Classe: Jovens |
Trimestre: 3° de 2019 | Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens,
CPAD
TEXTO DO DIA
"Mas
alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que
também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis." (1 Pe 4.13)
SÍNTESE
Ao
experimentar a dor, o crente fiel não é levado ao desespero e à perda do
sentido da vida, mas se alegra verdadeiramente em Deus.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Tg
1.2-4: Alegrando-se na provação
TERÇA - 2
Tm 3.12: Perseguidos por amor a Cristo
QUARTA
-
Is 43.2: O fogo não vos queimará
QUINTA - At
16.22-33: Louvando a Deus, a despeito da perseguição
SEXTA
-
2 Co 4.17: A momentânea tribulação não se compara à glória futura
SÁBADO -Rm
12.12: Alegrai-vos na esperança
Objetivos
I
- EXPLICAR o sentido da alegria cristã diante do sofrimento;
II
- MOSTRAR as tristes consequências da conduta desonrosa;
III
- COMPREENDER o atual contexto de perseguição ao Evangelho e
o sofrimento dos jovens.
Interação
A forma como o Cristianismo encara o sofrimento é completamente
distinta das demais religiões e visões de mundo. Diante da calamidade, os
cristãos são aconselhados a se alegrarem, não pelo sofrimento em si, mas porque
temos a garantia de eterna presença e consolo de Deus. Havemos de convir que é
um conselho um tanto incomum. Mas, é exatamente esse tipo de postura que
fortalece e prepara o cristão para caminhar na jornada para o céu, para a
morada eterna com Deus. Esse princípio norteou a Igreja ao longo da sua
existência, fazendo-a passar por terríveis períodos de perseguição. Para quem a
vida não tem qualquer sentido, o sofrimento leva ao desespero. Mas, para o
cristão, cujo propósito da vida se firma em Deus, o sofrimento por causa da justiça o conduz para mais próximo do Criador. O
sofrer nos ensina que a vida é frágil, passageira e que estamos sujeitos a
acontecimentos que estão além das nossas forças. Por isso mesmo, dependemos de
Deus!
Orientação Pedagógica
Prezado (a) professor(a), nesta lição prosseguimos falando sobre
o tema do sofrimento. Enquanto na lição passada enfocamos o aspecto teórico,
nesta é importante enfatizar o lado prático da dor. Afinal, não adianta ter
respostas intelectuais para a questão; é necessário aplicá-las à vida. Como um
conselheiro cristão, ouça os dramas e as angústias dos jovens, ensinando-os a
suportarem com esperança e alegria os momentos difíceis. Nesta aula, peça para
um dos alunos expor algo que o tenha afligido, e qual o sentimento dele em
relação a isso. Qual foi a primeira reação? Querer deixar a igreja ou pedir o
socorro de Deus? Reflita por alguns minutos nesse tema com a classe. Explique
que muitos acabam escolhendo a primeira opção, acreditando que Deus as
abandonou. Mas, essa é a decisão errada. Pelas Escrituras temos a garantia de
que Deus caminha ao nosso lado quando enfrentamos o infortúnio, e tem uma
gloriosa recompensa àqueles que perseveram até o fim.
Texto bíblico
1 Pedro 4. 12-16
12
Amados, não estranheis a ardente
prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos
acontecesse;
13
mas alegrai-vos no fato de serdes
participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua
glória vos regozijeis e alegreis.
14
Se, pelo nome de Cristo, sois
vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da
glória de Deus.
15
Que nenhum de vós padeça como
homicida, ou ladrão, ou malfeitor, ou como o que se entremete em negócios
alheios;
16
mas, se padece como cristão, não se
envergonhe; antes, glorifique a Deus nesta parte.
INTRODUÇÃO
Se
você perguntar a qualquer pessoa, em perfeitas condições, se ela aprecia a dor
ou se gosta de sofrer, a resposta certamente será não. Ninguém aprecia os infortúnios,
nem mesmo os cristãos. Todavia, diferentemente dos descrentes, aqueles que
conhecem ao Senhor encaram o sofrimento de uma maneira peculiar. Ao
experimentar a dor, o crente fiel não é levado ao desespero e à perda do
sentido da vida, mas se alegra em Deus, pois o sofrimento está no âmago da fé
cristã. Este é o conselho que Pedro dá em sua carta, tema da presente lição.
I - A ALEGRIA DE SOFRER COMO CRISTÃO
1.
Não se surpreenda com o sofrimento.
Nesta
seção, ao retomar o tema do sofrimento Pedro diz aos crentes para não
estranharem a ardente prova que sobreviria sobre eles. A expressão ardente,
como se passando pelo fogo, evidencia que não era um infortúnio qualquer, mas
um processo doloroso de provação. A mensagem subjacente é que os discípulos de
Jesus não devem se surpreender com o sofrimento, mas tê-lo como algo certo na
vida. Consequentemente, o legítimo ensino bíblico rejeita as teologias
triunfalistas que negam as provações e "profetizam" somente as
bênçãos materiais sobre a vida dos cristãos. Embora os salvos sejam
verdadeiramente abençoados por Deus com as bênçãos celestiais (Ef 1.3), no
plano terreno estamos sujeitos a uma série de perdas e infortúnios, como
perseguições sociais (cf. Tg 2.6), doenças (cf. Tg 5.14), crises emocionais,
desemprego e afins (cf. 1 Pe 1.6; At 14.21,22). Somente quem desconhece ou
distorce o Evangelho estranha o sofrimento por amor a Cristo!
