Subsídio para a classe
de Adultos - Lição 8 - A Sobriedade na Obra de Deus | 3°Trimestre de 2018|Aula
19 de Agosto. Por Ev. Jair Alves
O nosso assunto de hoje e “o uso do Vinho” e a
Bebida forte (Lv 10. 8-11; Pv 20.1). Em Levítico, essa é a única ocasião em que
Deus fala diretamente a Arão, portanto deve tratar-se de uma ordem importante.
Não era permitido aos judeus beber vinho ou bebida forte, mas foram advertidos
da bebedice e do pecado que, com frequência, a acompanha (Pv 20.1; 23.20,29-31;
Is 5.11; Hc 2.15). Os que servem ao Senhor têm de ser um exemplo para os outros
e estar cheios do Espírito, não de vinho (Ef 5.18). Eles devem evidenciar a
diferença entre o santo e o profano por meio dos ensinamentos e do exemplo
(veja Ez 22.26; 42.20; 44.23; 48.14-15). O Novo Testamento segue essa mesma
abordagem (Rm 14.14-23).
1 - Lições Bíblicas de Jovens – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
2 - Lições Bíblicas de Adultos – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
3 - Lições Bíblicas de Adolescentes – 3° Trimestre de 2018 – Acesse Aqui
I – O OBREIRO “NÃO DADO AO VINHO” (1Tm 3.3)
Esta expressão (gr. me paroinon, formada de me,
que significa "não", e parainon,
palavra composta que significa literalmente "ao lado do vinho",
"perto de vinho" ou "com
vinho").
Em 1Timóteo 3.3, a Bíblia requer que nenhum pastor ou presbítero fique
"sentado ao lado do vinho" ou "esteja com vinho". Noutras
palavras, não deve beber vinho embriagante, nem ser tentado ou atraído por ele,
nem comer e beber com os ébrios (Mt 24.49).
1. A abstinência do
vinho
a) Pela liderança do Antigo Testamento
A abstinência total de vinho fermentado era a regra para reis,
príncipes e juízes, no Antigo Testamento (Pv 31.4-7). Era, também, a regra para
todos que buscavam o mais alto nível de
consagração a Deus (Lv 10.8-11; Nm 6.1-5; Jz 13.4-7; 1 Sm 01.14,15; Jr 35.2-6; Pv
23.31).
No deserto, os israelitas não bebiam vinho (Dt 29.6). Não usavam vinho
na Páscoa (Êx 12.8-10), pois o vinho fermentado contém fermento, e o fermento
era proibido. Mais tarde, introduziram o vinho na cerimônia. Isso não foi
ordenado por Deus.
Os sacerdotes não podiam beber quando estavam servindo no templo (Lv
10.8-10). Será que os cristãos de hoje, os sacerdotes do Novo Testamento (1 Pe
2.5,9), deveriam ter um padrão tão baixo quando servimos ao Senhor todos os
dias?
Encontramos no Antigo Testamento alguns caso de embriaguez e as
consequências dela.
Vejamos esses exemplos de Embriaguez.
(1)
Noé – Gn 9.20,21
(2)
Ló – Gn 19.30-38
(3)
Nabal – 1Sm 25.36
(4)
Elá – 1Rs 16.8-10
(5)
Bem-Hadade – 1Rs 20.16-21
(6)
Efraim – Is 28.7
(7)
Belsazar – Dn 5
(8)
Nínive – Na 1.10
ü Os profetas do Antigo Testamento bradavam contra as bebidas fortes. Habacuque 2.15 amaldiçoa os que dão bebida para o companheiro; veja Isaías
5.11-22.
ü Amós condena os judeus desocupados que bebem vinho em vasilhas porque os
cálices são muito pequenos (6.3-6).
b) Pela liderança e os liderados do Novo Testamento
Aqueles que dirigem a igreja de Jesus Cristo certamente não devem
adotar um padrão aquém do que vai aqui. Além disso, todos os crentes da igreja
são chamados sacerdotes e reis (1 Pe 2.9; Ap 1.6) e, como tais, devem viver à
altura do mais alto padrão de Deus (Jo 2.3; Ef 5.18; 1 Ts 5.6; Tt 2.2).
c) A recomendação da abstinência total
“Não
olhes para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no copo e
se escoa suavemente (Pv
23.31)”.
