Classe:
Jovens – 4°Trimestre de 2018 | Data da Aula: 04/11/2018
TEXTO DO DIA
Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um, para o que for útil (1Co 12.7)
SÍNTESE
Os dons espirituais, conforme relatados
em 1 Coríntios, não ficaram perdidos na história, nem devem ser desprezados, pois
o propósito é a edificação da Igreja.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
- 1 Co 12.1 Não podemos ser ignorantes para com os dons
TERÇA
-1 Co 12.4 O mesmo Espírito opera todos os dons
QUARTA
- 1 Co 12.1 O Espírito reparte os dons como quer
QUINTA
-1 Co 14.1 Devemos buscar o dom de profetizar
SEXTA
- 1 Co 12.30 Nem todos têm os mesmos dons
SÁBADO
- 1 Co 14.39 O falar em línguas não deve ser proibido
OBJETIVOS
•
REFLETIR a respeito da utilidade dos dons
espirituais;
•
EXPLICAR os dons espirituais a partir de 1 Coríntios;
•
DISCUTIR o cessacionismo e o continuísmo.
INTERAÇÃO
Professor (a),
na lição de hoje estudaremos as dádivas do Espírito Santo para a Igreja - os
dons espirituais. Eles não foram somente ofertados e distribuídos para os
crentes do primeiro século e não cessaram, pois enquanto a Igreja permanecer
neste mundo, ela precisa dessas concessões divinas para sua expansão,
edificação, exortação e consolo. Como pentecostais, sabemos que os dons são
ferramentas divina que contribuem para que a Igreja cumpra com a sua missão de
proclamar o Evangelho. Contudo, é importante ressaltar que os dons espirituais
não são evidências de espiritualidade e que não devem ser utilizados para o
nosso próprio deleite, mas para o fortalecimento da Igreja de Cristo até que
Ele volte (1Co 12.7).
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Professor (a), sugerimos que para a aula de
hoje você elabore um estudo de caso. O objetivo é debater a contemporaneidade
dos dons espirituais de forma dinâmica, mostrando as duas principais teorias a
respeito desse tema. Será preciso dividir a classe em dois grupos e criar uma
situação que envolva um diálogo entre dois crentes, um que é cessacionista
(reformado) e o outro que acredita no continuísmo dos dons (pentecostal). Os
alunos terão que apresentar argumentos que representem os dois grupos e
discutir a questão entre eles expondo para a turma o pensamento do grupo.
Conclua enfatizando que na Bíblia não encontramos nenhuma referência que
confirme o fato de que os dons tenham uma “data de validade", ou seja, que
deixariam de existir a partir de uma determinada data.
TEXTO
BÍBLICO
1 Coríntios 12.1-11
1 Acerca dos dons
espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 Vós bem sabeis que
éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 Portanto, vos quero
fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é
anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 Ora, há diversidade
de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 E há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 Mas a manifestação
do Espírito é dada a cada um para o que for útil.
8 Porque a um, pelo
Espírito, é dada a palavra da sabedoria: e a outro, pelo mesmo Espírito, a
palavra da ciência:
9 e a outro, pelo
mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar:
10 e a outro, a
operação de maravilhas; e a outro, a profecia; e a outro, o dom de discernir os
espíritos; e a outro, a variedade de línguas; e a outro, a interpretação das
línguas.
11 Mas um só e o
mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um
como quer.
INTRODUÇÃO
No último século, a
história cristã registrou em diversas igrejas a ocorrência de manifestações
espirituais semelhantes às relatadas por Lucas em Atos e pelo apóstolo Paulo em
1 Coríntios 12. Muitos cristãos passaram a ser usados por dotações do Espírito
Santo, os dons espirituais, e milhares de igrejas experimentaram um mover de
Deus sem precedentes. Seriam essas manifestações espirituais realmente vindas
de Deus, e se sim, com que propósito? Seriam para os nossos dias, ou estariam
restritas aos tempos bíblicos, e, portanto, inoperantes ou inexistentes em
nossos dias? É sobre a contemporaneidade dos dons do Espírito Santo, uma das
marcas mais importantes do pentecostalismo, que estudaremos.
