Como membros do Corpo de
Cristo, somos chamados a testificar com palavras e ações, a fim de tornarmos o
Evangelho cada vez mais notório entre os homens. Não nos esqueçamos, porém, de
que possuímos um compromisso de real significação para com nossos semelhantes
nas necessidades do dia a dia.
Com o passar dos anos,
torna-se cada vez mais clara a necessidade da igreja em se engajar em certas
diretrizes da sociedade, o que implica na inequívoca afirmação de que na busca
de soluções para os problemas do mundo hodierno, entre tantos segmentos da sociedade,
encontra-se a Igreja.
Os fiéis em Cristo em momento algum
deverão se fazer omissos, mas precisam estar conscientes de que possuem grande
responsabilidade como povo de Deus incumbidos de promover a verdadeira
cidadania.
Por isso, somos conclamados à
comunhão. Ela permite o crescimento orgânico, promove uma atuação mais coesa e
o bom funcionamento dos órgãos e células do Corpo. Assim é o Corpo de Cristo.
Junto com a comunidade, a comunhão é a expressão mais clara do que é a igreja.
No dizer de Jesus, só assim o mundo vai conhecer que somos seus discípulos e
crer que Deus o enviou para libertá-lo da tirania do pecado.
Quando
Jesus disse "Edificarei a minha igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela", deixou clara a tamanha
responsabilidade para o povo que chama pelo seu nome. Assim, temos um grande
preço a pagar. Teremos lutas e sacrifícios, no sentido de tornar a noiva de
Cristo "sem mácula, nem ruga, nem cousa semelhante, porém, santa e sem
defeito", Ef 5.27.
Por consequência, a igreja
brasileira não pode ficar alienada dos deveres e responsabilidades que se
encontram inseridos não somente nas páginas das Escrituras Sagradas, mas também
na série de normas do comportamento humano, traduzidas nas leis reguladas em
sociedade e insculpidas no ordenamento legal de nosso país.
1 -
Lições Bíblicas de Jovens – 3° Trimestre de 2018 – Acesse
Aqui
2 -
Lições Bíblicas de Adultos – 3° Trimestre de 2018 – Acesse
Aqui
3 -
Lições Bíblicas de Adolescentes – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
Em
face disso, diz a Bíblia: "Aprendei a fazer o bem; atendei
à justiça, repreendei o opressor, defendei o direito do órfão, pleiteai a causa
das viúvas", Is 1.17. Ainda mais: "Assim diz o Senhor: Executai o
direito e a justiça e livrai o oprimido das mãos do opressor; não oprimais ao
estrangeiro, nem ao órfão, nem a viúva; não façais violência, nem derrameis
sangue inocente neste lugar", Jr 22.3. Em face desses ensinamentos,
estamos diante de grande tarefa. Pesa sobre os nossos ombros a inarredável
responsabilidade de estarmos constantemente envolvidos no solene compromisso de
não somente fazer o bem, mas, sobretudo, atender à justiça.
A par dos ensinamentos da
Palavra de Deus, somos também conscientizados de que milhões de pessoas pelo
mundo afora estão desamparadas. Não têm as condições básicas para sobreviverem,
e algumas delas morrem de fome todos os dias.
Outras não têm onde morar,
não têm roupas, nem água limpa, nem cuidados médicos. Enquanto isso, outras
estão a sofrer opressão políticas, quando lhe são negados os direitos humanos
básico - a maioria deles claramente definida em leis e especialmente protegidas
sob o manto da Constituição do país.
Terá a igreja que tomar para
si alguma preocupação diante desse quadro? Sim, não paira qualquer dúvida. O
Senhor Jesus nos chamou para que sirvamos na comunhão de sua Igreja. Dessa
forma, podemos servir com a nossa mente também voltada para as obrigações de
âmbito legal. Isso nos interessa de perto. A igreja cabe não somente viver e
proclamar o Evangelho, mas também servir no espírito do Evangelho. Eis aí a
ênfase dos profetas nos textos citados atrás. Significa que, desse modo, a
igreja estará fazendo ouvir sua voz profética, agindo dentro do seu alcance.
Se a igreja deve possuir
preocupação com a boa ordem do Evangelho, deverá então obedecer a uma série de
primados legais, pautando no sentido de que todo o Corpo esteja bem ajustado.
Em torno do assunto, resultariam indagações de forte conteúdo, todas voltadas
ao interesse da igreja e de sua liderança, assim nos parece. Deve a igreja no
Brasil permanentemente estar obrigada a conhecer as leis brasileiras? Até que
ponto esse ordenamento legal interessará à igreja? Terá a liderança o dever de
conhecê-las, no sentido de poder aplicá-las para o bem do seu ministério e, em
particular, do rebanho que ela conduz?
