Classe: Jovens |
Trimestre: 3° de 2019 | Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens,
CPAD
Áudio Lição Aqui | Subsídios
Bíblicos aqui | Auxílio - Professores Aqui
TEXTO DO DIA
"E também houve entre o
povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que
introduzirão encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os
resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição." (2 Pe 2.1)
SÍNTESE
A
Igreja deve estar sempre alerta contra os falsos mestres, pois estes se
infiltram no meio dos crentes e disseminam heresias destruidoras.
Clique e LEIA TAMBÉM:
Lições Bíblicas,
classe: Jovens
Lições Bíblicas,
classe: Adultos
Agenda de
leitura
SEGUNDA - Mt 7.15
Jesus adverte sobre os falsos profetas
TERÇA - Tt 2.1
Falando o que convém à sã doutrina
QUARTA - Gl 5.19-22
Heresia, obra da carne
QUINTA - Mt 24.11
O surgimento dos falsos profetas
SEXTA - Ap 21.8
A condenação dos mentirosos
SÁBADO - Mt 7.23
Apartai-vos de mim Objetivos
I.
APRESENTAR o perfil dos falsos mestres e suas heresias;
II.
COMPREENDER as características dos falsos mestres;
III.
REFLETIR a respeito do julgamento dos impostores da fé.
Interação
Tendo falado no capítulo 1 a respeito da Palavra revelada e
inspirada de Deus, instando os crentes a se manterem firmes nela, no capítulo 2
Pedro expõe acerca dos perigos dos falsos ensinos. Assim como houve no Antigo
Testamento profetas que falaram guiados pelo Espírito Santo, também houve entre
o povo os falsos profetas, homens que falavam segundo os seus próprios
interesses. A intenção do apóstolo, portanto, era advertir a comunidade cristã
acerca dos impostores que estavam a disseminar doutrinas enganosas entre os
crentes, verdadeiras heresias de perdição. Se na Primeira Carta os cristãos
deveriam estar preparados para os desafios externos, na segunda a mensagem é
que os crentes precisam estar prontos e precavidos contra os inimigos internos,
que se infiltram dentro da Igreja e sorrateiramente torcem a verdade das
Escrituras. Assim, nesta lição, estudaremos as principais características dos
falsos mestres, suas heresias, motivações e, sobretudo, a certeza do seu
julgamento.
Texto
bíblico
2 Pedro 2.1-9
1
E também houve entre o povo falsos
profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão
encobertamente heresias de perdição e negarão o Senhor que os resgatou,
trazendo sobre si mesmos repentina perdição.
2
E muitos seguirão as suas dissoluções,
pelos quais será blasfemado o caminho da verdade;
3
e, por avareza, farão de vós
negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia
a sentença, e a sua perdição não dormita.
4
Porque, se Deus não perdoou aos
anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias
da escuridão, ficando reservados para o Juízo;
5
e não perdoou ao mundo antigo, mas
guardou a Noé, pregoeiro da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio
sobre o mundo dos ímpios;
6
e condenou à subversão as cidades
de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza e pondo-as para exemplo aos que
vivessem impiamente;
7
e livrou o justo Ló, enfadado da
vida dissoluta dos homens abomináveis
8
(porque este justo, habitando entre
eles, afligia todos os dias a sua alma justa, pelo que via e ouvia sobre as
suas obras injustas).
9
Assim, sabe o Senhor livrar da
tentação os piedosos e reservar os injustos para o Dia de Juízo, para serem
castigados,
INTRODUÇÃO
Depois
de ensinar e aconselhar os cristãos sobre várias doutrinas, Pedro adverte agora
a respeito dos impostores religiosos. Com coragem digna de um apóstolo do
Senhor, Pedro não fica indiferente em relação àqueles que estavam espalhando o
engano dentro da comunidade de crentes. Com o Mestre, ele entendeu a
importância de se precaver dos lobos vestidos em peles de ovelhas, e agora está
disposto a denunciar esse mal dentro da Igreja. Isso porque, além de ensinar a
verdade, o líder cristão tem também a nobre missão de confrontar a mentira e a
falsidade, falando o que convém à sã doutrina (Tt 2.1).
I - OS
FALSOS MESTRES E SUAS HERESIAS
1.
A falsidade religiosa.
