causa dos estereótipos criados em torno dela. Existe, por
exemplo, a crença tradicional a respeito da deterioração física e mental que
acompanha a cessação da capacidade reprodutiva.
A
meia-idade é vista como uma fase de transição entre a juventude e a velhice. É
considerada por Hurlock “uma idade perigosa”, pois, em virtude de a vida estar
passando rapidamente, o homem pode querer aproveitá-la o máximo que puder.
Nessa fase, há também maior incidência de infidelidade conjugal e o abuso do
álcool. Outra situação que justifica o pensamento de Hurlock é o esgotamento
físico resultante do excesso de trabalho, comida, bebida ou atividade sexual.
Essa
fase também se caracteriza pela época das realizações. A sociedade moderna pode
ser orientada pelos valores dos jovens, mas é, na verdade, controlada pelo
adulto da meia-idade; é ele quem, de fato, manda na situação.
Esse
também é o período em que a liderança da indústria no comércio e na comunidade
representa a recompensa pelas realizações individuais.
2.2.
A crise da meia idade.
Durante
essa fase da vida, modificações internas e ambientais combinam-se e deságuam
num período de crise. Collins (1984) apresenta algumas dessas crises em sua
obra “Aconselhamento Cristão”.
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a)
Tédio:
A
rotina diária do trabalho, do lar ou igreja, as visitas obrigatórias a parentes
maçantes, as constantes frustrações diárias (ou seja, uma casa que sempre
precisa de conserto, contas mensais a serem pagas, chefes que devem ser
agradados); tudo isso contribui para estabelecer uma rotina tediosa.
b)
Fadiga:
Depois
de duas décadas de trabalho, é fácil ficar cansado, especialmente quando se
reflete sobre o quanto falta para chegar à aposentadoria. Alguns homens e
mulheres não realizaram muito até então e, por isso, tentam esforçar-se a fim
de provar seu valor. Tal esforço extra é exigido numa situação em que a
vitalidade física começa a dar sinais de falha. Não é de se surpreender que
alguns entram em colapso físico ou emocional, enquanto outros começam a pensar
em maneiras de escapar para conseguir algum descanso.
c)
Mudanças físicas:
Numa
sociedade em que a juventude é supervalorizada, há certa resistência às modificações
físicas da meia-idade, porque estas revelam que estamos envelhecendo, e isso de
maneira bem visível a todos. Cabelos grisalhos, calvície, pele mais grossa,
rugas em torno dos olhos, juntas endurecidas, menor flexibilidade nos
movimentos e mudanças na estrutura corporal. A mulher, além de tudo isso, ainda
enfrenta o problema da menopausa, assinalando a cessação das funções
biológicas. Todas essas mudanças que ocorrem na meia-idade tornam-se fontes de
conflito tanto para o homem como para a mulher.
d)
Medo:
À
medida que a pessoa de meia-idade enfrenta transformações físicas, ela observa
o envelhecimento dos pais e os esforços dos amigos da mesma idade, e vários
temores começam a aparecer. Para alguns, trata-se do primeiro encontro com medo
da morte. Muitos temem perder seu poder de atração, manter a autoridade sobre
os filhos ou continuar desejável aos olhos do cônjuge. Outros receiam que
pessoas mais jovens venham a substituí-los no trabalho ou que a vida perca o
significado. Outros ainda imaginam se irão tornar-se rígidos, incapazes ou
desmotivados. Existe também o medo de perder a atividade e a atração sexual.
Isso cria, às vezes, tensão nos momentos mais íntimos, e a temida incapacidade
de consumar o ato sexual transforma-se em dura realidade.
Diante
das crises enfrentadas na meia-idade, há uma tendência à manifestação de
conflitos emocionais internos, revelados, muitas vezes, num comportamento
explosivo, irritadiço, impaciente, em que a pessoa vive a queixar-se e
preocupar-se com inúmeras pequenas coisas, além do trabalho ou família,
inclinando-se a culpar os outros por seus próprios problemas, etc.
2.
A velhice.
A
terceira idade inicia-se aos 60 anos. É, provavelmente, o estágio mais doloroso
da vida humana. Muitos acreditam que a velhice é sinônimo de doença e fraqueza.
Naturalmente,
com o avanço da idade, a memória começa a falhar e, em face disso, muitos
passam a admitir que não conseguem aprender mais nada e que suas habilidades
intelectuais entraram em declínio inevitável. Por conta dessa imagem, o idoso
acredita não mais ser criativo e priva-se de muitas atividades, temendo o
fracasso e a censura. Essa atitude, quase sempre, leva o idoso ao isolamento e
à sensação de ser rejeitado pelas gerações mais jovens.
