Classe: Adolescentes – 3° Trimestre de 2018 - Lição da revista
do Professor
TEXTO BÍBLICO
Romanos
12.7; 2 Timóteo 3.16
Destaque
"Os
mestres sábios, aqueles que ensinaram muitas pessoas afazer o que é certo,
brilharão como as estrelas do céu, com um brilho que nunca se apagará” (Daniel
12.3).
LEITURA DEVOCIONAL
SEG....................................................
Ef 4.11
TER..................................................
1 Pe 3.15
QUA..................................................
Pv 2.2
QUI....................................................
2 Tm 3.14
SEX....................................................
Tg 3.1
SAB...................................................
Tt 2.1
DOM..................................................
1Tm4.6
OBJETIVOS
Ensinar o significado do
título “Doutor da Igreja”;
Exporá vida e á obra de
Agostinho de Hiponae de Tomás dê Aquino;
Incentivar os alunos a
crescerem no conhecimento bíblico.
Material Didático
Folhas de papel e canetas
QUEBRANDO A ROTINA
Divida a turma em grupos e distribua
para cada grupo papel e caneta. Faça a seguinte pergunta: "A razão é
inimiga da fé?” Dê um tempo para que respondam, e peçà quê um representante de
cada grupo venha à frente ler as respostas.
Enfatize que apesar do mundo
pós-moderno argumentar que a fé é produto de mentes infantis e supersticiosas,
e a razão como único parâmetro de conhecimento, razão e fé podem e devem andar
juntas. Esse é um dos principais discursos de Agostinho de Hipona e a base da
Teologia de Tomás de Aquino, pensadores cristãos admirados até mesmo por estudiosos
seculares.
Mostre que a razão sem fé produz o
orgulho, principal característica da sociedade em que vivemos. Por outro lado,
a fé sem razão pode levar a infantilidade e até mesmo ao extremismo religioso.
Mostre que Deus se agrada da nossa fé,
mas nos criou dotados de razão ao mesmo tempo. Termine a aula orando para que o
Senhor abra o nosso entendimento em relação a essa questão.
ESTUDANDO A BÍBLIA
Ensinar a. Palavra de Deus é uma honra concedida a poucos, mas que
traz para aqueles que o fazem uma grande responsabilidade. Pois o Mestre a
firmou que "será pedido muito de quem recebe muito; e, daquele a quem
muito é dado, muito mais será pedido" (Lc 12.48).
Diferentemente de
um professor secular, que prepara seus alunos para passarem provas e concursos,
aquele que ensina as verdades bíblicas prepara seus alunos para a vida humana e
eterna.
Para que
ministremos um ensino de qualidade, um preço deve ser pago. Horas de
planejamento e estudo devem ser gastas para que o objetivo maior, que é o
aprendizado satisfatório de nossos alunos, seja alcançado.
Tenha dedicação em
ensinar, não somente com palavras, mas com atitudes. Seja um exemplo de vida
para seus alunos e saiba que "todo o seu esforço neste trabalho sempre
traz proveito" (1Co 15.58).
Você
sabe o que é um "Doutor da Igreja"? Não?! Não é um médico ou advogado
que seja cristão! É um título concedido pela Igreja Católica, para grandes
mestres do passado. É um título muito raro, e em dois mil anos de história,
somente trinta e uma pessoas puderem ser assim chamadas.
Sem
dúvida, Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino são os mais famosos. Separados
por 800 anos, esses homens de pensamento e personalidades tão diferentes,
contribuíram muito para o fortalecimento da doutrina cristã.
Agostinho de Hipona:
um coração inquieto
Nascido
no ano 354 d.C., no norte da África, Agostinho era filho de um oficial romano
que adorava aos deuses romanos e de uma cristã fervorosa chamada Mônica. Seus
pais perceberam que era uma criança muito inteligente e o mandaram estudar nas
principais escolas do norte da África.
