Subsídio para a classe de Adultos -
3°Trimestre de 2018|Aula 23 de Setembro. Por Ev. Jair Alves
Apresentação
O Tabernáculo era
santuário portátil que foi o centro do culto israelita até a construção do templo
de Salomão, é conhecido por vários termos na Escritura. Cada um de seus nomes lança
luz sobre um aspecto de sua função:
• Ele era comumente conhecido como "santuário"
(algumas traduções trazem "habitação") porque Deus havia escolhido viver
ali entre seu povo (Êx 25.8).
• Deus mantinha
audiências com o seu povo na “Tenda do Encontro" para aceitar os
sacrifícios e perdoar os pecados deles (Êx 28.43).'
• Como
"tabernáculo da aliança" ou "tabernáculo do Testemunho”, ele
abrigava as tábuas da aliança firmada entre Deus e seu povo (Êx 38.21).
Veja também:
Próximas Lições de Adultos
Próximas Lições de Jovens
Dentro do Tabernáculo, havia duas áreas
separadas por um véu: o Lugar Santo e, separado deste lugar e oculto por um véu
no qual estava bordado querubins, ficava o Lugar Santíssimo, o santuário
interior que abrigava a arca da aliança (Êx 26.31-34 - NAA). A Arca da Aliança
(Êx 25.10-22) ficava no Santo dos Santos, e a mesa dos pães da proposição (Êx
25.23-30), o castiçal de ouro (Êx 25.31-40), e altar do incenso (Êx 30.1-10) no
Lugar Santo. Do lado de fora da entrada ficava um altar para o sacrifício (Êx
27.1 -8) e uma pia de bronze para a purificação cerimonial
(Êx 30.12-21).
Era no Lugar
Santíssimo que o sumo sacerdote deveria uma vez por ano entrar para adorar a
Deus com um incenso preparado para àquela ocasião. Embora o altar de incenso estivesse no Lugar
Santo, era considerado também parte da mobília do Santo dos Santos juntamente
com a arca da aliança (Hb 9.1-10).
I- O LUGAR SANTÍSSIMO
Somente o sumo
sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos, e isso apenas uma vez por ano, no
Dia da Expiação. Não era uma questão de escolha humana - tratava-se de um
mandato divino. Qualquer sacerdote que desobedecesse morreria.
1. O dia para a entrada no Santíssimo
Lugar
A data determinada
era o décimo dia do sétimo mês (Lv 16.29; 23.26-32; 25.9; Nm 29.7-11). O calendário
judaico é descrito em Levítico 23 a importância do sétimo mês (que equivale à
nossa segunda quinzena de setembro e primeira quinzena de outubro). No primeiro
dia do sétimo mês, as trombetas eram tocadas para anunciar o começo de um novo
ano (Lv 23.23-25).
O décimo dia era o
Dia da Expiação (Lv 23.26-32), depois vinha a Festa dos Tabernáculos (ou Tendas),
que começava no décimo quinto dia do mês e durava uma semana (Lv 23.33-44).
O sumo sacerdote
tinha de repetir o ritual do Dia da Expiação a cada ano, mas Jesus Cristo veio
na hora certa (Cl 4.4, 5) para concluir a obra que ninguém mais podia terminar.
"Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo,
o pecado" (Hb 9.26). A morte de Cristo na cruz cumpriu o Dia da Expiação.
2. A expiação
O termo hebraico kapar, traduzido por
"expiação", é usado dezesseis vezes em Levítico 16 e significa, basicamente,
"resgatar, remover ao pagar um preço". O sacerdote colocava as mãos
sobre a cabeça do sacrifício simbolizando a transferência de todos os pecados
do povo para a vítima inocente, que morria no lugar deles. Expiação significa
que é pago um preço e que sangue é derramado, pois uma vida deve ser dada em
troca de outra (Lv 17.11).
a) A purificação no
Dia da Expiação (Lv 16)
Os
sacrifícios oferecidos no Dia da Expiação proporcionavam uma tríplice
purificação:
1)
Para o sumo sacerdote e sua família (Lv 16.6, 17),
2)
Para o povo de Israel (v. 1 7) e
3)
Para o tabernáculo (vv. 16, 20, 33).
