Subsídios Bíblicos: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ - Nova Edição

Revista Cristão Alerta : Edição 20, 1° trimestre de 2025: EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ   Subsídios Bíblicos : EM DEFESA DA FÉ CRISTÃ A Revista Evangélica Digital é uma fonte confiável de subsídios bíblicos que oferece os melhores recursos para professores e alunos de Escolas Bíblicas, especialmente para as lições dominicais de adultos da CPAD. 📚 VOCÊ ENCONTRA NESTA EDIÇÃO Subsídios para todas as lições bíblicas, classe dos adultos: Subsídios Lição 1: Quando as Heresias Ameaçam a Unidade da Igreja   Subsídios Lição 2: Somos Cristãos     Subsídios Lição 3: A Encarnação do Verbo Subsídios Lição 4: Deus É Triúno       Subsídios Lição 5: Jesus é Deus Subsídios Lição 6: O Filho É igual com o Pai Subsídios Lição 7: As Naturezas Humana e Divina de Jesus Subsídios Lição 8: Jesus Viveu a Experiência Humana    Subsídios Lição 9: Quem é o Espírito Santo?     Subsídios...

O equilíbrio entre o espiritual e as obras sociais

No campo da moral e na área espiritual encontra- se a Igreja com obrigações de solidariedade humana e assistência espiritual contínua. Todas as pessoas possuem naturalmente uma predisposição para alguma espécie de religião. Preferencialmente, as que tratam de práticas relativas às coisas sagradas e de solidariedade humana. Cristo nunca ignorou essa tendência humana, ao contrário, o próprio Jesus, no ensejo da sua missão terrena, procurou revolucionar o interior humano.

Cristo conhecia a carência espiritual do seu povo e, sobretudo, era consciente da miséria social que desqualificava sua gente. Cristo Jesus não tinha de quem cobrar providências ou melhor atendimento aos então portadores de necessidades especiais. Ele mesmo se encarregou de dar o exemplo vivo e eficaz em favor dos seus seguidores.
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Do exemplo acima nasceu o ministério público de Jesus, formatado no seu Evangelho agregador e compadecido, fato gerador da obrigação ordinária da Igreja no tocante à beneficência e dimensão extraordinária do Reino de Deus pelo poder divino do Pai. Jesus Cristo, ao ordenar os seus apóstolos a pregar o Evangelho tanto em Jerusalém como em todos os lugares diferentes e até os confins da terra (At 1.8), visava impor aos apóstolos uma visão evangelística de características ímpares e agregativas. Eis que a pregação original da Igreja nascente estava consubstanciada à obrigação evangelística da fusão de dois povos, judeus e gentios. Tratava-se da incorporação do remanescente pós-pascal com os gentios neocristãos.

Sucede, todavia, que esta mudança de sistema religioso ocorreu de forma repentina, refletindo nos fundamentos do Estado e das sociedades religiosas tradicionais da época. Por conseguinte, em oposição às ideias dos sistemas filosófico, político e religioso contemporâneos a Cristo, nasceu a primitiva Igreja. Neste cenário, Cristo Jesus instituiu a sua Igreja com pelo menos duas obrigações estruturais: a espiritual e a social.

Acresce que a Igreja foi confiada ao pastor. Logo torna-se imperioso que se cobre deste representante eclesiástico uma posição de caráter permanente, no sentido de contribuir mais e mais em favor do progresso espiritual e material do seu liderado crente. Compete ao pastor propiciar oportunidades diversas no contexto da igreja. Em especial, motivar e dar oportunidades para o estudo da Palavra de Deus, promover diária de louvor com testemunhos e ministração especializada da Palavra de Deus.

Quando pensamos em avaliar ou considerar o aspecto espiritual da nossa vida, imediatamente nos lembramos da Igreja. Mesmo sabendo que o relacionamento individual do homem está ligado a Deus, primeiramente, somos obrigados a reconhecer que o cristão é grandemente ajudado pela Igreja. Na área espiritual, é imprescindível que o crente adquira o hábito da frequência congregacional para compartilhar sua fé com os demais consubstanciados na adoração, no louvor e na gratidão a Deus através do exercício diário do culto racional.