No
seu início e nas décadas seguintes, a Igreja foi ameaçada pelos judaizantes,
que queriam impor a lei mosaica e seus ritos sobre os cristãos. Estes mestres
alteravam o cerne do Evangelho, colocando a Lei como complemento da obra de
Jesus no Calvário, razão pela qual o apóstolo Paulo os censurou gravemente (Gl
1.8,9). Tempos depois, o Cristianismo passou a ser ameaçado pelos falsos
doutores (gr. pseudodidaskalos), também chamados falsos mestres ou professores,
que tentavam introduzir nas doutrinas cristãs conceitos das filosofias pagãs,
induzindo o povo à prática da imoralidade. É dentro desse contexto que Pedro
escreve a sua Segunda Epístola, cujo teor é bem parecido com a Carta de Judas.
Ambas advertem sobre as principais características dos falsos mestres, suas
heresias, motivações e a certeza do julgamento divino sobre eles.
2.
Os falsos mestres.
Os
leitores da carta estavam habituados com as histórias dos falsos profetas de
Israel. Em diversas ocasiões, os israelitas desviaram-se da verdade por dar
ouvidos aos mensageiros enganosos. Assim, da mesma maneira que houve falsos
profetas no passado (Jr 6.14; 14.14; Ez 13.16), estava havendo entre o povo
mestres fraudulentos. Os tempos mudam, mas o Diabo, o pai da mentira, encontra
novas maneiras de enganar o povo. Enquanto os falsos profetas supostamente
falavam sob a direção de Deus, os falsos mestres distorcem as Escrituras e os
falsos profetas inventam revelações, Eles adulteram a verdade de Deus.
3.
As heresias.
De
acordo com texto bíblico, os falsos profetas introduzem encobertamente heresias
de perdição. No original grego, embora a palavra heresia (haeresis) tenha o
sentido estrito de "fazer uma escolha", no Novo Testamento ela denota
uma escolha deliberada de rejeitar o verdadeiro ensino cristão, dando origem a
doutrinas heréticas e movimentos sectários (1 Co 11.19; Gl 5.20). Considerando
o perigo que representam à fé cristã em geral e ao crente em particular, Pedro
diz que são heresias de perdição, isto é, ensinamentos que destroem princípios
éticos e doutrinários. Vale atentar para a forma como os falsos mestres
procedem. Utilizando a dissimulação eles introduzem suas heresias
encobertamente na Igreja. Quase nunca confrontam abertamente a ortodoxia
bíblica. Em vez disso, de maneira secreta, sorrateira, desprezam doutrinas
elementares da fé, a exemplo da inerrância e inspiração das Escrituras, e
adotam métodos hermenêuticos espúrios.
4.
Negam ao Senhor que os resgatou.
Uma
das principais maneiras de identificar uma heresia é observar se o seu ensino
subtrai a divindade de Cristo, diminuindo seu poder e autoridade. Isso é o que
Pedro quer dizer quando afirma que os falsos mestres "negarão o Senhor que
os resgatou". Eles afirmavam que Jesus não poderia ser Deus e que a sua
obra vicária não tinha valor. Uma clara evidência da falsidade de um ensino é
tratar Jesus somente como um grande ensinador ou mestre moral, e rejeitar a sua
deidade. Jesus tinha total convicção de sua autoridade. Ele disse: "Eu e o
Pai somos um" (Jo 10.30). E depois da sua ressurreição dos mortos afirmou:
"É-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mt 28.18). Cristo não era
um simples sábio, um mero homem de moral elevada ou somente um profeta. Ele era
e é o Filho Unigênito de Deus (Jo 3.16), enviado com o propósito de
proporcionar redenção ao homem.
II -
CARACTERÍSTICAS DOS FALSOS MESTRES
1.
Fazem seguidores.
Lamentavelmente,
os impostores da fé sempre alcançam êxito na tarefa de arrebanhar ouvintes e
seguidores, geralmente pessoas incautas que são levadas por qualquer vento de
doutrina (Ef 4.14). O ser humano possui um anseio inato por Deus, pois foi
criado como um ser espiritual. Todavia, diante da sua condição caída e
pecadora, acaba substituíndo o Deus verdadeiro e a sua Palavra por ídolos
construídos por ele próprio, a exemplo do episódio do bezerro de ouro (Êx 32).
A tática dos falsos mestres é idêntica àquela utilizada pelo falsos profetas:
falar o que o povo quer ouvir (Jr 5.31; 29.8; Mq 2.11). Em razão disso, Pedro
afirma que muitos seguem as suas práticas libertinas (v. 2 - ARA). Tal se deve
porque enganadores religiosos não propagam
somente falsas doutrinas, mas também falsas condutas. Ao distorcerem a Palavra
de Deus, como fez a serpente no Éden, levam os seus seguidores à libertinagem e
às práticas imorais, denegrindo o Evangelho diante do mundo.
