Classe: Jovens | Trimestre: 2° de 2019 |
Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, CPAD
TEXTO DO DIA
“Todas
as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me
são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” (1 Co 6.12)
SÍNTESE
O
corpo do crente é templo do Espírito Santo. Precisamos honrar e respeitar esse
templo.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – 1 Co 6.20: Glorificai
a Deus com o corpo
TERÇA – 1 Co 5.9: Não
podemos nos unir aos que se prostituem
QUARTA – 1 Co 6.13: O corpo
não é para prostituição
QUINTA – 1 Co 5.1: A
impureza na igreja de Corinto
SEXTA – 1 Co 6.19: O corpo
do cristão é templo do Espírito Santo
SÁBADO – 1 Co 6.18: Fuja da
prostituição
OBJETIVOS
• COMPREENDER o contexto da
Primeira Carta aos Coríntios;
• MOSTRAR que a liberdade em
Cristo não pode ser confundida com libertinagem;
• CONSCIENTIZAR de que o crente não
pode submeter seu corpo à promiscuidade.
INTERAÇÃO
Professor (a), conhecer a respeito da cidade e da igreja em
Corinto é fundamental para o preparo desta lição. O primeiro passo é buscar
livros de apoio para a sua pesquisa. Sugerimos o Comentário Bíblico Pentecostal
Novo Testamento, CPAD. O exemplo da igreja de Corinto servirá como uma
advertência contra as influências imorais, sexuais a que os jovens estão
sujeitos nos dias atuais.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para a aula de hoje, sugerimos que no final da lição você separe
um tempo para uma breve reflexão a respeito dos desafios que os jovens têm
enfrentado para manter-se puro. Reproduza a tabela abaixo no quadro e apresente
aos alunos. Primeiro peça a opinião deles sobre os maiores desafios, depois a
respeito de como fazer para superar as influências e impactos desses ataques à
moralidade sexual. Não recrimine as opiniões, pois quanto mais sinceros eles
forem, melhor serão as propostas apresentadas.
Quais os maiores desafios para manter-se
puro?
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Medidas para evitar as influências do mundo?
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TEXTO
BÍBLICO
1
Coríntios 6.12-20
12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem
todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei
dominar por nenhuma.
13 Os manjares são para o ventre, e o ventre,
para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo
não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
14 Ora, Deus, que também ressuscitou o
Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 Não sabeis vós que os vossos corpos são
membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de
uma meretriz? Não, por certo.
16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a
meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.
17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um
mesmo espírito.
18 Fugi da prostituição. Todo pecado que o
homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio
corpo.
19 Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo
do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?
20 Porque fostes comprados por bom preço;
glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem
a Deus.
INTRODUÇÃO
O
sexo foi criado por Deus com um propósito específico: Dar continuidade à
humanidade (pro-criação) e o prazer sexual no casamento. Contudo, temos visto a
deturpação desses propósitos na atualidade. Por isso, estudaremos os
ensinamentos bíblicos a respeito desse tema na Primeira Epístola aos Coríntios.
O
apóstolo Paulo, nesta carta, faz sérias recomendações com relação ao uso do
corpo. Para entendermos o motivo e a própria mensagem do apóstolo, faz-se
necessário conhecer a cultura da cidade e a igreja de Corinto. Assim, será
possível compreender a seriedade com que Paulo adverte os crentes para não
ceder a qualquer motivo que pudesse levá-los à imoralidade sexual e a
contaminar o corpo, que é templo do Espírito Santo.
I - O
CONTEXTO DA PRIMEIRA CARTA AOS CORÍNTIOS
1. Um panorama da
cidade de Corinto.
Essa
cidade sofreu uma grande devastação em 146 a.C.. Mas, um século depois,
tornou-se uma cidade-colônia, a metrópole da província romana de Acaia. Na
época em que o apóstolo Paulo escreveu sua epístola, a cidade era sinônimo de
riqueza, luxo, alcoolismo, corrupção e frouxidão moral. Uma população heterogênea
com mais de 400 mil habitantes.