I - A
UTILIDADE DOS DONS ES PIRITUAIS
1. O contexto dos dons em 1 Coríntios.
O que levou Lucas a
registrar no livro de Atos e na Epístola aos Coríntios, por inspiração do
Espírito Santo, o falar em línguas, profecias, revelações, operação de milagres
e curas? O que fez com que Paulo na Primeira Carta aos Coríntios mencionasse um
conjunto de dotações do Espírito Santo aos crentes da igreja local? Os
registros a respeito dos dons espirituais nos mostram que, após o Pentecostes,
o Espírito Santo não apenas continuou a batizar pessoas, mas também concedeu à
Igreja dons, presentes. Paulo escreveu a respeito desse assunto, para que os
crentes de Corinto aprendessem a lidar com essas manifestações, tanto na igreja
quanto fora dela (1 Co 12.1).
2. A edificação da Igreja por meio dos dons.
Paulo deixa claro que
"a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil" (1
Co 12.7), ou seja, os dons espirituais têm como propósito a edificação da
Igreja. Não raro, os críticos da doutrina pentecostal alegam que a igreja mais
pentecostal do Novo Testamento (a igreja de Corinto) era também a mais
desordenada e confusa, como se os dons espirituais fossem os responsáveis pelos
problemas daquela igreja. Se analisarmos o contexto da Primeira Carta de Paulo
aos Coríntios, veremos que, antes de tratar dos dons espirituais, ele abordou a
respeito do comportamento daqueles cristãos. Esta carta é um retrato de uma
Igreja que estava começando, e que, no processo de crescimento, precisava de
educação e disciplina. Mas dentro desse mesmo contexto, Paulo não diz que esses
problemas, naquela Igreja, eram atribuídos aos dons espirituais.
Quanto aos dons Paulo
afirma: "Não quero, irmãos, que sejais ignorantes" (1 Co 12.1);
"não proibais falar línguas" (1 Co 14-39) e "procurai com zelo
os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1). Essa é a
Palavra do Senhor. Se acreditarmos que os dons espirituais eram os responsáveis
pela desordem daquela igreja, então vamos atribuir esse problema também a Deus,
pois foi Ele que deu os dons. Mas, não é esse o caso, pois tudo que Deus faz é
perfeito.
3. Os dons espirituais glorificam a Deus.
Como os dons
espirituais são dados pelo próprio Espírito Santo, que “opera todas essas
coisas, repartindo particularmente a cada um como quer" (1 Co 12.11),
precisamos compreender que essas operações têm o objetivo de glorificar a Deus.
Por isso, quem recebe os dons espirituais precisa fazer uso deles com temor, de
forma correta, adequada e bíblica.
Aqui cabe uma
observação: Como os dons espirituais glorificam a Deus e edificam a Igreja,
Satanás faz o possível para que essas dotações sejam imitadas, e muitos
crentes, de forma inadvertida, decidem rejeitar os dons espirituais por causa
das falsificações de Satanás. Como crentes, devemos usar de sabedoria e não
deixar de fora da vida da Igreja os verdadeiros dons, pois estes não podem ser
rejeitados pelos simulacros do Inimigo. Só porque Satanás pode imitar algumas
manifestações, vamos penalizar as manifestações verdadeiras do Espírito?
Realmente não é razoável agir com esse entendimento. As imitações malignas não
podem nos fazer descrer do verdadeiro poder de Deus manifesto pelos dons
espirituais.
II - OS
DONS ESPIRITUAIS EM 1 CORÍNTIOS
1. Dons de elocução.
Os chamados dons de
elocução, assim descritos, são manifestos pela fala, a saber: a profecia, a
variedade de línguas e a interpretação das línguas. A profecia se trata de uma
mensagem dada diretamente por Deus, trazida pela vontade do Espírito e
transmitida de forma consciente, e como se depreende, é emitida na própria
língua da pessoa que está falando. A variedade de línguas e a interpretação
dessas línguas são dons que andam juntos, tendo em vista que essas línguas,
pelo contexto apresentado por Paulo, não são as mesmas que a pessoa fala para
edificar a si mesma. De acordo com as Escrituras Sagradas, as línguas, quando
interpretadas, têm o peso de uma profecia, pois edificam a Igreja, e não apenas
a pessoa que está falando.
