Classe: Jovens |
Trimestre: 3° de 2019 | Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens,
CPAD
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TEXTO DO DIA
Porque do céu se manifesta a
ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em
injustiça." (Rm 1.18)
SÍNTESE
Os
ensinos dos falsos mestres conduzem os homens à impiedade e à apostasia, mas a
Lei do Senhor nos ensina a viver neste mundo de maneira sóbria, justa e
piedosa.
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Agenda de
leitura
SEGUNDA - Pv 12.3
O homem não se estabelecerá pela impiedade
TERÇA - Ez 33.19
Converta-se o ímpio da sua impiedade
QUARTA - Jd 10
Animais que se corrompem
QUINTA - 1 Tm 4.1
Apostasia nos últimos dias
SEXTA - Hb 6.4-6
Impossibilidade de arrependimento
SÁBADO - Sl 1.1,2
Não andando segundo o conselho dos ímpios
Objetivos
I
- EXPLICAR sobre
o ímpio e suas depravações;
II
- CONHECER os
comportamentos decorrentes dos falsos ensino;
III
- CONSCIENTIZAR
sobre o perigo da apostasia.
Interação
Nesta seção da sua Segunda Carta, o apóstolo Pedro apresenta um
retrato do homem ímpio, moldado pelos ensinos heréticos dos falsos mestres. Na
medida em que analisamos estas características, percebemos os perigos que as
heresias representam não somente para a Igreja, mas para o indivíduo e para a
sociedade em geral. Isso porque, os falsos ensinos estabelecem um padrão de
vida contrário ao plano de Deus e validam comportamentos imorais. Eles
corrompem a boa doutrina, mas também a ética. A distorção da verdade faz com
que o homem sem Deus se preocupe somente consigo mesmo, ande segundo as suas
paixões, seja atrevido e desumano. Ele é audacioso, apóstata, libertino e
comparável a um animal. Por tudo isso, o salmista aconselha o jovem cristão a
não seguir os conselhos dos ímpios, mas se deleitar e meditar na lei do Senhor
(Sl 1).
Orientação Pedagógica
Prezado (a) professor(a), esteja atento à vida espiritual de
seus alunos. Lembre-se que o professor é aquele que está disposto a incentivar
e a acompanhar o crescimento espiritual de seus educandos. A verdadeira
Educação Cristã não se caracteriza pela simples transmissão de conhecimentos e
informações, mas de um relacionamento de confiança e amor. Nesta lição,
falaremos sobre os resultados nefastos produzidos pela falsos ensinos. Assim,
destaque a importância do ensino que estimula a conduta ética e virtuosa, que
produz crentes que dão bom testemunho do Evangelho.
Texto bíblico
2 Pedro 2.9-19
9
Assim, sabe o Senhor livrar da
tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem
castigados,
10 mas principalmente aqueles que segundo a
carne andam em concupiscências de imundícia e desprezam as dominações.
Atrevidos, obstinados, não receiam blasfemar das autoridades;
11
enquanto os anjos, sendo maiores em
força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.
12
Mas estes, como animais irracionais,
que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que
não entendem, perecerão na sua corrupção,
13
recebendo o galardão da injustiça;
pois que tais homens têm prazer nos deleites cotidianos; nódoas são eles e
máculas, deleitando-se em seus enganos, quando se banqueteiam convosco;
14
tendo os olhos cheios de adultério e
não cessando de pecar, engodando as almas inconstantes, tendo o coração
exercitado na avareza, filhos de maldição;
15 os quais, deixando o caminho direito, erraram
seguindo o caminho de Balaão, filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça.
16 Mas
teve a repreensão da sua transgressão; o mudo jumento, falando com voz humana,
impediu a loucura do profeta.
17
Estes são fontes sem água, nuvens
levadas pela força do vento, para os quais a escuridão das trevas eternamente
se reserva;
18
porque, falando coisas mui arrogantes
de vaidades, engodam com as concupiscências da carne e com dissoluções aqueles
que se estavam afastando dos que andam em erro,
19 prometendo-lhes liberdade, sendo eles
mesmos servos da corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se
também servo.
INTRODUÇÃO
Após
falar sobre os falsos mestres e sobre o juízo que viria sobre eles, Pedro
prossegue descrevendo o perfil daqueles que estão destinados ao juízo divino.
Embora o apóstolo ainda tenha em mente os impostores da fé, a sua denúncia
descreve de maneira enérgica o retrato do homem ímpio e sua apostasia. Como
veremos, a rejeição a Deus e aos princípios éticos contidos em sua Palavra
conduz o homem para um estilo de vida degradante e altamente nocivo para ele e
para toda a sociedade.
I - OS ÍMPIOS E SUAS
DEPRAVAÇÕES
1.
Andam em concupiscência.
Primeiramente,
o homem ímpio é dominado por seus desejos carnais. Ao dizer que eles andam em
concupiscências de imundícia (ARC), ou segundo imundas paixões (ARA), Pedro
deixa transparecer que não se trata de uma falha moral isolada, mas uma prática
contínua e deliberada. Nesta condição, a pessoa se entrega a uma vida sexual
desregrada, apresentando o seu corpo como instrumento de iniquidade (Rm 6.13).