Estar
preparado física e espiritualmente para a velhice, removendo os obstáculos da
vida, mantendo-se ativo e com a mente ocupada, permite um envelhecer sem
sofrimento. Ser velho não deve significar ser inútil; pelo contrário, significa
experiências acumuladas.
As
pessoas que conseguem superar o medo de envelhecer encaram a terceira idade
como qualquer outra fase da vida, cheia de desafios a enfrentar.
Para
que ocorra um envelhecimento sem frustrações, faz-se necessário que o idoso
continue desempenhando tarefas relativamente bem distribuídas, de forma a
manter ocupada a mente e o físico, desfrutando das potencialidades que ainda
lhe restam.
A VELHICE DE DAVI
“E
foram os dias que reinou sobre Israel quarenta anos: em Hebrom reinou sete anos
e em Jerusalém reinou trinta e três. E morreu numa boa velhice, cheio de dias,
riquezas e glória; e Salomão, seu filho, reinou em seu lugar (1Cr 29.27,28).
1.
As últimas palavras do Velho Davi (2 Sm 23.1-7).
Os
sete primeiros versículos de 2 Samuel 23, registram, em toda a sua beleza, as últimas
palavras de Davi, isto é, seu último proferimento inspirado na forma de
cântico. Ele descreve o rei ideal, o Messias, cujo reino será uma aurora
gloriosa, como manhã sem nuvens depois de uma longa noite de tempestade. Davi
sabia que não se encaixava na descrição, mas encontrou alento na garantia da
aliança de Deus de que o Messias seria seu descendente. Os versículos 6-7
descrevem o juízo de Cristo sobre os filhos de Belial (ou “os perversos”; NVI)
quando voltar para estabelecer seu reino.
2.
Problemas na velhice de Davi (1Rs 1.1—2.11).
a)
Saúde debilitada.
Quando
o rei Davi já estava bem velho, envolviam-no com roupas, mas ele não se
aquecia. Então os seus servos lhe disseram: Que se procure para o rei, nosso
senhor, uma jovem donzela, que esteja diante do rei e tenha cuidado dele, e
durma nos seus braços, para que o rei, nosso senhor, se aqueça. Então
procuraram em todo o território de Israel uma jovem formosa. Acharam Abisague,
sunamita, e a levaram ao rei. A jovem era muito bonita. Cuidava do rei e o
servia, mas o rei não teve relações com ela (1 Rs 1.1-4 – NAA).
A
proposta de seus servos no versículo 2 pode causar perplexidade e espanto.
Tratava-se, contudo, de uma prática aceita na época no caso de enfermidades
como a de Davi. Não constituía um ato moralmente questionável, nem causa de
escândalo público. O texto deixa claro que Davi não teve relações sexuais com a
jovem Abisague (v. 4b).
A
julgar pelo capítulo 2, é possível que tenha sido considerada esposa legal
de
Davi, pois, quando Adonias a solicitou para si, Salomão interpretou o pedido
como uma reivindicação ao trono (1 Rs 2.21-22).
b) Adonias, mais um filho que quer reinar sem a
aprovação de Davi (1 Rs 1.5-10).
Ao
que parece, Adonias era o filho mais velho com vida (1 Rs 2.22), daí
considerar-se o próximo na linha de sucessão ao trono. Amnom, Absalão e, provavelmente,
Quiliabe, haviam falecido (2 Sm 3.2-4). Adonias se proclamou rei, preparou uma
comitiva majestosa e obteve o apoio de Joabe e Abiatar. O príncipe de aparência
mui formosa conseguiu reunir grande número de seguidores.
Antes
de Salomão nascer, Deus havia dito a Davi que Salomão seria o próximo rei de
Israel (1 Cr 22.9-10). Natã desejava ver a palavra do Senhor se cumprir.
Preocupado com a ameaça de Adonias, expôs a questão a Davi com todo tato. Davi
garantiu a Bate-Seba que Salomão seria, de fato, seu sucessor. Em seguida,
instruiu Zadoque, o sacerdote, e Natã, o profeta, e Benaia, a levarem Salomão
[...] a Giom, uma fonte do lado de fora da cidade, montado na mula do rei, e
ungi-lo rei sobre Israel (1 Rs 1.11-38).
2.
A morte de Davi.
Após
reinar quarenta anos, Davi faleceu e foi sepultado em Jerusalém (1 Rs 2.1-11).
Levando em consideração que Davi começou a reinar com 30 anos de idade (2 Sm
5.4) e reinou por 40 anos (1 Rs 2.11), logo fica claro que Davi morreu com
cerca de 70 anos de idade.
Acerca
da morte de Davi, assim registra o Novo Testamento: “Porque, na verdade, tendo
Davi, no seu tempo, servido conforme a vontade de Deus, dormiu [...]” (At
13.36).