Respostas a esses
questionamentos devem possuir um conteúdo não somente pragmático, mas puramente
positivo, posto que as leis estão ao dispor de todo o cidadão para a
observância e obediência.
Por
isso, a recomendação inserida no artigo 5° da Lei de Introdução ao Código
Civil, que adverte: "Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não
a conhece". A necessidade é inequívoca.
Outra
pergunta que se impõe é simples: Que preocupações legais seriam essas?
Admitindo a inviabilidade de uma postura de indiferença, que não caberia à
igreja qualquer preocupação nesse particular, sobram pelo menos três atitudes
básicas que podem ser adotadas pela igreja e sua liderança, perante o nosso
ordenamento legal, considerando que a Bíblia ensina a sujeição a toda
instituição humana por amor do Senhor, conforme 1 Pedro 2.3-17.
1. Conhecimento das leis - Ainda que tal conhecimento seja em resumo, proporcionando
a si mesmo uma visão panorâmica, a igreja não deve se descuidar dessa
necessidade. Tal postura faz parte dos deveres de cada cidadão para com o
Estado.
Apóstolo
Paulo não fugiu da responsabilidade de bem orientar os cristãos romanos para o
exercício da cidadania, conforme podemos examinar no texto de Romanos 13.1-7.
Para
o bom êxito no cumprimento de seus deveres, é possível que o apóstolo tenha
orientado os irmãos no sentido de buscarem conhecer mais de perto as leis do
Estado. Para isso, não há obrigação de se ter que ingressar numa universidade e
cursar Direito e se tornar renomado jurista. Outras instituições e pessoas,
nesse particular, poderão prestar tão importante ajuda, sem que esqueçamos que
livros sobre 0 assunto estão ao nosso alcance no dia de hoje.
2. Obediência às leis - Pelo Brasil afora, igrejas há que por não estarem
comprometidas inteiramente com a Palavra têm passado por indesejáveis
constrangimentos: ignoraram as leis; ainda mais, infringiram-nas.
Em
detrimento da obediência, preferiram ignorar as leis, o que resultou em
prejuízos incalculáveis, alguns de ordem material, administrativa, financeira
e, pasmem, de ordem moral. Evitar esse somatório de coisas maléficas, atentando
para o fato de que obedecer a Deus significa observar o que a Palavra manda,
será atitude cristã de prudência da parte de todos, seja ministério ou
membresia.
3. Cuidado na observância e
aplicação das leis - Estamos no mundo
dos direitos e, com acerto, afirma certo tratadista que "vivemos a era dos
direitos garantidos". O Brasil é o país que tem lei para todo gosto. Esse
também foi um dos resultados do advento da Constituição de 1988. Por
isso, há que se ter cuidado na observância das leis, mais ainda em face da
aplicação no mundo dos negócios das discussões, nas tomadas de decisões, nos tratos
pessoais, resultando a afirmação de que preocupação como essa requer diligente
cuidado da liderança eclesial, sem acepção de pessoas.
ATENTANDO PARA OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS
Nossa
Constituição prescreve no artigo 5° uma série de direitos e deveres individuais
e coletivos, princípios que não devem ser olvidados pela igreja, em particular
pela liderança e membresia.
Os princípios fundamentais da Constituição
contemplam a dignidade da pessoa humana, a qual devemos respeitar. Foi pelas
pessoas que o Filho de Deus deu a vida, a fim de resgatá-las para o seu Corpo.
Daí porque não deve ser omitida a prática desse princípio em nosso meio. Convém
lembrar e dizer que, por falta dessa prática, crentes em Jesus têm sido feridos
em sua dignidade na Casa do Senhor, tendo como algoz, ora um outro membro ou o
líder de sua igreja.
O
homem, como natureza racional, tem o fim e a liberdade de escolher os meios
para alcançar a suprema independência, por sua vez só conseguida com a suprema
realização espiritual sob a dependência às leis divina, natural, moral e
jurídica. Estas leis participam, em sua essência e existência, não para o
constrangimento externo, mas para com o cumprimento da vontade divina.
Enfatizante
lição de pastor Wagner Gaby, em seu Manual Cívico-Jurfdico do Cristão,
ensina-nos que "o Estado em que vivemos é um Estado de Direito. A ação do
Estado está submetida à observância de regras e cabem aos indivíduos exigirem o
respeito das mesmas e fazerem valer os direitos que tais regras lhes conferem
perante as autoridades legalmente constituídas". Pontifica ainda o autor:
"É necessário que todo cidadão, principalmente o cristão, tome
conhecimento das leis, dos direitos e deveres, a fim de que se possa viver
seguro e feliz na comunidade".
Adaptação:
www.subsidiosebd.com | Fonte: rev. Obreiro,
N° 14, Ano 23 \ Artigo: Samuel Batista de Sousa