Introdução
A alma é o ponto de
encontro do espírito e do corpo, porque ali estão os dois fundidos. A alma
estar entre O CORPO E O ESPÍRITO, unindo-os.
O espírito e a alma
estão intimamente ligados que é difícil distingui-los em detalhes. Porém isso
não é motivo para pensarmos que o espírito e alma é a mesma coisa. A alma sente
(Jó 14.22). O espírito sabe (1 Co 2.12).
A
MORDOMIA DA ALMA
1. Sua origem (Gn 2.7).
Aristóteles,
Jerônimo e Pelágio, consideram que Deus criou imediatamente a alma de cada ser humano
e uniu-a ao corpo ou na concepção, ou no nascimento, ou num período entre
ambos. Os defensores desta teoria apresentam em seu favor certos trechos da
Escritura, referindo-se a Deus como o Criador do espírito humano, juntamente
com o fato de que há marcante individualidade na criança, que não pode ser
explicada como simples reprodução das qualidades existentes nos pais.
Jerônimo
diz que Deus “faz almas diariamente”.
As
passagens frequentemente apoiadas pelos criacionistas são:
ü Ec. 12.7 - "o
espírito volta a Deus que o deu”;
ü Is. 57.16 - “as almas
que eu fiz”;
ü Zc. 12.1 - “o Senhor
que forma o espírito do homem dentro dele”;
ü Hb. 12.9 - “Pai dos
espíritos”. Mas com igual clareza afirma-se que Deus forma o corpo do homem:
Sl. 139.13,14 - “Tu formaste o meu interior; entreteceste-me no ventre de minha
mãe. Graças dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as
tuas obras são maravilhosas”;
ü Jr. 1.5 - “Antes que
eu te formasse no ventre materno”.
O criacionismo
considera o pai terreno gerando apenas o corpo de seu filho - certamente não
como o pai da parte mais elevada dele.
2. Características da alma.
ü A alma sente sede de Deus, (Salmos 42.2) “A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus”.
ü A alma pode buscar ao Senhor humilhando-se, (Salmos 35.13) “Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos,
a minha veste era pano de saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha
oração voltava para o meu seio”. (Salmos 42.5) “Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim?
Espera em Deus, pois ainda o louvarei na salvação da sua presença”.
ü A alma sente (Jó 14.22).
2.1. O homem
interior.
A alma, junto com o
espírito, forma o "homem interior", a parte imaterial de todo ser
humano. Embora a alma e o espírito estejam inseparavelmente unidos, tanto
dentro como fora do corpo, existe uma diferença entre eles.
A Bíblia diz que
"a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer
espada de dois gumes, e penetra até à divisão
da alma, e do espirito" (Hb 4.12).
A alma diz respeito à
vida pessoal, ao indivíduo. Tem emoções (Jr 31.25) e guerreia contra as paixões
da carne (1 Pe 2.11).
2.2. Função da
alma e do espírito.
A alma é a parte que
orienta a vida do corpo, e estabelece o contato com o mundo em redor, enquanto
o espírito é a parte do homem que lhe oferece a possibilidade de relacionamento
com Deus.
2.3. A alma é a
sede do sentimento.
A Bíblia diz: "A
minha alma tem sede de Deus" (Sl 42.2); "a minha alma se alegrará no
Senhor" (Sl 35.9); "a minha alma está quebrantada de desejar os teus
juízos" (Sl 119.20). É com a alma que podemos amar a Deus (Mt 22.37). A
alma também sente-se aborrecida (2 Sm 5.8; Jr 14.19; Gn 42.21), ficando triste
e amargurada (2 Rs 4.27).
2.4. A
inteligência reside na alma.
A alma é a sede do
intelecto com todas as suas faculdades: pensamento, entendimento e saber (Sl
139.14; Pv 19.2). A vontade tem também na alma a sua sede. É a alma que
centraliza o querer: "O que a sua alma quiser, isso fará" (Jó 23.13).
A alma também é o
centro do temperamento, pois nela habita a índole. À alma pertencem também os
desejos e as paixões em relação à vida natural e física (Lc 12.19; Ap 18.14).