2.
Defendem o antinomismo.
A
advertência apostólica contra os ensinos que conduziam à imoralidade era
crucial naquele momento. Além do gnosticismo, a comunidade cristã também
padecia com os ensinos heréticos dos antinomistas. Estes apregoavam a
desnecessidade dos crentes seguirem princípios éticos, ao argumento de que os preceitos
morais da Lei de Deus não teriam mais validade após a morte de Cristo. Para os
falsos mestres, não há qualquer problema em ser crente e ao mesmo tempo viver
deliberadamente no pecado. "Jesus só quer o coração" é a frase que
melhor resume este ensinamento insidioso. Esta mentira satânica enganou muitas
pessoas naquele tempo e continua a seduzir muitos crentes, inclusive jovens,
nos dias de hoje. Paulo combateu aqueles que achavam que, por causa da graça de
Deus, podiam continuar numa vida dissoluta (Rm 6.1-4). A graça divina não
justifica a continuidade no pecado!
Como
consequência dos falsos ensinos e suas práticas, Pedro enfatiza que o caminho
da verdade é blasfemado. Ou seja, ao deturpar o Evangelho, os impostores trazem
escândalo à Igreja e envergonham o nome de Cristo.
3.
Buscam lucro e proveito próprio.
Outra marca dos falsos mestres é a busca do
lucro financeiro por meio da fé. Movidos pela avareza, eles tratam os seus
seguidores como mercadorias, fazendo deles negócio com palavras fingidas. Certamente,
como ensina Lawrence Richards, "não devemos nos precipitar e considerar
alguém como um ''falso mestre" com base na sua renda financeira. A questão
aqui é a motivação e a exploração financeira". Exploradores da fé não amam
as pessoas, amam o dinheiro. Eles não estão preocupados com o crescimento
espiritual dos crentes, e sim com o próprio benefício financeiro. Judas diz que
eles são pastores que "apascentam a si mesmos" (v.12). Naquela época,
muitos desses falsários espirituais cobravam para realizar suas práticas
religiosas. Em nossos dias não é diferente. Em muitos casos, há quem use o
ministério cristão com propósitos egoístas, com os olhos voltados para o lucro
financeiro. Que Deus nos dê sabedoria para discernir entre o falso e o
verdadeiro, entre aqueles que servem a Deus e aqueles que servem ao seus
interesses pessoais dentro da igreja!
Clique e LEIA TAMBÉM:
Lições Bíblicas,
classe: Jovens
Lições Bíblicas,
classe: Adultos
III - O
JULGAMENTO DOS IMPOSTORES DA FÉ
1.
Uma sentença decretada.
Pedro
finaliza o verso 3 dando um alento aos fiéis que clamam por justiça. O tempo
dos falsos mestres está terminando; o destino deles é certo: a condenação
final. Ninguém poderá livrá-los da sentença do Justo Juiz, porquanto hão de
pagar o preço pelos seus falsos ensinamentos e pelas vidas que desviaram da
verdade. Em sua Palavra, Deus sempre deu a conhecer a sentença sobre os
impostores religiosos (Ap 21.8). No Julgamento Final, nem mesmo o fato de
dizerem que profetizaram, expulsaram demônios ou fizeram maravilhas no nome de
Deus será suficiente para livrá-los. Jesus lhes dirá: "Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade" (Mt 7.23).
2.
O Deus de justiça.
O
apóstolo comprova a certeza da severa condenação divina com base em três
condenações anteriores: a rebelião angelical, a geração pré-diluviana e as
cidades de Sodoma e Gomorra: "(...) se Deus condenou os anjos que pecaram
lançando-os no inferno; se Deus condenou o mundo antigo destruindo-o pelo
dilúvio, e se Deus condenou as cidades da planície reduzindo-as a cinzas, então
é absolutamente certo que os falsos mestres também receberão a sua
condenação" (Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento). Esta
passagem enaltece a justiça e a imparcialidade de Deus. Ele é amor, mas é
também justiça (Sl 50.6). De modo claro,
essa passagem das Escrituras confronta os falsos ensinos que negam a ideia do
inferno e da punição eterna para os pecadores. Nesse sentido, o universalismo -
linha teológica que afirma que todos os homens estão destinados à salvação
eterna - não encontra qualquer respaldo no texto sagrado.