Ele
estudou retórica, a arte de falar de maneira elegante e convincente. Não
importa se, na verdade, o que está sendo falado é certo ou errado, o objetivo
era convencer que o que estava sendo dito era justo, mesmo se fosse errado. Os
professores de filosofia preocupavam-se em buscar a verdade, os de retórica
não.
Agostinho
começou estudando os livros de Cícero, grande mestre da retórica romana, mas
também filósofo. Mais tarde, ele se convenceu de que falar bem não era
suficiente; era necessário conhecer a verdade (Jo 8.32).
Na
sua busca pela verdade, tornou-se maniqueísta. Mani o quê?! Você pode perguntar.
Calma, eu explico. O maniqueísmo era uma religião famosa na época de Agostinho
e que dizia que o universo era governado por duas forças: A luz e as trevas.
Calma, não tire conclusões precipitadas! Os maniqueístas acreditavam em luz e trevas
de maneira completamente diferente do que é ensinado na Bíblia. Na verdade eles
não gostavam da Bíblia e zombavam dizendo que era um livro infantil. Agostinho
nesta época concordava com eles.
Com
o tempo ele começou a se decepcionar, pois não conseguia encontrar a verdade
que tanto procurava. Então, mudou-se de Cartago, viveu um tempo em Roma e foi
morar em Milão, onde se tornou um neopla-tônico. O neoplatonismo era uma
filosofia popular nesta época e que, ao contrário do maniqueísmo, afirmava que
somente uma força governava o universo, o criador de todas as coisas era
chamado de "Uno Inefável” ou aquele que é único e não se pode descrever.
Ele era bom, e o mal só surgia quando o homem afastava-se desse "Uno”.
Parecia
que todas as dúvidas de Agostinho estavam respondidas, o que sua mãe sempre lhe
ensinou estava certo. Existe somente um Deus (1 Tm 2.5), que é perfeito e bom.
Mas como a Bíblia, com uma linguagem que para ele era infantil, narrando tantas
guerras e violência poderia ser a Palavra de Deus?
Nesta
época, Agostinho começou a frequentar a igreja de Milão, e o estilo da pregação
do pastor daquela igreja chamou-lhe a atenção. Ambrósio, que também é
considerado "Doutor da Igreja”, era um grande mestre da oratória e pregava
de uma maneira que convenceu Agostinho sobre a profundidade das verdades
bíblicas.
Não
restavam mais dúvidas, a mensagem de Deus é a verdade! (Jo 17.17). Mesmo assim
Agostinho não conseguia se converter, pois se tornar cristão significava abandonar
a vida que tanto gostava. Uma vida de festas, bebidas e cercado de mulheres.
Uma
batalha iniciou-se dentro de Agostinho (Rm 7.15-24), e ele orava sempre assim:
"Dá-me pureza e moderação, mas não agora”. Além disso, tinha inveja das
pessoas que tiveram forças e coragem para fazer aquilo que ele não conseguia.
Um
dia, não aguentando mais a vida que levava, orou assim: "Até quando,
Senhor, até quando? Amanhã, sempre amanhã? Por que não acaba com minha imundice
neste exato momento?” Nesse momento, ele escutou uma criança, que brincando com
os seus amigos gritava: "Toma e lê, Toma e lê, Toma e lê”. Agostinho
entendeu isso como um sinal de Deus, pegou a Bíblia e leu o texto de Romanos
13.13,14, que afirma que devemos largar todo tipo de imoralidade e termos as
mesmas qualidades de Jesus Cristo.
Naquele
momento, Agostinho encontrou a paz que seu coração tanto procurava. Grande foi
a alegria de sua mãe ao saber de sua conversão, pois ela sempre orava por ele.
Alguns anos se passaram e Agostinho se tornou pastor da igreja da cidade de
Hipona, no norte da África.
Um
pensamento que defendia, e que se tornou importante é que o ser humano foi
totalmente corrompido pelo pecado, não restando nada de bom. Então é impossível
que o homem tome a iniciativa de buscar a salvação, pois é Deus, por sua graça,
que busca e salva o homem pecador. Agostinho morreu no ano 430 d.C.
