TEXTO DO DIA
“O nosso socorro está em o
nome do SENHOR, que fez o céu e a terra.” (Sl 124.8)
SÍNTESE
Em
algum momento da nossa trajetória haverá desertos a serem transpostos; é
preciso, ter muito cuidado para não sucumbirmos ante aos perigos que surgem
nesses dias difíceis.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA - Gn 16.7 Encontrada por Deus no deserto
TERÇA - Gn 36.24 Encontrando fontes termais no deserto
QUARTA - Êx 3.1 Apascentando o rebanho no deserto
QUINTA - Sl 95.8 Corações endurecidos no deserto
SEXTA - Sl 106.14 Corações cobiçosos no deserto
SÁBADO - Mt 4.1-11 Deserto, lugar de tentação
OBJETIVOS
DEMONSTRAR que nos períodos de provações (desertos), habitualmente surgem críticas
indevidas, como aconteceu com Moisés;
SABER que como aconteceu com Jesus, no deserto a obediência de cada um é
testada;
RECONHECER que há instantes, na vida de um
servo de Deus, que ocorrerão perdas pessoais irreparáveis, as quais podem
contribuir para o surgimento da solidão.
Veja também:
INTERAÇÃO
Estimado (a) professor (a), a relação professor-aluno precisa ser o mais amigável possível, de
forma a desenvolver um forte vínculo afetivo e de confiança com aqueles que Deus lhe confiou para ensinar e
orientar. O contato pessoal que acontece semanalmente, aos domingos, não é
suficiente para o estabelecimento de duradouros elos de amizade. Por isso,
procure ter contato com os alunos fora do horário da Escola Dominical.
Se os discentes
confiarem em você, receberão de bom grado o seu ensino, seguirão suas
orientações e ouvirão seus conselhos. Por outro lado, a proximidade com eles
proporcionará a você um melhor conhecimento a respeito de suas vidas,
e isso é algo que todo professor de Escola Dominical deve buscar com
afinco.
Distinto (a) professor(a), para a aula de hoje convide, com
antecedência, um membro de sua igreja que tenha passado por uma grande dificuldade durante um
longo tempo. Ele deve narrar parte dos sofrimentos suportados, de forma
sucinta, mencionando as críticas que sofreu, as perdas materiais, a eventual
solidão nesse período e os dramas emocionais [se perdeu (ou quase) a paciência,
o equilíbrio ou mesmo a fé]. O objetivo é fazer uma conexão entre o testemunho
e o tema da lição. Tenha cuidado com o tempo destinado a essa atividade, para
evitar que se prolongue em demasia. Ao final, agradeça ao convidado pela
presença e peça que ele ore pela turma. Encerre a atividade explicando que na
lição de hoje terão a oportunidade de entender
alguns aspectos da experiência de caminhar no deserto
com Deus.
TEXTO BÍBLICO
Números 20.1-13
1.
Chegando os filhos de Israel, toda a congregação,
ao deserto de Zim, no mês primeiro, o povo ficou em Cades; e Miriã morreu ali e
ali foi sepultada.
2.
E não havia água para a congregação; então, se
congregaram contra Moisés e contra Arão.
3.
E o povo contendeu com Moisés, e falaram, dizendo:
Antes tivéssemos expirado quando expiraram nossos irmãos perante o SENHOR!
4.
E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este
deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais?
5.
E por que nos fizestes subir do Egito, para nos
trazer a este lugar mau? Lugar não de semente, nem de figos, nem de vides, nem
de romãs, nem de água para beber.
6.
Então, Moisés e Arão se foram de diante da congregação,
à porta da tenda da congregação e se lançaram sobre o seu rosto; e a glória do
SENHOR lhes apareceu.
7.
E o SENHOR falou a Moisés, dizendo:
8.
Toma a vara e ajunta a congregação, tu e Arão, teu
irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, e dará a sua água; assim, lhes
tirarás água da rocha e darás a beber à congregação e aos seus animais.
9.
Então, Moisés tomou a vara de diante do SENHOR,
como lhe tinha ordenado.
10.
E Moisés e Arão reuniram a congregação diante da
rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes: porventura, tiraremos água
desta rocha para vós?
11.
Então, Moisés levantou a sua mão e feriu a rocha
duas vezes com a sua vara, e saíram muitas águas; e bebeu a congregação e os
seus animais.