2.5. A alma do
homem não está no sangue.
Quando a Bíblia, em
Levítico 17.11, afirma: "a alma da carne está no sangue", a palavra
"alma" está sendo usada como sinônimo de "vida". Veja em
Gênesis 9.4: "A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não
comereis".
A ideia de que o
sangue significa a alma do homem abre a porta para muitas contradições. Vejamos
o texto de Apocalipse 6.9,10: "E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo
do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor
do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó
verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que
habitam sobre a terra?"
Se a alma fosse a
mesma coisa que o sangue, como então as almas poderiam estar no Paraíso,
debaixo do altar, uma vez que o seu sangue havia sido derramado sobre a terra?
Está bem claro que o sangue faz parte do corpo, enquanto a alma é a parte
imaterial e imortal do homem. Se a alma fosse o sangue, uma transfusão
sanguínea seria, na realidade, uma transfusão de alma — receberíamos a alma de
outra pessoa! Isso é doutrina espírita! Um absurdo!
2.6. A alma pode
ser salva.
A Bíblia fala da
salvação da alma (Tg 5.20) e pergunta: "Que daria o homem pelo resgate da
sua alma?" (Mc 8.37) e: "Que aproveitaria ao homem ganhar todo o
mundo e perder a sua alma?" (Mc 8.36). Devemos, portanto, encomendar as
nossas almas a Deus, como ao fiel Criador, fazendo o bem (1 Pe 4.19).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
A
origem da alma e do espírito humano
Sabemos
que a primeira alma veio a existir como resultado de Deus ter soprado no
homem o sopro de vida. Mas como chegaram a existir as almas desde esse
tempo?
Os estudantes da Bíblia se
dividem em dois grupos de ideias diferentes:
ü Um
grupo afirma que cada alma individual não vem proveniente dos pais, mas
sim pela criação Divina imediata. Citam as seguintes escrituras: Is 57.16; Ecl.
12.7; Hb. 12.9; Zc 12.1.
ü Outros
pensam que a alma é transmitida pelos pais. Apontam o fato de que a
transmissão da natureza pecaminosa de Adão à posteridade milita contra a
criação divina de cada alma; também o fato de que as características
dos pais se transmitem à descendência. Citam as seguintes passagens: João
1.13; 3.6; Rm. 5.12; 1 Cor. 15.22; Ef. 2.3; Hb. 7.10.
A origem da alma pode explicar-se pela
cooperação tanto do Criador como dos pais. No princípio duma nova vida, a
Divina criação e o uso criativo de meios agem em cooperação. O homem gera
o homem em cooperação com "o Pai dos espíritos". O poder de
Deus domina e permeia o mundo (Atos 17.28; Hb 1.3) de maneira
que todas as criaturas venham a ter existência segundo as leis que
ele ordenou. Portanto, os processos normais da reprodução humana
põem em execução as leis da vida fazendo com que a alma nasça no mundo.
A alma e espírito é produto da criação de
Deus, ou seja, para cada criança que nasce Deus cria um espírito e uma alma
para a mesma, é como se Deus soprasse sobre cada criança a nascer, criando a
sua alma e espírito, isto baseado em Hebreus 12:9, Isaías 57:16 Eclesiastes
12:7, e se Deus é o pai dos espíritos, somente ele pode criar uma nova alma.
As "cada alma
individual deve ser considerada uma criação imediata de Deus, que deve sua
origem á um ato criador direto". evidências bíblicas usadas para reforçá-la
são os textos que atribuem a Deus a criação da "alma" e do
"espírito" (Nm 16.22; Ec 12.7; Is 57.16; Zc 12.1; Hb 12.9).
A MORDOMIA DO ESPÍRITO HUMANO
1. O que é o espírito
humano?
O
espírito é a parte invisível do homem que, juntamente com a alma, compõe o
"homem interior". É aquela parte do homem que, como uma janela aberta
para o céu, lhe dá condições de sentir a realidade de Deus e da sua Palavra (1
Co 2.10,12). Eis o que distingue o homem de qualquer outro ser: só ele foi criado
à imagem e semelhança de Deus. O espírito do homem é a sede das suas relações
com Deus. "O espírito do homem é a lâmpada do Senhor" (Pv 20.27,
Versão Revisada). Por esse motivo, a Bíblia muitas vezes usa
"coração" como sinônimo de "espírito": "Era um o
coração e a alma da multidão dos que criam" (At 4.32).