2.
Alegria na aflição.
Em
vez de espanto e perplexidade, os leitores da Carta deveriam se alegrar.
Conselho semelhante foi dado por Tiago em sua epístola (Tg 1.2). O cristão não
se regozija pelo sofrimento em si, mas porque o experimenta na condição de
representante de Cristo na terra. Era importante que a comunidade de salvos
percebesse o bom propósito de Deus por trás daquela tribulação, como uma forma
de provar a qualidade da fé e conduzir ao amadurecimento do caráter cristão. A
passagem do cristão pelo fogo pode ser comparada ao trabalho com uma forja
quente, no qual o metal é moldado, refinado e purificado. Para o homem carnal,
que não conhece as coisas do Espírito, esta é uma verdade difícil de ser
compreendida. Sentir alegria mesmo em meio à aflição parece um contrassenso que
somente as pessoas espirituais são capazes de compreender. É que a alegria
cristã independe das circunstâncias e do nosso estado emocional. Ela decorre da
presença do Espírito Santo que habita no interior de cada crente. É uma
dimensão do fruto do Espírito (Gl. 5.22). Mesmo perseguido e preso, o apóstolo
Paulo alegrou-se em Deus, cantando (At 16.22-33). O homem sem Deus, para quem o
propósito da vida é a felicidade e o bem-estar, quando o sofrimento chega,
perde completamente o sentido da sua existência. Enquanto isso, o salvo, embora
não deseje a dor, sabe que cedo ou tarde ela aportará em sua vida. Mais importante,
somos sabedores que Deus caminha conosco dentro da fornalha da vida!
3.
A alegria na glorificação.
Os
crentes deveriam se alegrar diante da perseguição, pois, além desta ser uma
forma de participar das aflições de Cristo, também haveriam de se regozijar na
revelação da sua glória (v.13); ou seja, quando Ele voltar. Inspirado pelo
Espírito Santo, Pedro está dando tanto um consolo quanto uma garantia aos
leitores da sua Carta. Aquele que se alegra com Cristo na dor, haverá de se
alegrar muito mais na sua glória. Quem sofre com Ele na perseguição, reinará
com Ele na glorificação (2 Tm 2.12). O apóstolo Paulo confirma essa verdade com
a sublime declaração: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz
para nós um peso eterno de glória mui excelente" (2 Co 4.17). Isso nos
mostra que o sofrimento precede a glória, assim como a cruz precede a coroa!
LEIA TAMBÉM:
II - A TRISTEZA DE SOFRER COMO UM MALFEITOR
1.
Sofrimento por conduta desonrosa.
Em
seu escrito, Pedro faz questão de deixar claro que não é qualquer tipo de
sofrimento que dignifica o crente fiel. Essa a razão pela qual adverte
veementemente: "Que nenhum de vós padeça como homicida, ou ladrão, ou
malfeitor, ou como se entremete em negócios alheios" (v.15). Por certo,
nenhuma dessas condutas honram o nome de Cristo. Ocorre que, naquele contexto,
não era incomum criminosos se infiltrarem entre os crentes dando a impressão de
estarem sendo castigados por serem cristãos. Na verdade, eram crentes nominais,
que professavam uma fé somente da boca para fora.
2.
O perigo de intrometer-se onde não é chamado.
Na
lista de Pedro, chama a atenção principalmente a conduta de se intrometer em
negócios alheios. Apesar de ser um comportamento aparentemente menos danoso que
os demais, é uma atitude de consequências trágicas. A Bíblia chama o
intrometido de tolo (Pv 20.3) e o compara àquele que toma um cão pelas orelhas
(Pv 26.17). Nesse caso, o sofrimento advindo da intromissão não é motivo de
júbilo, e sim de tristeza.
3.
O juízo de Deus.
No
versículo 17, os destinatários da Epístola são chamados a atenção acerca do
juízo divino. Por causa da sua justiça, Deus há de julgar todo o ser criado, a
começar pela Igreja. O Senhor, afinal, não deixa impune aquele que pratica o
mal e insiste no pecado. Ele não se deixa escarnecer. Todavia, embora os
crentes verdadeiros sejam destinatários do julgamento divino, sendo exortados,
disciplinados e corrigidos nesta terra, serão salvos (v. 18) e livres da
condenação eterna. Enquanto isso, o julgamento daqueles que insistem em
desobedecer ao Evangelho sofrerão eternamente. Pedro finaliza com uma mensagem
de confiança. Se os cristãos padecem segundo a vontade de Deus, devem ficar
tranquilos e depositar com confiança a vida nas mãos do fiel Criador. Deus
cuida de nós com zelo!
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III - PERSEGUIÇÃO AO EVANGELHO E O SOFRIMENTO
DO JOVEM
1.
