O que
diz a Palavra de Deus acerca da vida humana ainda em seu nascedouro? O
comentarista de Lições Bíblicas, professor universitário e bacharel em Ciências
Econômicas, pastor Elinaldo Renovai o de Lima explica que o feto, ou embrião,
não deve ser considerado um subumano, mas uma pessoa em formação, em potencial.
Em seu livro “Ética Cristã: confrontando as questões morais do nosso tempo”
(CPAD), o autor ressalta que da primeira à oitava semana (dois meses) a
formação de todos os órgãos é concluída, inclusive, com as impressões digitais.
“Aos três meses, no útero, o
bebê já está formado, esperando crescer e sair à luz. Mesmo como ovo, ou feto,
desde a concepção cremos que o bebê não tem vida, mas tem a alma e o espírito,
dentro dele. Diz o profeta: ‘Peso da Palavra do Senhor sobre Israel. Fala o
Senhor; o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do
homem dentro dele’ (Zc 12.1). O homem, nesse texto, não é um ser humano adulto,
mas um ser criado, com todas as características genéticas, sem dúvida. Assim,
Deus não dá o espírito (e a alma) a um amontoado de células ou uma coisa, como
entendem os materialistas, mas Ele o dá a um ser gerado, com potencialidades
para nascer”.
O articulista acrescenta que a
Bíblia Sagrada, embora não seja um livro de Ciência ou de Biologia, entretanto,
traz em seu interior, informações relevantes sobre o corpo humano. A narrativa
que ilustra o nascimento do profeta João Batista e do próprio Jesus oferecem
importantes evidências acerca da vida intra-uterina.
“Ao que tudo indica, Maria, a
mãe de Jesus, já o tinha no ventre há um mês (quatro semanas), quando foi
visitar Isabel, sua prima. Esta já estava com seis meses de grávida de João
Batista (cf. Lc 1.36), tendo, nela, um feto de 24 semanas. A Bíblia nos mostra
que, ao ouvir Isabel a saudação de Maria, ‘a criancinha saltou no seu ventre; e
Isabel foi cheia do Espírito Santo’ (Lc 1.41). No ventre de Maria, não estava
‘uma coisa’, mas o Salvador do mundo; no ventre de Isabel não estava um ser
desprovido de alma, mas uma ‘criancinha”.
Veja também:
A BÍBLIA CONDENA O ABORTO
Independente do motivo pelo
qual a criança foi concebida, é Deus quem forma as crianças no ventre (Jó
10.11,12; 33.4; S1139.13-16). A Bíblia também afirma que os filhos devem ser
tratados como dádivas divinas (Gn 33.5; S1127.3). Não devemos rejeitar uma
criança, mas recebê-la como trataríamos o próprio Jesus (Mt 18.5; Mc 9.36,37).
Deus diz que ainda que uma mãe rejeitasse seu filho no ventre, Ele não o faria
e nunca se esquece dos Seus filhos (Is 49.15,16). A vida foi criada por Deus
(Gn 1.27,28 e At 17.26), logo somente Ele pode tirá-la.
Não devemos assassinar
“Não matarás (Êx 20.13)”.
O verbo hebraico ratsach,
que aparece nessa passagem, fala de homicídio premeditado. Ele nunca é usado
para se referir à execução legal de um assassino (Gn 9.6), para homicídio
culposo, para legitima defesa ou situações de guerra.
Deus é quem dá a vida e Ele
abomina a morte de inocentes (1 Sm 2.6; Jó 1.21; Pv 6.16,17; Dt 27.25; Gn 4.10;
1 Co 3.17), e entre estes estão as crianças (S1106.38). Não há razão
científica, médica, social, moral ou religiosa para colocar a criança no ventre
em uma classe inferior ao das crianças já nascidas. O direito à vida é
fundamental (Jó 31.13-15). Devemos nos opor à morte de inocentes (Pv 24.11,12;
29.7), nos colocar em defesa dos mais fracos, indefesos, injustiçados e
oprimidos (Êx 22.21-24; SI 82.3,4; Jr 22.3), e a criança ameaçada no ventre
está nessas condições. Feto não é extensão do corpo da mulher, mas outra vida
dentro dela.
A insensibilidade humana
quanto à manutenção da vida ainda no ventre contrasta com o amor incondicional
de Jesus Cristo. Os Evangelhos Sinóticos desnudam a compaixão e o regozijo do
Mestre ao permitir que as crianças tivessem acesso a sua presença. O Filho de
Deus abençoou os pequenos e ainda emitiu um importante esclarecimento quanto a
relevância do público infantil no Reino de Deus (Mt 19,13-15; Mc 10,13-16; Lc
18,15-17).
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