INTRODUÇÃO
Os dons de inspiração
- sabedoria, ciência e discernimento de espíritos - são uma das grandes
necessidades da Igreja do Senhor em nossos dias. Com eles, a Igreja saberá
conduzir-se pela Palavra de Deus, e dificilmente será enganada por qualquer
manifestação estranha ou bizarra (Leia 1 CORÍNTIOS 12.8,10; 2 REIS 6.11,12;
ATOS 16.16-18).
I. O QUE
SÃO DONS DE INSPIRAÇÃO.
1. Definição.
Concedidos pelo
Espírito Santo, estes dons revelam a sabedoria de Deus de maneira sobrenatural.
São também chamados “dons de saber” ou “dons de revelação”. Tratam-se de
habilidades concedidas por Deus para se compreender a essência e o propósito
das coisas, e descobrir-se os meios corretos para se realizar o propósito
divino em cada vida, discernindo circunstâncias, relacionamentos e pessoas.
2. No Antigo Testamento.
Vejamos a
manifestação desses dons:
a) Sabedoria.
Temos exemplos deste
dom nas vidas de José: “Acharíamos
um varão como este, em que haja o Espírito de Deus... ninguém há tão entendido
como tu” (Gn 41.38, 39).
Moisés e Arão: “Vai pois agora, e eu serei com a tua boca,
e te ensinarei o que hás de falar., e eu serei com a tua boca, ensinando-vos o
que haveis de fazer”(Ex 4.12,15).
Josué: “E Josué, filho de Num, foi cheio do
espírito de sabedoria” (Dt 34.9),
Salomão: “Havia nele a sabedoria de Deus., e Deus deu
a Salomão sabedoria e muitíssimo entendimento .. como a areia que está na
praia” (1 Rs 3.8; 4.29, 30) etc.
b) Ciência.
Vemos este dom
operando nas vidas de:
Bezaliel: “E o enchi do Espírito de Deus... e de
ciência, em todo artificio” (Ex 31.3).
Jovens hebreus: “Sábios em ciência, e entendidos no
conhecimento” (Dn 1.4).
Hirão: (1 Rs 7.14) etc. “O temor do Senhor é o
princípio da ciência” (Pv 1.7).
c) Discernimento.
Exemplos do uso desse
dom vemos nas vidas de:
Aías: “.. e entrando ela pela porta, disse ele: Entra, mulher
de Jeroboão, porque te disfarças assim?” (1 Rs 14.1,2, 4, 6).
Eliseu: “Mas o profeta Eliseu, que está em Israel,
faz saber ao rei de Israel as palavras que tu falas na tua câmara de dormir” (2
Rs 6.12).
Moisés (Ex 32.17, 18).
3.
No Novo Testamento.
Sendo usados poderosamente
com esses dons temos:
a) Sabedoria.
Pedro e João (At 4.13);
Estevão (At 6.6, 10); Paulo, (1 Co 2.13) etc. Jesus prometeu-nos esse dom: “Na
mesma hora vos ensinará o Espírito Santo o que vos convenha falar” (Lc 12.11,
12).
b) Ciência.
Paulo possuía este dom: “O
Espírito Santo, de cidade em cidade me revela..” (At 20.23).
c) Discernimento.
Exemplos da operação desses
dons: Pedro, no caso de Ananias e Safira (At 5.1-10); Paulo, nos casos de
Elimas (At 13.6-12), e da jovem possessa de demônios (At 16.17, 18).
II.
DESCRIÇÃO DOS DONS DE INSPIRAÇÃO
1.
A palavra de sabedoria.
Manifestação sobrenatural da
sabedoria de Deus. Não se trata do resultado de qualquer esforço humano em se
conhecer a sabedoria divina (1 Co 2.4,6), nem tampouco do nosso crescimento
espiritual. É um dom de Deus.
Através desse dom é-nos
revelada uma situação, ou problema, específica para que, em palavras e atos,
possamos agir de maneira adequada.
2.
A palavra da ciência.
Capacidade sobrenatural que
propicia uma visão além da esfera material. Através desse dom, a Igreja tem
acesso a fatos a respeito de pessoas, circunstâncias e de verdades bíblicas.
E a penetração na ciência de
Deus (Ef 3.3).
Há diferença entre sabedoria
e ciência. Sabedoria é a habilidade de se aplicar bem a ciência; a ciência é a
base para a sabedoria. A sabedoria ajuda-nos a sair de dificuldades; a ciência
adverte-nos para que não entremos nelas. A sabedoria é o conhecimento em ação;
a ciência, o conhecimento em si mesmo. Dc acordo com a Bíblia, a sabedoria e a
ciência devem sempre andar juntas (Ef 1.17-19).
3.
O dom de discernir os espíritos.
Capacidade sobrenatural de
se distinguir as várias fontes das manifestações espirituais. Vivemos em um
mundo onde existem imitações, enganos e falsificadores de todo o tipo (At
5.1-11; 1 Tm4.1-4; 2Ts 2.9; Ap 2.2). Através desse dom, podemos discernir tais
coisas, e ver se estas realmente procedem de Deus.
Trata-se de uma percepção
sobrenatural, pela qual detectamos a procedência das manifestações espirituais.
