Introdução
O tabernáculo foi
concluído, a linda Arca dentro do tabernáculo já está pronta, agora falta o
passo seguinte, as instruções sobre como seria realizados os sacrifícios e
quais ofertas deveriam ser apresentados a Deus dentro do Tabernáculo.
I
– SISTEMA DE SACRIFÍCIOS E SUA TIPOLOGIA
No Antigo Testamento,
o sacrifício era a única maneira de aproximar-se de Deus e restaurar o
relacionamento com Ele. Havia mais de um tipo de oferta ou sacrifício, e esta
variedade tornava-os mais significativos porque cada um estava relacionado a
uma situação especifica da vida.
1. Ofertas ou Sacrifícios?
Em Levítico um
sacrifício específico é chamado de oferta (oferta queimada [holocausto], oferta
de manjares, oferta de paz), enquanto as ofertas geralmente são chamadas de
sacrifícios. O fato é que cada pessoa oferecia um presente a Deus
sacrificando-o no altar.
O termo
"oferta" (heb. corban) vem
da mesma raiz do verbo que significa "aproximar-se". Portanto, o
sacrifício era uma dádiva que o israelita fiel trazia a Deus, a fim de poder aproximar-se
dEle e desfrutar da sua comunhão e bênção (Sl 73.28).
Cinco ofertas são
descritas em Levítico nos capítulos 1-7: o holocausto (1.3-17), a oferta de
manjares, isto é, de cereais (2.1-16), a oferta pacífica (3.1-17), a oferta
pelo pecado e a oferta pela culpa (5.14-6.7; 7.1-7).
2. Os sacrifícios: Seus elementos, propósito e tipologia
a) Sacrifício:
Holocausto (Lv 1; 6.8-13; 3.18-21; 16.24)
Ø Os elementos usados:
Bode, carneiro, boi,
pombinho (para os pobres); totalmente queimado, sem defeito.
Ø
Propósito:
Ato voluntário de
adoração: expiação pelos pecados involuntários em geral; expressão de devoção;
compromisso e completa entrega a Deus.
Ø A tipologia:
Cristo, nosso
sacrifício perfeito, que se entrega voluntariamente (Mt 27.35-36: Ef 5.2; Hb
7.26; 9.14; 1 Jo 2.6).
b) Sacrifício: Oblação
ou Oferta de Manjares (Lv 2; 6.14-23)
Ø Os elementos usados:
Grãos, flor de
farinha, incenso, pão cozido (sem fermento), sal. Proibidos o fermento e o mel.
Ø
Propósito:
Ato voluntário de
adoração; reconhecimento da bondade e das provisões de Deus; devoção a Deus.
Ø A tipologia:
Destaca-se aqui a
perfeita humanidade de Cristo; ressalta-se a entrega de sua vida (1 Jo 2.6).
c) Sacrifício: Ofertas
de Paz (Lv 3; 7.11-34)
Ø Os elementos usados:
Qualquer animal do
gado, carneiro ou bode sem defeito.
Ø
Propósito:
Ato voluntário de
adoração; ação de graças e comunhão.
Ø A tipologia:
Cristo, mediante a
cruz, restaurou a comunhão do crente com Deus. Ele é nossa paz; fez cessar as
guerras.
d) Sacrifício: Ofertas
pelo pecado (Lv 4.1—5.13; 6.4-30; 8.14-17; 16.3-22)
Ø Os elementos usados:
1) Para o sumo
sacerdote e a congregação: um bezerro
2) Para os líderes: um
bode
3) Para qualquer
pessoa do povo: uma cabra ou um cordeiro
4) Para os pobres:
duas rolas ou dois pombinhos
5) Para os muitos
pobres: a décima parte de uma efa[1]
de flor de farinha
Ø
Propósito:
Para expiação de
pecado específico e involuntário; confissão de pecado; perdão de pecado;
limpeza da imundícia
Ø A tipologia:
Cristo padeceu “fora
da porta" (Hb 13.10-13).
Sacrifício restituição
- Pela culpa (Lv 5.14 - 6.7; 7.1-6)
Ø Os elementos usados:
Carneiro sem defeito.
Ø
Propósito:
Para expiação de
pecados involuntários que requeriam restituição; limpeza da imundícia; fazer
restituição; acrescentar 20%. Provia compensações para as partes lesadas.
Ø A tipologia:
Cristo, mediante se.,
sacrifício, pagou a culpa dos pecados atuais dos crentes (Rm 3.24-26: Gl 3.13;
Hb 9.22).
Obs.
Quando se apresentava
mais de uma classe de oferta (como em Nm 7.16,17), em geral o procedimento era:
1°) a oferta pelo
pecado, (2°) o holocausto, (3°) a oferta de paz e a oblação (junto com uma
oferta de libação.
II
– O SACRIFÍCIO EXIGIDO: MINHA VIDA PARA
DEUS (Rm 12.1,2)
Nossa vida deve ser como
um cheiro agradável a Deus. Jesus era um cheiro agradável ao Pai porque se
apresentou diante dele como uma oferta. A oferta foi feita em forma de sacrifício;
no seu caso, sacrifício de sua própria vida.
1. Quem oferece perde?
Não. Ganha (conforme
lemos em Filipenses 2.5-11). Achamos que, oferecendo, perdemos. Ganhamos quando
nossa vida é vivida para que as pessoas vejam a grandeza de Deus.
Os sacrifícios
antigos, prescritos na Bíblia, são anúncios prévios da maneira como devemos
viver. Nossos sacrifícios hoje têm a ver com atitudes perante Deus. Se nós o
vemos como o centro da nossa vida, se nós o amamos como o maior dos nossos
amores, se vivemos de uma maneira que torne melhor a vida das pessoas, estamos
sendo, de fato, aroma agradável ao Senhor Deus. É assim que vale a pena viver. [2]
Conclusão
Houve
um tempo em que, para agradar a Deus, as pessoas precisavam oferecer
sacrifícios. Houve um tempo em que, para ter seus pecados perdoados por Deus,
deviam oferecer-lhes sacrifícios. O
sacrifício devia ser oferecido como uma atitude exterior vinda de uma
disposição interior. Interiormente a alma se arrependia, e exteriormente
oferecia um sacrifício.
As
pessoas pegavam as regras e faziam de conta que as cumpriam, não demonstrando
nem arrependimento nem disposição de não errar mais. Incansável, Deus mudou as
regras. Ele enviou Jesus Cristo, que fez o sacrifício perfeito, em lugar dos
nossos sacrifícios imperfeitos.
No
Antigo Testamento o sistema de sacrifícios para diversos pecados era complexo,
mas o Novo Testamento mostra-nos que o sacrifício único de Cristo, no Calvário,
foi suficiente para apagar os nossos (Leia a Carta aos Hebreus, utilizando as
notas das Bíblias de “Estudo Pentecostal” e da “Bíblia de Estudo Scofield”).
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