Os sacrifícios
feitos na Terra purificavam o santuário terreno, mas o sacrifício de nosso
Senhor purificou as "coisas celestiais" (Hb 9.23) com o sangue de um
sacrifício mais elevado.
b) A lição do Dia da
Expiação
O Dia da Expiação
ensina sobre a salvação é que não pode haver salvação do pecado sem
derramamento de sangue (Hb 9.22). Aqueles que rejeitam essa ideia e afirmam que
querem apenas a "religião amorosa de Jesus" devem ouvir o próprio
Cristo dizendo: "porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança,
derramado em favor de muitos, para a remissão de pecados" (Mt 26.28).
"O Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a
sua vida em resgate por muitos" (Mt 20.28).
SUBSÍDIO
BÍBLICO-TEOLÓGICO
|
De Tabernáculo para Templo
Quando os judeus se instalaram no território de Canaã, o
tabernáculo tomou uma forma mais permanente em Siló (Js 18.1; Jz 18.31).
Passou a ser permanente o bastante para que viessem a chamá-lo de templo,
para que Samuel e Eli morassem nele e para que portas de entrada fossem
abertas e fechadas (1 Sm 3.2,15). Mesmo depois dos filisteus terem destruído
Siló, se apossado da Arca da Aliança e a devolvido aos judeus via Bete-Semes
(1 Sm 6.1-10) e Quiriate-Jearim (1 Sm 7.2), ele continuava sendo uma espécie
de tenda-templo (2 Sm 6.17; 7.2) e ficou ali até que Salomão construísse um
templo permanente.
O
Templo de Salomão
O templo de Salomão seguiu o mesmo princípio geral que o
tabernáculo. Era um prédio dividido em duas seções para abrigar a Arca da
Aliança e os outros objetos santos — mesa, castiçal e altar do incenso.
Porém, havia diferenças. A estrutura inteira era feita de pedras revestidas
de cedro e de metais preciosos e colocada sobre uma plataforma com degraus de
acesso.
Um pórtico de entrada foi construído na frente do edifício, e
esse era rodeado por três fileiras de pequenas câmaras que podiam ser usadas
para depósito, escritórios e acomodação pessoal. O templo era duas vezes
maior que o tabernáculo, não sendo, porém, muito impressionante; era feito de
pedra comum e tinha cerca de 35m de comprimento. Mais impressionantes eram os
objetos santos que ficavam logo depois do pórtico.
|
II - AS DIVISÕES E O
MOBILIÁRIO DO TABERNÁCULO
Legenda:
1)
Lugar Santíssimo (Êx 26.34; Lv 16)
2)
Lugar Santo – Santuário (Êx 26.34; 28.29)
3)
Véu Interior (Êx 26.31-33) - Dividia
os dois cômodos sagrados do Tabernáculo — o Lugar Santo e o Lugar Santíssimo. Simbolizava
a separação entre o homem e Deus por causa do pecado.
4)
A arca do Concerto (Êx 25.10-22;40.20; Is 3.14-17; 1Sm 4-6; 2Sm
6.-15) – A arca, uma caixa feita de madeira de acácia revestida de ouro por
dentro e por fora, tinha cerca de um metro e dez centímetros de comprimento por
70 centímetros de largura e 70 centímetros de altura. Um molde de ouro adornava
sua tampa. Em cada uma das extremidades de sua tampa se elevavam dois querubins
feitos de ouro batido. Essas figuras ficavam de frente umas para as outras,
suas asas se estendiam como proteção para a arca, como uma espécie de pálio. A
arca tipificava a presença de Deus com o seu povo (Êx 25.22) e os querubins, o
seu trono (1Sm 4.4; Is 37.16).
Dentro
da arca foram colocadas as tábuas de pedra da aliança (Êx 25.21), um jarro com o
maná (16.33) e a vara de Arão (Nm 17.10). As tábuas da lei lembravam ao povo de
que Deus faria cumprir os termos da aliança que firmara com eles. No Dia da
Expiação anual, o sangue dos animais sacrificados era aspergido sobre a tampa
da arca, que cobria as tábuas que definiam os termos que o povo havia
transgredido (Lv 16.14-30).
5)
Altar de Incenso (Êx 30.1-10) – Ficava
em frente do véu. Era utilizado para queimar o incenso especial de Deus e era
também um símbolo da aceitação da oração.
6)
Mesa para os Pães da Proposição (Êx
25.23-30; Lv 24.5-9) – Sobre ela ficavam 12 pães representando todo povo de
Israel. Esses pães indicam a pessoa de Jesus como o Pão da Vida, o alimento do
povo de Deus.
7)
Candelabro de Ouro (Êx 25.31-39) –
Ele indica a iluminação e a direção do Espírito Santo.
