Classe: Jovens |
Trimestre: 2° de 2019 | Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens,
CPAD
TEXTO DO DIA
“Conforme está escrito: Espalhou,
deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.” (2 Co 9.9)
SÍNTESE
Os textos bíblicos que
tratam a respeito de dízimos e ofertas estão relacionados com justiça,
misericórdia e fé.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Hb 7.4,5: Abraão
entregou o seu dízimo a Melquisedeque
TERÇA - Lv 27.30: O
dízimo do campo
QUARTA - Nm 19.26: O
dízimo dos dízimos
QUINTA - 2 Co 9.7: Deus
ama ao que contribui com alegria
SEXTA - Mt 23.23: O
dízimo, o juízo, a misericórdia e a fé
SÁBADO - Mc
12.41-44: A
oferta da viúva pobre
OBJETIVOS
• COMPREENDER o
significado de Abrão ter entregado o dízimo a Melquisedeque;
• CONSCIENTIZAR de
que aqueles que são fiéis em seus dízimos tem uma vida equilibrada e abençoada.
INTERAÇÃO
Professor
(a), na lição de hoje vamos tratar de um tema que para alguns é polêmico:
dízimos e ofertas. Ainda existem muitos crentes fiéis que têm dúvidas em
relação à entrega dos dízimos e ofertas. Muitos, erroneamente, não contribuem
em suas igrejas porque estão descontentes com a forma como seus líderes
empregam as finanças e outros por falta de controle financeiro. A lição deste
domingo é apropriada para sanar as dúvidas em relação aos dízimos e mostrar aos
alunos a importância do planejamento financeiro. Nossas despesas não podem ser
maiores do que os nossos ganhos mensais. Muitas pessoas estão reféns da cultura
consumista, por isso nunca podem contribuir financeiramente com o Reino de
Deus. O dízimo é uma ordenança bíblica e com ele aprendemos a ter uma vida
financeira disciplinada, e a termos uma relação correta com o dinheiro.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor(a),
para a aula de hoje sugerimos o método de perguntas e respostas. Se possível,
reserve pelo menos uns quinze minutos no final da aula para que os alunos
respondam algumas questões. Como sugestão, você poderá utilizar as seguintes
perguntas:
- Em sua opinião, qual o motivo de algumas
pessoas não concordarem com a entrega dos dízimos e ofertas?
- Será que Deus se “preocupa” com a nossa
situação financeira?
- O que você pensa a respeito dos dízimos
e das ofertas?
- Você deseja ser dizimista fiel?
TEXTO BÍBLICO
Gênesis 14.18-24:
18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão
e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo.
19 E abençoou-o e disse: Bendito seja Abrão
do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
20 e bendito seja o Deus Altíssimo, que
entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo.
21 E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a
mim as almas e a fazenda toma para ti.
22 Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma:
Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da
terra,
23 e juro que, desde um fio até à correia dum
sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu
enriqueci a Abrão;
24 salvo tão somente o que os jovens comeram
e a parte que toca aos varões que comigo foram, Aner, Escol e Manre; estes que
tomem a sua parte.
2 Coríntios 9.9,10:
9 conforme está
escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre.
10 Ora, aquele que dá
a semente ao que semeia e pão para comer também multiplicará a vossa sementeira
e aumentará os frutos da vossa justiça.
INTRODUÇÃO
Para tratar a
respeito do tema desta lição, dízimos e ofertas como disciplinas para lidar com
o dinheiro, vamos analisar uma narrativa bem conhecida do livro de Gênesis.
Veremos a respeito da entrega do dízimo de Abraão a Melquisedeque, rei de
Salém, após a vitória surpreendente sobre quatro grandes reis orientais. Também
vamos tratar a respeito da entrega do dízimo no Novo Testamento. Vamos refletir
a respeito de um texto bastante usado para falar sobre o assunto, 2 Coríntios
9.9,10. Veremos também dois textos que mostram como Jesus lidou com as ofertas
e os dízimos.
Desejamos que o
estudo desses textos nos auxiliem a ter uma visão equilibrada a respeito de
nossas contribuições e da nossa vida financeira.