As duras palavras proferidas por Pedro e por Judas evidenciam que naquele contexto,
os falsos mestres estavam incentivando a promiscuidade e as práticas sexuais
pervertidas, dizendo se tratar de rituais sagrados. Ainda hoje esse tipo de
comportamento é defendido por vários tipos de filosofias, porém, com roupagens
modernas. A ideologia de gênero, por exemplo, tenta a todo custo desconstruir o
padrão natural da sexualidade dada por Deus. Até mesmo em alguns círculos ditos
cristãos surgem defensores de uma vida sexual que contraria o padrão da
santidade sexual segundo as Escrituras, a ponto de reconhecerem a
homossexualidade. Todavia o cristão defende que, à luz da Bíblia, o
homossexualismo é algo imoral e pecaminoso (Rm 1.26-32), razão pela qual não
podemos chamar o mal de bem (Is 5.20; 1 Co 6.10,11).
2.
Menosprezam as autoridades.
Enquanto
os crentes são ensinados a serem obedientes e respeitosos com os ocupantes do
poder governamental, familiar ou eclesiástico, os ímpios são insubordinados e
rebeldes, agindo com desprezo às dominações. É possível que Pedro esteja se
referindo, no verso 12, ao desprezo dos ímpios aos líderes da igreja ou até
mesmo aos poderes angelicais do mundo espiritual. Em todo o caso, essa atitude
expressa uma insubmissão típica de uma rebelião moral do homem em face das
autoridades estabelecidas por Deus.
3.
São atrevidos e difamadores.
O
apóstolo prossegue dizendo que eles são atrevidos, obstinados e não receiam
blasfemar das autoridades. O homem ímpio, dominado pelo pecado, é petulante,
prepotente e orgulhoso. Acredita ser melhor que os outros, e quer em tudo levar
vantagem, esse tipo de comportamento nada tem de cristão. Além disso, gosta de
falar mal não somente das autoridades superiores, como diz o texto, mas de tudo
e de todos. Aqueles que imaginam que a fofoca e os boatos são vícios morais de
menor gravidade devem atentar para as várias recomendações bíblicas sobre a
maledicência e o domínio da língua (2 Tm 2.16,17; Cl 3.8).
II - COMPORTAMENTOS
DECORRENTES DOS FALSOS ENSINOS
1.
Irracionalidade animal.
Pedro
compara os ímpios a animais irracionais (v.12). O homem não é obra do acaso,
resultado da evolução das espécies. Fomos criados à imagem e semelhança de Deus
(Gn 2.16). Todavia, aquele que se torna escravo de seus instintos naturais, em
total desprezo à consciência moral e à voz do Espírito de Deus, assemelha-se a
uma fera que vive pelos impulsos animalescos. Não é sem razão que o homem sem
Deus aceita de bom grado e sem questionar a teoria evolucionista. Afinal, ela
fornece uma justificativa para aqueles que querem viver sem nenhum tipo de
julgamento moral. Se Deus não existe, tudo é moralmente permitido. Por causa
disso, a destruição deles é inevitável, pois receberão o galardão da injustiça.
2.
Hedonismo.
Tamanha
era a devassidão que os homens se entregavam à luxúria carnal em pleno dia
(v.13 - ARA). Escravo do pecado, o homem busca prazer no sexo, nas bebidas, nas
drogas e nas baladas. Pedro diz que eles têm "olhos cheios de adultério e
insaciáveis no pecado, engodando almas inconstantes, tendo coração exercitado
na avareza". Em resumo, o hedonista está sempre cobiçando, e o seu apetite
pelo pecado nunca é satisfeito. Isso é típico do hedonismo, uma forma de vida
que busca o prazer a todo custo. Para o hedonista, as coisas mais importantes
na vida são a conquista do prazer e a fuga ao sofrimento.
3.
Apostasia e sincretismo religioso.
Como
exemplo do desvio do caminho da verdade, Pedro traz à memória o profeta Balaão,
o controverso mensageiro do Antigo Testamento (Nm 22-26). Apesar de ter
aparentemente resistido à proposta de Balaque, de amaldiçoar Israel, seu
coração ambicionava a recompensa prometida pelo rei moabita. Atribui-se a ele o
fato de os israelitas terem sido seduzidos a adorar Baal e levados a se
prostituírem com as mulheres pagãs (Nm 25; Jd 11; Ap 2.14). Tornou-se, assim,
um péssimo exemplo de apostasia e sincretismo religioso, que tenta misturar a
fé cristã com outras religiões. A tentativa de conciliar diferentes dogmas
religiosos é uma marca da presente era, sob o falso argumento de que as várias
religiões do mundo são nada mais que aspectos diferentes de uma mesma
divindade. Esse argumento tem tirado muitos cristãos do caminho da verdade.
III - O PERIGO DA
APOSTASIA
1.
A possibilidade da queda.
