Classe: Jovens | Trimestre: 2° de 2019 |
Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, CPAD
TEXTO DO DIA
“Apascentai
o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas
voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto; nem como tendo
domínio sobre a herança de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.” (1 Pe
5.2,3)
SÍNTESE
A
Igreja é o Corpo de Cristo e toda a autoridade e poder emanam dEle.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA - Mt 16.18: Cristo
edificou a sua Igreja
TERÇA - At 20.28: Deus
estabeleceu pastores para apascentar a sua Igreja
QUARTA - Ef 5.24: A Igreja
está sujeita a Cristo
QUINTA - Ef 5.25: Cristo amou
a sua Igreja e se entregou por ela
SEXTA - Cl 1.18: Jesus é a
cabeça do Corpo, da Igreja
SÁBADO - Cl 1.24 Padecendo em
favor do: Corpo, a Igreja
OBJETIVOS
• MOSTRAR o poder de julgamento
da igreja local;
• REFLETIR a respeito do poder
institucional na igreja local.
INTERAÇÃO
Professor (a), no primeiro tópico da lição estudaremos a
respeito do poder de julgamento da igreja local acerca das questões internas.
Vale ressaltar que o apóstolo Paulo está se referindo às questões de ação
judicial e não de processo criminal, de competência do tribunal romano (Rm
13.3-4). A prática do Império Romano era de descentralizar certas decisões
internas de comunidades étnicas, inclusive em pequenas comunidades distritais
de cidades do Império. Caso típico do direito judaico, em que um tribunal de
júri composto por três juízes decidia questões internas do judaísmo. Se o texto
for interpretado de outra forma, poderia ser utilizado indevidamente para
alguém afirmar que a Igreja deve julgar ações criminais internas de seus
membros.
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ESTUDE A BÍBLIA À DISTÂNCIA
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para o primeiro tópico da lição, faça um debate a respeito dos
possíveis conflitos e ocorrências que podem acontecer na Igreja e quais deles
podem ser tratados internamente, pelo menos na etapa de conciliação, e quais
deveriam ser submetidos à justiça secular. Utilize o quadro abaixo para dar
início ao debate. Reserve um tempo razoável para que, após a explanação do
primeiro tópico os alunos possam dar as suas sugestões de conflitos/ocorrências
e a devida classificação.
Conflitos/ ocorrências
|
Líderes capacitados na
igreja local
|
Julgamento pela
justiça secular
|
Homicídio
|
|
X
|
Casal que pretende se
separar por “incompatibilidade de gênio”
|
X
|
|
Preencher...
|
|
|
Preencher...
|
|
|
TEXTO
BÍBLICO
1
Coríntios 6.4-10
4
Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida, pondes na
cadeira aos que são de menos estima na igreja?
5
Para vos envergonhar o digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa
julgar entre seus irmãos?
6 Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e
isso perante infiéis.
7 Na verdade, é já realmente uma falta
entre vós terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis, antes, a
injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?
8 Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis
o dano e isso aos irmãos.
9 Não sabeis que os injustos não hão de
herdar o Reino de Deus?
10 Não erreis: nem os devassos, nem os
idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os
ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os
roubadores herdarão o Reino de Deus.
1
Pedro 5.1-4:
1
Aos presbíteros que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com
eles, e testemunha das aflições de Cristo, e participante da glória que se há
de revelar:
2
apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por
força, mas voluntariamente; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto;
3 nem como tendo domínio sobre a herança
de Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho.
4 E, quando aparecer o Sumo Pastor,
alcançareis a incorruptível coroa de glória.
INTRODUÇÃO
Na
lição desse domingo, veremos que os crentes de Corinto estavam deixando a
antiga vida de promiscuidade e corrupção, que imperava na cidade, para uma nova
vida com base no Evangelho de Cristo. Entretanto, ainda havia entre eles muitos
conflitos e disputas banais. Então o apóstolo Paulo os orienta a resolverem as
questões entre si e não na justiça secular. Como Igreja do Senhor, temos
autoridade para julgar, segundo a Palavra de Deus, aquilo que é certo ou errado
e os pastores têm autoridade para disciplinar, em amor, os que cometeram algum
erro.
I - O PODER DE
JULGAMENTO DA IGREJA LOCAL
1. Paulo propõe um
modelo de conciliação de conflitos para a igreja local (vv. 1-6).
A
Primeira Epístola aos Coríntios apresenta uma série de conflitos, como por
exemplo, divisões, dissensões e imoralidade (1 Co 1. 10-17; 3.1-9; 5.1). Por
isso, o apóstolo os exorta a viverem uma vida de santidade e a não levarem as
questões internas aos magistrados, pois os irmãos possuíam sabedoria,
discernimento em Deus para tomarem a atitude correta e disciplinar os que
pecaram. Paulo entendia que muitos dos conflitos internos poderiam ser
resolvidos dentro da comunidade cristã. Ele destaca que a igreja tem um papel
de julgamento superior, pois julgará o mundo (Dn 7.22; Lc 22.28-30).
