Classe: Jovens | Trimestre: 2° de 2019 |
Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, CPAD
TEXTO DO DIA
“A
soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda.” (Pv 16.18)
SÍNTESE
Uma
vida simples, humilde e em paz é melhor do que uma vida de poder e prosperidade
alimentada pelo orgulho e pela inveja.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA – Pv 6.16,17: A altivez
aborrece ao Senhor
TERÇA – Tg 4.6: Deus dá graça
aos humildes
QUARTA – Ez 28. 15-17: A
soberba e a queda de Lúcifer
QUINTA – At 12.23: A soberba
de Herodes
SEXTA – At 7.9: A inveja dos
irmãos de José
SÁBADO – Dn 4.25: A soberba
de Nabucodonosor e o seu castigo
OBJETIVOS
• CONSCIENTIZAR do poder destrutivo do
orgulho;
• ADVERTIR a respeito do poder
destrutivo da inveja.
INTERAÇÃO
A história demonstra que muitas pessoas tentaram destruir o
próximo por inveja, orgulho e desejo desenfreado de poder. Até entre os
discípulos houve momentos de conflitos para saber quem era o maior, mas Jesus
os ensinou o caminho da humildade e do serviço. Maior é aquele que serve e não
aquele que se vangloria e vive em busca de poder. Na igreja da atualidade não é
diferente, muitas pessoas devido o orgulho, a inveja e a sede pelo poder tem
destruído vidas, ministérios e provocado divisões. Professor (a), ao final da
lição convide os jovens para uma análise pessoal a respeito da influência
destes sentimentos destrutivos em suas vidas e conclua com uma oração pedindo o
auxílio e a sabedoria do Espírito Santo para lidar com esses sentimentos.
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ESTUDE A BÍBLIA À DISTÂNCIA
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor(a), para o segundo tópico da lição sugerimos que
utilize a ilustração da cobra e do vaga-lume: Era uma vez uma cobra que começou
a perseguir um vaga-lume que só vivia a brilhar. Ele fugia rápido com medo da
feroz predadora que nem pensava em desistir. Fugiu um dia, dois dias e nada...
Ela não desistia. No terceiro dia, já sem forças, o vaga-lume parou e disse à
cobra:
— Posso te fazer três
perguntas?
— Não costumo abrir
esse procedente para ninguém, mas já que vou te comer mesmo pode perguntar.
— Pertenço a sua
cadeia alimentar?
— Não!
— Te fiz alguma coisa?
— Não!
— Então por que você
quer me comer?
— Porque não suporto
ver você brilhar.
Após contar a ilustração, abra um espaço para que os alunos
façam suas considerações.
TEXTO
BÍBLICO
Provérbios
16.16-20
16 Quanto melhor é adquirir a sabedoria do
que o ouro! E quanto mais excelente, adquirir a prudência do que a prata!
17 O alto caminho dos retos é desviar-se do
mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.
18 A soberba precede a ruína, e a altivez do
espírito precede a queda.
19 Melhor é ser humilde de espírito com os
mansos do que repartir o despojo com os soberbos.
20 O que atenta prudentemente para a palavra
achará o bem, e o que confia no SENHOR será bem-aventurado. Gênesis 4.1-7
1
E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse:
Alcancei do SENHOR um varão.
2 E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi
pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim
trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 E Abel também trouxe dos primogênitos
das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua
oferta.
5 Mas para Caim e para a sua oferta não
atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.
6 E o SENHOR disse a Caim: Por que te
iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7 Se bem fizeres, não haverá aceitação
para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu
desejo, e sobre ele dominarás.
INTRODUÇÃO
O
orgulho e a inveja são dois temas diretamente relacionados ao poder.
Provérbios, um dos livros sapienciais ou de sabedoria, aborda o perigo da opção
de uma vida orgulhosa e individualista. O poeta recomenda privilegiar uma vida
simples e humilde.