2. Dons de sabedoria.
A palavra do
conhecimento, a palavra da sabedoria ou o discernimento de espíritos são
capacitações que Deus dá aos crentes para que, por um conhecimento puramente
divino, venham tomar decisões; saibam de acontecimentos que somente Deus poderia
mostrar; para que possam discernir se uma atividade ou manifestação estão sendo
produzidas realmente por Deus ou se são um simulacro de Satanás.
3. Dons de poder.
A fé, a operação de
maravilhas e os dons de curar (no plural, como descrito na Bíblia) são os
carismas que se manifestam de forma sobrenatural em prol dos servos de Deus,
trazendo a cura divina, a ocorrência de um milagre ou mesmo uma confiança fora
do comum sobre algo que Deus há de fazer.
III -
CESSACIONISMO E CONTINUÍSMO
1. O que é o cessacionismo?
É a teoria que
acredita que os dons espirituais, como relatados no Novo Testamento, só
existiram no primeiro período da história da Igreja. Essa época em que os dons
teriam cessado situa-se, para alguns, no momento da morte do último apóstolo,
João, no fim do primeiro século. Outros colocam o quarto século de nossa era
como a data do fim da validade dos dons espirituais. Essa teoria é divulgada
predominantemente por cristãos que aderem à denominada Linha
"reformada" de interpretação da Bíblia. Entre as alegações para o
cessacionismo está a convicção de que milagres e sinais foram usados por Deus
para reiterar a mensagem do evangelho, e que uma vez que o cânon sagrado foi
completado, os dons não teriam mais razão de existir. Se o cânon já foi
completado, não há mais espaço para novas revelações na Igreja, É dito ainda
que todos os cristãos possuem o dom do Espírito, e que a história mostra que os
dons cessaram.
2. O que é o continuísmo?
É a corrente
teológica adotada por pentecostais, que creem que os dons espirituais, como
mencionados por Paulo em 1 Coríntios, são correntes em nossos dias.
Pentecostais não consideram uma palavra profética, trazida por meio do dom de
profecia, uma palavra equivalente à uma nova revelação escriturística, pois
sabem que qualquer manifestação espiritual precisa ser avaliada à luz da Palavra
de Deus. Reconhecemos o ministério pastoral, dos presbíteros e diáconos, mas
entendemos que Deus continua, por meio dos dons espirituais, edificando a
Igreja. Todos os que nasceram de novo foram selados por Deus, mas esse selo não
é o batismo com o Espírito Santo, pois este se trata de um revestimento de
poder para testemunhar de Jesus.
3. O que a Bíblia diz?
Para que possamos
finalizar este assunto, devemos recorrer à Bíblia, autoridade máxima aceita por
todo crente comprometido com a Verdade. Enquanto vários pensadores cristãos,
avessos à contemporaneidade dos dons, ensinam que eles deixaram de existir
quando o último apóstolo morreu, a própria Bíblia jamais disse que os dons
tinham uma "data de validade”, ou seja, que deixariam de existir a partir
de uma determinada data.
Teólogos que criticam
o continuísmo se valem da ideia de que alguns dos pais da Igreja não viam, em
seus dias, as manifestações espirituais conforme relatadas no Novo Testamento,
e por isso, esses pais da Igreja entenderam que os dons cessaram por não serem
mais necessários para os seus dias. O fato de os chamados pais da Igreja não
mencionarem as manifestações dos dons ao longo da história não se comprova um
argumento idôneo para questionar o continuísmo. Um estudo honesto e profundo a
respeito da história da Igreja mostra que houve, sim, várias ocorrências de
manifestações ao longo da história. Além disso, a ideia de que os dons cessaram
por que não são mais necessários não é um argumento bíblico, e sim uma opinião
meramente humana.
