A tradução Novo
Mundo, das Testemunhas de Jeová, mostra João 1.1 do seguinte modo: “A Palavra [Cristo] era um deus” (a
inserção foi adicionada pelos autores). A revista Torre de Vigia afirma que
“pela ausência do artigo definido ‘o’ (hó),
isso significa que Cristo é apenas um deus, e não o Deus” (Revista Torre de
Vigia, 7 de dezembro de 1995, pág.4). Eles acreditam, de fato, que Jesus é
apenas um ser criado, Miguel o Arcanjo (Revista Torre de Vigia, 15 de maio de
1969, pág.307).
O texto grego de João
1.1 “não está dizendo que a Palavra (Jesus) era como o Deus com quem Ele estava
mas, antes, que a Palavra era semelhante a um deus, divina, um deus” (Reasoning
from the Scriptures, 1989, pág.212).
REFUTAÇÃO
BÍBLICA
Não é correto
traduzir esse versículo como “A Palavra
era um deus”, e também não é correto negar a divindade de Cristo. A
completa divindade de Cristo é apoiada por outras referências em João (por
exemplo, 8.58; 10.30; 20.28), bem como ao longo de todo o Novo Testamento (por
exemplo, Cl 1.15,16; 2.9;Tt 2.13; Hb 1.8).
Além do mais, não é
necessário traduzir substantivos no grego que não estejam acompanhados de
artigos definidos como se estivessem acompanhados por um artigo indefinido
(pois não existem artigos indefinidos no grego). Em outras palavras, theos (“Deus”) sem estar acompanhado
pelo artigo definido “o” (hé), não deve ser traduzido como “um deus”, como as Testemunhas de Jeová
fizeram quando se referiram a Cristo.
É importante destacar
que o termo “theos” sem o artigo
definido “hó” é utilizado no Novo
Testamento referindo-se ao Deus Jeová. A falta do artigo definido em Lucas
20.38, referindo-se a Jeová, não significa que Ele seja um Deus menor; assim
como a falta do artigo definido em João 1.1, referindo-se a Jesus, também não
significa que Ele seja um Deus menor. O fato é que a presença ou a ausência do
artigo definido não alteram o significado fundamental do termo “theos”.
Se João tivesse a
intenção de dar à frase um sentido adjetivo (“que a Palavra era semelhante a um deus, ou divina um deus”), ele
teria à disposição um adjetivo (theios)
pronto, à mão, que poderia perfeitamente ter sido utilizado. Ao contrário, João
diz que a Palavra é Deus (theos).
De modo contrário às
alegações da Sociedade Torre de Vigia, alguns textos do Novo Testamento
utilizam o artigo definido referindo-se a Cristo como “o Deus” (há theos).
Um exemplo disso é
João 20.28, onde Tomé diz a Jesus: “Senhor
meu, e Deus meu!” No texto grego lê-se literalmente “O Meu Senhor e o meu
Deus [hó theos] (veja também Mt 1.23
e Hb 1.8). Então não importa se João utilizou ou não o artigo definido, no
capítulo 1 e verso 1 — a Bíblia claramente ensina que Jesus é Deus, e não
apenas um deus.
Os eruditos gregos
têm refutado completamente a tradução da Torre de Vigia. O doutor Julius
Mantey, falando a respeito da tradução das Testemunhas de Jeová, referindo-se
ao texto em João 1.1 diz: “99 por cento dos estudiosos do mundo que conhecem o
idioma grego e ajudaram a traduzir a Bíblia estão em desacordo com as Testemunhas
de Jeová” (Mantey, 3.3, 5).
Que Jesus é Jeová (Yahweh) está claro, a partir do fato de
que o Novo Testamento aplica a Jesus, de modo consistente, passagens e
atributos que no Antigo Testamento eram aplicáveis apenas a Jeová (compare Ex
3.14 com Jo 8.58; Is 6.1-5 com Jo 12.41; Is 44.24 com Cl 1.16; Ez 43.2 com Ap
1.15; Zc 12.10 com Ap 1.7).
Reverberação: Subsídios EBD
Fonte: Respostas às Seitas: Um manual popular sobre as
interpretações quivocadas das seitas – CPAD | Autores: Norman L. Geisler e Ron
Rhodes