Classe: Jovens | Trimestre: 2° de 2019 |
Revista: Professor | Fonte: Lições Bíblicas de Jovens, CPAD
TEXTO DO DIA
“Não
ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não
está nele.” (1 Jo 2.15)
SÍNTESE
O
crente vive em um mundo dominado por uma cultura materialista, egoísta e
efêmera, mas não se deixa dominar por ele. O seu prazer é fazer a vontade de
Deus.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA - 1 Co 6.12: Todas as
coisas são lícitas ao cristão, mas nem tudo convém
TERÇA - Gn 3.1-7: A cobiça
dos olhos conduz à desobediência
QUARTA - 2 Sm 11.1-5: A
cobiça dos olhos pode induzir à cobiça da carne
QUINTA - Tg 4.1-10: Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes
SEXTA - 1 Co 6.9-11: Cristo
é a solução para quem se entregou à cobiça e à soberba da vida
SÁBADO - 1 Jo 2.17: O mundo
com sua concupiscência são temporários
OBJETIVOS
• MOSTRAR que aquele que ama o
mundo não tem o amor do Pai;
• EXPLICAR que a cobiça e a
soberba são frutos da cultura materialista;
• REFLETIR a respeito do
materialismo temporário e a vontade eterna de Deus.
INTERAÇÃO
Caro (a) professor(a), vamos iniciar um novo trimestre estudando
a respeito do combate aos desejos da carne, o desejo dos olhos e a soberba da
vida. Vamos utilizar como referência o texto bíblico de 1 João 2.15-17.
Sugerimos que antes de iniciar o trimestre, você leia todas as
lições para ter uma ideia dos temas. Depois, a cada semana, estude a lição
específica que vai lecionar. Se possível, adquira o livro de apoio do
trimestre.
Que este não seja simplesmente mais um trimestre, mas que faça a
diferença em sua vida cristã e na de seus alunos. Aproveite cada aula, cada
momento para se aproximar mais de Deus. Caminharemos juntos por 13 lições, por
isso, esperamos que seja agradável e produtivo para você. O comentarista do
trimestre é o pastor Natalino das Neves, da Igreja Evangélica Assembleia de
Deus em Curitiba. Ele é mestre e doutor em Teologia pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná - PUC.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para esta aula sugerimos a ilustração da rã. Faça o seguinte
comentário: Se uma rã for lançada em uma panela com água fervendo, sabendo do
perigo de morrer cozida, ela pula imediatamente para fora da panela. Todavia,
se for colocada em uma panela com água fria sobre um fogão onde a água é
aquecida lentamente, ela não vai tentar fugir e acabará cozida com o aquecimento
da água. Qual lição podemos extrair da história? A lição é a seguinte: A rã
pode ser comparada ao crente que vai se acostumando, pouco a pouco, com o
estilo de vida do mundo. Ao final, ele estará tão envolvido que morrerá
espiritualmente, sem perceber a mudança da temperatura ambiente, por isso
esteja sempre vigilante com as “ofertas do mundo”. Promova uma aula
participativa!
TEXTO
BÍBLICO
1 João 2.15-17
15 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.
Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo.
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência;
mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
COMENTÁRIO
Neste
trimestre estudaremos a respeito da concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida. O conteúdo da primeira lição servirá como uma
introdução ao tema do trimestre. Nas demais lições serão detalhadas as
recomendações bíblicas a respeito do nosso relacionamento com o dinheiro, o
sexo e o poder. Ao final do trimestre, se você tiver participado de todas as
aulas, provavelmente estará mais preparado para vencer as tentações nessas
áreas.
I - QUEM AMA
O MUNDO O AMOR DO PAI NÃO ESTÁ NELE (v. 15)
1. O que é o mundo?
A
palavra grega para mundo é kosmos.
Ela tem três diferentes significados no Novo Testamento. Observe: o mundo
físico criado por Deus, o planeta em que vivemos (Mt 13.35; At 17.24); a
humanidade em geral, objeto do amor sacrificial de Deus para salvação (Jo 3.16)
e o sistema dominante que se opõe a Deus (Mt 16.26; Jo 14.17; 15.18). Nas
lições do trimestre vamos tratar a respeito deste último (Rm 12.2).