Não olhes para o vinho, quando se mostra
vermelho. Estas palavras não sugerem moderação, mas abstinência total
de bebidas inebriantes. É impossível que alguém sofra as consequências
da embriaguez e os tormentos do alcoolismo a não ser que beba.
2.
Cheio do Espírito Santo Sim! Cheio de Vinho não!
“E não vos embriagueis
com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito (Ef 5.18)”.
Em Ef 5.18, escrevendo para um povo muito dado ao vinho e que venerava
“Baco” (o “deus do vinho” para os
gregos) ou “Dionísio” (o “deus do
vinho” para os romanos), Paulo aconselha os crentes em Cristo, dizendo: “E não
vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito”. O
crente em Jesus Cristo substitui o vinho pelo gozo do Espírito (Gl 5.22). Em Ec 10.19, Salomão disse que “o vinho alegra a vida”. O crente, porém,
substitui a alegria momentânea do vinho pela alegria permanente do Espírito
Santo (At 13.52).[1]
a) Não vos embriagueis com vinho
A declaração de Paulo no versículo 18, demonstra que a plenitude do
Espírito Santo depende do modo como o crente corresponde à graça que lhe é dada
para viver em santificação.
Isso quer dizer que a pessoa não pode estar "embriagada com
vinho" e, ao mesmo tempo, "cheia do Espírito". Paulo adverte
todos os crentes a respeito das obras da carne; que os que cometem tais coisas
"não herdarão o reino de Deus" (Gl 5.19-21;Ef 5.3-7). Além disso,
"os que cometem tais coisas" (Gl 5.21) não terão a presença interior
do Espírito Santo, nem a sua plenitude. Noutras palavras, não ter "o fruto do Espírito" (Gl 5.22,23)
é perder a plenitude do Espírito (Ef 5.18; At 8.21).
b) Enchei-vos do Espírito
"Enchei-vos" (imperativo passivo presente) tem o
significado, em grego, de "ser enchido repetidas vezes". A vida
espiritual do filho de Deus deve experimentar a renovação constante (Ef 3.14-19;
4.22-24; Rm 12.2), mediante enchimentos repetidos do Espírito Santo.
O cristão deve ser batizado no Espírito Santo após a conversão (ver At
1.5; 2.4), mas também deve renovar-se no Espírito repetidas vezes, para
adoração a Deus, serviço e testemunho (At 4.31-33).
Experimentamos enchimentos repetidos do Espírito Santo quando mantemos uma fé viva em Jesus Cristo (Gl
3.5), estamos repletos da Palavra de Deus (Cl 3.16), oramos, damos graças e
cantamos ao Senhor (1 Co 14.15; Ef 5.19,20), servimos ao próximo (Ef 5.21 ) e
fazemos aquilo que o Espírito Santo quer (Rm 8.1-14; Gl 5.16; Ef 4.30; 1 Ts
5.19).
Alguns
resultados de ser cheio do Espírito Santo são:
(a) falar com alegria a Deus, em salmos, hinos e cânticos espirituais
(Ef 5.19), (b) dar graças (Ef 5.20) e (c) sujeitar-nos uns aos outros (Ef 5.
21).
v Paulo adverte os cristãos de não fazerem nada que leve seus irmãos
tropeçarem (Rm 1419-21; 1 Co 8.13). Paulo contrasta o encher-se do Espírito e o
embriagar-se (Ef 5.18) e, em Gálatas 5.21, enumera a embriaguez como uma obras
da carne.
v Pedro ensina os cristãos a se "abster(em) das paixões carnais, que
fazem guerra contra a alma" (1 Pe 2.11), e, já que a embriaguez é uma
concupiscência da carne (Gl 5.21), a abstinência
total é a melhor maneira de obedecer a essa admoestação. Como a
pessoa começa a vida de embriaguez? Ao tomar o primeiro drinque.
3. Um
Retrato da Embriaguez (Pv 23.29-35)
Em Provérbios 23.29-35, o sábio pinta com traços inesquecíveis o
retrato de um bêbado — imoral, insensível e irresponsável. Ao observarmos este
retrato, algumas perguntas precisam ser feitas.
ü Se o uso de vinhos mais suaves, com baixo teor alcoólico, na época
daquela cultura primitiva causou esse tipo de misérias, quem pode estimar as
consequências trágicas do uso de bebidas destiladas com elevado teor alcoólico
em uma sociedade que pulsa com as tensões de uma cultura complexa e que corre
na velocidade da era do jato?