12.
E o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Porquanto não
me crestes a mim, para me santificar diante dos filhos de Israel, por isso não
metereis esta congregação na terra que lhes tenho dado. Estas são as águas de
Meribá, porque os filhos de Israel contenderam com o SENHOR; e o SENHOR se
santificou neles.
INTRODUÇÃO
Números 20 narra episódios que aconteceram no quadragésimo ano da viagem
do povo de Israel pelo deserto. Os fatos são sobremodo decisivos e menciona,
por exemplo, o falecimento de duas pessoas muito queridas de Moisés: seus
irmãos Miriã e Arão. Trata também da rejeição e repulsa de um povo coirmão:
Edom, que impediu Israel de passar por seu território.
O longo período de caminhada naquele ambiente inóspito certamente
propiciou a Moisés muita experiência, tornando-o apto para entender a natureza
humana como poucos. Mesmo com todos os sinais miraculosos que aconteceram em
seu ministério, ele foi censurado por sua espiritualidade, moralidade e
integridade enquanto ser humano. Diante de tudo que ele enfrentou, ainda teve
que lidar com a dificuldade em achar amigos verdadeiros. Diante desse
emaranhado de emoções, ele, por um instante, fraquejou e perdeu a sua
recompensa: entrar, juntamente com o seu povo, em Canaã. O deserto, sem dúvida,
é um lugar perigoso.
I - NO DESERTO SURGEM CRÍTICAS
1. Quanto à
espiritualidade.
Em Números 16.3, Moisés foi acusado por Corá, Datã e Abirão de não
possuir autoridade espiritual para conduzir o povo. Esse é um dos perigos do
deserto. A mesma coisa aconteceu com Jesus, ao ser tentado por Satanás ao longo
de 40 dias após seu batismo: o Inimigo colocou em questão se, de fato, Jesus
era o Filho de Deus (Mt 4.1-11).
Ora, Moisés, desde os primeiros sinais no Egito, tinha apresentado
autoridade espiritual. Mas, no deserto, até ela foi contestada. A
espiritualidade de cada cristão é testada fortemente no período em que caminha
no meio da escassez, por isso é necessário manter uma constante comunhão com
Deus. A comunhão é importante para que não venha desfalecer. O segredo de
Moisés é que ele conhecia os caminhos do Senhor (Sl 103.7).
2. Quanto à
moralidade.
Depois de tantos anos sendo cuidados por Deus, os israelitas ainda
conseguiam murmurar a respeito das decisões de Moisés e com isso desestimulavam
o povo a herdar a Terra Prometida, que manava leite e mel. Eles questionavam a
moralidade de Moisés, acusando-o de agir com irresponsabilidade. Os hebreus não
estavam com os olhos voltados para as coisas espirituais, eternas, mas se
fixavam apenas nas transitórias, materiais.
Era uma grande ingratidão. Nenhum israelita morreu de fome ou de sede
enquanto atravessava o deserto, nem suas roupas envelheceram ou seus sapatos
estragaram (Dt 29.5). Os que morreram e foram sepultados no deserto foi por
causa da desobediência. Deus, porém, manteve sua fidelidade e sua palavra
empenhada.
3. Quanto à
sinceridade.
Em Números 20.14-21 encontramos registrado o pedido que Moisés fez aos
edomitas, solicitando passagem. Mas eles não quiseram sequer dialogar.
Duvidaram da honestidade, da boa fé de Moisés e, por isso, arregimentaram um
grande exército para afugentar o povo. No deserto, a desconfiança sobre o líder
se propaga, inclusive para além dos limites do povo de Deus; até os seus vizinhos
desconfiavam das reais intenções de Moisés.
A honestidade, integridade, sinceridade e pureza de propósitos de um líder
cristão apresentam-se, sem dúvida, como seu maior patrimônio. A índole de
Moisés, nos 40 anos de caminhada, deveria ser suficiente para que os edomitas
confiassem nele, entretanto, no deserto, as coisas acontecem sempre de maneira
inesperada, pois num ambiente cheio de perigos espirituais, morais e físicos,
as pessoas, em regra, desconfiam de tudo.
Pense!
Se o deserto é um lugar de tantos perigos, por que Deus habitualmente
conduz seus filhos por esse ambiente?
Ponto Importante
A experiência do deserto é insubstituível para quem anda com o Senhor, o
qual sempre se revela de um modo especial nos momentos mais difíceis da vida.
