INTRODUÇÃO
Jesus ensinava à beira-mar.
Para evitar atropelos e obter melhor comunicação, Ele subiu em um barco e,
assentado, continuou sua prédica, e ministrou muitas lições e doutrinas para o
povo, que permanecia na praia (Mc 4.1,2). Pequena em conteúdo textual, mas
grande em verdades espirituais, a parábola da candeia (Leia Marcos 4.21-25)
serviu para os ouvintes daquele tempo e ainda é útil para nós, os cristãos de
hoje, e todos os que desejam estabelecer a vontade de Deus em suas vidas.
I.
LUGARES INADEQUADOS PARA A LUZ
1.
Debaixo do alqueire.
O alqueire era uma antiga
medida para cereais e líquidos. O que nos importa não é o objeto em si, mas o
fato de alguém colocar uma candeia ou uma lâmpada debaixo de tal utensílio. Se
isso acontecer, certamente a luz será apagada, visto que não haverá o ar, que
contém o oxigênio, elemento necessário à combustão ou queima do pavio, formado
de algodão ou de outro material apropriado para queimar e fornecer luz. Com
base neste fato experimental, uma lição nos parece adequada. O crente em Jesus
é a “luz do mundo” (Mt 5.14a). Ao esconder-se, com vergonha de manifestar-se
aos outros, ficará debaixo do “alqueire” do comodismo, do medo, da indiferença
para com sua missão, e perecerá, ao apagar-se, por falta de “oxigênio” do
Espírito Santo.
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2.
Debaixo da cama (Mc 4.21).
Jesus tomou como exemplo um
tipo de luz, usado em sua época. A candeia constituía-se de um recipiente de
barro ou de metal, em que se colocava óleo ou azeite. Ele embebia um pavio, o
qual, inflamado, produzia luz. Ora, tal modalidade de iluminação, se colocada
debaixo de uma cama, resultava em um desastre. Primeiro, porque não cumpria sua
finalidade, ou seja, de dar luz ao ambiente. Segundo, pior ainda, porque podia
provocar um incêndio. O alqueire, como vimos, não permitia sequer que a luz
ficasse acesa, por falta de oxigênio. Debaixo da cama, a candeia permanecia
acessa, mas não iluminava o ambiente e ainda oferecia o risco de causar um
sinistro. Esta é a figura do crente que não deseja ser identificado, talvez por
motivos os quais não o recomendem bem. Pode ser também o tipo do que se esconde
sob o comodismo. Ou, ainda, o que pensa em ocultar-se, e causa escândalo
(incêndio). O Senhor dizia para Israel: “Levantai-vos e andai, porque não será
aqui o vosso descanso;...”(Mq 2.10). Jó dizia: “Na verdade, a luz dos ímpios se
apagará, e a faísca do seu lar não resplandecerá” (Jó 18.5).
II.
A LUZ NO SEU DEVIDO LUGAR
1.
O que é o velador? (Mc4.21b).
É um suporte no qual se
coloca uma candeia, um lampião ou uma vela, de modo que alumie a todos. Normal-
mente, onde ainda existe tal utensílio, em lugares mais pobres, ele é fixado em
local elevado. O velador é símbolo do lugar onde o crente, como luz do mundo,
deve sempre estar.
Esta localidade deve ser
elevada moral e espiritualmente. Moisés, quando falou ao povo de Israel sobre
as bênçãos prometidas, assim se expressou: “E o Senhor te porá por cabeça, e
não por cauda: e só estarás em cima, e não debaixo, quando obedeceres aos
mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te ordeno para os guardar e fazer” (Dt
28.13). Que promessa grandiosa! Não devemos confundir as expressões “estar em
cima” e “ser maior”. A primeira significa estar na posição mais elevada, a de
servo de Deus, cm obediência a sua vontade, com humildade e amor. Os humildes
serão exaltados (Lc 14.11 b).
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2. Onde o crente deve
brilhar?
a)
No meio da família.
No lar, no seio da família,
entre seus parentes, a gente descobre se uma pessoa é verdadeiramente luz ou
não, segundo o conceito da Palavra de Deus. Muitas vezes, sofre o desprezo dos
seus (Jó 31.34), em especial, o novo convertido; as relações familiares, no
dia-a- dia, às vezes, trazem conflitos entre os cônjuges, pais c filhos e vice-
versa; e irmãos carnais. O lar toma- se palco de batalhas espirituais
tremendas, e desafia a fé e a firmeza do crente. Mas ele é o velador número um,
onde a sua luz (seu testemunho) deve iluminar. José, filho de Jacó, soube
brilhar no lar, mesmo aborrecido pelos irmãos (Gn 37.3,4).
b)
No trabalho.
É um “velador” difícil.
Cercado de colegas incrédulos, zombadores, escarnecedores, usados pelo Diabo, é
no ambiente de trabalho onde o cristão tem a oportunidade de brilhar ou ser
apagado. Para iluminar, basta estar cheio do Espírito Santo, do azeite do
Senhor. Para ser apagado, é só ficar debaixo do “alqueire”, acomodado, acuado,
sem saber a maneira própria de conviver no meio profissional. José, o jovem
hebreu, vendido pelos irmãos e feito escravo no Egito, deu excelente testemunho
no trabalho (Gn 39.3-6).
c)
Na escola.