I - ABRÃO ENTREGOU O DÍZIMO A MELQUISEDEQUE PORQUE ERA
DESPRENDIDO DE BENS MATERIAIS
1.
O motivo da gratidão de Abrão (Gn 14.1-17).
O capítulo 14 de Gênesis
inicia com o relato da guerra entre reis do oriente e reis cananeus. Quatro
reis das maiores potências orientais da época (Anrafel, rei de Sinar; Arioque,
rei de Elasar; Quedorlaomer, rei de Elão e Tibal, rei de Goim) derrotaram os
cinco reis das cidades cananeias (Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar). Os
vencedores levaram consigo os prisioneiros, entre eles o sobrinho de Abrão (Ló)
e sua família, além dos despojos da guerra, como era o costume. O texto
demonstra que Abrão, ao saber do ocorrido e que seu sobrinho Ló e sua família
também estavam entre os prisioneiros, convidou seus confederados Aner, Escol e
Manre e armou seus criados formando uma pequena tropa de 318 homens (Gn
14.12-14). O grupo foi atrás dos reis do Oriente que haviam vencido os cinco
reis cananeus e libertou os prisioneiros, recuperando os bens materiais e os
alimentos (des-pojos). Esta é a única menção de Abrão participando de uma
guerra. Ao retornar, ele consagrou a décima parte (dízimo) ao rei-sacerdote de
Salém. O texto afirma: “E deu-lhe o dízimo de tudo”. O que era o tudo? Era a
totalidade dos despojos resgatados por Abrão e seu grupo. A prática comum da
época era o dízimo da colheita, entregue pelos camponeses. Este é o único caso
bíblico em que é citado o dízimo do despojo de uma guerra. O interessante que é
a primeira coisa que Abrão faz após a vitória, uma forma de gratidão a Deus.
2.
Melquisedeque, o sacerdote do Deus altíssimo, recebe o dízimo de Abraão (Gn
14.18-20).
Melquisedeque, rei de Salém,
é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo. Salém era o reino onde
posteriormente seria edificada a cidade santa de Jerusalém (Sl 76.2). No
encontro com Abrão, Melquisedeque ofereceu pão e vinho, um gesto que indicava
oferta de paz e de bênção em nome do Deus Altíssimo. O fato de Abrão entregar o
dízimo a Melquisedeque, pela cultura da época, torna-o maior que Abrão, por
isso o autor considera seu ministério superior ao dos filhos de Levi, uma vez
que eram descendentes de Abrão. O nome de Melquisedeque é relacionado, mais
tarde, com a figura do Messias Rei e Sacerdote (Sl 110.4; Hb 7). Abrão se une a
Melquisedeque por meio do dízimo e fica evidente a aliança e a boa convivência
entre Abrão e os cananeus, um defendendo o outro. No episódio da entrega do
dízimo de Abrão a Melquisedeque, vemos uma legitimação da prática do dizimo.
3.
Abrão entregou o dízimo a Melquisedeque e não lhe fez falta (Gn 14.21-24).
Após cumprir suas obrigações
religiosas, Abraão vai até o rei de Sodoma. Este oferece a Abrão os bens
recuperados como gratidão pela libertação, mas ele recusa veementemente (vv.
21-23), diferente do bom grado com que recebeu os presentes e a bênção do rei-sacerdote
Melquisedeque. O comportamento de Abrão foi atípico de situações semelhantes em
que era concedido ao vencedor da guerra o direito sobre o despojo. No entanto,
Abrão demonstra sua característica pacífica e o desprendimento de bens materias
como já havia demonstrado no episódio da separação de Ló e seu grupo (Gn 13).
Ele não quis dar motivo para que o rei de Sodoma falasse a seu respeito e
preferiu selar um juramento em agradecimento a Deus. A atitude de Abrão se dá
pelo seu desapego aos bens materiais, como comprovado na entrega do dízimo. Ele
não teve a intenção de enriquecer com o evento ocorrido e essa é uma atitude
geralmente típica de quem entrega seus dízimos, não sendo avarento e tendo suas
contas controladas. O fato de Abrão rejeitar os valores do despojo não fez
falta em sua vida financeira, pelo contrário, ele prosperou mesmo assim. A
entrega do dízimo nos ajuda a desenvolver uma forma correta de lidar com os
bens materiais. Muitas pessoas não entregam seus dízimos e suas ofertas por
falta de controle financeiro.
