Introdução
O tabernáculo era coberto com
cortinas feitas de diferentes materiais e tinhas cores diferentes. Através
dessas cores temos algumas simbologias relevantes.
I
– A ESTRUTURA FÍSICA DO TABERNÁCULO
O
capítulo 26 de Êxodo descreve a estrutura física do tabernáculo. As paredes
laterais e a parede do fundo foram construídas com tábuas verticais encaixadas
umas às outras. A entrada era formada por pilares.
Êx
26.15-30: As tábuas afixadas verticalmente e que formavam os três lados do
tabernáculo são descritas nos versículos 15-25. Cada tábua media
aproximadamente 4,5 m de comprimento por 65 cm de largura, era fabricada em
madeira de acácia revestida de ouro e tinha dois encaixes fixados a uma base.
Cada
lado era composto por vinte tábuas, e a parede posterior tinha seis tábuas.
Também havia duas tábuas especiais para cada canto na parte posterior (fundo)
do tabernáculo. As tábuas do tabernáculo eram presas por meio de travessas de
madeira revestidas de ouro, que atravessavam argolas de ouro afixadas nas
tábuas. A travessa do meio era formada por uma única peça. Duas travessas
menores de comprimento variado provavelmente atravessavam as argolas na parte
de cima, e outras duas atravessavam as argolas na parte de baixo (a junção das
duas travessas dava a impressão de uma peça única). Alguns acreditam que as
tábuas do tabernáculo tinham a forma de treliça.
1. Cobertura, laterais, véu e painel externo do tabernáculo
(Êx 26.7-37)
O véu separava o Santo
Lugar e o Santo dos Santos, o santuário interno em que ficava a arca da
aliança. Josefo registra que o véu tinha 10 cm de espessura e que o desenho
bordado possuía significado místico.
Para o que crê, o véu
representa separação da presença de Deus, uma separação que terminou quando
Cristo foi crucificado, ocasião em que o véu "se rasgou em dois de alto a
baixo" (Êx 26.33; Mt 27.51). Embora no Antigo Testamento o sumo sacerdote
só pudesse ultrapassar o véu uma vez por ano, Cristo, como nosso Sumo Sacerdote
(Hb 9.11-12) proveu acesso à presença de Deus a todos os que entram "pelo
novo e vivo acesso que ele nos abriu através do véu, isto é, o seu corpo"
(Hb 10.20).
II
– AS CORTINAS QUE COBRIAM O TABERNÁCULO
Veremos o uso das
cortinas seguindo a ordem do interior para o exterior (Isto é, de baixo para
cima) do Tabernáculo.
1. As cortinas
a) A primeira
cobertura era de linho
A primeira cobertura (chamada tabernáculo: Êx 26.1- “6” - ARC)
era feita de cortinas fabricadas em linho retorcido ornamentado
artisticamente com querubins nas cores azul, púrpura e carmesim. Havia dois
conjuntos de cinco cortinas [...] ligadas umas às outras. Cada conjunto era
ligado ao outro por meio de colchetes de ouro, os quais, aparentemente, uniam
as cinquenta laçadas de estofo azul. Essas cortinas unidas tinham uma área
total de aproximadamente 220
m2
e sua função era cobrir o teto e as
laterais do tabernáculo até a altura de um côvado do chão.
b) A segunda cobertura
era de pelo de cabra (Êx 26.7)
A segunda cobertura (chamada tenda: Êx 26.7-13 -ARC) era
formada por cortinas fabricadas em pelo
de cabra. Tratava-se de um conjunto de cinco cortinas unidas a outro
conjunto de seis cortinas por meio de colchetes de bronze que se ligavam a
cinquenta laçadas. A área total dessa segunda cobertura era de aproximadamente
260 m2 e ultrapassava a medida da primeira cobertura nas laterais, com exceção
da parte da frente (entrada).
c) A terceira
cobertura (Êx 26.14 a [NAA])
Havia também uma
terceira cobertura (chamada coberta – Êx 26.14- ARC), fabricada em peles de
carneiro.
d) A quarta cobertura
(Êx 26.14 b [NAA])
A cortina era fabricada
em peles finas (esta também traduzida por “cobertura de couro" [NVI], “peles
de texugo”
[ARC]) e animais marinhos (BV).
Ø
SIMBOLISMO
Simbolicamente, a
cobertura exterior do Tabernáculo representava a humanidade de Jesus; por isso,
sendo Deus, fez-se carne (ver Jo 1.14).
2. As cores das cortinas
a) O linho (Êx 26.1)
O linho retorcido é um
símbolo de justiça (ver Ap 19.8). O
linho branco é símbolo de santidade e pureza de Cristo, e Jesus, como homem,
não teve uma mácula sequer sobre si.
b) Azul (Êx 26.1)
A cor azul fala da
origem celestial de Cristo. Ele veio do céu, mas fez-se
homem na Terra (Jo
1.14).
c) Púrpura (Êx 26.1)
ü Tecido caro, vermelho arroxeado,
usado pelos antigos como símbolo de riqueza e alta posição social (Apocalipse
18.12).
ü Cor vermelho-arroxeada
(Apocalipse 17.4).
A púrpura indica a
realeza e Jesus como Filho de Davi.
d) Vermelho (Êx 26.1)
Representa a Cristo em
seu sacrifício na cruz do Calvário. Vermelha representa o sangue de Jesus
derramado pela humanidade.
Azul, púrpura e
carmesim são cores encontradas juntas vinte e quatro vezes no Livro de Êxodo.
Nas vestes sacerdotais, aparecem o ouro, o azul e a púrpura (Êx 28.6, 15; 39.2,
5, 8).
Ø A ORIGEM. A cor azul (ou violeta) e púrpura
Corantes das cores
violeta e púrpura eram obtidos de um molusco; a escarlata, de um inseto do
gênero cochinilha.
Essas cores eram preciosas por causa do custo do corante.
Ø AS TONALIDADES DAS CORES
As tonalidades exatas
das cores mencionadas são um tanto difíceis de determinar. O azul aproximava-se
mais do roxo ou violeta, enquanto a púrpura era um solferino (roxo
avermelhado). Ambas as cores eram muito estimadas por Sua luminosidade.
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