Tive o privilégio de crescer
em um lar evangélico, meus pais ensinaram-me as Sagradas Letras desde a tenra
idade. Durante minha trajetória cristã não descuidei de minha vida acadêmica e dediquei-me
aos estudos da teologia, pedagogia, filosofia, sociologia e ciências das
religiões. No entanto, os fundamentos da fé cristã não os aprendi nos bancos
acadêmicos e sim nas classes da Escola Dominical. Assim, reconheço a
importância da ED na formação do caráter cristão em minha vida. Contudo, eu não
teria sido impactado se a ED que frequentei não tivesse sido dinâmica no
processo do ensino-aprendizagem. Por isso, apresento neste artigo algumas
orientações, em especial ao superintendente de como agir para dinamizar o
ensino da ED:
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1. Aprimoramento pessoal.
O Superintendente precisa
ser dinâmico no processo ensino-aprendizagem das Escrituras. Não se pode
confiar à liderança a quem seja apático ou desinteressado. As Escrituras
requerem total dedicação de quem trabalha com o ensino (Rm 12.7). Nesta
perspectiva, o Superintendente deve ser capaz de motivar e influenciar seus
liderados por meio do exemplo em aprimorar seus conhecimentos pessoais.
Portanto, o Superintendente
deve manter-se atualizado quanto ao currículo bíblico, à aplicação das práticas
educativas e os processos de avaliação no âmbito da ED. O cuidado com a
doutrina, o estudo da Bíblia Sagrada e a teologia não podem ser negligenciados.
Outro aspecto a ser aprimorado é o zelo e o comprometimento para com a tarefa
que lhe foi confiada por Deus e pelo seu pastor. Deste modo, o líder deve se
esmerar em chegar no horário, se esforçar para não faltar, e ainda, se empenhar
no incentivo à Igreja em frequentar e se tornar assídua deste imprescindível
departamento de ensino cristão.
Aqueles que descuidam do
aprimoramento não irão adiante, e estarão fadados ao descrédito e ao fracasso.
Infelizmente muitos líderes de ED já estagnaram e se tornaram dirigentes de
monótonos cultos dominicais. Domingo após domingo, a mesmice de sempre, fazendo
e dizendo as mesmas coisas e como sequelas assistem passivamente a evasão dos
alunos. Tal atitude é extremamente prejudicial à educação cristã.
2. Qualificação do corpo docente.
Os quadros de professores
que integram a ED fazem toda a diferença na dinâmica do ensino da Palavra de
Deus. Diante desta assertiva o corpo docente não pode ser formado por leigos
sem aptidão para ensinar. Cabe ao Superintendente com o aval de seu pastor
indicar para a cátedra das variadas classes somente os vocacionados e os
capacitados para o magistério cristão.
Contudo é preciso admitir
que tal escolha, muitas vezes, torna-se uma árdua e difícil missão. Por vezes,
o líder da ED deverá prover os meios para a qualificação de seus professores.
Além dos eventos institucionais promovidos pela CPAD e CGADB que muito
contribuem na qualificação dos professores, o Superintendente pode e deve
promover eventos na Igreja local com o propósito de maximizar o ensino do
departamento sob sua liderança.
Neste propósito, o
Superintendente deve conhecer as deficiências elementares de sua equipe, as
reais necessidades de seu corpo docente e as principais limitações de seus
professores. Assim, os temas a serem abordados nos eventos devem ser definidos
somente após a análise detalhada dos problemas a serem equacionados.
Quando o Superintendente não
promove nenhuma atividade de melhoria, nenhuma distorção é corrigida e nenhum
equívoco é sanado, os mestres tornam-se enfadonhos e nada tem a acrescentar
para seus alunos. Seus métodos e didática de ensino tornam-se obsoletos e os alunos
desmotivados desistem das aulas e assim evadem-se da ED.
3. Adequação da Infraestrutura.
É lastimável que alguns
templos foram edificados sem a preocupação com o espaço destinado a ED. Deste modo,
por vezes, a liderança é obrigada a mesclar e até suprimir o número de classes
da ED. Neste caso, cabe ao Superintendente buscar meios para adequar os espaços
e assim propiciar dinamismo ao departamento de ensino.
Uma solução definitiva
requer a construção de novos espaços e reforma, mas, na falta de espaços e
recursos pode-se ajustar a estrutura existente. A nave do templo pode ser
dividida em várias classes espalhadas e equidistantes uma das outras. Outras
dependências podem ser usadas como salas, tais como, o refeitório, a
secretaria, o estacionamento e até mesmo o pátio da Igreja.
Ao fazer uso destes
recursos, o líder precisará de uma equipe coesa e compromissada, uma vez que a montagem
e desmontagem destes espaços deverão ocorrer dominicalmente.
Se nenhum destes ajustes for
possível ou até mesmo insuficiente para a demanda, então o Superintendente
poderá buscar espaços junto ao poder público, tais como, escolas, creches e até
praças. Por fim, ainda é possível, em comum acordo, fazer uso das instalações
das moradias de membros da Igreja que residem próximo do templo e que estejam
dispostos a cooperar.
Todos têm consciência dos
prejuízos que as limitações de infraestrutura podem acarretar à ED, porém, com
um pouco de boa vontade é possível equacionar estas dificuldades em lugar de
usar as deficiências estruturais como pretexto em não se conduzir uma ED
dinâmica.
4. Planejamento
exequível.
Chama-se "planejamento exequível"
aquele que pode ser executado, isto é, que é possível de ser realizado. Por
isso, o líder precisa apresentar a sua equipe um plano que seja perfeitamente
realizável. O planejamento também deve motivar os liderados, logo, não pode ser
uma imposição do líder. Precisa ser elaborado com a participação de todos.
Aumentar o número de alunos,
por exemplo, é um objetivo permanente a ser perseguido. Neste propósito, o marketing
e os meios de comunicação devem ser usados sem nenhuma parcimônia.
Também é preciso planejar ações
para melhorar a frequência e a pontualidade dos alunos. Uma estratégia eficiente
é promover premiação aos alunos que conseguirem melhoria de seus índices de
assiduidade na ED.
Os eventos especiais também
carecem de um planejamento minucioso. Para tanto, se faz necessário à distribuição
de um calendário com as datas pré-agendadas. São imprescindíveis reuniões
regulares para os ensaios de todas as etapas da programação. O Superintendente deve
fiscalizar pessoalmente a execução de cada passo do planejamento, orientar e
ajustar o que for necessário. Com este cuidado, todo o evento surtirá o efeito
desejado.
Todos estes planejamentos
são de responsabilidade do Superintendente da ED. Uma programação bem
organizada e bem executada trará dividendos para o reino de Deus, o evangelho será
proclamado, almas serão salvas e restauradas, vidas serão edificadas e o nome
do Senhor Jesus Cristo será glorificado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O dinamismo da ED depende do
comprometimento do líder vocacionado por Deus para o ministério do ensino. A
qualificação do corpo docente, o bom uso da infraestrutura disponível, a
elaboração de um projeto de excelência e a consequente motivação dos alunos são
o reflexo do aprimoramento e dedicação pessoal do Superintendente da ED.
Artigo: PR. Douglas Roberto
A.B | Ensinador Cristão, n° 75
Estudo
Publicado em Subsídios EBD –
Site de Auxílios Bíblicos e Teológicos para Professores e Alunos da Escola Dominical.