Pense!
Jovem, você tem um controle
correto das suas finanças? Como você lida com a questão do dízimo?
Ponto Importante
A narrativa de Gênesis 14
mostra como Abrão era desprendido de bens materiais, por isso teve uma vida equilibrada
e próspera.
II - OS CONTRIBUINTES FIÉIS TÊM UMA VIDA EQUILIBRADA E
GARANTIA DE BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS
1.
Paulo incentiva a prática de contribuições para os menos favorecidos.
O apóstolo Paulo dedica dois
capítulos de sua Segunda Epístola aos Coríntios, 8 e 9, para orientar a
respeito da contribuição aos irmãos pobres de Jerusalém. Para incentivar os
coríntios, Paulo utiliza o exemplo das igrejas da Macedônia, uma região pobre,
mas rica em generosidade e bens espirituais. O apóstolo Paulo incentivava uma
contribuição consciente, pois elas tinham como fim a igualdade, e não a
sobrecarga. O texto demonstra que o processo requer uma disciplina, exige uma
atitude de amor e equilíbrio, consequência da obediência à Palavra de Deus. Com
essa contextualização em mente, é possível compreender melhor 2 Coríntios 9.6,
texto muito utilizado para o momento das ofertas e dos dízimos. Paulo utiliza a
figura da semente para incentivar os coríntios a semearem ricamente, pois não
padeceriam necessidades e a semeadura produziria bons frutos. O texto de 2
Coríntios 9.9,10 deixa claro qual é o resultado esperado: “[...] também
multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça.” As
pessoas compromissadas em ajudar os mais pobres em suas necessidades não vivem
em função do acúmulo de bens materiais, com objetivos egoístas.
2.
Jesus ratifica a entrega do dízimo, mas critica sua prática sem justiça,
misericórdia e fé (Mt 23.23).
O texto de Mateus 23.23 faz
parte de um contexto de conflito entre Jesus, os escribas e os fariseus. Jesus
critica algumas práticas hipócritas e contraditórias desses líderes religiosos.
Eles tinham uma visão equivocada a respeito da vontade de Deus em relação ao
dízimo e às ofertas. Por isso, Jesus os adverte dizendo: “Ai de vós, escribas e
fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho
e desprezai o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis,
porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”. A recomendação do judaísmo era
pagar o dízimo de rebanhos, vinho, grãos e óleo para sustento dos levitas,
manutenção do templo e ajuda aos pobres (Lv 27.30-33; Dt 14.22-29; Ml 3.812).
Jesus até reconheceu o acréscimo, dízimo das ervas, mas reprova a motivação
deles. Ele os acusa de desprezar o que é mais importante na lei: a justiça e o
juízo. No Dia do Senhor, haverá juízo para aqueles que negligenciaram os pobres
e a justiça (Mt 5.20). Jesus não coloca as regras acima das pessoas, Ele resume
toda a tradição judaica em amar a Deus e ao próximo (Mt 7.12; 22.37-39). Os
líderes são criticados não por pagar o dízimo, mas por se justificarem por
isso, e negligenciarem a justiça, a misericórdia e a fé, que são causas
maiores.
3.
O dízimo e a parábola do fariseu e do publicano (Lc 18.9-14).