8)
Bacia de Bronze (Êx 30.18;38.8; Lv 8.11)
– Simbolizando a Palavra de Deus, esta peça continha água na qual os sacerdotes
teriam de se lavar cada vez que ministrar no Altar do Holocausto.
9)
Altar de Holocausto (Êx 27.1-8) –
Essa peça, também chamada de Altar da Transferência, era a maior peça do
Tabernáculo e apontava para a cruz de Jesus. Simbolizava a reconciliação com
Deus através do sacrifício.
III - ALTAR DE INCENSO - SÍMBOLO DA
ACEITAÇÃO DA ORAÇÃO. (Êx 30.1-10; Ap
5.6-10)
Encontramos
no capítulo cinco de apocalipse a expressão “taças de ouro cheias de incenso” (v 8b -NAA), já em Levítico
16.12,13, vemos o sumo sacerdote pegando o incensário cheio de brasas de fogo e
dois punhados de incenso e levando para dentro do Santíssimo Lugar.
No
Apocalipse, muitas vezes as orações dos santos são comparadas ao incenso que
queimava em frente ao Lugar Santíssimo (Ap 5.8; 8.3,4). Esse incenso, uma
mistura nas exatas proporções de especiarias preciosas, era destinado somente a
Deus e em um lugar específico. Caso fosse usado de forma imprópria, o
transgressor, como castigo, seria excluído do povo de Deus (Êx 30.34-38).
A
oração é um ato de adoração e como tal só pode ser oferecida a Deus, que lhe confere
um grande valor e a considera como o incenso da antiguidade. As orações não
devem ser dirigidas ao imperador romano, à sua imagem ou a qualquer outro ser —
qualquer que seja o dever cívico que alguém possa reclamar. Isso significa a
“adoração da Besta” (veja o tópico relacionado à adoração da Besta em 13.4). A
violação desse princípio resultará exatamente no mesmo castigo imposto por Deus
aos israelitas: o transgressor deverá ser excluído para sempre (14.9-11; cf.
20.4).
1.
O crente e a oração
Oração
é o ato pelo qual o crente, através da fé em Cristo Jesus e mediante a ação
intercessora do Espírito Santo, aproxima-se de Deus com o propósito de
adorá-lo, render-lhe ações de graça, interceder pelos salvos e pelos
não-salvos, e apresentar-lhe as petições de acordo com a sua suprema e
inquestionável vontade (Jo 15.16; Rm 8.26; 1 Ts 5.18; 1 Jo 5.14; 1 Sm 12.23).
2.
Combinando oração com jejum
O
exercício espiritual de jejuar e orar longamente, em face de uma necessidade
urgente, não pode ser encarado como um artifício para se obter a atenção de
Deus ou sua aprovação àquilo que desejamos. Apesar de o jejum ter consigo mesmo
uma recompensa toda peculiar, tal recompensa diz respeito mais àquele que jejua
do que ao objetivo final da oração. A prática da oração associada ao jejum deve
resultar numa percepção espiritual mais aguçada e num aumento de fé. A oração e
o jejum podem trazer valiosas contribuições à vida do crente ou de toda a
congregação, embora nunca se deva permitir que sua prática degenere numa
formalidade vazia ou numa tentativa de manipular Deus [...]”. (BRANDT, R. L.; BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração.
3.ed., RJ: CPAD, 2003)
3.
O exemplo de Jesus na oração
a)
Na escolha dos apóstolos
Jesus
precisava escolher seus discípulos e não fez isso de improviso, nem segundo
critérios puramente humanos. Antes de fazer a difícil escolha, Ele “subiu ao
monte a orar e passou a noite em oração a Deus”. Quando o dia raiou, Ele se
levantou, “e escolheu doze deles, a quem também deu o nome de apóstolos” (Lc
6.12,13).
b)
Antes de ir ao Calvário
Jesus
orou a Deus, rogando por seus discípulos (Jo 17.1,9,20). Mais tarde, às
vésperas de encarar o Gólgota, Jesus foi ao monte das Oliveiras, como era seu
costume (Lc 22.39) e, ali, no Getsêmani, orou intensamente, submetendo-se à
vontade de Deus (Lc 22.42). Do início ao fim do seu ministério, Jesus nos deu o
exemplo de oração. Se quisermos vencer na vida cristã, teremos que nos dedicar
à oração.
c)
Em momentos difíceis
Diante
do sepulcro de Lázaro, morto há quatro dias, Jesus orou ao Pai,
agradecendo-Lhe, por sempre o haver ouvido (Jo 11.41,42).