Lições Bíblicas do 1° trimestre de 2019 -
CPAD | Classe: Adultos | Data da Aula: 17 de Fevereiro de 2019
TEXTO ÁUREO
Porque
tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e
a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. (1 Jo 2.16)
VERDADE PRÁTICA
A
tentação no sentido religioso é a atração ou sedução para praticar o mal tendo
por recompensa prazeres ou lucros ilícitos.
LEITURA DIÁRIA
SEG. Gn 22.1: A tentação, às vezes,
significa teste, provação
TER. Lc 22.28: A tentação de Jesus
foi contínua e não se restringiu à tentação no deserto
QUA. 1 Co 7.5: Satanás procura o
ponto fraco do crente para tentá-lo nessa área
QUI. 1 Ts 3.5: Satanás é a principal fonte
externa da tentação
SEX. Hb 4.15: Não é pecado ser
tentado, mas, sim, ceder ao pecado
SÁB. Tg 1.14: A tentação tem também
a sua fonte interna
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LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
Mateus
4.1-11
1-
Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo
diabo.
2-
E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3-
E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que
estas pedras se tornem em pães.
4-
Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas
de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5-
Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do
templo,
6-
e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito:
Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que
nunca tropeces em alguma pedra.
7-
Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
8-
Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-Ihe todos os
reinos do mundo e a glória deles.
9-
E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10-
Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu
Deus, adorarás e só a ele servirás.
11-
Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.
HINOS SUGERIDOS:
75, 76, 77 da Harpa Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar que Jesus venceu a tentação.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I- Conceituar a tentação;
II- Explicar o processo da tentação de Jesus;
III- Elencar as tentações de Jesus.
•
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Nesta oportunidade trataremos sobre as escolhas e atitudes na
jornada da vida espiritual. Neste contexto, aparece o tema da tentação. Em todo
tempo somos instados pelo Maligno a negar nossa vida de santidade e ceder para
as obras da carne afim de que manchemos as vestes espirituais. Não podemos nos
dobrar às falsas promessas do Maligno. Precisamos perseverar na fé em Cristo,
buscar a sua preciosa vontade para a nossa vida e honrá-lo até o fim na
caminhada cristã. Uma boa aula!
PONTO CENTRAL
Ainda que sejamos tentados, em Jesus, somos
vitoriosos.
INTRODUÇÃO
Há
certo paralelismo entre os quarenta anos da peregrinação de Israel no deserto e
os quarenta dias e as quarenta noites em que o Senhor Jesus jejuou no lugar
ermo. A diferença é que Israel não passou no teste, e Jesus foi o vitorioso
sobre Satanás. Esses dois cenários têm a ver com nossas escolhas e atitudes na
jornada de nossa vida espiritual.
I - A TENTAÇÃO
Os
termos "tentação" e "tentar" na Bíblia aplicam-se tanto no
campo secular como no campo religioso. Vamos analisar o assunto partindo dos
significados e sentidos dessas palavras, levando em consideração o contexto das
várias passagens bíblicas.
1. A provocação de
Refidim.
O
substantivo "tentação" significa literalmente "teste, provação,
instigação". Na contenda paradigmática de Refidim, no deserto, temos o
significado dessa palavra: "E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá,
por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR,
dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?" (Êx 17.7). O vocábulo
hebraico massá significa "tentação", e meribá quer dizer "contenda".
Os israelitas estavam testando o próprio Deus. A Septuaginta traduz massá por
peirasmós, "tentação", a mesma palavra usada no Novo Testamento
grego. O enfoque do termo aqui é sobre a ideia de instigação ou sedução para o
pecado (Mt 6.13; 26.41).
2. A experiência de
Massá e Meribá.
Ninguém
deve testar a Javé, o Deus de Israel, pois o nosso dever é obedecê-lo (Dt
6.16). O que aconteceu nessa contenda teve a reprovação divina, de modo que
serviu como um paradigma daquilo que não se deve fazer (Sl 95.8,9). Testar Deus
é questionar sua fidelidade no pacto e duvidar de sua autoridade (Sl 78.41,56).
Entendemos que tentar o Criador reflete a nossa descrença nEle, e a Bíblia é
contra essa prática (Is 7.12; At 15.10).
3. Como um teste.
Isso
é muito comum no Antigo Testamento (1 Rs 10.1). O exemplo clássico é a passagem
do sacrifício de Isaque: "E aconteceu, depois destas coisas, que tentou
Deus a Abraão" (Gn 22.1). A finalidade disso é revelar ou desenvolver o
nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6). O hebraico aqui para "tentou" é
nissá, que tem o sentido de testar, experimentar, usado para pesquisas
científicas hoje em Israel. A Septuaginta traduziu por peirazo, de onde vem o substantivo peirasmós, que aparece no Novo Testamento com a mesma ideia de
teste: "e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são" (Ap
2.2). O Novo Testamento emprega o termo também com ideia de tentativa (At 16.7;
24.6).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A provocação de Refidim e a experiência de Massá e Meribá,
embora esta fosse uma ofensa a Deus, mostram que a tentação é um período de
teste em nossa vida.
