Lição 10 Precisamos de Vigilância Espiritual
Subsídio
para a lição: 10
Fonte:
E-book Subsídios EBD. Edição: 14
Classe: Adultos |
Trimestre: 4° | Ano: 2018
INTRODUÇÃO
Hoje
estudaremos “a parábola do servo fiel e do servo mau” (Leia: Mateus 24.45-51; Lucas
12.41-46). Esta parábola se refere a um servo que recebe a responsabilidade de
administrar a casa, na ausência de seu senhor. Se ele provar ser fiel e
prudente, o senhor o recompensará generosamente ao regressar. Mas, se for
preguiçoso, indigno e descuidado, o senhor voltará quando não estiver sendo
esperado e lhe infligirá severa punição.
I- O
SERVO FIEL (Mt 24.45)
Nos
tempos antigos era um costume comum que os senhores deixassem um servo encarregado
de todos os assuntos da família. O servo, descrito como fiel e prudente, corresponde
aos discípulos, aos quais foi atribuída por Jesus uma responsabilidade sem
precedentes.
1. Significado de servo fiel
Significa
que o servo tem constância, perseverança; não pode desviar da tarefa a sua
atenção. Seu conhecimento se fundamenta na sabedoria do Senhor, que se demora
em sua viagem. Sua sabedoria não é apenas teórica, mas também é prática. Esse
tipo de sabedoria se expressa em atividades e ensinos positivos, em ajuda
positiva a outros, em sua inquirição espiritual. Assim sendo, ele ensinará, buscará,
crerá e praticará a verdade, encorajando os demais a fazerem o mesmo.
2. Bem aventurança do servo
fiel (Mt 24.46)
Bem-aventurado aquele servo... Esta palavra, bem-aventurado,
com seus cognatos, é usada cerca de cinquenta e cinco vezes no Novo Testamento,
sendo uma das palavras que o Novo Testamento expandiu, para dar-lhe um sentido
mais alto e mais significativo. Sua raiz, no grego clássico original, significa
grande, e também era usada como sinônimo de rico; mas quase sempre visava à
prosperidade externa, e não a prosperidade espiritual.
Os
filósofos gregos empregavam o vocábulo com o sentido de elemento moral, e
algumas vezes indicaram, por meio dele, aquela felicidade que resulta da
bondade interior de caráter. Alguns intérpretes acreditam que ouso que Jesus
fez aqui reflete mais as ideias e expressões hebraicas como aquelas que se
encontram em Sl 1.1; 32.1 e 112.1, e que o termo hebraico ashrê ou “quão feliz”
indica a condição de felicidade tencionada aqui. Pelo menos o Senhor Jesus
elevou todo o terreno da “felicidade” para um ambiente espiritual. A verdadeira
felicidade está associada à correta posição espiritual diante de Deus. Esse mesmo
termo é aplicado aos mortos que morrem no Senhor (Ap 14.13), e esse uso do
vocábulo é intensamente instrutivo. Assim sendo, o servo que se ocupa de coisas
espirituais, tanto para seu próprio benefício espiritual como para alimentar os
seus conservos, é um homem verdadeiramente feliz, pois em certa medida está
participando da vida de Deus.
3. Responsabilidades futuras ao
servo fiel (Mt 24.47)
Este
versículo reflete, bem definidamente, a crença que aparece em várias porções do
Novo Testamento, de que àqueles que forem fiéis em seus deveres terrenos,
receberão poderes especiais de governo, além de outros altos privilégios, no
reino de Cristo ou no estado eterno. Os discípulos mostraram que tinham tal
conhecimento ao indagarem entre si quem seria o maior no reino de Deus e quando
requereram exaltadas posições, isto é, quando solicitaram o direito de se
assentar à direita ou à esquerda do rei Jesus, quando ele estivesse reinando. O
trecho de 1Co 6.2,3 reflete a mesma crença; “Ou não sabeis que os santos hão de julgar o mundo...? Não sabeis que
havemos de julgar os próprios anjos...?” A passagem de Ap 20.4 ensina as
mesmas verdades concernentes à participação do crente no reino milenar de
Cristo.
II- O SERVO MAU (Mt 24.48-51)
1. Características do servo mau
a)
Despreocupação
Ele
está dizendo alguma coisa “em seu coração”, isto é, a si mesmo (Mt 24.48b).
Ora, o que um homem diz a si mesmo é às vezes muito mais importante do que o
que ele diz publicamente. Ver Provérbios 23.7: Mateus 9.3,21; Lucas 12.17;
15.17-19. Dentro dos recessos mais íntimos de seu ser, porém, esse homem em
particular está conversando perversidade, irresponsabilidade. Somos lembrados
de 1 Pedro 3.20 e 2 Pedro 3.4. Ele está dizendo: “Vai transcorrer um tempo
muito longo antes que o senhor volte. Nesse meio tempo desfrutarei de alguma
diversão mundana.”
b)
Crueldade
Que
homem sádico é esse servo. Ele começa a espancar os seus conservos. O contexto
explica a palavra: o homem mau não vai muito longe, porque de repente, e quando
menos esperava, o senhor volta (v. 50).
A parábola
contém uma advertência especial para os crentes que têm cargos de
responsabilidade que dizem respeito ao cuidado dos outros, mas que usam a sua posição
para adquirir vantagens pessoais, tentando ser senhores, em vez de servos,
exercendo uma tirania sobre os que não os apoiam, e sendo indulgentes para com
os que os apoiam.
c)
Leviandade no agir
E
começar a espancar os seus conservos, e a comer e a beber com os ébrios (Mt
24.49).