ü Se o sábio falou com tanta intensidade contra a embriaguez dos seus
dias, qual seria a atitude dele com relação à sociedade dos dias de hoje que
bebe tanto e produz milhões de alcoólatras?
ü Se o Escritor de Provérbios (23.29-35), considerava a embriaguez tão
prejudicial na sua época de viagens e transporte não motorizados, o que ele
diria sobre o álcool e sua responsabilidade na carnificina dos acidentes
automobilísticos do nosso transporte moderno de alta velocidade?
SUBSÍDIO APOLOGÉTICO 1
|
Deus aprovou ou ordenou que pais, mães e crianças
israelitas se "regozijassem" diante dEle, tomando bebida alcoólica
e viciante?
Leitura Bíblica: Dt 14.26 - Este versículo concerne a ocasiões especiais de adoração e ação de
graças a Deus, por toda a família, a saber: homens, mulheres, jovens e crianças. O termo hebraico em Dt
14.26, para "vinho" (yayin),
pode significar o suco de uva fermentado ou não-fermentado.
O termo hebraico para bebida fermentada (shekar) admite a tradução "bebida
doce". A tradução acima, de yayin, elimina a dificuldade, i.e., o texto
aparentemente ordena que adultos e crianças adorem a Deus, tomando bebida
embriagante e viciante. Qualquer estudo visando a exata interpretação deste
versículo, deve levar em consideração as seguintes observações.
1) O propósito do culto de adoração era
"para que aprendas a temer ao SENHOR, teu Deus, todos os dias" (Dt
14. 23). A fim de adorar a Deus devidamente, e a aprender a temê-lo, é
necessário ao adorador estar totalmente sóbrio e temperante.
Note que Deus requer a abstinência total de bebidas
embriagantes, para que se distinga entre o que é santo e o que é profano,
para ensinar corretamente os seus mandamentos (Lv 10.9) e para fazer com que
ninguém esqueça da lei de Deus (ver Pv
31.4,5).
2) Os sacerdotes levitas deviam estar
presentes no culto de adoração (vv. 27-29). Deus ordenou que esses sacerdotes
se abstivessem de bebida embriagante (sob pena de morte) durante o seu
ministério sacerdotal (Lv 10.9). Seria totalmente contrário ao caráter santo
de Deus, Ele ordenar o livre uso de bebida embriagante aos fiéis, estando
estes acompanhados dos sacerdotes.
3) O evento em apreço tratava-se da Festa da
Colheita, durante a qual, produtos frescos do campo eram consumidos (v. 23).
Esse fato sugere que a bebida consumida aqui, era o suco novo e fresco de
uva.
4) Além disso, as recentes descobertas de
terríveis deformações causadas pelo álcool, em fetos no ventre materno,
deve-se levar em conta, antes de
alguém afirmar que um Deus onisciente, abençoou, aprovou ou ordenou que pais,
mães e crianças israelitas se "regozijassem" diante dEle, tomando
bebida alcoólica e viciante (BEP).
|
SUBSÍDIO APOLOGÉTICO 2
|
USO MEDICINAL DO VINHO
Primeira a Timóteo 5.23 refere-se ao uso
medicinal do vinho em uma época em que os médicos não tinham remédios
modernos. Dizer que temos o direito de tomar álcool, porque é usado em alguns
remédios, é tão razoável quanto dizer que podemos usar morfina, ou algum
outro narcótico, porque o dentista ou o cirurgião a usa em seus pacientes.
|
SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
|
Provérbios 20.1. O VINHO é
escarnecedor, a bebida forte alvoroçadora
Bebida forte (no hebraico, shekar) era feita de cevada, tâmaras
ou romãs. Não é bebida forte no sentido que nós darmos à palavra; pois antes da destilação ser
inventada pelos árabes, nenhuma bebida era mais forte do que 7-10 por cento.
1- Vinho e Bebida Forte na Bíblia -
O vinho era o suco da uva misturado com água para diluí-lo, mas a bebida
forte não tinha diluição.
2- Advertência contra a bebedeira
- Pv 23.29-35 - Essa passagem traz uma
poderosa advertência contra a bebedeira, apresentado em forma de um enigma
(v. 29) com sua resposta (v. 301. Após o enigma, vêm as exortações (vs.
31-32) e as descrições dos delírios do bêbado (vs. 33,35).
3- Transbordarão de vinho os teus lagares (Pv 3.10).