SUBSÍDIO
DIDÁTICO-PEDAGÓGICO
Estude bem as passagens bíblicas que narram a história da
provocação de Refidim a fim de contar aos alunos com riquezas de detalhes. Essa
história servirá de base para você trabalhar o conceito de "tentação”. É
preciso, desde o início da aula, deixar claro que o propósito do encontro desta
semana é prevenir as consequências das tentações. Nesse caso, a tentação
conforme a provocação de Refidim é de caráter contencioso. Onde a contenda e a
confusão são o objeto da tentação. Por certo essa é uma excelente oportunidade
de você trabalhar com a classe os princípios de "moderação",
"mansidão" e "domínio próprio". Uma excelente aula!
II - A TENTAÇÃO DE JESUS
A
tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento registrado de sua
história depois do batismo por João Batista no rio Jordão. Era de se esperar
que aquele que veio "para desfazer as obras do diabo" (1 Jo 3.8)
enfrentasse a reação de Satanás. O Inimigo de nossa alma decide lutar por sua
causa. É que a chegada do Salvador alvoroçou todo o reino das trevas.
1. Levado ao deserto
(v.1).
O
deserto é um lugar onde os seres humanos percebem a grandeza de Deus e a
fragilidade humana; é um lugar de profundo silêncio para meditação e oração,
onde há vastidão de espaço para ouvir a voz de Deus. Foi no deserto que grandes
homens de Deus foram preparados para o serviço sagrado, como Moisés (At
7.30-33) e Elias (1 Rs 19.4-10). O termo "deserto" nessa passagem não
é suficiente para determinar o lugar exato em que Jesus suportou os quarenta
dias de jejum e tentações. Mas há concordância entre muitos estudiosos de que
se trata de uma parte despovoada da Judeia, onde João Batista iniciou o seu
ministério. A tradição posterior indica o monte da Quarentena a oeste de
Jerico, onde foi construída na encosta da montanha uma igreja no século VI.
2. Sobre o jejum de
Jesus (v.1).
Segundo
a narrativa de Mateus, Jesus jejuou "quarenta dias e quarenta noites,
depois teve fome". Só mais dois personagens bíblicos praticaram um jejum
tão prolongado de quarenta dias, Moisés e Elias, mas isso aconteceu em
situações específicas (Êx 34.28; Dt 9.9,11; 1 Rs 19.8). Isso mostra que esse
tipo de jejum (quarenta dias e quarenta noites) não é doutrina da Igreja. Lucas
afirma que Jesus, "naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados
eles, teve fome" (Lc 4.2). O verbo grego, nesteuou, "jejuar", significa literalmente
"abster-se de alimento".
3. Como a tentação
aconteceu (v.3a).
Está
claro que Satanás se apresentou a Jesus de forma visível, mas os detalhes são
desconhecidos. Essa tentação foi literal, e isso se evidencia pelos detalhes da
própria narrativa. Rejeitamos, pois, a ideia de uma tentação subjetiva,
simbólica ou visionária. Com certeza, Jesus mesmo contou essa experiência aos
seus discípulos.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Levado
ao deserto pelo Espírito Santo, Jesus foi tentado pelo Diabo.
SUBSÍDIO
DOUTRINÁRIO
É
importante termos uma ideia bem clara acerca da depravação total, pois a
doutrina nos ajuda a compreender a luta interna no processo da tentação. Por
isso, leia o seguinte texto, objetivando ter tal consciência: "A atual
condição espiritual da humanidade, considerada à parte da graça de Deus, é
adequadamente descrita como tenebrosa e desanimadora. Com certeza, Wesley, em
sua doutrina do pecado original, emprega o que só pode ser descrito como
'superlativos negativos' para demonstrar o total abismo moral e espiritual em
que a humanidade decaiu. Ele comenta: '0 homem, por natureza, é repleto de todo
tipo de maldade? É vazio de todo bem? É totalmente caído? Sua alma está
totalmente corrompida? Ou, para fazer o teste ao contrário, 'toda imaginação
dos pensamentos de seu coração [é] só má continuamente’? Admita isso, e até
aqui você é um cristão. Negue isso, e você ainda é um pagão" (COLLIN5,
Kenneth. Teologia de John Wesley: 0 Amor Santo e a Forma da Graça. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010, p.97).
III - A TRÍPLICE TENTAÇÃO
Mateus
e Lucas registraram as três últimas investidas de Satanás contra Jesus, e elas
foram o ápice dessas tentações. Na verdade, Jesus foi tentado em todos os
quarenta dias: "quarenta dias foi tentado pelo diabo" (Lc 4.2). E
continuou sendo tentado durante todo o tempo de seu ministério (Lc 22.28; Hb
4.15).
1. A primeira das
três últimas tentações (v.3b).
O
objetivo dessa investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em
benefício próprio. A declaração pública do próprio Deus a respeito de Jesus,
"Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.17), indica que
isso era do conhecimento de Satanás. Mas, mesmo assim, ele desafiou Jesus
quanto à sua identidade: "Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras
se tornem em pães". À semelhança de Eva, esse pecado consistia em
satisfazer o apetite físico com algo lhe fora proibido.