Os
primeiros colonizadores eram homens livres, na sua maioria, aventureiros gregos
e burgueses romanos. Por ser uma cidade portuária (dois grandes portos) possuía
uma grande prosperidade comercial. No entanto, dois terços da população era de
escravos e trabalhadores. Na religião se destacava o grande Templo de Afrodite,
a deusa do amor, onde os fiéis eram atendidos por várias prostitutas cultuais.
Eram celebradas grandes festas tidas como sagradas com carnes sacrificadas a
ídolos.
2. A comunidade judaica e
cristã de Corinto.
Existia
na cidade uma sinagoga, formada, na sua maioria, por judeus que foram expulsos
de Roma pelo decreto do Imperador Cláudio em 54 d. C. Devido aos conflitos
internos entre cristãos e judeus, Paulo trata na Primeira Epístola aos
Coríntios a respeito dos conflitos em relação aos costumes de uma cidade
cosmopolita do primeiro século, como por exemplo: conflitos religiosos,
prostituição, viuvez, celibato, fornicação, entre outros. Nessa comunidade, valorizava-se
a sabedoria filosófica, conhecimento considerado como fonte de libertação
humana. Por isso, Paulo procurava conscientizar os cristãos de Corinto de que
eles não podiam reproduzir as desigualdades, as injustiças e as promiscuidades
romanas que dominavam a cidade.
3. As epístolas de Paulo à
comunidade cristã em Corinto.
O
apóstolo Paulo escreveu, pelo menos, quatro epístolas aos coríntios, mas duas
dessas cartas foram perdidas (1 Co 5.9; 2 Co 2.4;7.8). A primeira epístola
canônica foi escrita por volta de 55/56 a.C. Com exceção de Éfeso, Corinto foi
a cidade em que Paulo permaneceu mais tempo, 18 meses (At 18.1-17). As
epístolas de Paulo, em geral, eram escritas para tirar dúvidas e orientar
pastoralmente as recentes comunidades cristãs entre os gentios. Quando estava
em Éfeso, o apóstolo ficou ciente de alguns problemas na igreja, devido à
grande influência secular e religiosa. Estavam ocorrendo tensões entre judeus e
gregos (1 Co 1.18-31), livres e escravos (1 Co 7.21-23), questões doutrinárias
a respeito da ressurreição, do casamento, dons espirituais, questões morais e
éticas, entre outras. Isso faz das Epístolas aos Coríntios uma grande fonte de
doutrinas sistemáticas para a igreja da atualidade.
Pense!
Jovem,
qual a sua contribuição para que a igreja não reproduza as desigualdades, as
injustiças e as promiscuidades da sociedade secular?
Ponto Importante
A
igreja precisa influenciar a sociedade atual e jamais ser influenciada por ela.
II - A LIBERDADE EM CRISTO
NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM LIBERTINAGEM
1. Fazer tudo o que se
deseja não é liberdade, mas escravidão (1 Co 6.12).
Alguns
crentes de Corinto acreditavam, erroneamente, que poderiam fazer tudo o que bem
desejassem, em nome da liberdade que Cristo nos dá, sem prejuízo algum para a
vida espiritual. Eles se tornavam escravos das paixões carnais, que dominavam
suas vontades e ações. Tal pensamento e atitude era um reflexo da velha
natureza incorporada aos costumes da cidade. Assim os crentes de Corinto usavam
de modo errado o que acreditavam ser “liberdade cristã”, criando pretextos para
legitimar suas atitudes errôneas. Desse modo, práticas pecaminosas como a
fornicação, passavam a ser consideradas comuns (1 Co 5.1).
Outro
mal a ser combatido na igreja em Corinto era o movimento religioso gnóstico.
Eles apregoavam que o que se faz com o corpo não o torna impuro, desde que se
mantenha o espírito puro. Para eles o que se faz com o corpo, que é matéria má,
não tem efeito sobre a vida espiritual. O gnosticismo imperou até o terceiro
século, quando surge o maniqueísmo. Acreditavam que o corpo em pecado poderia
ser redimido por meio de penitências, jejuns, flagelos, mortificações, entre
outras formas de castigar o corpo com o intuito de dominá-lo e purificá-lo.