2. Não ame o mundo.
A
Primeira Carta de João mostra que o mundo é constituído por três tipos de
pessoas: as que não conhecem a Deus (3.1); as que são contrárias à Igreja de
Cristo (3.13) e as que são dominadas pelo maligno (5.19). O cristão não deve
tomar a mesma forma das pessoas que fazem parte do mundo (Rm 12.1,2). O crente
deve renovar sua mente por meio da Palavra de Deus, da oração e do jejum. Ele
deve influenciar, com suas ações e palavras, as pessoas que se opõem a Deus. O
crente é “sal” e “luz” e não pode jamais permitir ser influenciado pelo estilo
de vida daqueles que não conhecem a Deus. O mundo usurpa a paixão de quem se
deixa levar por ele. Por isso, precisamos estar em constante vigilância para
que não venhamos a nos acostumar com o estilo de vida daqueles que são
contrários à vontade e à ética do Reino de Deus.
3. O amor ao mundo é
inconsistente com o amor de Deus.
Quanto
mais próximo o cristão estiver do sistema deste mundo, mais ele se distanciará
da presença de Deus. Jesus, na oração sacerdotal, deixou claro que seus
discípulos estavam no mundo (Jo 17.11), mas eles não eram do mundo, ou seja,
não se conformavam com o sistema opressivo dominante dos homens ímpios (Jo
17.14). O discípulo de Cristo já foi chamado e resgatado do mundo de trevas;
como filho de Deus, e nova criatura, é enviado ao mundo como luz e testemunha
viva da transformação que se dá por meio do Evangelho (Jo 17.18). Os que se
amoldam ao estilo de vida do mundo não tiveram uma experiência real com Jesus
Cristo e jamais poderão agradar a Deus.
Cristo
provou o seu amor por nós oferecendo a sua vida em sacrifício vivo e perfeito.
Se queremos retribuir a esse amor, precisamos viver uma vida santa, longe dos
pecados deste mundo. Paulo traz uma advertência séria para nós, pois os que
vivem segundo a carne não podem agradar a Deus: “Portanto, os que estão na
carne não podem agradar a Deus. Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós [...]” (Rm 8.8,9).
Pense!
A quem você tem amado: ao mundo ou a Cristo?
Ponto Importante
O cristão não deve tomar a forma do mundo, ou seja, seguir o estilo
de vida das pessoas que não conhecem e se opõem a Deus.
II - A COBIÇA E A
SOBERBA, FRUTOS DA CULTURA MATERIALISTA (v. 16)
1. A cobiça da carne.
A
concupiscência da carne é a falta de domínio sobre os desejos carnais. As
pessoas que se entregam à cobiça da carne tornam-se escravas de pecados, como
por exemplo, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias (Gl
5.19,20). Porém, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões
e concupiscências” (Gl 5.24).
O
cristão deve ter domínio sobre a natureza humana, caída e pecaminosa. Algumas
pessoas atribuem suas condutas imorais somente à ação de Satanás, mas o
apóstolo Tiago deixa bem claro que elas cometem pecados motivadas pelos
próprios pecados: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua
própria concupiscência” (Tg 1.14).
2. A cobiça dos olhos.
Os
olhos são considerados as janelas da alma. Se controlados e conduzidos pelos
interesses individuais e egoístas, podem levar o ser humano a uma cobiça
desenfreada e ao afastamento da vontade de Deus. A Bíblia narra alguns
episódios de pessoas que, devido à cobiça dos olhos, atraíram para si
resultados desastrosos.
Observe:
a)
Adão e Eva. A narrativa da criação apresenta a entrada do pecado no mundo tendo
sua origem na cobiça dos olhos. A ambição dos olhos conduziu à desobediência
(Gn 3.6,7);
b)
Acã. Durante a conquista liderada por Josué, Acã avista entre os despojos de
guerra uma linda capa babilônica, vindo a cobiçá-la e tomá-la para si. Toda a
comunidade foi prejudicada (Js 7.20,21);
c)
Davi. Quando estava em um lugar que não deveria estar, vê uma formosa mulher
(casada) tomando banho. Ele a cobiça, comete adultério e depois um assassinato
(2 Sm 11.1-4). Esses exemplos têm-se repetido na vida de muitas pessoas que não
estão atentas ao risco da cobiça dos olhos.