Perseguição ao Evangelho hoje.
No
Brasil, embora ainda existam empecilhos para o exercício pleno da liberdade
religiosa, especialmente no ambiente público, nem de longe se comparam às
perseguições suportadas pelos irmãos da Igreja Primitiva. No nosso país, existe
uma perseguição velada e ideológica, pela qual cristãos são hostilizados por
suas convicções e valores morais. Mas, em nível global, muitos cristãos são
violentamente perseguidos. De acordo com a missão Portas Abertas,
aproximadamente 215 milhões de cristãos em 50 países diferentes experimentam
altos níveis de perseguição por sua fé.
2.
Orando pelos perseguidos.
Diante
desses números, somos conclamados a orar pelos cristãos que vivem nesses locais
de intensa perseguição ao Cristianismo. Igualmente, ao nos colocar no lugar
daqueles que sofrem por causa do Evangelho, podemos comparar com a nossa
própria vida. Será que o nosso infortúnio se compara à dor dos nossos irmãos
que sofrem por amor a Cristo?
3.
Sofrimento psicológico.
Ao
refletirmos sobre a questão do sofrimento na Carta de Pedro, é importante
recordarmos que a juventude do tempo presente está sujeita a uma série de
fatores que desencadeiam algum tipo de dor psicológica. Pesquisas apontam uma
geração de jovens ansiosos, depressivos e traumatizados, levando muitos ao
isolamento e até mesmo ao suicídio. O número de adolescentes e jovens que tiram
a própria vida tem aumentado consideravelmente nos últimos anos no Brasil e no
mundo. Diante desse quadro, é importante lembrar de que as Escrituras têm um
resposta para o sofrimento psíquico, pois oferece consolo e cura para as
doenças da alma. Toda pessoa pode passar por um momento de fragilidade
emocional, inclusive o cristão. Não obstante, com a ajuda do Consolador e de
uma comunidade cristã amorosa, é possível vencer!
SUBSÍDIO
"À proporção que sofremos com Cristo, mantemos nossas
consciências puras, descobrimos que temos uma nova vitória sobre o pecado. Não
vai aqui nenhum pensamento de que o sofrimento limpa-nos de nossos pecados.
Apenas o sangue de Jesus pode fazê-lo (1 Jo 1.7; 2.2). Mas a determinação de
fazer a vontade de Deus leva-nos, através do sofrimento, a romper com o pecado
de maneira que deixe de ser um hábito em nossas vidas. Os leitores de Pedro
precisavam desta exortação. Como gentios, haviam feito de tudo para evitar o
sofrimento. Haviam procurado viver para satisfazer as concupiscências da carne,
como se isto fosse o supremo alvo da vida. Agiam como muitos hoje: tudo em prol
do próprio conforto, prazer e segurança.
[...] É imprescindível que tenhamos diante de nós o fato de que
Cristo não se consolou ou cuidou de si mesmo. Ele tomou o caminho mais difícil;
sofreu muito por nós; seguiu até o Calvário para cumprir a vontade do Pai.
Em diferentes épocas da história da Igreja, alguns cristãos
tomaram essa recomendação como um apelo ao martírio. Durante as perseguições,
tudo faziam para que os inimigos de Cristo os executassem. Mas a Bíblia não
encoraja a morte por Jesus tanto quanto viver por Ele" (HORTON, Stanley M.
1 e 2 Pedro: A Razão da Nossa Esperança. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp.
57,58).
CONCLUSÃO
A
fé e a esperança em Cristo nos dão os recursos necessários para encararmos os
dias maus. Temos o consolo extraordinário de um Deus amoroso que caminha
conosco quando passamos pela fornalha da aflição. Lembre-se, jovem, de que o
fogo da provação que atinge a sua vida não é capaz de destruí-lo (Is 43.2), mas
serve para purificar e moldar o seu caráter, para que se torne cada dia mais
parecido com Jesus.
HORA DA REVISÃO
1)
A expressão "ardente prova" empregada por Pedro evidencia o quê?
Que
os cristão não enfrentariam um infortúnio qualquer, mas um processo doloroso de
provação.
2)
Por que os crentes deveriam se alegrar diante da perseguição?
Pois,
além se ser uma forma de participar das aflições de Cristo, também haveriam de
se alegrar e regozijar na revelação da sua glória; ou seja, quando ele voltar.
3)
Conforme a lição o que não era incomum no contexto em que a Carta de Pedro foi
escrita?
Não
era incomum criminosos se infiltrarem entre os crentes dando a impressão que
estavam sendo castigados por serem cristãos.
4)
Qual a atual situação da perseguição aos cristãos em nível global?
Muitos
cristãos são violentamente perseguidos. De acordo com a missão Portas Abertas,
aproximadamente 215 milhões de cristãos em 50 países diferentes experimentam
altos níveis de perseguição por sua fé. Em 21 desses países, a porcentagem de
cristãos perseguidos é de cem por cento da população cristã.
5)
Na igreja, temos jovens cristãos afetados pelo sofrimento emocional? Por quê?
Resposta
pessoal.