Obs.
Subsídio para a classe de Jovens. Lição 10 – 1° trimestre de 2019.
Deus nunca faltará ao seu povo, mas
Ele requer, para tanto, que se reconheça a importância dos relacionamentos, a
começar pela família, a necessidade da observância das suas leis, para que haja
coesão e justiça social e, sobretudo, a atitude de consideração, respeito,
prestígio, à adoração ao Eterno.
No livro de Levítico, Deus apresenta o
manual de adoração do sacerdote, ensinando todas as condutas a serem tomadas
quando da realização dos cultos no Tabernáculo. Em Números, porém, essa noção é
ampliada. O povo acha-se convocado para participar da adoração. Isso faria não
apenas trazendo ofertas, purificando-se, mas também aprendendo a servir ao
próximo, pois o serviço voluntário é uma das marcas do verdadeiro adorador.
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Henrietta C. Mears aduz que, em
Levítico, Deus convoca o povo à adoração e, em Números, ao serviço. Portanto,
Números trata prioritariamente sobre o andar do crente. “Esta foi a ordem
estabelecida pelo Senhor. Só o salvo pode servir e adorar a Deus. Lembre-se,
fomos salvos para servir. Não somos salvos por obras, e, sim, para as boas obras
(Ef 2.1O)”.
1) Uma Vida Bem Cuidada
Na medida em que Israel, sob a batuta
de Moisés, assumiu o papel de povo de Deus, passou a ser protegido pelo Senhor,
pois estava debaixo de muitas promessas. O livro de Números demonstra à
exaustão milagres os mais diversos, demonstrando de maneira inequívoca uma
verdade que permeia todas as Escrituras: Deus provê as necessidades daqueles
que o servem e adoram. Apresenta-se inacreditável como, num ambiente hostil
daquele, ninguém morreu desidratado ou desnutrido.
Eles entraram na escola de Deus e ali
aprenderam que, mesmo diante das provações, deveriam continuar confiando no
Senhor (Nm 13.26-14.25). O Senhor deu-lhes alimento (Nm 11.6-9), carne (Nm
11.31-33), água (Nm 20.8). Além disso, protegeu-os durante toda a viagem de
fortes inimigos que se interpunham no caminho, deu-lhes direção, guardou-os do
frio e do calor (através da nuvem e da coluna de fogo), proveu-lhes líderes (Nm
1.1,3), apresentou-lhes um extraordinário e revolucionário ordenamento jurídico,
o qual abrangia todos os aspectos da vida cotidiana, assim como lampejos da
eternidade, e, também, garantiu-lhes em possessão uma terra que mana leite e
mel (Nm 14.7,8). A vida deles estava sendo minuciosamente bem cuidada.
2) O Dever de um Povo Agraciado
Não importa nosso grau de
espiritualidade ou intelectualidade, jamais compreenderemos a medida do amor de
Deus por nós. É inexplicável. O que devemos fazer, como forma de gratidão, pelo
que Ele fez e faz por nós, é entregarmos, sem reservas, nossa vida a Ele. O Senhor
nos ama profundamente... apesar de nós. De igual modo, assim se dava com
Israel: sendo extremamente beneficiados pelo Senhor, inclusive pela segunda
oportunidade que Deus lhes oferecia, pois a primeira geração já morrera. Eles
deveriam ser sumamente agradecidos, mas não eram.
Deus, mais uma vez, com toda a
paciência (Nm 28-29), deixou bastante claro que o povo deveria ser agradecido,
trazendo ofertas em cultos de adoração todos os dias, semanalmente,
mensalmente, além das festas anuais. O servir a Deus, na Terra Prometida — e
também nos últimos dias de deserto —, deveria ser marcado pelo compromisso,
diante da aliança estabelecida, fazendo emergir muitas responsabilidades para o
povo de Deus.
A especificação de rituais solenes
para o recebimento de ofertas, na ambiência da presença do Senhor, demonstra
que as coisas no Tabernáculo não poderiam funcionar como bem quisessem os
hebreus. Nadabe e Abiú, filhos de Arão,
sofreram pela imprudência e irreverência, na quebra das regras solenes do culto
divino, as quais deveriam ser cumpridas reverentemente, sob pena de, como
visto, acontecerem danos terríveis aos adoradores. As mortes de Ananias e
Safira servem de exemplo para os adoradores deste tempo presente, a fim de que
se entenda o que pode acontecer com alguém que desobedece voluntariamente
dentro de uma ambiência litúrgica cultuai divina.
3) Um Deus que Merece Ser Adorado
Está escrito: “Rogo-vos [...] irmãos
[...] que apresenteis 0 vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a
Deus, que é o vosso culto racional” (Rm 12.1). Avida de todo servo de Deus deve
ser como um culto contínuo de adoração; esse era e é 0 propósito do Deus de
Israel. O cerne da existência e das atividades do povo de Deus. Não era por
acaso que 0 Tabernáculo encontrava-se no centro do acampamento e tudo se movia
ao seu redor, dando a entender que o relacionamento com Deus deveria ocupar a
parte mais importante da vida.
Números 28 começa com uma grave
advertência de Deus: “Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Da minha
oferta, do meu manjar para as minhas ofertas queimadas, do meu cheiro suave,
tereis cuidado, para mas oferecer a seu tempo determinado” (v. 2). O Senhor
estava convocando o povo a viver à altura da sua fé, advertindo que não seria
mais admitida uma vida descuidada, pois eles haviam sido chamados para servir
em adoração, e adorar enquanto serviam, e isso deveria ser levado a sério.
Deus demonstrou, ao longo de todo o
período de caminhada, sua fidelidade em relação ao cumprimento da aliança com
seu povo; todavia, nesse instante, o Senhor estava deixando claro que as falhas
da jornada no deserto não deveriam se repetir — tereis cuidado — e que a
adoração dos hebreus, na Terra Prometida, deveria se transformar num estilo de
vida.
Conclusão
A partir da morte dos últimos
representantes da antiga geração, uma nova geração de israelitas, que
conquistaria a terra dos cananeus, precisava entender uma série de cuidados e
deveres que pesavam sobre seus ombros, em relação a fazer vontade de Deus. Por isso,
o Senhor determinou um novo censo, estabeleceu leis e fez um apelo incisivo
sobre a necessidade de que Israel adorasse ao Senhor voluntariamente, de todo o
coração. A conquista de Canaã exigiria muitos esforços dos israelitas.
Fonte: Rumo à Terra Prometida: A peregrinação
do povo de Deus no Deserto no Livro de Números. Autor: Reynaldo Odilo. Editora
CPAD
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