2. A segunda tentação
(v.5).
Aqui,
o objetivo de Satanás é induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo a
um ato de vaidade. A "Cidade Santa", para onde Jesus foi
transportado, é Jerusalém (Ne 11.1; Is 52.1). Satanás incita Jesus a jogar-se
do pináculo do templo abaixo usando o texto de Salmos 91.11,12. Essa passagem
refere-se a alguém que confia em Deus e, por isso mesmo, ao próprio Senhor
Jesus. Ter a proteção divina, conforme as promessas desse salmo, é muito diferente
de tentar a Deus. A proposta de Satanás era para Jesus testar Deus, algo que as
Escrituras proíbem (Êx 17.2-7).
3. A terceira
tentação (v.8).
Esse
último ataque consistia em induzir Jesus a se apoderar do domínio do mundo por
meios ilícitos. Como disse um grande comentarista dos Evangelhos: "A concessão
era pequena; a oferta, grande". Teria Satanás o controle do mundo a ponto
de oferecê-lo a quem desejasse? Jesus não discutiu sobre essa reivindicação do
Diabo. O Novo Testamento mostra que Satanás é "o deus deste século"
(2 Co 4.4); "o príncipe das potestades do ar" (Ef 2.2); "os
príncipes das trevas deste século,... as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais" (Ef 6.12) e "todo o mundo está no Maligno"
(1 Jo 5.19). Mas Satanás não tem nada para ninguém; tudo não passa de mera
aparência e engano.
4. Respostas de
Jesus.
O
ataque diabólico foi nas áreas mais sensíveis do ser humano: "a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida"
(1 Jo 2.16). Mesmo com toda a sua habilidade maligna, foi grande e devastadora
a derrota de Satanás (v.11). Ele foi vencido pelo poder da Palavra de Deus:
"está escrito, está escrito e está escrito". Jesus citou três
passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3). Assim, o grande conquistador, o
Senhor Jesus Cristo, pode simpatizar com os que são tentados, pois Ele mesmo
foi tentado de maneira real. Podemos nos consolar porque temos um Protetor no
céu que é capaz de se compadecer de nossas fraquezas (Hb 4.15).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Três tentações de Jesus: transformar pedras em pães; jogar-se do
pináculo do templo e ser amparado por um anjo e dominar o mundo se adorasse o
Diabo.
SUBSÍDIO
VIDA CRISTÃ
[...] A presença de Cristo conosco não é apenas como a de um
companheiro externo, mas é uma força real e divina, revolucionando nossa
natureza e tornando-nos como Ele é. De fato, o propósito final e último de
Cristo é que o crente seja reproduzido segundo a sua própria semelhança, por
dentro e por fora.
Paulo expressa a mesma coisa no primeiro capítulo de
Colossenses, quando diz: 'Para, perante ele, vos apresentar santos, e
irrepreensíveis, e inculpáveis’ (Cl 1.22). Esta transformação deve ser uma
transformação interior. É uma transformação de nossa vida, de nossa natureza
segundo a natureza dEle, segundo a semelhança dEle.
Como é maravilhosa a paciência, como é maravilhoso o poder que
toma posse da alma e realiza a vontade de Deus - uma transformação absoluta
segundo a maravilhosa santidade do caráter de Jesus! Nosso coração fica
desconcertado quando pensamos em tal natureza, quando contemplamos tal caráter.
Este é o propósito de Deus para você e para mim" (LAKE, John G.
Devocional. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD,
2003, pp.31-32).
CONCLUSÃO
Diante
dos fatos aqui expostos, aprendemos a não subestimar a força e os ardis de
Satanás e seus demônios, pois ele ousou tentar o próprio Filho de Deus. Adão
foi testado e não passou no teste (Gn 3.11,12). Da mesma forma, Israel foi reprovado
logo no limiar de sua história como nação (Dt 9.12). Mas Jesus foi aprovado,
glória a Deus! (At 2.22).
PARA REFLETIR
A respeito de
"Tentação - a Batalha por nossas Escolhas e Atitudes", responda:
• Qual o sentido da
palavra "tentação" em Massá e Meribá?
O
vocábulo hebraico massá significa “tentação", e meribá quer dizer
"contenda".
• Qual a finalidade
da tentação como teste?
A
finalidade é revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6).
• O que evidenciam os
detalhes da narrativa da tentação de Jesus no deserto?
A
tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento registrado de sua
história depois do batismo por João Batista no rio Jordão.
• Quais os objetivos
de Satanás em cada uma das três últimas tentações?
(1)
O objetivo dessa investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em
benefício próprio;
(2)
O objetivo de Satanás é induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo a
um ato de vaidade;
(3)
Esse último ataque consistia em induzir Jesus a se apoderar do domínio do mundo
por meios ilícitos.
• Como o Senhor Jesus
derrotou o Diabo?
Ele
foi vencido pelo poder da Palavra de Deus: “está escrito, está escrito e está
escrito". Jesus citou três passagens dó Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3).