E um dom de Deus, apropriado para uma ocasião específica, sem o qual a Igreja
seria presa fácil de falsos mestres, ensinadores de heresias e de manifestações
anti- bíblicas.
III.
A FUNÇÃO DOS DONS DE INSPIRAÇÃO
1.
Conhecer sobrenaturalmente.
A utilidade dessa categoria
de dons se prende: ao governo e à administração (Gn 41.33-39); à criatividade e
invenções (Ex 31.1-6); ao comando; a julgamentos (1 Rs 3.16- 28); a
esclarecimentos de dúvidas (Jó 33.33); à elucidação de enigmas (Dt 1.17).
É grande o seu valor em
interpretar sonhos e dar conselhos (At 7.10); no trato de assuntos complicados
e difíceis (At 6.3); e, na habilidade de se ganhar as pessoas que estão fora da
Igreja (Cl 4.5). É de valor inestimável na evangelização, capacitando o crente
na entrega das verdades cristãs (Cl 1.28) e na defesa do Evangelho (Fp 1.16),
pois, na hora necessária, o Espírito Santo se manifesta capacitando o crente de
maneira extraordinária (Lc 12.12; 21.15; Mt 10.16; Pv 24.5; Ec 9.16).
2.
Revelar sobrenaturalmente as “riquezas encobertas” (Is 45.3), que estão em
Cristo (Cl 2.3).
Essa categoria de dons é uma
arma contra as heresias (Ef 4.12, 14); revela o que está oculto aos olhos do
homem (1 Sm 16.7; Jo 1.47, 48; 2.24, 25; 4.16, 18).
Através desses dons, o
crente passa a ter conhecimento das coisas que pertencem a Deus, como
apresentadas nos Evangelhos. Essa categoria de dons proporciona também
inteligência e entendimento (Ef 3.19), conhecimento da fé cristã (Rm 15.14; 1
Co 1.5). Também revela os diversos mistérios de Deus como o de Deus-Cristo, da
piedade (1 Tm 3.16), de Cristo cm nós (Cl 1.26, 27), da fé (1 Tm 3.9), da
Igreja (Ef 5.32), do Evangelho (Ef 6.19), da vontade de Deus (Ef 1.19), do
arrebatamento (1 Co 15.51).
3.
Discernir sobrenaturalmente.
Nessa categoria de dons, o
dom de discernir capacita-nos a distinguir o espírito que opera no meio do povo
de Deus. Neste particular, devemos levar em consideração:
a) Fonte de inspiração.
Pode ser: divina (At 15.32;
1 Co 14.3), humana (Ez 13.2, 3) e diabólica (1 Rs 22.19-24; Jr 23.13; Ap
2.20-24).
b) Espíritos.
Podem ser de: mentira (At
5.3; Ap 21.27; 22.15); apostasia (2 Ts 2.3; 2 Co 6.17); traição (2 Sm 3.27);
ciúme (Nm 11.29); falsidade (Mt 7.15); ecumenismo (Ap 13.12; Gn 11.1);
prostituição (Os 5.4); demônios (Mt 17.21; 1 Co 10.21); adivinhação (At
16.16-18); enfermidade (Lc 13.10-16).
c) Meios utilizados.
Podem ser discernidos pela:
Palavra, pois ela é a verdade (Jo 17.17), como também o Espírito que está em
nós é a verdade (Jo 16.13); pelos frutos, pelos quais desmascaramos a
hipocrisia e as manifestações malignas (Mt 7.15-23); pela mente espiritual da
Igreja, pois somente sentimos comunhão com os que “estão na luz” (1 Jo 1.7), e
só reconhecemos a voz do Sumo Pastor (Jo 10.4, 5); pela confissão a respeito de
Jesus: se há confissão de que o Senhor veio em carne esse espírito é de fonte
divina (1 Jo 4.1-3).
d) Resultado.
Desse modo, o dom de
discernir revela: confissões falsas influenciadas por espíritos, como ocorreu
com Ananias e Safira (At 5.1- 11); a trapaça de Geasi (2 Rs 5.26, 27); a
intenção profana de Si- mão (At 8.18-24); o espírito da jovem adivinhadora (At
16.16-18). Desmascara pessoas que se fazem de líderes sem terem sido designadas
por Deus (Jd 11); condena doutrinas erradas (1 Tm 4.1-4; G1 2.4; 1 Jo 4.1-4);
identifica certas manifestações com “fogo estranho” (Lv 10.1- 4; Ap 2.20-24).
Esse dom é um dos mais eficientes meios de julgamento de profecias.
CONCLUSÃO
Vivemos nos últimos dias.
Manifestações estranhas à Palavra de Deus fervilham em todas as igrejas (2 Ts
2.9; Ap 13.13). É necessário buscar os dons de sabedoria, ciência e
discernimento para se manter a pureza da doutrina cristã. Daí, a grande
necessidade desses dons em nossos dias, principal mente na vida dos líderes. Se
os buscarmos com todo o empenho, certamente Deus no-los dará.
Divulgação: www.subsidiosebd.com | Fonte: Lições Bíblicas
Jovens e Adultos – 1° trimestre de 1998 - CPAD