O
apóstolo afirma que o mais desprezível dos membros da igreja teria melhores
condições de julgamento do que os poderosos juízes romanos, uma vez que, como
cristão, teriam como base de julgamento os princípios cristãos. Ele questiona
se não havia na comunidade pessoas sábias, o suficiente, para julgar as rixas
internas (v. 5), em vez de submeter conflitos internos ao julgamento perante
infiéis (v. 6).
2. O universo jurídico
romano e a organização da igreja local.
Paulo
deixa claro que, no universo jurídico romano, a prática da injustiça era comum.
As decisões eram tomadas com objetivo de favorecer os patronos ricos, que ele
os denominava como “poderosos”. Algumas contendas eram simplesmente pretextos
para vingar ofensas e perseguir pessoas consideradas inimigas. Os julgamentos
não eram exercidos com imparcialidade e a sociedade romana ficou conhecida por
ser corrupta e ter por comum a prática do suborno.
O
modelo hierárquico do Império Romano influenciava na estrutura da igreja. No
entanto, a pregação cristã da solidariedade certamente influenciou o pensamento
das pessoas de menor poder aquisitivo e cultural, que vislumbravam a
possibilidade de ascensão e mais liberdade dentro da nova comunidade. A mudança
de comportamento e relacionamento proposto pelo evangelho contrastava muito com
a cultura do Império. Mas uma cultura não se muda de um dia para o outro, a
evolução é lenta. Em uma comunidade cristã nova como a de Corinto, os conflitos
e a busca dos “direitos” institucionalizados por Roma seriam inevitáveis, mas o
apóstolo não poderia desanimar diante deste desafio e lutou pela implantação
dos valores do Evangelho. Ele insiste nos princípios do Reino e na mudança do
estilo de vida.
3. O poder de
julgamento da igreja estava condicionado à prática da justiça (v.7-11).
Se
havia conflitos e disputas a serem levadas a julgamento era porque alguns
membros continuavam tirando vantagens dos próprios irmãos da igreja. No
entanto, Paulo afirma que tanto os que causavam danos como os que haviam sido
lesados, estavam errados. Em 1 Coríntios 6.7 ele incentiva aqueles que foram
lesados a sofrerem a injustiça sem buscar os recursos jurídicos, recorrendo
assim aos ensinamentos de Cristo no Sermão da Montanha (Mt 5.39). Em muitas
situações, o prejuízo será menor se assim proceder. Então, Paulo se volta para
os defraudadores dos irmãos e os adverte a respeito do comprometimento da vida
eterna devido às injustiças praticadas. Essa injustiça é incoerente com o novo
relacionamento que o cristão deve ter com Deus e com o próximo. A reprimenda
paulina é forte e iguala quem defrauda o irmão com os devassos, idólatras,
adúlteros, efeminados, ladrões e roubadores, avarentos, bêbados e os
maldizentes (v. 9,10). Portanto, todos estavam debaixo da mesma condenação.
Em
1 Coríntios 6.1, o termo injusto é empregado para se referir aos juízes dos
tribunais romanos, mas no versículo 9, o mesmo termo é empregado aos próprios
cristãos que cometem injustiça. Assim, quem procede de modo semelhante aos
juízes injustos também não tem condições de julgar dentro da comunidade dos
crentes.
Pense!
Como
você tem tratado os conflitos de relacionamentos na igreja?
Ponto
Importante
Embora
haja questões que, por lei, têm de ser submetidas às autoridades legais, outras
podem ser tratadas por líderes cristãos qualificados na igreja.
II - O PODER
INSTITUCIONAL NA IGREJA LOCAL
1. Quem eram os
destinatários da Primeira Epístola de Pedro?
Eram
os “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas na Ásia Menor (v. 1).
Pessoas marginalizadas, a maioria era estrangeira, destituída dos direitos de
cidadania. No capítulo dois, os versículos de treze a dezessete, há uma
referência a escravos domésticos (oiketai). Não há menção de senhores, que pode
sugerir que não havia pessoas ricas na comunidade.
Portanto,
uma situação de pobreza e marginalidade social.
Como
se não bastasse a condição social da comunidade cristã nestas regiões, eles
sofriam perseguições: dos romanos, que consideravam os cristãos como povo
desprezível supersticioso e pervertor da moral e da ordem romana; dos judeus,
que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos; da própria
população local, quer por motivos sociais, quer pela diferença de práticas
religiosas e políticas. Um grupo que vivia debaixo de grande opressão e
sofrimento, cuja esperança estava em Deus e no Crucificado, cuja resignação ao
sofrimento eles tinham por modelo. Tudo isso é tido pelo autor como motivo de alegria
por estarem participando dos sofrimentos de Cristo (1 Pe 4.13).
2. O sofrimento imposto
pelo poder imperial como tema principal da epístola.