Falamos da Igreja enquanto comunidade que reconhece o Senhor Jesus como ser divino, que se compõe de todos quantos estão realmente unidos. Grupo chamado por apóstolo Paulo de santificados em Cristo Jesus. Tratamos aqui da Igreja, sem mácula e nem ruga, em que todos professam estar unidos em Cristo na fé e na obediência à Palavra de Deus. Tratamos da Igreja espiritual que descende dos crentes primitivos, cujo pastor, em face de sua posição especial diante dos fiéis, segue o modelo apostólico da autoridade sem autoritarismo. Esses pastores, de igual modo, reconhecem, como reconheciam os apóstolos, não serem os únicos no governo da igreja. Primitivamente, além dos apóstolos, exerciam funções governativas os anciãos (ou bispos) e os diáconos, inclusive comissionados especiais e periódicos para serviços específicos (1Tm 1.3 e Tt 1.5).

A IGREJA E SUA OBRIGAÇÃO ESPIRITUAL
A igreja que preserva sua obrigação espiritual modela-se nos considerandos abaixo:

- Realiza seus cultos a Deus fundamentada na pregação bíblica, nas doutrinas e costumes, consagrados ao longo do tempo, e dispensa inovações espúrias que contagiam e contaminam a sua pureza espiritual;

- Prima pelo estudo e ensino sistemático da Bíblia e matérias teológicas correlatas, sem muitas escoras filosóficas ou de cátedras seculares;

- Adota a oração como expressão natural dos sentimentos religiosos capazes de gerar respostas de bênçãos divinas;

- Respeita sempre o princípio da preordenação tanto da oração como da resposta divina e, pela oração, invoca o nome de Deus, rendendo-lhe glória e domínio eterno;

- Exalta a Deus de todo o coração com um cântico ungido pelo Espírito Santo de Deus. Através do louvor, atrai o pecador, instala no culto o poder de Deus e abre as portas das bênçãos com glorificação ao Todo-Poderoso;

- Rejeita hinos com letras de protesto e desabafo político e social, inclusive, músicas cujo ritmo evidencia o forró, a timbalada, o pagode etc, e dá primazia aos hinos de louvor a Deus, consoante, posto no livro de Atos dos Apóstolos capítulo 2 e versículo 47;

- Administra os sacramentos do batismo nas águas e a Santa Ceia do Senhor, com especial tratamento, cuidado e reverência, não mistura estas cerimônias com outras realizações paralelas e concomitantes.

- As igrejas que preservam a doutrina sagrada costumam promever cultos com formatos especialíssimos, onde a Palavra de Deus deve ser ministrada de acordo com a essência das respectivas celebrações espirituais;

- É mister que o líder instrua os fiéis no tocante aos dízimos e as ofertas alçadas, inclua na liturgia de cada culto a leitura de um texto apropriado sobre o tema em causa e faça um breve comentário seguido de uma oração abrangente. No entanto, não se deve priorizar as bênçãos de bens supérfluos, mas de suprimento em favor de cada crente e para o bem-estar da igreja;

- Estimula cada crente na preservação e exercício diário do fruto do Espírito, garantindo aos salvos em Jesus Cristo o desfrutável benefício da caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Os frutos do Espírito é um portal para a outorga dos dons espirituais. Elementos pedagógicos e espirituais de capacitação sobrenatural que fortalecem, previnem, edificam e aperfeiçoam a Igreja de forma geral.

Enfim, é tarefa da Igreja dispensar tratamento especial ao Departamento de Missões. Engaja-se de forma direta e indireta nesta sublime obra que começa em torno de si mesma, com vistas à realidade desafiadora que exige imediata intervenção da Igreja como representante do Reino de Deus na terra. Prossigamos até os confins da terra, alcancemos tribos, povos e nações, independentemente da formação cultural ou espiritual e da localização territorial de cada povo.

