Introdução
Veremos
Jesus como nosso sumo sacerdote exercendo o sacerdócio no céu e discorreremos
sobre a abrangência do sacerdócio dos seguidores de Cristo.
I - O SACERDÓCIO
CELESTIAL TEM UM ÚNICO SUMO SACERDOTE
1. O preparo de Jesus para ser Sumo
Sacerdote
Desde
o nascimento até a morte, mesmo sem pecar, Cristo experimentou as fragilidades
da natureza humana. Cresceu e amadureceu (Lc 2.52). Sentiu fome, sede e cansaço
(Jo 4.6-8, 31). Também foi tentado (Mt 4.1-11) e perseguido por homens
perversos. Jesus Cristo foi preparado para seu ministério como Sumo Sacerdote
quando estava ministrando aqui na Terra (Hb 5.7, 8).
Essa
preparação envolveu a experiência da morte. Em Hebreus 5.7 o autor concentra-se
na experiência de Cristo no jardim do Getsêmani (Mt 26.36-46). Quando estava
próximo da cruz, Jesus não foi afligido pelo sofrimento físico, mas sim pelo
fato de que seria feito pecado e separado de seu Pai.
2. Jesus qualificado para ser Sumo
Sacerdote
O
sumo sacerdote precisa preencher dois pré-requisitos fundamentais: ser chamado
por Deus e dedicar sua vida ao Senhor e às necessidades do povo, sendo
solidário com as fraquezas, lutas e ignorância dos seus irmãos, porém sem
pecar. Só Jesus Cristo conseguiu cumprir plenamente essas exigências (8.3; 9.9;
Lv 1.2; 2.1; Nm 15.30,31; Hb 6.4-6; 10.26-31).
3. Jesus, Filho de Deus
Ele
é grande, no sentido absoluto. Os “sumos sacerdotes” de outras religiões jamais
chegaram aos céus. Buda pregou que chegaria ao Nirvana (no budismo, estado de
ausência total de sofrimento); Chrisna, mentor do Hinduísmo, também não foi aos
céus; para seus adeptos, deve estar reencarnando por aí. Os seguidores de Maomé
imaginam que ele esteja num “paraíso”, onde há muitas mulheres e tâmaras.
Os
sumos sacerdotes do Antigo Testamento só adentravam uma vez por ano, no lugar
Santíssimo, onde era manifestada a glória de Deus. Eles não podiam permanecer
lá. Mas Jesus, nosso Sumo Sacerdote por excelência, “penetrou nos céus”, “está
à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34b).
4. O ministério de intercessão de Jesus
Cristo vive no céu, na presença do Pai (Hb 8.1), intercedendo por
todos os seus seguidores, individualmente, de acordo com a vontade do Pai (Rm
8.33,34; 1 Tm 2.5; 1 Jo 2.1; Hb 7.25). A intercessão de Cristo, como nosso sumo
sacerdote, é essencial para a nossa salvação. Sem ela, e sem sua graça,
misericórdia e ajuda que nos são outorgadas através daquela intercessão, nos
afastaríamos de Deus, voltando a ser escravos do pecado e ao domínio de
Satanás, e incorrendo em justa condenação. Nossa única esperança é
aproximar-nos de Deus por meio de Cristo, pela fé (1 Pe 1.5).
a) Pelo ministério da intercessão de Cristo, experimentamos o amor e a presença de Deus e
achamos misericórdia e graça para sermos ajudados em qualquer tipo de necessidade
(Hb 4.16), tentação (Lc 22.32), fraqueza (Hb 4.15; 5.2), pecado (1Jo 1.9; 2.1)
e provação (Rm 8.31-39).
b) A oração de Cristo como sumo sacerdote em favor do seu povo (Jo 17), bem como sua vontade de derramar o
Espírito Santo sobre todos os crentes (At 2.33), nos ajudam a compreender o
alcance do seu ministério de intercessão (Jo 17.1).
c) Mediante a intercessão de Cristo, aquele que se chega a Deus (i.e.,
se chega continuamente a Deus, pois o particípio no grego está no tempo
presente e salienta a ação contínua), pode receber graça para ser salvo
"perfeitamente".
d) Note que Cristo não permanece como advogado e intercessor dos que
se recusam a confessar e abandonar o pecado e que se apartam da comunhão com
Deus (1Jo 1.5-7,9; 3.10). Sua intercessão para salvar "perfeitamente"
é somente para aqueles que "por Ele se chegam a Deus" (Hb 7.25). Não
há segurança nem garantia para quem deliberadamente peca e deixa de se chegar a
Deus por Ele (Hb 10.21-31; 3.6).
e) Posto que Cristo é nosso único mediador e intercessor no céu,
qualquer tentativa de ter anjos ou santos falecidos como mediadores e de
oferecer orações ao Pai através deles, é tanto inútil quanto antibíblico.
II
– OS CRENTES EM JESUS COM SACERDOTES SANTOS
“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa
espiritual e sacerdócio santo, para oferecerdes sacrifícios espirituais,
agradáveis a Deus, por Jesus Cristo” (Pe 2.5).
No Antigo Testamento, o sacerdócio era restrito a uma
minoria qualificada. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus,
em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com Deus (Êx 19.6; 28.1; 2 Cr
29.11). Agora, por meio de Jesus Cristo, todo crente é constituído sacerdote
para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6).
1. A abrangência do sacerdócio dos
crentes
Esse
sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte.
a) Todos os crentes têm acesso direto a Deus, através de
Cristo (3.18; Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18).
b) Todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida
santa (1 Pe 2. 5,9; 1.14-17).
c) Todos os crentes devem oferecer "sacrifícios
espirituais" a Deus, inclusive:
ü
viver em obediência a Deus, sem conformar-se com o mundo (Rm 12.1,2);
ü
orar a Deus e louvá-lo (Sl 50.14; Hb 13.15);
ü
servir com coração íntegro e mente disposta (1 Cr 28.9; Fp 2.17; Ef
5.1,2);
ü
praticar boas ações (Hb 13.16);
ü
contribuir com nossas posses materiais (Rm 12.13; Fp 4.18) e
ü
apresentar nossos corpos a Deus
como instrumentos da justiça (Rm 6.13,19).
d) Todos os crentes devem interceder e orar uns pelos
outros e por todos (Cl 4.12; 1 Tm 2.1; Ap 8.3).
e) Todos os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo
sucesso dela (1 Pe 2. 9; 3.15; At 4.31; 1 Co 14.26; 2 Ts 3.1; Hb 13.15).