Agora,
o autor sagrado adverte sobre o perigo de se abandonar a verdade. A partir da
leitura do verso 20 aprendemos que aquele que conheceu ao Senhor Jesus Cristo
pode perder a salvação, caso seja vencido pela contaminação do mundo. A
salvação somente é garantida àquele que se mantém fiel ao Senhor. Por isso, não há qualquer base bíblica para
afirmação que diz "uma vez salvo, salvo para sempre". O apóstolo
ensina que o estado final daquele que conheceu a verdade e a abandonou será
pior que antes.
2.
O perigo da apostasia.
Ao
dizer que "melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do que,
conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado", o
apóstolo não está incentivando algum tipo de ignorância. A sua intenção é
advertir para os perigos da apostasia. Este termo, proveniente do grego
apostásis, significa o abandono consciente e premeditado da fé que nos foi
revelada por intermédio de Nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tm 4.1). É preciso
esclarecer que a apostasia da qual Pedro está a tratar não se confunde com o
desvio da fé, passível de retorno aos braços do Pai por meio do genuíno arrependimento
(2 Co 12.21; Rm 11.21-23; Tg 5.19). Existem dois tipos de apostasia: a
teológica e a moral. A primeira ocorre quando a pessoa nega e se afasta
completamente da verdade de Deus. Na segunda, quando revela comportamentos
contrários à santidade requerida em sua Palavra (Hb 6.4; 1 Pe 1.15,16). Os
falsos ensinamentos podem conduzir a esses dois tipos de apostasia, pois nega o
Senhor e conduz a uma vida ímpia e imoral. Por outro lado, a graça e o ensino
da Lei do Senhor nos ensina a renunciar à impiedade e às concupiscências
mundanas, vivendo neste presente século sóbria, justa e piamente" (Tt
2.11,12).
SUBSÍDIO 1
"A Apostasia Pessoal (Hb 3.12)
A apostasia (gr. apostasia) aparece duas vezes no NT como
substantivo (At 21.21; 2 Ts 2.3) e, aqui em Hb 3.12, como verbo (gr. aphistemi,
traduzido por 'apartar'). O termo grego é definido como 'decair, deserção,
rebelião, abandono, retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava
ligado'.
1. Significado de apostasia.
Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com
Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé nEle. Sendo
assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a
salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5);
não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja
visível.
A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora
relacionados entre si:
(a) a apostasia teológica, isto é, a rejeição de todos os
ensinos originais de Cristo e dos apóstolos ou alguns deles (1 Tm 4.1; 2 Tm
4.3); e
(b) a apostasia moral, ou seja, aquele que era crente deixa de
permanecer em Cristo e volta a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is
29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13).
2. Advertência bíblica.
A Bíblia adverte fortemente quanto à possibilidade da apostasia,
visando tanto nos alertar do perigo fatal de abandonar nossa união com Cristo,
como para nos motivara perseverar na fé e na obediência" (Bíblia de Estudo
Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.1903).
SUBSÍDIO 2
"Pedro menciona aqueles que 'depois de terem escapado das
corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, foram
outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se-lhes o último estado pior do
que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça do
que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado. Deste
modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: 'O cão voltou ao
seu próprio vômito; a porca lavada, ao espojadouro de lama' (2 Pe 2.20-22).
João diz que a vida eterna não é possessão do crente, independentemente de ele
ter a Cristo (1 Jo 5.11,12). O Pai 'deu também ao Filho ter a vida eterna em si
mesmo' no mesmo sentido em que o Pai tem vida por seu próprio direito e
natureza (Jo 5.26). A nós não foi concedido esse direito. A vida eterna é a
vida de Cristo em nós, e nós a possuímos somente à medida em que estamos em
'Cristo'.
Os calvinistas, dizendo que essas advertências são
essencialmente hipotéticas para os crentes verdadeiros, empregam várias
ilustrações. Erickson refere-se a pais que temem que seus filhos saiam correndo
para a rua e sejam atropelados por um automóvel. Eles têm duas opções:
construir um muro alto que impossibilite a saída de dentro do quintal; ou podem
advertir a criança contra o perigo de sair correndo para a rua" (HORTON,
Stanley M. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. 1.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1996).
CONCLUSÃO
O
estudo da presente lição nos mostrou quão perigosos são os ensinos dos falsos
mestres, pois conduzem a comportamentos que prejudicam o indivíduo e toda a
sociedade, por meio de uma mentalidade ímpia e completamente contrária ao propósito
de Deus para o ser humano.
HORA DA REVISÃO
1.
Segundo a lição, o que as duras palavras de Pedro evidenciam sobre o que estava
acontecendo naquele contexto?
Que
os falsos mestres estavam incentivando a promiscuidade e as práticas sexuais
pervertidas, dizendo se tratar de rituais sagrados.
2.
A quem Pedro compara os ímpios?
A
animais irracionais.
3.
Quais são as coisas mais importantes para o hedonista?
A
conquista do prazer e a fuga ao sofrimento.
4.
O profeta Balaão é um péssimo exemplo de quê?
De
apostasia e sincretismo religioso.
O
que é apostasia?
Este
termo, proveniente do grego apostásis, significa o abandono consciente e
premeditado da fé que nos foi revelada por intermédio de Nosso Senhor Jesus
Cristo.