Ao terminar as considerações acima, relacionadas a detalhes pertinentes à obrigação da Igreja, no campo espiritual, ingressemos na área da beneficência. Eis que, na qualidade de guardiã dos pobres, órfãos e viúvas, compete ao representante maior da Igreja, o pastor, desenvolver o sentimento humano, cristão e ético de assistência social entre os demais obreiros e os seus liderados, no sentido de cumprirem com as obrigações sociais, que é parte integrante dos filhos de Deus.
Obrigação de cunho social
"Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal", SI 41.1. Não pretendemos lavrar sentença condenatória de cunho eclesiástico contra alguém responsável por mecanismos que impedem a manifestação da vontade do crente sensível em praticar habitualmente o ato de fazer o bem. Queremos, sim, incentivar ao exercício da caridade, em especial, no seio da Igreja. Enfatizar essa missão específica para a qual Deus constituiu e designou o seu povo.
Apóstolo Paulo, corroborando com este tema de cunho puramente criativo, ressalta: "Para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se deem graças a Deus. Porque a administração deste serviço, não só supre as necessidades dos santos, mas também abunda em muitas graças, que se dão a Deus", 2Co 9.11-12.

Como pregaremos a realização de coisas extraordinárias em nossas igrejas pela manifestação do poder de Deus, mando não temos o menor interesse em realizar uma obrigação de cunho ordinário e de amparo social? Essa missão nos foi reservada como encargo exteriorizador da nossa generosidade cristã. É cômodo conduzir uma igreja alicerçada apenas nos aspectos espiritual e financeiro, sem, contudo, priorizar : caráter social. Os trabalhos de obras sociais é um ramo da justiça distributiva. E um segmento que legitima o cristão à pregação do Evangelho pleno.

"Para que a generosidade seja manifesta exteriormente, o coração deve antes estar enriquecido de amor e compaixão sinceros para com o próximo. Dar de nós mesmos e daquilo que temos resulta em:

(1) suprir as necessidades dos nossos irmãos mais pobres;
(2) louvor e ação de graças a Deus vl2); e,
(3) amor recíproco da parte daqueles que recebem ajuda (v 14) (Bíblia de Estudo Pentecostal, pg. 1782).

A utilização de estratégias de marketing, voltada para a responsabilidade social, faz aumentar o conceito da Igreja diante da sociedade e de Deus. A igreja deve agir com inteligência, seguir o modelo das grandes em- presas nacionais e internacionais que investem em projetos e obras sociais e associar a marca ou o nome à preocupação com o social.

A Igreja que não se preocupa em investir na área social deixa de cumprir uma das principais obrigações inerentes à missão de órgão agregador e restabelecedor das condições adversas do ser humano. A entidade que relega o plano de ação social estará fadada ao desdém e à desconfiança daqueles que potencialmente são autênticos mantenedores deste labor sublime. "Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras", Tt 2.18.

Há pastores que se limitam a pregar a salvação expiatória pelo sangue de Cristo e nada mais. Estes falam sobre João 3.16 o ano todo. Contudo, não podemos negar que existem avanços e desafios em nosso universo denominacional. Sempre há aqueles que fazem algum tipo de ação social. A igreja parece estar se conscientizando do dever como cidadã. "Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em alguma das tuas portas, na tua terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração, nem fechares a tua mão a teu irmão que for pobre...", Dt 15.7.

A sensibilidade de muitos pastores não se desenvolveu a ponto de alcançar o ser humano indigente, através das três características básicas da Igreja: a espiritual, a econômica e a social. A sensibilidade é, sem dúvida, uma das características mais nobres da inteligência humana. Jesus deu prova da importância destes atributos ao valorizar os pobres, órfãos, viúvas, prostitutas e deficientes físicos.