O hebraico tem duas palavras para vinho. Yayin, que significa vinho fermentado(A fermentação natural produz somente um conteúdo de 8% de
álcool), foi usado na passagem condenatória de Pv. 23.31-35. Tirôsh, usado em Pv 3.10, referindo-se
ao produto fresco do lagar, é exatamente o "mosto" ou "suco de
uva".
|
VEJA TAMBÉM:
II – A BÍBLIA E A ABSTINÊNCIA TOTAL DO VINHO
O pastor deve ensinar a abstinência total? O
que a Bíblia ensina? Existem 626 versículos na Bíblia que falam contra a
embriaguez e a ingestão de bebidas alcoólicas (Provérbios 29.1; 23.29-35:
Isaías 5.11-14,22,23; 28.3,7; Oséias 3.1; 4.11; 7.5; Amos 2.8; Efésios 5.18;
Gaiatas 5.21; (Levíticos 10.8-11; Provérbios 31.4,5).
O Novo Testamento, ensina claramente que nosso corpo é o templo do
Espírito Santo, e não deve ser contaminado (1Coríntios 6.12-20). O apóstolo
Paulo também avisou que a pessoa não pode se expor ao perigo da tentação usando
descuidadamente a liberdade; a evasão deliberada habitualmente é a melhor
defesa (1Coríntios 10.1-12). Beber moderadamente apresenta para alguns a
tentação de beber excessivamente; portanto, "aquele que pensa que está firme,
cuidado que não caia". O crente deve fugir da tentação. Além do mais, o
exemplo de um crente que bebe pode ser tropeço para um irmão fraco. "E
assim, pela consciência perecerá o irmão fraco, por quem Cristo morreu" (1
Coríntios 8.11).
Os japoneses têm um provérbio: "Primeiro o homem toma um drinque;
depois o drinque toma um drinque; a seguir, o drinque toma o homem". Qual
é o rumo certo a adotar? Recuse o primeiro drinque e continue recusando-o pelo
resto da vida. O indivíduo começa bebendo socialmente, depois diariamente e,
por fim, se toma um alcoólatra. Embora se esforce para abandonar o vício, a
bebida o prende como se ele estivesse algemado.
Paulo aconselha: "Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem
fazer outras coisas em que teu irmão não tropece, ou que se escandalize, ou que
se enfraqueça" (Romanos 14.21). Mais vale a preservação de uma alma
imortal do que todo o prazer que os homens possam desfrutar bebendo. Convém que
os crentes se abstenham completamente do álcool.
III - JESUS E O MILAGRE DO
VINHO
Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas.
E encheram-nas até em cima. E disse-lhes: Tirai agora, e levai ao mestre-sala.
E levaram. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de
onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a água), chamou
o mestre-sala ao esposo, E disse-lhe: Todo o homem põe primeiro o vinho bom e,
quando já têm bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom
vinho (João 2.7-10).
1. O vinho de Jesus não era fermentado (Alcoólico)
O que lemos em João 2.1-11, não dá a entender que o vinho que Cristo
fez era embriagante. Era vinho novo, e vinho novo nunca embriaga. Não dá
a entender que o Senhor fez álcool, o qual é produto de morte e de corrupção.
Ele produziu um vinho novo, não contaminado por fermentação. Não fez uma bebida
para alguém se embriagar, mas livrou a festa do desastre quando a supriu como
um refresco sadio, puro e sem álcool.
a) O vinho como metáfora de Jesus
Em outro lugar, Jesus usou o vinho como metáfora para indicar coisas
novas. Por exemplo, em Mateus 9.17 Jesus usou o vinho novo e os odres novos
para falar de uma coisa nova que Ele estava fazendo.
2. O tipo de Vinho do Milagre de Jesus, o
“Vinho Bom” (Jo 2.10)
No relato do milagre do vinho, é mencionados dois tipos de vinho: o bom e o inferior. Notemos que o adjetivo grego traduzido "bom" (Jo 2. 10), é kalos, que significa "moralmente
excelente ou apropriado".
O vinho "bom" era o vinho mais doce, vinho este que
podia ser bebido livremente e em grandes quantidades sem causar danos (Isto é,
vinho cujo conteúdo de açúcar não fora destruído através da fermentação). Já o
vinho "inferior" era
aquele que fora diluído com muita água.
O escritor romano Plínio afirma expressamente que o "vinho bom",
chamado sapa, não era fermentado. Sapa era suco de uva fervido até
diminuir um terço do seu volume a fim de aumentar seu sabor doce.[2]