3. A soberba da vida.
Pessoas
famosas acabam influenciando outras, em especial a juventude. Jovens também
querem, a todo custo, fama, dinheiro e prestígio. Aquele que não tem o temor de
Deus busca a ostentação pretensiosa a qualquer preço, se precisar renuncia a
prática da honestidade, da integridade para buscar “poder” e “glamour”. O mundo
consumista da atualidade, que valoriza o ter em detrimento do ser, tem grande
influência no comportamento das pessoas. Mas o maior e melhor modelo a ser
seguido é Jesus, que mesmo sendo Deus, viveu neste mundo e jamais pecou, tendo
uma vida simples e humilde, amando e indo ao auxílio das pessoas desfavorecidas
(Fp 2.6-11).
Pense!
Jovem, o que você tem almejado para sua vida?
Siga o exemplo de Cristo e priorize o que é santo!
Ponto Importante
A motivação do cristão deve ser fazer a vontade
de Deus para não ser dominado pelas coisas deste mundo.
III - ENTRE O
MATERIALISMO TEMPORÁRIO E A VONTADE ETERNA DE DEUS
1. A vida é passageira.
Algumas
pessoas, enquanto jovens, pensam que a juventude vai durar para sempre, mas ela
é passageira. O autor de Eclesiastes, no capítulo 12, aborda de maneira
magistral, a respeito do envelhecimento humano. Ele incentiva o temor e
reverência a Deus desde o tempo de força e vitalidade (juventude), para não
chegar ao final da vida sem forças, sem desejos e com o peso do arrependimento.
Tudo teve um começo e terá um fim, a vida também. Ela é efêmera e um dia
teremos de prestar contas a Deus do que fizemos com nossos recursos, dons e
talentos. Por isso, a necessidade de priorizar o que é eterno. Não coloque a
sua confiança nos prazeres momentâneos ou nos bens e recursos humanos, pois o
conselho bíblico continua atual: “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua
mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a
dizer: Não tenho neles contentamento” (Ec 12.1).
2. Jovens que venceram a
oferta do mundo por meio da Palavra.
O
texto de 1 João 2.15-17 faz parte de um contexto literário maior. Ele está
unido a 1 João 2.1214, que afirma ter os jovens já vencido as ofertas do mundo
por meio da Palavra.
O
autor enfatiza: “[...] Eu vos escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra
de Deus está em vós, e já vencestes o maligno” (v. 14). Texto que, por sua vez,
também tem relação com a passagem bíblica precedente (vv. 3-11). Jovem, você já
venceu as ofertas do mundo, procure fazer a vontade de Deus e observe os
mandamentos do Senhor.
3. Trabalhando em favor do
que é eterno.
Jesus,
após a multiplicação dos pães, recomenda a seus ouvintes trabalharem “não pela
comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna” (Jo 6.27).
Ele acrescenta que a libertação verdadeira se dá somente aos que “permanecerem
em sua palavra” (Jo 8.31). Deus quer que as pessoas compreendam sua vontade (Ef
5.17) e conheçam seus atos e caminhos (Sl 103.7). Quem ama a Deus sente alegria
em fazer a vontade divina e tem a garantia da vida eterna. Procure fazer a
vontade de Deus ainda que você tenha que abrir mão daquilo que deseja, pois a
vontade de Deus para os seus filhos é sempre boa, agradável e perfeita (Rm
12.2).
Pense!
Por qual “comida” você tem trabalhado? A que
perece ou a que permanece para a vida eterna?
Ponto Importante
O ímpio tem prazer em satisfazer os desejos
carnais, momentâneos, enquanto o salvo tem prazer em fazer a vontade de Deus,
que é permanente.