Será que todos os líderes assemblei- anos sempre viveram na fartura? Será que os sobreditos ministros do Evangelho fazem questão de serem confundidos na condição de amigos, com os seus velhos parceiros dos idos das vacas magras? Ou depois de assumir a presidência das igrejas fazem questão de ser tratados, singularmente, como estrelas no meio da membresia? Perguntamos se todos os nossos líderes eclesiásticos gostam de pastorear pobres, órfãos, viúvas e deficientes físico nos moldes preceituados pelo profeta F.zequiel. No entanto, sabemos de alguns líderes que não perdem a oportunidade de fazer parte do staffdos empresários, políticos, doutores, presidentes de grandes igrejas, convenções estadual e geral. Líderes que ignoram o princípio da compassividade e fecharam as portas de suas casas para a hospitalidade em suas Igrejas, o suntuoso está preterindo o humilde.

E provável que haja líderes que ao ler o livro do profeta Ezequiel, capítulos 16 e 34, versos 49; e versículos de 1 a 6, respectivamente, ouçam a voz secreta das próprias almas, reprovando o comportamento assistencial dos mesmos pela falta de boas ações humanitárias e pastorais. Vale ressaltar que a luta em favor do bem não será jamais perdida. E que cada ato de generosidade praticado permanece guardado para a eternidade.

Lições de execução dos pequenos atos, das atitudes aparentemente sem valor somam positivamente no computo social de qualquer entidade, principalmente de uma igreja que é reduto aglutinador de pessoas que precisam de socorro imediato. Cada ato de tolerância, amor e assistência material realizado, comovem a opinião pública e iça a comunidade que praticou no ranking das igrejas que estão habituadas em exercer o seu amor para com os necessitados.

Não sonhamos nem delíramos apenas e pelo que representa a nossa igreja; almejamos uma assistência social forte, participativa e modelar, cumprida com esmero e denodo, obviamente que em consonância com as condições financeiras de cada igreja autônoma. Reprovamos aqueles que em suas igrejas maquiam um departamento ou serviço assistencial, cujo "presidente" é sempre a esposa do pastor e o tesoureiro, a filha ou o genro do líder maior.

Mesmo que tal departamento seja subvencionado pelos poderes públicos ou pessoas físicas mantenedoras, preferem escalar os abatedores da cidade em busca de carcaças de frango. Em granjas, vão para pedir ovos de cascas trincadas. Socorrem-se dos supermercados em busca de alimentos prestes a vencer ou com suas datas de validade vencidas. Em seguida, fazem o maior estardalhaço, usando a figura da caridade, em nome de uma igreja que pouco participou na entrega de tais sobras. O exemplo de Cristo foi outro. Ele jamais desistiu de contemplar alguém com o melhor de si.

Pobres que honraram pobres "Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da Macedônia, como em muita prova de tribulação houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade", 2 Co 8.1-2.

Parafraseando Hebreus 13.22, "rogo-vos", pastores, "que suporteis" o peso desta "exortação", lembrando, no entanto, que embora a nossa denominação não seja um exemplo público de entidade religiosa prestadora de auxílio aos necessitados. Há, porém, pastores e igrejas pelo Brasil afora que estão cuidando do bem-estar físico e material dos comprovadamente carentes de pão, vestuário, asilo, creche, escola, clínicas etc. Igrejas que exercem a fé associada às obras. Igreja espiritual e socialmente humanizada pela materialização do amor. Igreja que oferece dupla esperança: a salvação em Cristo Jesus e a autoestima do ser humano antes abatido e desprezado, agora, erguido e elevado pelo apreço e consideração recebido do seu semelhante. Vidas que integram uma igreja compromissada com a justiça social, em virtude da grandeza de espírito dos seus congregados que, pela sensibilidade do seu pastor, prestam relevantes serviços de cunho social aos seus irmãos necessitados.

Reverberação: www.subsidiosebd.com | Autor: PR. David Tavares Duarte