INTRODUÇÃO
Antes que Jesus ascendesse
aos céus, exortou os seus discípulos a buscarem o batismo no Espírito Santo (Lc
24.49; At 1.4, 5, 8). Eles obedeceram, e depois de 10 dias de perseverança e
oração, foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras
línguas (At 2.1-4). Foram revestidos do poder do alto para executarem a grande
tarefa que lhes confiara o Senhor Jesus: evangelizar o mundo (At 1.8). Era o
Dia de Pentecostes. E, assim, teve início a dispensação denominada “ministério do
Espírito” (2 Co 3.8).
I -
O QUE É O BATISMO
1.
Concepções errôneas.
O batismo no Espírito não é
a mesma coisa que:
a)
Salvação.
Os discípulos já eram salvos
antes do Pentecostes (Lc 22.28; 10.20; Jo 13.10; 15.3). Já tinham participado
da ceia (Mt 26.26, 27), e sido enviados pelo próprio Senhor Jesus a pregar (Mt
28.18-20). Eles já eram salvos; restava-lhes, porém, serem revestidos do poder
do alto.
Na casa de Cornélio, os
crentes foram batizados no batismo no Espírito no mesmo dia em que. Receberam a
Jesus; porém, tiveram primeiro os seus corações purificados pela fé (At 15.8,
9). Em Éfeso, havia discípulos que já tinham crido, mas que desconheciam a
realidade do batismo no Espírito Santo (At 19.1-6). Portanto, a salvação e o
batismo no Espírito são experiências distintas entre si.
b)
Santificação.
Embora o Espírito promova a
santificação na vida do crente (G1 5.16-18, 24-26), isso nada tem a ver com o
batismo no Espírito Santo. A pessoa pode ser santificada e cheia do fruto do
Espírito (G1 5.22), e, mesmo assim, não ser batizada no Espírito Santo. A santificação
é paulatinamente cultivada e atua de maneira gradual em nossa vida, enquanto
que o batismo no Espírito é um dom concedido por Deus; recebemo-lo de uma única
vez (At 10.45).
c)
Alegria.
A salvação traz grande alegria
ao coração do ser humano (Rm 14.17). Porém, sentir grande alegria, ou emoção,
não significa que o crente é ou haja sido batizado no Espírito: é o resultado
da salvação (2 Co 2.2; 6.10).
Vejamos, portanto, o que é o batismo no Espírito Santo.
2.
A promessa do pai.
O batismo no Espírito é
assim chamado porque, no Antigo Testamento, o Pai havia prometido o
derramamento do Espírito a todos os que lhe invocassem o nome. No AT encontramos
muitas promessas sobre a efusão do Espírito. Dessa promessa, falaram: Salomão
(Pv 1.23); Isaías (Is 28.11, 12; 44.3); Joel (J1 2.28-32); Zacarias (Zc 12.10)
etc. A promessa também foi feita através de João Batista (Mt 3.11) e
principalmente por Jesus, o Filho de Deus (Jo 14.16, 17, 26; 16.7, 13; At 1.4,
5, 8).
3.
Revestimento de poder.
Temos, aqui, uma das
expressões bíblicas que definem o derramamento do poder do alto em nossas vidas
(Lc 24.49).
Na Bíblia, porém,
encontramos outras expressões, como:
a)
Batismo no Espírito Santo (Mt 3.11; At 1.5): descreve o
mergulho do crente na Plenitude do Espírito Santo (At 2.4; 4.8, 31; 9.17) e é
uma referência ao transbordamento desse poder.
b)
Unção (1 Jo 2.20, 27; 2 Co 1.19-21): refere-se,
figurativamente, à unção que
recebiam, no Antigo Testamento,
sacerdotes, reis e alguns profetas.
c)
Virtude do Espírito Santo (At 1.8): fala do poder sobrenatural
recebido por ocasião do batismo no Espírito Santo, e que conduz o crente à
vitória (Zc 4.6; 2 Co 4.6) etc.
II.
A EVIDÊNCIA INICIAL E FÍSICA DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
1.
Línguas estranhas.
Antes do Pentecostes, o
Espírito Santo já havia descido sobre várias pessoas, como João Batista (Lc
1.47), Isabel (Lc 1.41), Zacarias (1.67) e Simeão (Lc 2.52). No entanto, não há
nenhum registro de que algum desses personagens haja falado línguas estranhas.
No dia de Pentecostes, o
derramamento do Espírito Santo foi acompanhado por um sinal externo bem
evidente e audível: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar
em outras línguas conforme o Espírito Santo concedia que falassem” (At 2.4). A evidência
de que os discípulos haviam, de fato, recebido o batismo no Espírito Santo foi
o falar em línguas.
Esta é a evidência
indubitável e clara do batismo no Espírito Santo. Cada um dos que se encontravam
no cenáculo teve a sua própria experiência (At 2.2, 3); todos falaram línguas
que jamais tinham aprendido.