A
Primeira Epístola de Pedro tem o propósito de encorajar a perseverança na fé
mesmo diante das adversidades e perseguições, tendo como referência o
sofrimento de Cristo. O apóstolo Pedro, coluna da Igreja Primitiva que, por
ciúme e inveja de seus adversários, foi perseguido, mas sustentou o seu combate
pela fé até à morte, para alcançar o lugar da glória prometido por Jesus. Ele
foi uma “testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que vai
ser revelada” (1 Pe 5.1). Aqui o sofrimento é visto como uma virtude, uma
demonstração de perseverança e fé cristã.
O
exemplo de Pedro é fortalecido por um exemplo superior, o de Jesus. Inspirado
no texto de Isaías 53, conhecido como o cântico do “servo sofredor” e relido no
Novo Testamento como referência ao sofrimento de Cristo. Pedro mostra que é
preciso ser fiel ao Senhor mesmo na adversidade e em meio ao sofrimento injusto
imposto pelo poder imperial e seus aliados.
O
apóstolo afirma que o sofrimento por causa da justiça (3.14) é a vontade e o
projeto de Deus para os cristãos (3.17,19), como consequência de se fazer o bem
e praticar a justiça de Deus (2.15), a exemplo de Jesus (2.24).
3. Advertência contra o
abuso do poder.
Os
cristãos que eram oprimidos pelo poder dominante da época viam na comunidade
cristã um lugar em que podiam viver em família e amparados mutuamente
(1.14,17,23). Todavia, a segunda epístola o apóstolo apresenta um ambiente bem
diferente, onde havia disputa por poder. A comunidade passa a ser vítima de
falsos mestres, avarentos e propagadores de fábulas complicadas, heresias e do
ceticismo quanto à volta de Jesus (2 Pe 2.1-3).
Pedro
adverte os líderes a apascentar o rebanho de Deus com cuidado e amor, sem
autoritarismo e nem por avareza, para alcançar a glória que se há de revelar
aos salvos (1 Pe 5.1-5). O rebanho sofrido não deveria ser explorado e nem
oprimido por ninguém, pois as ovelhas necessitavam de amparo e proteção, pois
eram, e são, de Cristo.
Pense!
Como
você tem se comportado quando tem oportunidade de exercer liderança?
Ponto
Importante
A
comunidade cristã sempre passou por perseguições interna e externa. Mas a
igreja segue triunfante até a volta de Jesus Cristo.
SUBSÍDIO
“A
liderança eclesiástica (5.1-4)
Os líderes [...] devem seguir o exemplo de Cristo e agirem como
servos na comunidade cristã (Mt 20.25-28; cf. 23.11). Sua responsabilidade mais
ampla está definida em Efésios 4.12 e nesta passagem. Os líderes como membros
do corpo, devem preparar os santos para o desempenho do seu serviço (1 Co
3.1-9; 2 Co 10.8). Os líderes também devem pastorear (guardar e dirigir) a
comunidade local de fé (Hb 13.17). Devem ser pessoas equipadas para essas
tarefas, em parte pelo dom, mas essencialmente, pelo caráter (1 Tm 3.1-7; Tt
1.5-9). Com efeito, os líderes devem pastorear à luz de ambas as perspectivas:
ensino (Tt 2) e modelo, ou servindo como exemplo (1 Tm 4.11-16; Tt 3.10,14). O
ministério pastoral não significa que os líderes devem exercer controle sobre o
comportamento do crente, mas precisam estar concentrados em nutrir, encorajar a
maturidade para que o desempenho do serviço dos crentes seja uma expressão do
desejo e da capacitação motivados pelo Espírito Santo. Quando os líderes
pastoreiam de fato, e o fazem movidos pelo desejo de servir, e não por razões
de ordem financeira ou de prestígio social, os cristãos alcançarão a
maturidade” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de
Gênesis a Apocalipse. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 883).
CONCLUSÃO
Na
lição de hoje aprendemos que a igreja local tem poder para tratar questões
internas entre seus membros. Aprendemos também que a liderança da igreja local
deve estar alerta contra os pseudolíderes e sobre a grande responsabilidade que
é cuidar do rebanho do Senhor.
HORA DA REVISÃO
1. Quais os conflitos enfrentados pela igreja em Corinto?
A Primeira Epístola aos Coríntios apresenta uma série de conflitos, como
por exemplo, divisões, dissensões e imoralidade.
2. O poder de julgamento da igreja, de acordo com a lição, está
condicionado a quê?
O poder de julgamento da igreja estava condicionado à prática da
justiça.
3. Quem eram os destinatários da Primeira Epístola de Pedro?
Os “estrangeiros dispersos” nas províncias romanas na Ásia Menor.
4. Os crentes dispersos para quem Pedro escreveu sofriam quais
perseguições?
Como se não bastasse à condição social da comunidade cristã nestas
regiões, eles sofriam perseguições dos romanos, que consideravam os cristãos
como povo desprezível, supersticioso e pervertor da moral e da ordem romana;
dos judeus, que perseguiam os cristãos por motivos religiosos e políticos e da
própria população local, quer por motivos sociais ou pela diferença de
práticas religiosas e políticas.
5. Com suas palavras, diga como devemos nos comportar em relação à
liderança da igreja?
Devemos nos comportar com respeito e em obediência.