SUBSÍDIO 1
“[...] É difícil contestar ou dissuadir os próprios discípulos
do amor ao mundo. Essas razões são tiradas: 1. Da inconsistência desse amor com
o amor de Deus: ‘Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele' (v. 15). O
coração do homem é estreito e não pode conter os dois tipos de amor. O mundo
afasta o coração de Deus; e, assim, quanto mais o amor do mundo prevalecer,
mais o amor de Deus diminuirá e se deteriorará. 2. Da proibição do amor mundano
ou da concupiscência; ela não é determinada por Deus: Ela ‘[...] não é do Pai,
mas do mundo' (v. 16). Esse amor (ou concupiscência) não é ordenado por Deus
(Ele nos chama para nos afastarmos dela), mas se intromete a partir do mundo; o
mundo é um usurpador de nossa paixão. Temos aqui uma consideração e noção apropriadas
do mundo, de acordo com as quais ele deve ser crucificado e renunciado.
O mundo, fisicamente considerado, é bom e deve ser admirado como
obra de Deus e um espelho na qual a sua perfeição brilha, mas deve ser
considerado no seu relacionamento conosco agora em nosso estado corrompido e
como trabalho em nossa fraqueza e instiga e inflama nossas paixões perversas.
Existe uma grande afinidade e aliança entre o mundo e a carne, e este mundo
penetra e invade a carne e assim se volta contra Deus” (HENRY, Matthew.
Comentário Bíblico Novo Testamento: Atos a Apocalipse. 2.ed. Rio de Janeiro:
2010, p. 915).
SUBSÍDIO 2
“O motivo pelo qual ‘o mundo' ouve os oponentes é que eles
‘falam do mundo' (1 Jo 4.5) ou ‘falam a partir do ponto de vista do mundo'. Não
provocam a hostilidade do mundo porque esta resulta somente da exibição de seus
feitos malignos, quando são revelados pela luz da mensagem de Deus (Jo 7.7; cf.
1 Jo 3.12). Os oponentes de João podem ter sido como certos oponentes de Paulo,
que foram atraídos ao que era visível e que impressionava (2 Co 1011). Em
resposta, Paulo insistiu que os cristãos devem manter seus olhos (espirituais)
fixos não no visível, que é apenas temporário, mas no invisível, que é eterno
(2 C0 4.18). Isto é notavelmente semelhante à linguagem do verso final desta
seção: Qualquer coisa associada com o mundo ‘passa', mas ‘aquele que faz a
vontade de Deus permanece para sempre'. A fascinação pelo que é material é
grande. Mas somente um louco acumula tesouros na terra, que breve serão perdidos,
ao invés de acumulá-los no céu, onde jamais serão perdidos (Mt 6.19-21)”
(ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal: Novo
Testamento. 2.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2004, p. 971).
CONCLUSÃO
Nesta
primeira lição aprendemos que o mundo jaz no maligno e não deve ser amado e
desejado, pois quem assim o faz, o amor de Deus não está nele. Aprendemos
também que a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a soberba da vida são frutos
de uma cultura materialista, que valoriza as coisas e usa as pessoas. A vida e
os seus prazeres são passageiros, mas quem faz a vontade de Deus permanecerá
eternamente em comunhão com Deus.
ORA DA REVISÃO
1.
Quais são os três significados da palavra mundo
no Novo Testamento?
O mundo físico criado por Deus, o planeta em que vivemos, a humanidade
em geral, objeto do amor sacrificial de Deus para a salvação e o sistema
dominante que se opõe a Deus.
2.
Conforme a Primeira Carta de João, quais as
características de quem ama o “mundo”? As características são: Não conhece a
Deus (3.1), é contrário à igreja de Cristo (3.13) e dominada pelo maligno
(5.19).
3.
Quais os exemplos bíblicos de cobiça dos olhos que
trouxeram resultados desastrosos, citados na lição?
A lição cita três exemplos: 1) Adão e Eva - a cobiça dos olhos
conduzindo à desobediência (Gn 3.6-7); 2) Acã - a cobiça por uma linda capa
babilônica que prejudicou todo o povo (Js 7.20-21); 3) Davi - a cobiça dos
olhos que resultou em adultério (2 Sm 11-12).
4.
Qual a recomendação dada por Jesus após o milagre
da multiplicação dos pães? Jesus, após a multiplicação dos pães, recomenda a
seus ouvintes trabalharem “não pela comida que perece, mas pela comida que
permanece para a vida eterna” (Jo 6.27).
5.
Segundo a lição, como é a vontade de Deus?
A vontade de Deus para os seus filhos é sempre boa, agradável e perfeita
(Rm 12.2).