2.
A evidência como padrão.
Como já dissemos no tópico
anterior, a evidência inicial e física do batismo no Espírito Santo, no dia de Pentecostes,
foi o falar em línguas estranhas.
Esta evidência deixou bem
claro que os discípulos haviam recebido a promessa do Pai (At 2.17, 18, 38,
39). O falar em línguas, pois, serve como padrão para se aferir se alguém foi
ou não batizado no Espírito Santo (At 11.15-17). O que se deu no dia de
Pentecostes, repetiu-se na casa de Cornélio (At 10.46); em Éfeso (At 19.6); na
vida de Paulo (At 9.17, 18; 1 Co 14.18). Em Samaria (At 8.20, 21), embora a
Bíblia não o declare, também deve ter havido línguas estranhas por ocasião do
avivamento que lá houve nos dias dos apóstolos.
III.
A FINALIDADE DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
1.
Capacitação para o serviço.
“A manifestação do Espírito
é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 12.7). O batismo no Espírito
capacita o crente a pregar (At 1.8) com autoridade celestial (At
4.13,20,29,33,34). Através dessa ferramenta indispensável ao serviço cristão (2
Co 10.4,5), o crente produzirá muitas conversões como fruto de seu trabalho evangelístico e
missionário (At 11.22-24).
Uma grande mudança operou-se
na vida dos discípulos depois de eles terem recebido o poder do alto. Tão logo
foram batizados no Espírito Santo, puseram-se de pé para proclamar o Evangelho
de Cristo (At 2.2, 14). As portas que até então estavam fechadas (Jo 20.19), abriram-se.
E eles saíram às ruas, praças etc, para anunciarem a morte e a ressurreição de
Jesus Cristo.
2.
Novo dimensionamento espiritual.
O batismo no Espírito Santo proporciona
aos crentes:
a)
Visão dos perdidos.
Paulo teve a visão das
necessidades dos macedônios (At 16.9) e dos coríntios (At 18.9-11). Que Deus
nos desperte a obedecer a visão celestial (At 26.19), pois a seara já está
branca para a ceifa (Mt 9.37; Jo 4.35). Conscientizemo-nos desta verdade: não
somos enviados apenas para semear, mas também para ceifar.
b)
Incentivo para a conquista de outras bênçãos.
O batismo no Espírito Santo
não é o ponto final de nossas experiências com Deus: é a porta para a conquista
de uma infinidade de outras realizações espirituais. Quando Israel entrou na
terra prometida, tinha diante de si um território amplo e espaçoso, cuja
conquista dependia de um avanço contínuo (Js 1.3; 18.1-4). Por conseguinte,
devemos avançar sempre na conquista das “coisas que estão diante de nós” (F1
3.12, 13).
3.
Aprofundamento da comunhão com Deus.
O “falar em línguas”
leva-nos a ter uma comunhão mais íntima com Deus (1 Co 14.2, 28), proporcionando
profunda edificação pessoal (1 Co 14.4). É o refrigério prometido por Deus (Is
28.11, 12). E, ainda, uma força extraordinária na oração (1 Co 14.15), pois
oramos em espírito (Rm 8.26; Ef 6.18), e, assim, damos “bem as graças” (1 Co
14.17) num tipo de linguagem que Satanás não entende.
IV.
COMO RECEBER O BATISMO
O recebimento do batismo no Espírito
não está vinculado a mérito, pois é um dom de Deus (At 10.45); nem a métodos,
pois o Espírito opera como o vento (Jo 3.8), que sempre toma direções
diferentes; nem a datas, pois Jesus, o batizador, é soberano, e batiza quando
lhe apraz; nem a locais, pois Ele batiza onde quer; nem a posturas corporais,
pois o que vale é a posição do coração (Jr 29.13; Jo 7.38).
O batismo no Espírito Santo
é para todos (At 2.38). Vejamos algumas condições para recebe-lo:
a)
Arrependimento (At 2.38, 39), voltando para Deus, em uma
mudança radical de atitude.
b)
Obediência (At 5.32), pela qual o Senhor derrama seu Espírito sobre
“servos” e “servas” (At 2.18); fé (Mc 16.17; Ef 1.13), pois os que crerem verão
a glória de Deus em suas vidas (Jo 11.40; 7.38; G1 3.2,5).
c)
Busca ardente, com perseverança (Lc 11.9-13; Mt 7.7) “até” receber
o poder (Lc 24.49), e também com desejo e sede ardente (Sl 143.6; Is 41.17, 18;
44.3).
CONCLUSÃO
Que todos sejam cheios do
poder do Espírito Santo para receberem edificação pessoal, e serem capacitados para
a sublime tarefa de evangelização do mundo.
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| Fonte: Lições Bíblicas
Jovens e Adultos – 1° trimestre de 1998 - CPAD