3.
O livramento dos justos.
Pedro
contrasta a condenação dos ímpios com o livramento dos justos. Ele recorda que
Deus guardou a Noé e sua família, e livrou a Ló. Evidentemente, isso é uma
prova do favor divino em benefício dos pecadores arrependidos. O perdão de Deus
está disponível àqueles que abandonam o pecado e passam a viver inteiramente
para Ele, mediante a graça. Por essa razão, não é possível conceber a ideia
segundo a qual a salvação é uma ação divina incondicional, sem a necessária
correspondência por parte do homem. A condição da salvação é estar em Cristo,
permanecendo fiel à sua Palavra. Isso pressupõe fé e arrependimento dos
pecados.
Pense
A
falsidade não ficará impune. Um dia, os falsos mestres serão destruídos.
Ponto
Importante
O tempo
dos falsos mestres está terminando; o destino deles é certo: a condenação
final.
SUBSÍDIO
"Advertência contra as Heresias de
Perdição
Pedro começa essa seção sobre os falsos mestres com a frase: 'E
também houve entre o povo falsos profetas'. Talvez essa seja uma referência a
Balaão, a quem mais tarde citará especificamente (2.15,16), embora já tenha
mencionado uma frase de seu oráculo em Números (veja comentários sobre 1.19).
Pedro previne que tais falsos mestres, de forma semelhante, 'introduzirão
encobertamente heresias de perdição' na Igreja. Esse é o desafio da Igreja do
Novo Testamento. As heresias começam com argumentos plausíveis na interpretação
das Escrituras, baseando doutrinas e crenças no silêncio das Escrituras e não
nas palavras explícitas sobre algum assunto.
O ponto crucial da mensagem de Pedro é uma advertência contra
aqueles que moralmente negam a soberania de Cristo; contrasta com o discurso
destes a voz de Deus que ouviu por ocasião da Transfiguração, quando ordenou
que seu Filho fosse ouvido. Esses falsos mestres não estão ouvindo e por isso
negam moralmente o senhorio e a soberana propriedade que Cristo tem sobre suas
vidas. Tal negação lhes trará? rapidamente a destruição. O tema sobre 'quem os
resgatou' é uma parte muito importante da soteriologia de Pedro (1 Pe
1.18,19)" (Comentário Bíblico Pentecostal. Novo Testamento. 2.ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 2004, pp. 1740).
CONCLUSÃO
Desde
a Queda do primeiro casal, as mentiras de Satanás e as heresias provindas das
obras da carne (Gl 5.20) tentam afastar os homens da verdade de Deus, por meio
da sedução e do engano. Como vimos, nesta Segunda Epístola, Pedro adverte aos
crentes sobre os perigos dos falsos mestres e seus ensinos heréticos, os quais
distorcem as doutrinas bíblicas e conduzem as pessoas a um padrão de vida
imoral. A mensagem do apóstolo Pedro ecoa com grande intensidade para a igreja
contemporânea, num tempo de falsa tolerância e pluralismo religioso, que tenta
a todo custo colocar Jesus ao lado de outro deuses e transmitir a ideia de que
todos os caminhos conduzem a Deus. Todavia, a verdade nunca se confunde com a
mentira!
HORA DA
REVISÃO
1.
Segundo a lição, qual o sentido da palavra heresia, e o que ela denota no Novo
Testamento?
No
original grego, embora a palavra heresia (haeresis) tenha o sentido estrito de
"fazer uma escolha", no Novo Testamento ela denota uma escolha
deliberada de rejeitar o verdadeiro ensino cristão, dando origem a doutrinas
heréticas e movimentos sectários (1Co 11.19; Gl 5.20).
2.
Qual a principal tática dos falsos mestres, que também era utilizada pelos
falsos profetas?
Falar
o que o povo quer ouvir.
3.
O que apregoavam os antinomistas?
Estes
apregoavam a desnecessidade dos crentes seguirem princípios éticos, ao
argumento de que os preceitos morais da Lei de Deus não teriam mais validade
após a morte de Cristo.
4.
Conforme a lição, qual o destino dos falsos mestres?
A
condenação final.
5.
O apóstolo comprova a certeza da severa condenação divina com base em três
condenações anteriores. Quais são elas?
A
rebelião angelical, a geração pré-diluviana e as cidades de Sodoma e Gomorra.