Os fariseus observavam os
mais rigorosos padrões legalistas como jejuns, orações, esmolas, dízimo, entre
outras práticas que excediam até as próprias leis cerimoniais mosaicas. Jesus
apresenta, por meio da parábola, algo que chocou seus ouvintes: colocar um dos
cobradores de impostos, considerado traidor pelos judeus, como justificado
diante de Deus, enquanto um fariseu zeloso pela sua religião é reprovado. A
lição de Jesus é clara: o publicano reconhecia que sua dívida era muito alta e
não tinha condições de pagá-la, e a única coisa que poderia fazer era rogar
pela misericórdia de Deus. Não recorreu a obras que havia realizado, nem
ofereceu fazer nada, simplesmente rogou que Deus fizesse por ele o que ele
próprio não podia fazer, somente baseado na fé e misericórdia divina. Por outro
lado, o fariseu demonstrou arrogância, confiando que os jejuns realizados,
dízimos e outras obras consideradas justas o tornariam aceito por Deus. Uma
cobrança de retribuição. Porém Jesus afirma que dos dois, somente o publicano foi
justificado. Às vezes, como o fariseu, o cristão ignora o aprendizado com os
julgamentos de Jesus e corre o risco de, no final, ser reprovado. Em suma, o
dízimo deve ser apresentado a Deus pela fé. É um reconhecimento à bondade
divina.
Pense!
Jovem, você
tem disposição para contribuir com a obra de Deus em sua igreja?
O Ponto Importante
Deus abençoa aqueles
que contribuem com alegria.
SUBSÍDIO
“O dízimo foi
uma oferenda de gratidão a Deus, mostrando-se generoso com Seu sacerdote ou
representante. Veja como o trecho de Hebreus 7.4-11 usa esse e outros elementos
em seu argumento em prol da superioridade do sacerdócio de Cristo. O dízimo foi
dos despojos tomados ao adversário, visto que os bens voltaram aos seus
proprietários. É possível, porém, que Abraão se tenha sentido justificado ao
dar o dízimo de tudo. Neste ponto, achamos a primeira menção bíblico ao dízimo.
É totalmente possível, contudo, que esse já fosse um costume fixo de sustento
dos sacerdotes. Seja como for, o princípio veio a tornar-se parte integral do
judaísmo. [...] Sem dúvida, o dízimo era um princípio observado por vários
povos, e não somente pelos hebreus. [...] Abraão não se interessou pelo
dinheiro. Disse ele ao rei de So-doma: ‘Fica com teu dinheiro!”. O rei não
relutou, e ficou com o dinheiro. Abraão estava interessado em salvar pessoas
que lhe eram queridas. Tendo feito isso, seu interesse pelo caso tinha
terminado. Não era assim que um general costumava agir, mas era a atitude
espiritual certa. Alguns comentam: ‘Abraão já era rico, pelo que não precisava
de coisa nenhuma'. Isso é uma verdade, mas usualmente os ricos jamais param de
cobiçar mais. Abraão mostrou ser diferente” (CHAMPLIN, R. N. O Antigo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo. 1.ed. São Paulo/Rio de Janeiro:
Hagnos/CPAD, 2001, p.115).
CONCLUSÃO
Na lição de hoje nós
aprendemos que Abraão é um exemplo do Antigo Testamento de desprendimento dos
bens materiais e gratidão a Deus. Aprendemos também que as contribuições e os
dízimos não podem ser usados para barganhar com Deus. Jesus ratificou a entrega
do dízimo, mas rechaçou veementemente essa prática com a finalidade de promoção
pessoal ou meio de justificação pessoal.
1.
Qual foi a primeira ação de Abrão após retornar
vitorioso da guerra com os quatros reis orientais?
A primeira coisa que Abrão fez foi
entregar o dízimo de todo o despojo.
2.
Gênesis 14.20 afirma que Abrão deu o dízimo de
tudo. O que era esse “tudo”?
O “tudo” mencionado era a totalidade
dos despojos resgatados por Abrão e seu grupo.
3.
Como Melquisedeque é identificado em Gênesis 14?
Melquisedeque é identificado como
sacerdote do Deus Altíssimo e também como rei de Salém, reino onde
posteriormente seria edificada a cidade santa de Jerusalém (Sl 76.2).
4.
Qual o exemplo que Paulo utilizou para incentivar
os coríntios a contribuírem com a igreja de Jerusalém, que passava por uma fase
de necessidades?
Para incentivar os coríntios Paulo
utiliza o exemplo das igrejas macedônias, uma região mais pobre, mas rica em
generosidade e bens espirituais.
5.
Qual a posição de Jesus em relação ao dízimo?
Jesus ratificou a entrega do dízimo
(Mt 23.23).