AUXÍLIO HISTÓRICO
Agostinho é o único Pai da Igreja que permanece em nossos dias
como uma autoridade intelectual, pois, independentemente de qualquer escola ou
denominação religiosa, conseguiu por meio de seus escritos atrair do mesmo modo
pagãos e cristãos, filósofos e teólogos, à sua pessoa e às suas ideias. Ele
também exerce, ao mesmo tempo, uma permanente influência indireta, mais ou
menos imperfeita ou modificada, sobre a tradição consciente e inconsciente das
igrejas ocidentais e, por intermédio delas, sobre toda a herança cultural em
geral. Dessa forma, não é tarefa fácil para um historiador descobrir o melhor
posicionamento ou os critérios mais corretos para o estudo de sua
personalidade. [...]. Agostinho foi um gênio - o único Pai da Igreja que pode
receber, sem qualquer questionamento, esse pretensioso título, segundo a
moderna categorização da personalidade. Todas as tentativas para encontrar
algum tipo de explicação sobre a grandeza desse homem a partir de seu ambiente,
de sua herança intelectual ou de seus inequívocos e extraordinários talentos
naturais não levaram a parte alguma. Agostinho, simplesmente, desenvolveu-se
mais que os outros. Essa capacidade de se desenvolver, isto é, de assumir novas
ideias, de mudar e de se autor reformular foi, talvez, o requisito mais
essencial que o fez chegar ao que conhecemos ao seu respeito. Ele mesmo
reconhecia que sua própria história, aliada a essa sua capacidade interior, não
eram dons naturais, nem o efeito de uma realização pessoal, porém, o resultado
do trabalho da graça divina e da orientação interior e exterior que lhe foram
concedidas (CAMPENHAU58N, Hans Von. Os Pais da Igreja: A vida e a doutrina dos
primeiros teólogos cristãos. Rio de janeiro: CPAD, 2005, pp.327-29).
Tomás de Aqnino; um
boi mudo a serviço de Deus
Nascido
no ano 1224 d.C., Tomás de Aquino teve uma vida bem menos agitada do que
Agostinho. Conhecido por seus amigos por boi mudo, pois era muito forte, mas ao
mesmo tempo muito tranquilo. Tomás de Aquino é considerado um dos maiores
teólogos de todos os tempos.
É
o principal representante da Escolástica. O que é isso?! É uma tentativa de
unir fé e razão. Para os escolásticos não bastava apenas crer pela fé, era
preciso compreender pela razão. Então a fé era ensinada nas escolas, não na
Escola Dominical, que nesta época não existia, mas nas universidades.
Era
preciso unir fé e razão, neste caso Teologia e Filosofia. Agostinho havia
conseguido fazer isso com a filosofia de Platão, que afirmava entre outras
coisas que a alma é superior ao corpo. Mas na época de Tomás de Aquino uma nova
filosofia estava fazendo sucesso, pois os livros de Aristóteles (discípulo de
Platão que viveu entre os anos 384-322 a.C.), que durante muito tempo estavam
perdidos, foram achados.
Diferente
de Platão, que afirmava que o verdadeiro conhecimento é encontrado em um mundo
superior a este, Aristóteles defendia que o conhecimento é encontrado neste
mundo em que vivemos. Como unireste novo pensamento com a fé cristã que afirma
que este mundo está corrompido e que existe um lugar melhor?
Tomás
de Aquino vai discordar de Agostinho, afirmando que o homem não foi
completamente corrompido pelo pecado, apenas a sua vontade de fazer o bem, mas
não a sua capacidade de raciocinar, pois essa era a forma do homem ser parecido
com Deus (Gn 1.26). Aquino ensinou também que a razão pode provar a existência
de Deus e a imortalidade da alma, mas que somente pela fé é possível crer na
divindade de Cristo. Afirmava que mesmo a fé não podendo ir contra a razão, ela
é necessária para salvação humana.