II - NO DESERTO A
OBEDIÊNCIA É TESTADA
1. Pode-se perder
a paciência.
Moisés era considerado o homem mais manso da terra. Entretanto, no
momento em que foi pressionado, sendo questionado sobre o porquê de, 40 anos
antes, ter trazido Israel do Egito para sofrer no deserto (eles preferiam a
morte), perdeu a paciência. Ao que tudo indica, o caminho do deserto traz
consigo o perigo da desobediência. E a desobediência acarreta prejuízos para
todas as áreas da nossa vida. A história de fé e obediência de Moisés se desfez
mediante um único ato de insubmissão e arrogância, por isso todo cuidado é
pouco.
2. Pode-se perder
o equilíbrio.
Moisés, em desobediência à Palavra do Senhor, feriu a rocha por duas
vezes (Nm 20.11). O Senhor, porém, tinha determinado que Moisés falasse à
rocha. A conduta imprudente dele, corroborada por Arão, desagradou muitíssimo
ao Senhor.
Os filhos de Deus estão sujeitos, aqui ou acolá, a perder o equilíbrio
emocional, como aconteceu com Moisés e Arão, e praticarem algo errado, embora
não aparente ser um “grande” pecado. Esse triste episódio nos mostra que
devemos vigiar para que não venhamos a transgredir contra o Senhor,
principalmente no exercício de uma atividade eclesiástica, pois a presença de
Deus exige de nós reverência, solenidade, santidade e um profundo senso de
adoração. Moisés sabia disso tudo e, mesmo assim cometeu o desatino de
desobedecer ao Senhor.
3. Pode-se perder
a promessa.
Não existe algo mais seguro na vida do que as promessas do Altíssimo.
Ocorre que a maioria delas é condicional; ou seja, para a concretização carecem
de que os beneficiários permaneçam obedientes a Deus (Lv 26.3-12). Esse era o
caso da promessa a respeito da entrada em Canaã. Se o povo fosse rebelde, não
entraria na boa terra. Moisés e Arão, porém, cometeram, aparentemente, um ato
de pouca rebeldia, mas não para Deus. Por isso, ambos os irmãos perderam a
promessa. Tal fato demonstra a existência de algumas situações que, às vezes,
julgamos não terem muita importância, mas, na verdade, para Deus, são
extremamente relevantes. Moisés perdeu a promessa só porque desobedeceu a Deus
e feriu a rocha? Não! Foi muito mais. Ele usurpou, com o auxílio do sumo
sacerdote Arão, o lugar da adoração, atraindo para si a glória quanto ao
milagre, a qua deve ser dada exclusivamente a Deus, “porque dele, por ele e
para ele são todas as coisas”.
Pense!
Por que Deus puniu Moisés e Arão pelo incidente em Meri-bá, mas nada fez
contra os que murmuravam?
Ponto Importante
A conduta de quem recebe autoridade espiritual de Deus deve ser
cuidadosa, pois “a quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi
confiado, muito mais será pedido” (Lc 12.48 - NVI).
III - NO DESERTO CHEGA A SOLIDÃO
1. A morte de
Miriã.
A morte de Miriã (Nm 20.1) foi uma grande perda para Moisés, pois ele
perdia uma das colunas de sustentação do seu ministério. Alguém já afirmou que
“todo líder é um solitário.”
No deserto, todavia, essa realidade é potencializada, como aconteceu com
Moisés. A ausência de sua irmã, certamente, aumentou essa solidão. Miriã
contribuiu para que o plano de Joquebede para salvar Moisés desse certo; ela
profetizou e liderou o grupo de louvor que adorou a Deus após a travessia do
mar Vermelho (Êx 15.20,21). É verdade que Miriã, em dado momento da história,
por castigo de Deus, ficou leprosa por murmurar contra seu irmão caçula (Nm 12.16).
Entretanto isso, não retirou o amor que Moisés nutria por ela. A morte de um
ente querido é sempre difícil de ser superada.
2. A morte de
Arão.
Naquele mesmo ano, depois da morte de Miriã e da rejeição de Deus quanto
a Moisés entrar em Canaã, mais um fato ruim surgiu: morreu o irmão e
companheiro de Moisés, o sumo sacerdote de Israel há 40 anos: Arão.