O ambiente escolar constitui
um meio usado pelo Diabo para desencaminhar muitos servos do Senhor.
Professores materialistas, adeptos dos cultos aos demônios, discípulos da
chamada “Nova Era”, alguns até homossexuais, incutem valores anticristãos entre
os alunos. Jovens crentes, com medo e vergonha de manifestar sua fé, ficam “de-
baixo do alqueire” e acabam liquidados em sua fé. Mas Deus deseja que seus
servos brilhem como testemunhas fiéis. Como exemplo, temos o de Daniel, que
preferiu “não se contaminar com a porção do manjar do rei, nem com o vinho que
ele bebia...” (Dn 1.8,15). Este jovem estudou na “universidade” da Babilônia,
mas brilhou para a glória de Deus.
d)
. Diante dos homens.
Em passagem correlata, Jesus
disse: “Vós sois a luz do mundo: não se pode esconder uma cidade edificada
sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no
velador, e dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça a vossa luz
diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao vosso
Pai, que está nos céus” (Mt 5.14- 16). Isso nos fala do testemunho em geral,
não só de palavras, mas das obras do cristão, perante os homens. Muitos não
conseguem brilhar diante de certas pessoas. Em lugar do óleo da unção do
Espírito, deixam-se apagar pela água suja da influência dos ímpios. As boas
obras são indispensáveis a todos os salvos (Ef 2.10; Tt 2.10c).
e)
Na igreja.
Na Igreja universal, só Deus
sabe quem, de fato, emite a verdadeira luz. Na local, no entanto, o testemunho
das pessoas evidencia o brilho de sua luz. O testemunho do verdadeiro crente
manifesta-se através do fruto do Espírito: “caridade, gozo, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (G15.22). É preciso lutarmos,
para vencermos os inimigos que nos querem apagar a luz divina. E eles são
muitos (Ef 6.12). Estes adversários fazem com que o cristão deixe de andar em
Espírito e passe a manifestar as obras da carne, cuja lista é tenebrosa (G1
5.19-21). Além do fruto do Espírito, que deve ser cultivado pelo cristão,
busquemos os dons espirituais, que ornamentam e edificam a Igreja (1 Co
14.1,12).
III.
NADA FICARÁ OCULTO
Após enfatizar que a luz
deve brilhar no lugar adequado, o Senhor Jesus disse que “...nada há encoberto
que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser
descoberto. Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”. De duas formas, tudo será
revelado:
1.
Positivamente.
Jesus mandou proclamar o que
Ele dissera em oculto e pregar até sobre os telhados (Mt 10.26,27); o que os
crentes fiéis fizerem de bem, não ficará oculto, esquecido. “A obra de cada um
se manifestará: na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta;
e o fogo provará qual seja a obra de cada um” (1 Co 3.13). E haverá recompensa
ou galardão pai a os que realizaram obras de valor para Deus (1 Co 3.14).
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um
receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal” (2 Co
5.10).
2.
Negativamente.
Os ímpios pensam que as más
obras, os pecados terríveis, os crimes hediondos nunca serão descobertos pela
Justiça, pois ficarão para sempre ocultos. Terrível engano. No Juízo Final,
diante do Trono Branco, João viu “os mortos, grandes e pequenos, que estavam
diante do trono, e abriram-se os livros: e os mortos foram julgados pelas
coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (Ap 20.12). Aos
abomináveis, homicidas, fornicários, feiticeiros, idólatras e a todos os
mentirosos, está reservado o destino tenebroso de serem lançados “no lago que
arde com morte” (Ap 21.8). Ninguém escapará daquele cujos olhos são “como chama
de fogo” (Ap 1.14). Após ressaltar a dura verdade, segundo a qual nada ficará
oculto, o Senhor disse que se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça. Não é só
escutar, mas entender e guardar a advertência divina.
IV.
A JUSTA MEDIDA
O Senhor Jesus, ao concluir
a parábola, chamou a atenção dos ouvintes, com uma paradoxal sentença: “Com a
medida com que medirdes, vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada.
Forque ao que tem, ser-lhe-á dado; e ao que não tem, até o que tem lhe será
tirado” (Mc 4.24,25). A primeira parle, pode ser entendida com base na “lei da
seme- adura e da sega”: o que o homem planta, colhe (G1 6.7).
Dá-nos a entender
que o homem, o qual fizer o bem, receberá de Deus não apenas o equivalente, mas
muito mais. Jesus disse que o receber um profeta, um justo, nesta qualidade,
alcançará galardão e quem conceder um só copo de água fria a um discípulo do Senhor, não perderá sua
recompensa (Mt 10.41,42). De outro modo, quem fizer o mal, também não receberá
somente o equivalente ao que cometeu, mas medida maior Ihe será acrescentada.
Quanto à segunda parte, de interpretação difícil, parece-nos razoável aceitar
que nada pertence ao homem, mas a Deus, seja pela vontade diretiva ou
permissiva. O que reconhece possuir bens por concessão de Deus e lhe for grato,
receberá mais ainda; o que não tem (por não reconhecer Deus em seus caminhos),
até o que possui (parece-lhe ter) ser-lhe-á tirado.
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Fonte: Lições Bíblicas Jovens e Adultos, 4° trimestre de 1994 - CPAD