I - O PODER DESTRUTIVO
DO ORGULHO
1. A sabedoria é o antídoto
contra o orgulho (vv. 16,17).
O
ser humano, por natureza, é um ser inteligente, mas nem todos aplicam com eficácia
a sua inteligência que, geralmente pode ser confundida com sabedoria. No livro
de Provérbios, a sabedoria é vista como um antídoto contra o orgulho. Por isso,
é algo que deve ser buscado com todo o ânimo (v. 16). Quem a encontra, sempre
agirá com humildade (Pv 11.2). Assim, ser sábio é aplicar o conhecimento de
forma humilde e adequada.
O
orgulhoso é desprovido de lucidez e bom senso, pois está pronto a fazer o mal
se os seus interesses forem colocados em risco (Pv 6.17,18). Ele não consegue
se controlar quando é confrontado, pois é inseguro, inflexível e até mesmo
ingênuo. Dessa forma, torna-se uma pessoa não confiável, podendo colocar todo
um projeto em risco. A pessoa orgulhosa busca o poder para se proteger de sua
insegurança, logo não é a pessoa certa para um serviço de responsabilidade. No
livro de Provérbios, o temor do Senhor é apontado como o princípio da sabedoria
(Pv 1.7). Quem teme ao Senhor é humilde e o seu trabalho é realizado para a
glória de Deus e para o bem do próximo.
2. O orgulho precede a ruína
(vv. 18,19).
A
pessoa orgulhosa é desprovida de sabedoria, por isso leva uma vida de
prepotência e arrogância. Em geral, o altivo usa as pessoas como se fossem
objetos em seu benefício e para a manutenção do poder (Pv 16.19). Muitas vezes
o orgulho pode estar disfarçado de boas intenções, pois muitos ajudam o outro
de forma condicional, com a intenção de receber algo em troca e ser aprovado.
Os orgulhosos vivem uma vida de insegurança constante, sempre com medo de
perder o poder. Por isso não dormem enquanto não maquinarem o que fazer para se
manter no controle (Pv 4.16).
O
livro de Provérbios recomenda uma vida simples e humilde, construída por meio
da integridade e da justiça (Pv 28.11). As pessoas que alcançam a excelência na
vida são aquelas que conseguem extrair o melhor das coisas simples. Já os
soberbos, que pensam desfrutar o melhor da vida, terminam em uma existência sem
paz.
3. A sabedoria da Palavra dá
sentido à vida e produz bem-aventurança (v. 20).
O
acesso à educação na antiguidade era para poucos privilegiados. No entanto, na
época da organização tribal, em que os clãs tinham prioridade, a sabedoria
popular era algo compartilhado no ambiente familiar (Pv 4.1-5). O conselho nos
ambientes urbanos ou a sabedoria dos anciões nos lugarejos constituíam outro
contexto de compartilhamento de sabedoria. A sabedoria era uma das três
principais fontes de revelação divina (Jr 18.18).
A
poesia hebraica tinha um papel na literatura e crença de Israel. Assim, mesmo
aqueles que não tinham acesso ao texto escrito aprendiam aos pés dos
propagadores da tradição oral, quer em casa, quer na rua ou na prática
litúrgica, eram moldados pela sabedoria da Palavra. Quem busca a sabedoria
viverá em segurança. Por isso, buscar o conhecimento do texto bíblico é
importante, mas o maior aprendizado é a sabedoria de praticar a Palavra. Jovem,
aproveite todas as oportunidades para adquirir a verdadeira sabedoria e ser
feliz.
Pense!
Você
tem buscado a sabedoria que vem de Deus ou buscado um estilo de vida que privilegia
o poder e o orgulho?
Ponto Importante
Segundo
a Palavra de Deus, uma vida de poder, luxo e prosperidade obtida com base na
arrogância e humilhação das pessoas não terá um final feliz.