Arão foi usado por Deus como porta-voz de Moisés diante de Faraó (Êx
7.1,2). Ele sustentou os braços de Moisés na guerra (Êx 17.12); viu a glória de
Deus (Êx 24.1-10) e foi eleito por Deus como o patriarca de toda a linhagem
sacerdotal (Êx 28). Seu pecado em Meribá antecipou sua morte, por isso, foi
impedido de entrar na Terra Prometida (Nm 20.12). Depois de ser despido das
vestes sacerdotais, o Senhor o recolheu, nos mostrando que todo ministério
terreno é transitório. O povo pranteou por Arão durante um mês.
3. Moisés, um
líder com poucos amigos.
A Bíblia não registra o fato de que Moisés tivesse amigos. A pessoa que
lhe era mais chegada, Josué, é citada como seu “servidor”. Moisés passou dois
terços de sua vida no deserto, quer cuidando das ovelhas de Jetro, seu sogro,
quer tentando conduzir os israelitas até o lugar dos seus sonhos, o que lhe
possibilitou evitar as distrações naturais da vida, fazendo acender a
necessidade de uma maior intimidade com Deus.
Talvez o Senhor tenha requerido esse isolamento para Moisés, a fim de
que ele pudesse cultivar uma maior comunhão com Ele. Mas, certamente Moisés não
se sentia solitário, pois ele podia contar com a presença do próprio
Todo-Poderoso.
Pense!
Será que todo “líder cristão é um solitário”?
O Ponto Importante
O líder que procura agradar a Deus sempre sofrerá oposição e terá de
experimentar a solidão.
SUBSÍDIO
“Depois de trinta e nove anos de tediosas peregrinações, ou melhor,
tediosos descansos, no deserto, aproximando-se e afastando-se do Mar Vermelho,
os exércitos de Israel agora, por fim, se voltaram outra vez para Canaã, e não
tinham chegado muito longe do lugar onde estavam quando, pela justa sentença da
justiça divina, foram forçados a dar início às suas peregrinações. Até aqui,
eles tinham sido conduzidos por uma espécie de labirinto, enquanto se fazia a
execução dos rebeldes que eram condenados. Mas agora foram trazidos ao caminho
correto outra vez: eles ficaram em Cades (v.1), não Cades-Barneia, que estava
perto das fronteiras de Canaã, mas outra Cades, nas fronteiras de Edom, mais
afastada da Terra da Promessa, mas a caminho dela, a partir do Mar Vermelho, ao
qual tinham sido forçados a voltar.
O capitulo teve início com o funeral de Miriã e termina com o funeral de
seu irmão, Arão. Quando a morte se abate sobre uma família, em alguns casos ela
ataca em dobro. [...] Moisés, cujas mãos tinham antes vestido Arão com suas
vestes sacerdotais, agora o despe delas. [.] Nós veremos poucos motivos para
nos orgulhar das nossas roupas, dos nossos ornamentos, ou sinais de honra, se
considerarmos quão cedo a morte nos despirá de toda nossa glória” (HENRY,
Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento. 1. ed. Vol. 1. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, pp. 512,515).
CONCLUSÃO
Como pode tanta coisa ruim acontecer ao mesmo tempo? Moisés poderia ter
feito esse questionamento. Em Números 20, algumas das maiores tragédias
aconteceram com Moisés: morrem Miriã e Arão, seus irmãos; os vizinhos edomitas
(descendentes de Esaú) demonstram aversão para com os hebreus e, por fim,
Moisés é reprovado por Deus, o qual não lhe permite entrar na Terra Prometida.
Os perigos do deserto são muitos. É preciso vigilância.
HORA DA REVISÃO
1. Segundo a lição, qual o povo que não acreditava na sinceridade de
Moisés e por isso lhe negou um pedido?
Edom.
2. Qual referência bíblica menciona o pecado de Moisés e Arão, que os
impediu de entrar em Canaã?
Números 20.10-12.
3. A rocha ferida por Moisés representa quem?
Cristo Jesus.
4. Quais os nomes dos irmãos de Moisés que faleceram no mesmo ano? Onde
encontrar refúgio diante da perda de um ente querido?
Miriã e Arão. Encontramos refúgio em Jesus Cristo.
5. O que você tem a dizer a respeito da afirmação: “Todo líder cristão
genuíno é uma pessoa solitária?”
Resposta pessoal.