Obs.
Subsídio para a classe de Jovens. Lição 11 – 1° trimestre de 2019.
I - Deus
Anuncia o Fim da Jornada de Moisés
1) Um Homem com um Ideal
Moisés, aos 80 anos de idade, descobriu
qual seria o ideal de sua vida, a missão mais importante: libertar o povo de
Israel do Egito e introduzi-lo na Terra Prometida. Isso é incrível, pois o
próprio Moisés afirmou que, para os indivíduos que chegam a essa idade (tanto
naquela época, como nos dias atuais), o melhor deles é “canseira e enfado” (SI
90.10). Assim, na fase crepuscular da existência, Já cansado e enfadado, Moisés
conseguiu encontrar dentro de si motivação para, sem recursos financeiros,
cacife político ou poder militar, travar uma grande batalha
político-administrativa contra o Egito, o mais poderoso país do mundo, exigindo
do Faraó a destruição de seu injusto modelo econômico —que era baseado na
exploração da mão de obra escravagista.
A motivação de Moisés era tão grande,
que ele, aos 40 anos, preferiu sofrer com o povo do que desfrutar das regalias
do Egito. Agora, quatro décadas após, senil, ele decidiu partir para o maior
embate de sua vida, pois tinha ouvido: “Certamente eu serei contigo” (Êx 3.12).
A partir de então, ele batalhou, usando toda a sua energia — por quarenta anos
— para que seu objetivo fosse alcançado.
Assim, como o anelo pela igualdade dos
direitos civis nos Estados Unidos movia todo o ser de Martin Luther King Jr.; a
liberdade política da índia era a aspiração, e também o combustível, de Mahatma
Gandhi; a certeza que o mundo estaria livre da ameaça nazista, o grande anelo
de Winston Churchill; para Moisés, de nada adiantaria ganhar o mundo inteiro se
o povo de Israel não pudesse ser introduzido na Terra Prometida. Esse ideal
devida fê-lo largar tudo em Midiã e se lançar, sem garantias humanas, ao
projeto mais aguardado pelo povo hebreu há, pelo menos, 430 anos!
E você, desiste facilmente de seus
projetos de vida? Talvez devesse ser mais tenaz, resoluto, seguindo até o ponto
em que Deus eventualmente diga: “Basta!”. Até isso acontecer, porém, é dever de
todo combatente da fé continuar lutando! Ah, mas você quer saber se sua missão,
nesta vida, já terminou? É muito fácil: você está vivo? Então, não chegou ao
fim! Enquanto estivermos vivos, para o Pai, nunca seremos inúteis, pois sempre
haverá algum talento a desenvolver, alguma montanha a conquistar, algum sonho a
sonhar. O adágio popular diz: “Enquanto há vida, há esperança”.
2) Um Homem que Errou quando não Podia
Com um alvo muito claro na mente e
coração, Moisés desafia a dinastia faraônica, liberta o povo, atravessa o Mar
Vermelho, caminha e sofre com o povo, pelo deserto, por quarenta anos; todavia,
no final da jornada, quando a Terra Prometida estava bem próxima, Moisés
cometeu um desatino: Deus o mandou falar à rocha, mas ele preferiu feri-la duas
vezes (quiçá representando ele e Arão). Certamente esse foi o maior erro de sua
vida: usurpou a glória de Deus, dando a entender que o milagre (sair água da
rocha — Nm 20.12,24) operou-se por ele e Arão. Errou quando não podia. Suas
palavras, naquele momento, indignaram o Senhor. O salmista, séculos depois,
assinalou (SI 106.33): “Porque irritaram o seu espírito, de modo que falou
imprudentemente com seus lábios”.
Assim, de acordo com Números 20.12 e
Deuteronômio 32.51,52, Moisés foi avisado por Deus de que não lhe seria
permitido levar os israelitas através do rio Jordão, por causa da sua
transgressão nas águas de Meribá, e que morrería no Monte Nebo, de onde
contemplaria toda a terra de Canaã.
Em determinadas ocasiões, os erros
cometidos podem não trazer consequências tão graves (observe-se, por exemplo,
quando Arão fez o bezerro de ouro: seu arrependimento posterior resolveu o
problema); noutros momentos, porém, os equívocos, embora perdoáveis, suas
consequências aparecerão inexoravelmente (Dt 3.26)! E necessário ter sempre
vigilância, pois a expectativa de Deus para nós é que sejamos santos (Lv 20.7;
1 Pe 1.15,16).
3) Um Homem que Aceita Parar
Aquele que assume posição de destaque no
Reino de Deus deve saber a hora de “sair de cena”. Está escrito que Jesus, em
certa ocasião, sabendo que estava encerrando seu ministério terreno, disse: “E
chegada a hora [...]. Pai, glorifica o teu nome [...]” (Jo 12.23,27,28). Em vez
de pedir para postergar por um pouco o tempo da sua paixão, Ele prefere, como
um Cordeiro, pedir que o Nome do Pai seja glorificado por meio de seu
sofrimento e morte. Paulo, também, conhecia o tempo de sua partida. Ele disse:
“Porque eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o tempo da
minha partida está próximo” (2 Tm 4.6), mas, em seguida, não há qualquer
expressão de desespero, angústia... Ele simplesmente arremata (com o verbo no
tempo pretérito): “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2
Tm 4.7). Diferente mente, porém, aconteceu com o rei Ezequias, o qual, após
ouvir a profecia sobre sua morte, orou com instância e chorou abundantemente
(Is 38.1-3), havendo Deus atendido ao seu pleito. Importante recordar, todavia,
que no período dos quinze anos acrescidos a Ezequias, nasceria-lhe um menino
que se tomaria um dos piores e mais cruéis reis de Israel — Manassés. Sair do
tempo de Deus, sem dúvida, evita sofrimento para todos.