II - O PODER DESTRUTIVO
DA INVEJA (Gn 4.1-7)
1. Inveja, uma das paixões da
natureza humana.
O
tema inveja foi estudado por diversos pensadores. Entre eles, podemos citar o
famoso filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), o poeta romano, Ovídio (43
a.C. em 17 ou 18 d.C.), o político e filósofo, Francis Bacon (1561-1626) e o
médico neurologista e criador da psicanálise, Sigmund S. Freud (1856-1939),
entre outros.
A
palavra “inveja” é formada pelos étimos latinos in (dentro de) + videre
(olhar), que indicam um olhar maléfico que penetra no outro de forma
destrutiva. O invejoso vive em função do que o outro tem. Não importa que ele
não tenha o objeto desejado desde que o outro também não possua. A inveja é
tida como uma paixão humana que interfere no julgamento do indivíduo,
causando-lhe um peso diante do sucesso dos outros. Esse sentimento terrível,
que faz parte da velha natureza, está presente no mundo desde os primeiros
seres humanos.
2. Caim se entristece com a
aprovação de Abel.
Em
Gênesis 4, é relatado o nascimento dos filhos do primeiro casal. A ênfase do
texto é dada para o primogênito, Caim. A alegria de Eva, a mãe de todos os
viventes, deve ter sido grande. Caim, por ser o primogênito, deveria ter uma
posição de destaque e respeito. A chegada do segundo filho exigiu naturalmente
que o primogênito reorganizasse seu espaço e sua maneira de pensar,
considerando a presença do mais novo. O episódio da oferta de sacrifício dos
irmãos a Deus provavelmente foi o ápice dos conflitos. Caim desejava ter a
aprovação divina obtida por Abel, uma legitimação de poder, uma vez que
demonstraria a sua intimidade com Deus. Nesse caso, a inveja ocupa o lugar do
desejo. Para o invejoso, o fato de não ter o objeto desejado pode resultar em
morte natural ou espiritual. Caim, ressentido, se revolta contra o irmão que
conquistara o lugar desejado por ele.
3. Deus olha a motivação e
atitude do ofertante.
Quando
Caim e Abel se posicionaram para oferecer os sacrifícios a Deus, eles estavam
em condições de igualdade e de potencial rivalidade por buscarem o mesmo objetivo,
a aprovação divina de suas ofertas. Quando um alcança e o outro não, fica
evidente a rivalidade. As duas ofertas estão previstas na lei dos israelitas:
os primogênitos do rebanho e o melhor das primícias da terra (Êx 34.19,20,
22,26). No entanto, Caim estava ciente de que não havia alcançado o favor de
Deus e que seu irmão sim. O texto afirma que “atentou o SENHOR para Abel e para
a sua oferta” (Gn 4.3). Deus não estava atento para o valor do sacrifício, mas
para a motivação e o coração dos ofertantes. Ele conhecia o bom coração de Abel
e a raiz de maldade que já estava plantada no coração de Caim. O Novo
Testamento também deixa claro como Deus observa a fé e a atitude justa de Abel
em contrapartida ao comportamento maligno de Caim (Hb 11.4; 1 Jo 3.12).
4. Caim teve tempo de tratar o
sentimento de inveja (vv. 6,7).
A
narrativa da rivalidade entre os irmãos Caim e Abel nos revela que o primeiro
homicídio do planeta ocorreu entre dois irmãos e foi motivado pela inveja e
competição egoísta. Demonstra, ainda, que Deus não interrompe o diálogo com
Caim. Ele o recorda de sua liberdade frente ao mal e ao bem. Um alerta de que o
ser humano não está predestinado ao mal, mas à livre escolha. O homicídio
poderia ser evitado se o primogênito, ciente do perigo da inveja que o
assediava, se dedicasse a controlar seus sentimentos e emoções.