Estes foram dois extremos que revelam a escravidão em que viviam alguns dos
coríntios.
2. Livre é aquele que está
“em Cristo” (2 Co 5.17).
A
argumentação do apóstolo reforça a ideia de que Cristo morreu na cruz para
resgate do nosso corpo, alma e espírito. A falta de respeito para com o corpo,
templo do Espírito, torna-o profano, em vez de objeto de glorificação a Deus (1
Co 6.19). Para Paulo, a liberdade é somente para aqueles que estão em Cristo. A
expressão “em Cristo” aparece 86 vezes nas cartas que lhes são atribuídas, isso
sem considerar expressões análogas como “nele” e “no qual”.
3. O oposto de estar em
Cristo.
Paulo,
na Epístola aos Romanos, utiliza uma expressão para caracterizar o oposto de
estar “em Cristo”, o estar “em Adão”. Alguns cristãos coríntios, em nome de uma
liberdade equivocada do estar em Cristo, na realidade estavam “em Adão”. Aos
coríntios, Paulo afirma que da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo
todos serão vivificados (1 Co 15.22). Para ele o estar “em Cristo” remodela a
vida humana em todas as suas esferas e aspectos (2 Co 5.17). O novo convertido
passa a ser a imagem do próprio Cristo. A nova criatura “em Cristo” vive de um
modo inteiramente novo e em oposição às pessoas “sem Cristo”. Todos os seres
humanos estão “em Adão”, até que passam, mediante a fé, a estar “em Cristo”.
“Em Cristo”, descreve a posição da pessoa remida, livre da tirania do pecado.
Pense!
Antes
de tomar qualquer ação ou atitude, você tem analisado se realmente isso convém
a um cristão salvo fazer?
Ponto Importante
Fazer tudo o que desejar e quando quiser não significa
liberdade. Liberdade é não fazer determinada coisa quando se sabe que é livre
e, por Cristo, faz-se a opção de não fazê-lo.
III - O CRISTÃO NÃO PODE
SUBMETER SEU CORPO À PROMISCUIDADE
1. Corpo, alma e espírito na
cultura do Novo Testamento.
Os
gregos desenvolveram uma antropologia especialmente platônica, que era
dicotomista: corpo, parte inferior e má; alma, parte superior e boa. Por outro
lado, o judaísmo considerava o ser humano em sua totalidade, ou seja, não se
via a alma sem corpo e nem o corpo sem a parte espiritual. Por isso, na
narrativa judaica da criação, o ser humano é visto de forma integral. No Novo
Testamento, por influência paulina, prevaleceu o ponto de vista judaico. O
apóstolo Paulo, apesar de inserido profundamente na cultura grega, preservou a
força da antropologia semítica, que via o ser humano como um todo. O apóstolo
Paulo recomendava a preservação tanto do espírito como do corpo.
Nosso
corpo somente passa a ser habitação do Espírito quando, pela fé, entregamos
nossas vidas a Jesus Cristo, crendo no seu sacrifício remidor (Gl 3.1,2).
2. A comunidade como corpo
do Espírito Santo.
Em
1 Coríntios 6.19, Paulo adverte: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do
Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós
mesmos?” Ele utiliza, de forma simbólica, o corpo como representante do templo.
Quando se refere ao templo, apelava ao imaginário que os destinatários tinham
do templo de Jerusalém, com toda a sua representatividade. O templo era um
lugar de encontro com Deus, para uso exclusivo de adoração ao Senhor. A
intenção de Paulo é que as pessoas, com o exemplo do templo em mente, se
identificassem como igreja, parte do corpo de Cristo, santificando-se e
oferecendo seus corpos como sacrifícios vivos para louvor e glória de Deus (Rm
12.1,2). Se o campo de atuação do Espírito de Deus é a igreja, esta precisa
viver em santidade e liberdade em Cristo, pois não recebeu um espírito de
escravidão, mas espírito de adoção de filhos (Rm 8.12-17).