Moisés, igualmente, foi comunicado sobre
sua morte pelo próprio Senhor, o qual, com uma palavra, destruiu
instantaneamente todo o “castelo de sonhos” dele. Deus disse: “Pelo que verás a
terra diante de ti, porém não entrarás nela, na terra que darei aos filhos de
Israel” (Dt 32.52). Moisés ainda tentou argumentar com o Altíssimo, como fizera
outras vezes, mas o Altíssimo foi taxativo: “Basta; não me fales mais neste
negócio” (Dt 3.26).
II - A Última
Batalha de Moisés
1) A Última Missão
A humildade é uma bênção. Não por acaso,
ela foi a primeira bem-aventurança anunciada por Jesus (Mt 5.3), porque
aniquila os caprichos pessoais, desfaz as intrigas, destrói a raiz de amargura
e outorga gratidão aos corações. A humildade ensina que não temos direitos
sobre nada, nem ninguém; tudo que recebemos, portanto, foi um presente
imerecido. Assim, ela extirpa os nossos méritos, tira a nossa empáfia e nos
coloca no lugar de servo de todos; com ela, perdemos qualquer primazia. Devido
a possuir esse “fruto do Espírito”, Moisés não desistiu de fazer a vontade de
Deus, após ter sido comunicado, ainda que de maneira eufêmica, que iria morrer
em breve (Nm 27.13).
Posteriormente, o Senhor fez um segundo
anúncio: “Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois recolhido serás ao
teu povo” (Nm 31.2). Ou seja, o Altíssimo estava explicitando: “tenho um último
trabalho para você fazer, depois disso você está fora. Estou marcando a data de
seu enterro”.
Como deve ter sido difícil para Moisés
ouvir aquela sentença divina! Ele conhecia os caminhos de Deus e sabia que Ele
é perdoador (SI 103.3), mas as consequências pelos equívocos são inexoráveis. O
líder vitorioso reconhece a justiça de Deus.
2) Um Erro Fatal
Os midianitas sempre foram pessoas
complicadas, que se opunham ao povo de Deus. Pouco tempos antes, eles haviam
sido instrumentos de Satanás para fazerem Israel pecar. Assim, Deus determinou a
guerra contra os midianitas, a qual, do ponto de vista militar, não era tão
preocupante e, de fato, Israel conseguiu sem dificuldade a vitória. O pecado,
porém, que sempre está acessível (à porta), mas que cabe a nós dominá-lo (Gn
4.7), mostrou suas garras mais uma vez: belas mulheres midianitas foram
poupadas pelos guerreiros, em contradição à ordem do Senhor. Eles, certamente,
vislumbravam a possibilidade de se relacionarem com elas.
Com isso, Moisés se indignou fortemente
e disse: “Deixastes viver todas as mulheres? Eis que estas foram as que, por
conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de prevaricar contra o
Senhor, no negócio de Peor, pelo que houve aquela praga entre a congregação do
Senhor” (Nm 31.15,16). Moisés sabia que o único caminho que garantiría uma
vitória ampla e duradoura era o da santidade!
3) A Purificação
O Senhor, por intermédio de Moisés,
determinou, então, o cumprimento integral da vingança e que após houvesse um
detalhado processo de purificação do exército. Os rituais durariam dias para
que todos os envolvidos na guerra estivessem, novamente, prontos para serem
abençoados por Deus.
O pecado sempre traz destruição. Atual ou
futura. Pequena ou grande. Não se trata de incutir culpa nas pessoas.
Entretanto, tudo que se planta, colhe-se. É uma lei imutável da natureza. A
Bíblia está repleta de pessoas que cederam à voz do Inimigo e foram mortos na
presença do Senhor. Moisés, portanto, estava os protegendo da ruína.
Aparentemente, alguém poderia dizer, foi
um pequeno erro. Um pecado de ínfimas proporções, que não teria grandes
repercussões, porém Deus não achou que aquela conduta fosse irrelevante. O
Senhor estava estabelecendo um padrão moral de santidade para aquela
comunidade. Está escrito: “Tu, ó Deus, nos deste as tuas leis e mandaste que as
cumpríssemos fielmente” (SI 119.4, NTLH).
Conclusão
Moisés, servo fiel do Senhor, tornou-se
um líder vitorioso no deserto, não obstante as suas lutas e dilemas, bem como a
dificuldade apresentada em compreender perfeitamente a vontade de Deus.
Fonte: Rumo à Terra Prometida: A peregrinação
do povo de Deus no Deserto no Livro de Números. Autor: Reynaldo Odilo. Editora
CPAD
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