Antes
de Caim assassinar Abel, Deus o alerta a respeito da maldade que estava em seu
coração. Ele teve a oportunidade de refletir a respeito do estado do seu
coração e corrigir seu comportamento. As perguntas que o Senhor dirigiu a Caim
eram bem reflexivas: “Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?” Se
queremos tratar e extirpar da nossa alma a inveja e a maldade não podemos
ignorá-la.
Tiago
adverte a respeito do engodo da concupiscência como um processo que se forma no
interior das pessoas, podendo ser interrompido se o cristão não se deixar levar
pelos desejos e paixões (Tg 1.14,15). Infelizmente, Caim optou por dar vazão ao
seu impulso invejoso e entrou para a história como o homem que cometeu o
primeiro homicídio. A maldade de Caim fica evidente no fato dele ter
premeditado a morte do irmão, pois em seu coração já o havia assassinado. O
exemplo de Caim é o retrato de muitos, que embora conheçam a Deus, e até
queiram servi-lo com suas ofertas, não permitem que Jesus os transforme e arranque
do coração a velha natureza.
Pense!
Você
tem inveja de alguém? Trate esse sentimento e peça para Deus arrancá-lo de seu
coração.
Ponto Importante
Não ignore a inveja, pois ela pode levá-lo à morte
espiritual.
SUBSÍDIO
“A
soberba precede a ruína
O orgulho é uma ofensa séria no livro de Provérbios. Ver 11.2;
13.10; ver sobre olhos altivos, em 14.3. Os versículos 18-19 deste capítulo
discutem sobre o orgulho, a humildade e os desastres, adicionando algo mais ao
estoque de declarações sobre a sabedoria. Naturalmente, o versículo 18 é uma
das declarações mais familiares e mais empregadas. O orgulho é personificado.
Estamos diante de um homem arrogante, que se pavoneia por onde passa, dominando
outras pessoas, buscando com quem brigar, mas então de súbito, ele sucumbe. O
homem orgulhoso tropeça em um obstáculo e cai numa cova. Ele é como o animal
que um caçador, finalmente, apanha em sua armadilha. Sua queda é fatal. O
caçador o apanha, e uma seta atravessa-lhe o coração. A segunda linha métrica
provê o pensamento que fornece o paralelo sinônimo. Na primeira métrica, o
orgulho se projeta; na segunda, os dias de projeção terminaram, pois o homem
orgulhoso cai. O indivíduo que vive de cabeça levantada, olha sobranceiramente,
e não para onde está indo, não vê aquilo em que tropeça, e cai. Outrossim,
quanto mais elevada é a pessoa, maior é a sua queda... esse foi o caso de
Nabucodonosor (Dn 4.30,31)” (CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado,
Versículo por Versículo. 1.ed. Vol. 4. Rio de Janeiro: HAGNOS/CPAD, 2001, pp.
2619-2620).
CONCLUSÃO
Na
lição de hoje aprendemos que o orgulho precede a ruína e afasta o crente da
presença de Deus. Alimentar sentimentos destrutivos e invejosos resulta na
morte espiritual do cristão. Peça a Deus que Ele lhe conceda um coração puro,
humilde e quebrantado.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual o antídoto contra o orgulho?
A sabedoria é o antídoto contra o orgulho.
2. De acordo com a lição, a pessoa orgulhosa é desprovida de quê?
O orgulhoso é desprovido de lucidez e bom senso, pois está pronto a
fazer o mal se os seus interesses forem colocados em risco (Pv 6.17,18).
3. O conhecimento e a sabedoria popular eram compartilhados em que
ambiente? Na época da organização tribal, em que os clãs tinham prioridade, a
sabedoria popular era algo compartilhado no ambiente familiar (Pv 4.1-5).
4. Defina “inveja”.
A inveja é tida como uma paixão humana que interfere no julgamento do
indivíduo, causando-lhe um peso diante do sucesso dos outros.
5. Com suas próprias palavras defina “orgulho”.
O orgulho é a ausência de lucidez e de bom senso.