O ensino de Paulo aos
Coríntios não proíbe a manifestação das línguas, mas orienta os coríntios sob a
forma correta dessa manifestação (1 Co 14.26-28). Se analisarmos o texto de
Paulo, veremos que ele pede que os dons sejam manifestos com ordem no culto,
sem atrapalhar a liturgia da congregação. Na prática, o apóstolo corrige não os
dons, mas sua utilização desestruturada no culto. E ele mesmo deixa claro:
"Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar
línguas" (1 Co 14.39). Essa é a orientação de Deus para a Igreja em nossos
dias. Podemos, sim, praticar os dons espirituais, se os recebermos. Paulo não
proibiu os dons espirituais, apenas ensinou a Igreja a tratar deles de forma
correta. E essa é a Palavra do Senhor, não sendo, portanto, passível de ser
contradita.
SUBSÍDIO
Os dons
espirituais, que são pela graça, mediante a fé, encontram-se na palavra grega
mais usada para descrevê-los: charismata,
‘dons livre e graciosamente concedidos’, palavra esta que se deriva de charis, graça, o imerecido favor divino.
Os carismas são dons que merecemos sem os merecermos. Dão testemunho da bondade
de Deus, e não da virtude de quem os receberam.
Uma das
falácias que frequentemente engana as pessoas é a ideia de como Deus abençoa ou
usa alguém; isso significa que Ele aprova tudo o que a pessoa faz ou ensina.
Mesmo quando parece haver uma 'unção', não há garantia disso. Quando Apoio
chegou a Éfeso pela primeira vez, não somente era eloquente em sua pregação;
era também 'fervoroso de espírito’. Tinha o fogo. Mas Priscila e Áquila
perceberam que faltava algo. Logo, o levaram (provavelmente, para casa, a fim
de participar de uma refeição), e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de
Deus (At 18.25,26). Era, pois o caminho de Deus a respeito dos dons
espirituais, que Paulo, como um pai, desejava explicar com mais exatidão aos
coríntios. A esses dons ele dá o nome de ‘espirituais’ em 1 Coríntios 12.1 (a
palavra dom não se encontra no grego). A palavra, por si mesma, inclui algo
dirigido pelo Espírito Santo e expresso através de crentes cheios do poder.
Nesta passagem, porém, Paulo limita a palavra no sentido dos dons gratuitos, ou
carismas, que passam a ser mencionados repetidas vezes (HORTON, Stanley M. A
Doutrina do Espírito Santo no Antigo e Novo Testamento. 12. ed. Rio de Janeiro,
CPAD, 2012, p. 225).
CONCLUSÃO
Cremos que os dons espirituais
são para os nossos dias, pois não há um versículo nas Sagradas Escritura que
comprove a sua revogação. O Corpo de Cristo continua sendo edificado por meio
dessas manifestações espirituais. A Primeira Carta aos Coríntios não é uma
forma de dizer à Igreja que pare de trabalhar com os dons em nossos dias, mas
sim que ela não deixe de buscar os dons espirituais e que os utilizem de forma
correta. O Deus que operou orientando os coríntios é o mesmo que opera em
nossos dias, repartindo os dons a cada um, conforme lhe aprouver.
HORA
DA REVISÃO
1- O que fez com que Paulo na Primeira Carta aos
Coríntios mencionasse um conjunto de dotações do Espírito Santo aos crentes da
igreja local?
Paulo escreveu a
respeito desse assunto para que os crentes de Corinto aprendessem a lidar com
essas manifestações, tanto na igreja quanto fora dela. Ele deixa claro que não
quer que os coríntios sejam ignorantes, que desconheçam a existência e a forma
correta de se tratar desses dons (1 Co 12.1).
2- Qual é o propósito dos dons espirituais?
Os dons espirituais
têm como propósito a edificação da Igreja.
3- Relacione os dons de poder.
Fé, operação de
maravilhas e dons de curar.
4- O que é o cessacionismo?
É a teoria que
acredita que os dons espirituais, como relatados no Novo Testamento, só
existiram durante um período da história da igreja.
5- O que é o continuísmo?
É a corrente
teológica adotada por pentecostais, que creem que os dons espirituais. como
mencionados por Paulo em 1 Coríntios, são correntes em nossos dias.