2. O não-crente.
O
espírito do homem não-crente é morto, inativo, isto é, separado de Deus (Ef
2.1-5; Lc 15.24,32; Cl 2.13; 1 Tm 5.6). Ele é dominado pelos seus pecados e
concupiscências (Ef 4.17-22; Tt 1.15), sem possibilidade de ver a glória de
Deus (2 Co 4.4).
3. O espírito do
homem no processo de salvação.
Na
salvação, o espírito do homem e vivificado (Ef 2.5; Cl 2.1 3). Um despertamento
começará no seu espírito (Ed 1.1) quando o Espírito Santo o convencer do seu
pecado, e da justiça e do juízo de Deus (Jo 16.8-10). Quando o homem aceita
Jesus como Salvador, recebe a vida eterna (Rm 6.23) e, então, "o mesmo
Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16).
Agora, "eis que
tudo se fez novo" (2 Co 5.17). O espírito do homem vivificado pode,
doravante, ver a glória de Deus, pois o véu que antes o impedia foi tirado (2
Co 3.16). O seu coração tornou-se limpo e pode ver a Deus (Mt 5.8), o Invisível
(Hb 11.27). A luz resplandece em seu interior, para "iluminação do
conhecimento da glória de Deus". Agora ele pode comprovar que Deus é bom
(Sl 34.8), e com o seu espírito adorar ao Senhor (Jo 4.23) e orar (1 Co
14.15,16), e o Todo-poderoso dará ao espírito do novo crente a inspiração
divina que o faz entendido (Jó 32.8).
Assim, podemos
observar com clareza que "o espírito do homem" não significa "o
Espírito Santo operando no homem", mas que esse espírito é um órgão do seu
"homem interior", onde o Espírito Santo opera, fazendo-o ouvir a voz
de Deus (At 2.7).
As
três funções do espírito.
O espírito tem três
funções principais. Estas são a consciência, a intuição e a comunhão.
ü Consciência.
A
consciência é o órgão que discerne; distingue o bom e o mau.
Uma
das faculdades mais importantes do espírito humano é a consciência (Rm
2.15,16), que é uma "janela" existente no homem, pela qual Deus olha
para o seu interior.
A
consciência é um "espião" de Deus que persegue o homem quando ele
peca, mas que lhe fala com uma voz elogiosa quando faz o bem.
A
consciência é uma testemunha interior que foi afetada pelo pecado, mas que,
apesar disso, pode ser um guia seguro ocasionalmente (1 Pe 2.19; Hb 10.22).
ü Intuição.
A
intuição é o órgão sensitivo do espírito humano. O conhecimento que nos chega sem nenhuma ajuda
do pensamento, da emoção ou da vontade é intuitivo.
ü Comunhão. Nossa adoração a
Deus e as comunicações de Deus conosco acontecem diretamente no espírito.
· Meu espírito exulta
em Deus meu Salvador (Lc. 1.47).
· Os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade (Jo. 4.23).
· A quem sirvo em meu
espírito (Rm. 1.9). Servirmos... em novidade de espírito (Rm. 7.6).
Ø O espírito é a parte
mediante a qual nos comunicamos com Deus, e só por ela podemos perceber e
adorar a Deus (João 4.24).
Ø Mediante seu espírito
o homem mantém relação com o mundo espiritual e com o Espírito de Deus.
Ø O espírito não pode
atuar sobre o corpo por si mesmo, só fazê-lo através e por intermédio da alma.
Isto podemos ver em Lucas 1.46, 47:
Disse então Maria: “A
minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito exulta em Deus meu Salvador”.
Aqui a mudança do tempo verbal mostra que primeiro o espírito produziu gozo em
Deus, e então, comunicando-se com a alma, fez que expressasse o sentimento por
meio do órgão corporal.
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