O
pastor Orlando Boyer[1],
falando sobre o mau servo, faz as seguintes observações.
O mau servo:
1) Não
é descrente, nem é agnóstico; é, por profissão, um servo de Jesus Cristo. E
crente que se refere a Cristo como “Meu Senhor”;
2) Acredita
na segunda vinda de Cristo. A sua falta não consiste em negar a volta de Jesus,
nem em dizer que é para ser considerada figuradamente, mas em declarar: “Meu
Senhor demora-se”, ou: “Que meu Senhor virá é certo, mas não é necessário
preocuparmo-nos com tal evento agora”;
3) Não
diz abertamente com a boca que o seu Senhor demora-se, mas o diz “no seu
coração”. Exteriormente, pretende crer na iminência da vinda do Senhor, mas no
coração diz: “Não será por muito tempo, talvez; não preciso preocupar-me sobre
isso agora”. Não é uma negação declarada, mas uma negação na prática. O
resultado na sua vida é: “Como imaginou na sua alma, assim é”; ele passa a
conformar-se com o mundo.
2. A recompensa do servo mau
(Mt 24.50,51)
O
julgamento do senhor contra o seu mau será extremamente severo. Ainda pior do
que esse horrível castigo será o destino eterno do servo. Ele será designado a
um lugar onde haverá pranto e ranger de dentes (referência ao lago de fogo – Mt
13.42; 22.13; 24.51; Ap Ap 20.15). O julgamento futuro de Deus é tão certo
quanto à volta de Jesus a terra.
A
Bíblia ensina que a existência do homem não termina com a morte, mas que
continua para sempre, ou na presença de Deus, ou num lugar de tormento. A respeito
do estado dos perdidos, na outra vida, devemos notar os seguintes fatos:
a)
Jesus ensinou que há um lugar de castigo eterno para aqueles que são condenados
por rejeitarem a salvação (5.22, 29, 30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45,
47; Lc 10.16, 12.5; 2 Ts 1.8,9). Trata-se da terrível realidade do inferno,
como o lugar onde o fogo nunca se apaga (Mc 9.43); O fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos (25.41); um lugar de pranto e ranger de dentes
(13.42,50); um lugar onde os perdidos ficarão aprisionados nas trevas (22.13);
e um lugar de tormento e angústia e de separação do céu (Lc 16.23).
b) O
ensino nas Epístolas é do mesmo teor. Fala de um julgamento vindouro da parte
de Deus. Da sua vingança sobre os que desobedecem ao evangelho (2 Ts 1.5-9).
Fala de uma separação da presença e da glória do Senhor (2 Ts 1.9), e da
destruição dos inimigos de Deus (Fp 3.18,19; ver também Rm 9.22; 1 Co 16.22; Gl
1.9; Hb 10.27; Jd 7; 2 Pe 2.4; Ap 14.10; 19.20; 20.10, 14).
c) A Bíblia
ensina que é inevitável o castigo dos malfeitores. O fato predominante é a
condenação, o sofrimento e a separação de Deus, eternamente. O cristão sabe que
essa doutrina não é agradável, nem de fácil entendimento. Mesmo assim, ele deve
submeter-se à autoridade da Palavra de Deus e confiar na decisão e na justiça
divinas.
d)
Devemos sempre ter em mente que Deus enviou seu Filho para morrer por nós, para
que ninguém pereça (Jo 3.16). É intenção e desejo de Deus que ninguém vá para o
inferno. Quem for para o inferno é porque rejeitou a salvação provida por Deus
(Rm 1.16; 2.10). O fato e a realidade do inferno devem levar todo o povo de
Deus a aborrecer e repelir o pecado com toda veemência; a buscar continuamente
a salvação dos perdidos, e a advertir todos os homens a respeito do futuro e
justo juízo de Deus.
3. O destino dos perdidos
A
Bíblia descreve um quadro terrível do destino dos perdidos.
a) Fala
de "tribulação e angústia" (Rm 2.9), "pranto e ranger de
dentes" (Mt 22.13; 25.30), "eterna perdição" (2 Ts 1.9) e
"fornalha de fogo" (Mt 13.42,50). “Fala das “cadeias da escuridão” (2
Pe 2.4), do “tormento eterno” (Mt 25.46), de um “inferno” e de um “fogo que
nunca se apaga” (Mc 9.43), de um ardente lago de fogo e de enxofre” (19.20) e
onde "a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso,
nem de dia nem de noite" (Ap 14.11). Realmente, "horrenda coisa é
cair nas mãos de Deus vivo" (Hb
10.31); "bom seria para esse homem se não houvera nascido" (Mt 26.24;
ver também Mt 10.28).
b) Os
crentes do Novo Testamento tinham nítida consciência do destino de quem vive no
pecado. Por essa razão eles pregavam com lágrimas (ver Mc 9.24; At 20.19 nota)
e defendiam a Palavra infalível de Deus e o evangelho da salvação contra todas
as distorções e as falsas doutrinas.
c) O
sinistro fato do castigo eterno para os ímpios é a maior razão para levar o
evangelho a todo o mundo, e fazer o máximo possível para persuadir as pessoas a
arrependerem-se e a aceitarem a Cristo antes que seja tarde demais.
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