Os
livros de Tomás de Aquino mudaram a forma de a igreja pensar, pois durante 800
anos o pensamento de Agostinho foi seguido pela maioria dos cristãos. Tomás de
Aquino morreu no ano 1274 e até hoje é o teólogo oficial da Igreja Católica.
AUXÍLIO HISTÓRICO
A partir dos dados bíblicos e das evidências da razão, Tomás de
Aquino construiu um edifício do pensamento cristão que em seu âmbito rivalizava
com as grandes catedrais medievais. De acordo com Tomás, alguns aspectos da fé
poderiam estar além da razão (quer dizer, não racionais'). Entretanto, pelo
fato de Deus ser um Deus da razão e ter construído a racionalidade no universo,
nenhuma parte do ensino ortodoxo cristão pode contradizer a razão (quer dizer,
é irracional). Usando a estrutura lógica e analítica redescoberta de
Aristóteles, Tomás tentou fornecer uma visão abrangente e enciclopédica do
mundo, e o conhecimento a partir de uma perspectiva cristã. A política, aética,
a arte, a ciência tiveram um lugar na casa de aprendizagem de Tomás de Aquino.
Alguns líderes cristãos mais recentes têm criticado a
escolástica por exagerar a capacidade da mente humana, não dando suficiente lugar
para o mistério e frequentemente girando em torno de debates complicados sobre
assuntos de pequena importância. Não obstante, a união do cristianismo e da
razão na escolástica permanece uma realização significante. A obra Suma
Teológica, de Tomás de Aquino, continua a fornecer os fundamentos para grande
parte da crença católica romana, e provê fundamento essencial para a
apologética (a defesa da fé) cristã moderna a protestantes e católicos (PALMER,
Michel D. (org.) Panorama do Pensamento Cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2001,
pp.125,26).
Conclusão
Quantas
coisas maravilhosas podemos aprender se observamos a vida destes dois servos de
Deus! Com Agostinho de Hipona, aprendemos que até mesmo o maior pecador pode
ser alcançado pela graça de Deus e se tornar um poderoso instrumento nas mãos
dEle. Com Tomás de Aquino, aprendemos que, ao contrário do que muitos afirmam,
fé e razão não são inimigas, mas juntas, podem ser usadas para o fortalecimento
da Igreja.
Recapitulando
Nascido
no ano 354 d. C., no norte da África, Agostinho de Hipona teve uma vida muito
agitada, vivendo em festas e cercado por mulheres. Era estudante de retórica,
mas constantemente buscava a verdade. Procurou no maniqueísmo e no
neoplatonismo, mas foi no cristianismo, que encontrou o descanso que seu
coração tanto desejava- E considerado o maior teólogo do período antigo da
igreja.
Tomás
de Aquino nasceu no ano 1224, e ao contrário de Agostinho, era uma pessoa muito
tranquila. É o maior representante da Escolástica, uma tentativa de unir fé e
razão. Discordou de Agostinho e afirmou que o homem não foi completamente
corrompido pelo pecado, para ele, o capacidade de raciocinar não foi atingida,
pois ela faz com que o homem seja parecido com Deus.
REFLETINDO
1.
Você converteu seu o coração a Jesus Cristo? Resposta Pessoal.
2.
Você acha que Tomás de Aquino estava errado em querer unir fé e razão?
Resposta Pessoal.
3.
Quais lições podemos tirar da vida de Agostinho de Hiponae Tomás de Aquino?
R. Aprendemos que até mesmo
o maior pecador pode ser alcançado pela graça de Deus e se tornar um poderoso
instrumento nas mãos dEle. Também aprendemos que, ao contrário do que muitos
afirmam, a fé e a razão não são inimigas, mas, juntas, podem ser usadas para o
fortalecimento da Igreja de Cristo.
Lição Bíblica de
Adolescentes
Trimestre: 3° de 2018
Editora:
CPAD
Revista
do Professor
Reverberação: Subsídios EBD
Outras Lições: Acesse Aqui
Fonte: Lições
Bíblicas de Adolescentes – 3° trimestre de 2018, CPAD – Divulgação: Subsídios
EBD