3. A imoralidade sexual e a
Igreja.
A
igreja em Corinto não ficou alheia às práticas imorais da cidade e Paulo se vê
obrigado a repreender até um caso de fornicação de uma madrasta com o seu
enteado (1 Co 5.1). O apóstolo afirma que nem mesmo entre os gentios havia tal
imoralidade sexual, no grego porneia. Tal relato nos mostra que nem todos que
frequentam as igrejas estão verdadeiramente libertos. No Antigo Testamento há
uma proibição clara quanto à atividade sexual entre um homem e a esposa de seu
pai (Lv 18.8; 20.11; Dt 22.30). A punição para tal pecado era a morte. A lei
romana proibia tal situação, mesmo que o pai houvesse morrido.
Paulo
adverte a respeito do perigo das relações sexuais imorais adentrarem na igreja,
a comunidade que é o corpo do Espírito Santo.
Em
uma relação extraconjugal, o cristão profana o próprio corpo (1 Co 6.13,15).
Para preservar o corpo como templo do Espírito Santo, o cristão deve evitar a
imoralidade sexual.
SUBSÍDIO
“A liberdade cristã (6.12-13)
A liberdade não é uma licença. Segundo Paulo, antes de nos
envolvermos em qualquer ação, precisamos considerar se a mesma é benéfica, isto
é, se contribui para o crescimento espiritual, pessoal e comunitário.
Precisamos considerar, também, se o potencial de dominação sobre nós é
suficientemente grande de sorte que possa ameaçar o senhorio de Cristo em nossas
vidas. Categoricamente, Paulo condena a imoralidade sexual e os que argumentam
que se assemelha à alimentação como uma função natural e, portanto, amoral.
A perspectiva bíblica sobre o corpo (6.15,19-20). Através de
nossa união com Cristo, nossos corpos se transformam em seu santuário,
habitação do Espírito Santo. O corpo deve honrar a Cristo, seja o que for que
venhamos a fazer, pois Ele está presente em nós” (LAWRENCE, O. Richars. Guia do
Leitor da Bíblia. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 762).
CONCLUSÃO
Nessa
lição aprendemos que o estilo de vida da cidade de Corinto era de imoralidade
sexual. O ambiente imoral estava influenciando o comportamento dos membros da
igreja. Alguns crentes de Corinto, erroneamente, se achavam livres para fazer o
que bem entendessem com o seu corpo, mas eles, na verdade, se tornaram escravos
da carne. A verdadeira liberdade está em Cristo. Ser livre é poder dizer não à
imoralidade e à prostituição.
1.
Quais as principais características da cidade de Corinto
quando Paulo escreveu suas epístolas?
As principais características da cidade de Corinto eram a riqueza, o
luxo, o alcoolismo, a corrupção e a frouxidão moral.
2.
Quais os principais problemas da igreja em Corinto
que levaram Paulo a escrever as epístolas?
Os principais problemas que estavam ocorrendo eram tensões entre judeus
e gregos, livres e escravos, questões doutrinárias a respeito da ressurreição,
do casamento, dos dons espirituais, questões morais e éticas.
3.
Qual foi o resultado da crença errônea de alguns
cristãos de Corinto de que podiam fazer tudo o que quisessem em nome da
liberdade em Cristo?
Eles estavam se tornando escravos das paixões, que dominavam suas
vontades e ações.
4.
Qual a diferença principal entre a concepção grega
e hebraica a respeito do corpo, alma e espírito?
Os gregos desenvolveram uma antropologia especialmente platônica, que
era dicotomista: corpo inferior e mal e alma superior e boa. Por outro lado, a
concepção hebraica considerava o ser humano em sua totalidade, ou seja, não se
via a alma sem corpo e nem o corpo sem a parte espiritual.
5.
O que você acredita que precisamos fazer para
preservar o nosso corpo, templo do Espírito Santo, puro, santo?
Resposta pessoal.